A primeira
página do suplemento literário do El País de 27 de Fevereiro é dedicada
a Gonçalo M. Tavares, com uma foto de Daniel Mordzinski, tirada na Muralha de
Cartagena das Índias, Colômbia, durante a realização do Hay Festival.
O Babelia
publica uma entrevista concedida por Gonçalo M. Tavares a Berna González
Harbour. A jornalista escolheu para título «O fácil é perigoso», referindo a
seguir que o escritor português «apaga tanto quanto escreve, para permanecer no
essencial. Na vida, como na literatura, trata-se de dizer poucas vezes sim e
muitas vezes não.»
Berna
González Harbour descreve GMT e a sua obra nos seguintes termos:
«De carácter
reservado, mas sempre alegre e mais desejoso de perguntar do que de responder,
Tavares é um escritor peculiar, não só pelo seu estilo original e
surpreendente, mas também porque enquadra os seus livros em projectos
ambiciosos de longo curso, como quem forja uma genealogia de troncos e ramos
prolíficos e importantes: é o caso da série El barrio, em que vai alojando
os seus escritores preferidos e que a Seix Barral reuniu num livro com o mesmo
nome; El reino, em que mergulha na natureza mais profunda do mal; a sua
epopeia Viaje a la India, uma odisseia inteligente, divertida, rica e
agradavelemnte densa sobre as andanças de um tal Bloom; a sua série Enciclopedia;
e Canciones; além disso escreve poesia, ensaio, teatro, ensina Cultura e
Pensamento Contemporâneo na Universidade de Lisboa e acumula prémios
importantes, como o de melhor livro estrangeiro em França em 2010 com Aprender
a rezar na era da técnica, um avassalador romance sobre a perversão do
poder.»
Na mesma
edição do Babelia, Alberto Manguel considera, a propósito da publicação
em Espanha de Una niña está perdida en el siglo XX, pela Seix Barral,
que «Tavares é um dos escritores mais ambiciosos deste século» e que «o seu
novo livro é uma epifania memorável».