31.12.18

Sobre António e Cleópatra, de William Shakespeare




«A publicação destas novas traduções de Shakespeare (neste caso, de Rui Carvalho Homem) permite abordar alguns dos temas da sua obra. Em “António e Cleópatra” cresce, página a página, uma encenação sobre o poder e o seu significado, bem como sobre a sua erosão.» [LER, Outono 2018]

Sobre Juro não Dizer nunca a Verdade, de Javier Marías




«Há em Espanha, a imprensa, uma série de cronistas maravilhosos. Podemos não concordar com eles, mas escrevem como fundibulários à espreita — e são afinados de língua. Javier Marías é um deles (embora o mais “correto”). De 2013 a 2015 foram estas as suas obsessões no El País, onde escreve todas as semanas e afina a pontaria.» [LER, Outono 2018]

Sobre Vidas Escritas, de Javier Marías




«De Turgueniev a Mishima, de Karen Blixen a Nabokov ou Sterne, o espanhol Javier Marías constrói biografias mínimas cheias de luz & esplendor, mas também de ironia e perplexidade. Os seus retratos de Emily Brontë e Violet Hunt são admiráveis. E todo o livro é saboroso.» [LER, Outono 2018]

José Gil sobre Um Bailarino na Batalha, de Hélia Correia




No último número da revista LER, é publicado um texto de José Gil sobre Um Bailarino na Batalha, de Hélia Correia.


«Ao terminar a leitura do livro de Hélia Correia, o leitor, imerso no seu ritmo hipnótico, acorda bruscamente e pergunta: que texto é este que acabei de ler? Quem são estas personagens? Em que continente real se situam o deserto em que caminham, o rio que atravessam, a cidade que encontram? Fala-se no mar e na Europa, mas isto não é nem um relato de factos reais, nem uma alegoria, nem um conto simbólico ou uma fábula, ou uma parábola, um fragmento de saga, de epopeia, de lenda, de mito, ou qualquer coisa como a reconstrução de uma narrativa bíblica. Nenhuma destas figuras de escrita caracteriza adequadamente o objecto literário que Hélia Correia criou.» [José Gil, LER, Outono, 2018]

Sobre Gonçalo M. Tavares




«Conhecer a obra de Gonçalo M. Tavares foi uma porrada», escreve o actor Caio Blat na Folha de S. Paulo


«Até que me deparei com Gonçalo M. Tavares. e foi uma porrada. Sempre gostei de ler os clássicos, era uma obsessão quando eu era mais jovem. Então encontrar um autor quase da minha idade, em pleno século 21, que ressignifica todos os cânones com uma visão muito peculiar sobre a literatura e sobre o ato de escrever foi um espanto total.» [Caio Blat, Folha de S. Paulo, 22/12/2018]

Desaparecer na Escuridão, de Michelle McNamara, escolhido como o melhor livro de não ficção de 2018 no Goodreads




Os Goodreads Choice Awards são escolhidos pelos dos leitores, que votaram em Desaparecer na Escuridão, de Michelle McNamara, como o seu livro preferido de não ficção em 2018. O livro foi publicado em Portugal pela Relógio D’Água, no mês de Junho.

Este livro tem o enredo, suspense e intensidade de um policial. Trata-se, no entanto, de um livro de não-ficção. McNamara morreu de forma trágica a meio da investigação que procurava identificar o Golden State Killer, responsável por uma onda de violações e assassinatos na Califórnia que se prolongou por mais de dez anos. A Polícia arquivou o caso. Mas McNamara continuou a investigação pelos seus próprios meios.

“Desaparecer na Escuridão” é o relato de anos de investigação sobre a mente de um criminoso impiedoso. É também o retrato da obsessão de uma mulher pelo fim da impunidade de um assassino. Este livro está destinado a tornar-se um clássico da literatura policial. [Da contracapa]

28.12.18

Livros da Relógio D’Água escolhidos no balanço do Observador



No balanço efectuado pelos críticos do Observador sob a designação «os melhores livros que lemos em 2018» surgem diversos títulos de autores publicados pela Relógio D’Água.
Carlos Maria Bobone destaca Descrição Guerreira e Amorosa da Cidade de Lisboa, de Alexandre Andrade. 



Um enredo em que se misturam dois tempos, com a busca do Graal transposta para o nosso século. Aquilo que poderia ser um artifício de gosto duvidoso transforma-se, pela mestria técnica do autor, quase num acontecimento natural. Alexandre Andrade escreve de uma forma quase fria, com aquela nudez puritana que, entre os grandes, encontramos em Racine e, entre os nossos, encontramos em quase ninguém.

Joana Emídio Marques escolheu dois livros publicados pela Relógio D’Água: Fuck The Polis, de João Miguel Fernandes Jorge, e O Livro por Vir, de Maurice Blanchot.



«João Miguel Fernandes Jorge é um poeta com uma obra rara, um universo tão vasto quanto particular, tão intenso quanto discreto. Há quem não dê por ele e há os que seguem os seus livros como fragmentos preciosos e solenes da poesia como uma arte imemorial que se liga ao mais profundo, pessoal e quotidiano. As palavras funcionam para João Miguel Fernandes Jorge como os traços e manchas com que um pintor compõe uma imagem, como os fios das tecedeiras ou das parcas se unem até formar um manto ou um destino.
Desde 2014 que não publicava e agora, já perto do fim deste ano, ei-lo de volta com este Fuck The Polis ou a Grécia revisitada onde as cidades de hoje são as cidades de ontem, onde cada objeto, cada gesto, cada paisagem é mais do que um “aparecer” ou um modo discursivo; é uma fundura, uma aura onde os tempos se encontram num longínquo que aparece em instantes fugazes, na ruína, na derrota, na erosão, como esse mítico rio (Ilissos) que correu em Atenas e hoje não existe senão como um fio de água canalizada nos arrabaldes da metrópole.»



«Nenhum livro é uma história acabada para aqueles que verdadeiramente leem, e por isso esta é uma obra essencial para aqueles que procuram refletir sobre a literatura e as suas complexas formas de representar a experiência humana. Maurice Blanchot não teme romper com os conceitos de géneros literários nem com a arrumação científica que aquieta muitas almas. A sua abordagem das obras de Proust, Goethe, Kafka, Artaud, Borges, Beckett, Virginia Woolf, etc., é indisciplinada, provocativa e exigente.»

Jorge Almeida seleccionou Cartas a Milena, de Franz Kafka.



«Foi do posto dos seus antiquíssimos “38 anos de judeu” que Franz Kafka conheceu a jovem Milena, sua admiradora e esposa de um intelectual que frequentava o meio literário de Praga. Dois meses depois de terem começado a trocar cartas com um intuito exclusivamente profissional, Kafka escrevia a Milena que esta era a primeira pessoa com quem estabelecera uma conversa sincera, não porque fosse incapaz de o fazer com os outros, mas porque ela fora a única a ter “olhos verdadeiros e compassivos” para com ele. Entre estas duas cartas já Kafka fizera planos para um futuro a dois e sugerira a Milena que esta se separasse do marido. Estas cartas, pela primeira vez publicadas em Portugal na sua totalidade, mostram-nos que Kafka não foi só um espírito lúcido permanentemente angustiado, mas que também foi um homem como todos os outros, meio habilidoso e meio trapalhão na tentativa de galantear algo que lhe era querido.»

João Pedro Vala distinguiu As Variedades da Experiência Religiosa, de William James.



«A sua generosidade intelectual aliada a uma impressionante seriedade e robustez de pensamento fazem de William James um dos autores mais relevantes dos últimos duzentos anos e de Variedades da Experiência Religiosa a mais importante novidade do mercado editorial português em 2018.»


Nuno Costa Santos optou por um ensaio publicado pela Relógio D’Água, A Expulsão do Outro, de Byung-Chul Han.



«Filósofo nascido em Seul que se afirmou na Alemanha, Byung-Chul Han tem procurado perceber, livro a livro, quais armadilhas em que caiu esta sociedade cansada, na qual cada um oferece a sua intimidade a um sistema que muito agradece para melhor vender o seu peixe digital. Em A Expulsão do Outro aponta para a expulsão da diferença em nome do comércio entre “consumidores”, todos iguais. Em consonância com um seu outro livro, O Aroma do Tempo, destaca o fim do olhar, da voz, da linguagem, do erotismo, como sintomas da doença do like e da adição à selfie. Pode parecer por vezes que o que afirma Byung-Chul Han é óbvio e elementar. Mas topar a evidência é, muitas vezes (e é o caso), uma arte praticada pelos melhores. “Só os profetas enxergam o óbvio”, escreveu, com acerto, Nelson Rodrigues.»


Sobre Assimetria, de Lisa Halliday




«Num único livro, Halliday escreveu um “roman à clef” transgressivo, um romance de ideias e uma obra de metaficção politicamente comprometida.» [Alice Gregory, sobre um dos 10 Melhores Livros de  2018 do The New York Times Book Review, The New York Times, 12/2/2018 ]
Mais informação sobre o livro aqui.

Sobre Óssip Mandelstam




No aniversário da morte de Óssip Mandelstam, de quem a Relógio D'Água publicou Fogo Errante, com tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra, «5 motivos para conhecer o poeta russo Mandelstam».

27.12.18

Sobre Elegias de Duíno, de Rainer Maria Rilke




«Como Hofmannsthal, Rilke é um produto da cultura do Império Austríaco, e um dos grandes poetas da língua alemã. Mas, muito mais do que ele, veio a ser um dos mais influentes poetas europeus do século, e alvo de um culto internacional que ainda hoje dura. (...)
Esse período [de relativa esterilidade, 1908-11] foi interrompido bruscamente, na atmosfera propícia do Castelo de Duíno, no Adriático, cerca de Trieste, que lhe fora emprestado, para as suas vigílias de génio, pela sua amiga e admiradora, a princesa de Thurn und Taxis (de Novembro de 1911 a Maio de 1912), quando ouviu como que uma voz que lhe ditava o começo da Primeira Elegia (Janeiro de 1912). As Elegias de Duíno, dez longos poemas largamente conhecidos e traduzidos em várias línguas e em português também, só foram completadas em 1922, dez anos mais tarde, noutro castelo menos luxuoso — Muzot, na Suíça —, que veio a ser oferecido a Rilke.» [Jorge de Sena]

Sobre Estufa com Ciclâmenes, de Rebecca West




“Não existe percurso demasiado louco para que o ser humano não o possa adotar”, escreveu Rebecca West.
Este livro sobre os julgamentos dos nazis no pós-guerra é a contribuição da autora de O Regresso do Soldado sobre as consequências da loucura nacionalista da Alemanha. Em 1946, West foi encarregada pelo Daily Telegraph de escrever três artigos sobre os julgamentos de Nuremberg. A autora viajou para o local nesse mesmo ano para assistir à parte final dos processos britânicos e americanos.
No décimo primeiro mês de julgamentos, a autora descreve Nuremberga como uma cidade onde o tédio prevalece não apenas dentro do tribunal mas também fora dele, em cada casa, em cada rua. 
Também aqui West revela um profundo interesse pela lei, assim como um fascínio pelos seus aspetos humanos e a vontade moral coletiva. 
Estes ensaios confirmam a reputação de Rebecca West como uma das jornalistas políticas mais importantes do século XX.

26.12.18

Dez autores da Relógio D’Água no balanço dos críticos do Expresso





Os críticos literários do Expresso escolheram dez livros publicados pela Relógio D’Água entre os melhores de 2018.
A Relógio D’Água é assim (a par da Dom Quixote) a editora com mais títulos destacados.
José Guardado Moreira escolheu “Obra Completa” de Arthur Rimbaud e “Vidas Escritas” de Javier Marías; José Mário Silva “O Quarto de Marte” de Rachel Kushner; Luísa Mellid-Franco, “Pequenos Delírios Domésticos” de Ana Margarida de Carvalho; Luís M. Faria, “As Rotas da Seda” de Peter Frankopan (saída na colecção Ítaca da Relógio D’Água).
Suíte e Fúria” de Rui Nunes e “Para Comigo” de Joaquim Manuel Magalhães foram destacados por Manuel de Freitas. Por sua vez, Pedro Mexia seleccionou “Marca de Água” de Joseph Brodsky, “Prefácios” de Søren Kierkegaard e “O Pangolim e Outros Poemas” de Marianne Moore.
Num artigo de José Mário Silva de balanço global do ano, é passada em revista a nossa participação em Guadalajara (onde Portugal foi o país convidado). O crítico do Expresso sublinhou a particular atenção que mereceram as presenças de António Lobo Antunes e Gonçalo M. Tavares.
José Mário Silva fala também dos prémios literários atribuídos por diferentes organismos e instituições. Entre os prémios mencionados obtidos por autores da Relógio D’Água, estão “Pequenos Delírios Domésticos” de Ana Margarida de Carvalho (Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco) e o Prémio PEN Clube de Narrativa para “Descrição Guerreira e Amorosa da Cidade de Lisboa” de Alexandre Andrade e o de Ensaio para “Dia Alegre, Dia Pensante, Dias Fatais” de Maria Filomena Molder.
O Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores foi para H. G. Cancela pelo livro “As Pessoas do Drama”, finalista também do Oceanos — Prémio de Literatura em Língua Portuguesa. No entanto, tal como a sua obra anterior, “Impunidade” (segundo lugar no Prémio APE 2014), o romance não foi sequer mencionado em várias publicações com espaços habituais dedicados à crítica literária, talvez por o seu tema central ser o incesto, afinal o mesmo que é o motivo dramático de “Os Maias” e de “O Homem sem Qualidades” de Robert Musil.

26/12/18

Sobre Celeste Ng




Celeste Ng, «conhecida pelos romances que se lêem de um fôlego, desconstroem a dinâmica familiar e analisam a vida suburbana e as relações raciais da América», foi entrevistada pelo The New York Times.
Mais informação sobre o seu último livro, Pequenos Fogos em Todo o Lado, aqui.


A entrevista de Nicole Lamy, no The New York Times de 20/12/2018, pode ser lida aqui.

14.12.18

À venda no site da Relógio D’Água e a chegar às livrarias: Tens de Mudar de Vida, de Peter Sloterdijk (trad. de Carlos Leite)




Naquela que é a sua maior investigação sobre a natureza do ser humano, Peter Sloterdijk apresenta-nos uma crítica ao mito do regresso da religião. O seu argumento é o de que não é a religião que está a regressar, mas sim algo de diferente e profundo que ocupa o seu lugar: o ser humano, como ser que se cria através de exercícios e que desse modo se transcende. 

A base da teoria de Slotedijk sobre a natureza do ser humano parte de uma introspeção do processo de formação de tudo o que é humano. As ações, tanto de indivíduos como de formações coletivas, regressam sempre para os influenciar: o trabalho afeta os trabalhadores, as comunicações quem comunica, os sentimentos quem os sente. São os seres humanos que participam abertamente nestas práticas que dão corpo a este modo de existência da forma mais clara: agricultores, trabalhadores, guerreiros, escritores, praticantes de yoga, retóricos, músicos e modelos. Ao examinar os seus planos de treino e altas performances, Sloterdijk oferece um panorama de exercícios que devemos fazer para sermos e permanecermos humanos.

«Este livro, que aborda as questões mais importantes dos nossos tempos, é uma prova do pensamento inteligente e eclético de Sloterdijk.» [New Republic]

«Sloterdijk é genial e criativo. Tem talento e sagacidade. Merece espaço em qualquer estante, ao lado de Nietzsche, Heidegger e Foucault.» [New Humanist]


«Um livro poderosíssimo.» [Los Angeles Review of Books]

À venda no site da Relógio D’Água e a chegar às livrarias: Quando os Tontos Mandam, de Javier Marías (trad. e notas de João Moita)




Este livro reúne noventa e cinco artigos de Javier Marías publicados no suplemento El País Semanal entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2017.

«Pode fazer-se alguma coisa num mundo em que contamos com gravações, com som e imagens, com máquinas calculadoras mais fiáveis do que nunca, e tudo isto é refutado com desfaçatez? Estaremos amodorrados, hipnotizados ou simplesmente idiotizados para acreditarmos mais em quem distorce a realidade do que nos nossos olhos e ouvidos, e até do que na aritmética?», pergunta o autor de Coração tão Branco e Berta Isla.

Vivemos num tempo em que as posições extremistas ganham terreno e os cidadãos tendem a ler, ver e ouvir apenas o que está de acordo com as suas opiniões.
Com sentido de humor, educação e distanciamento do politicamente correto, Javier Marías apresenta novas perspetivas para os acontecimentos que marcam o mundo atual.

«Quem não lê Marías está condenado.» [The Nation]


«A sua mente é profunda, penetrante, por vezes perturbadora, outras hilariante, mas sempre inteligente.» [Edward St. Aubyn, The New York Times Book Review]

Michael Ondaatje, de quem a Relógio D’Água acaba de publicar A Luz da Guerra, em entrevista a Isabel Lucas




«É este o homem saído da reclusão, agora para promover novo romance, A Luz da Guerra, mas sobretudo para receber o prémio de melhor Booker de sempre com O Paciente Inglês. Publicado em 1992, o romance que conta a história de quatro pessoas fechadas numa vila italiana na II Guerra ganhara então o prémio empatado com Sacrated Hunger, de Barry Unsworth. Anthony Minghella adaptou-o ao cinema em 1996 e ganhou nove Óscares. Parecia que o filme se sobrepusera ao livro, até que o Booker Prize celebrou 50 anos e considerou O Paciente Inglês o melhor Booker de sempre. Ondaatje está feliz. Acha que foi o livro da sua libertação, mas mais preocupado está com A Luz da Guerra, outro romance com acção no final da II Guerra. Desta vez em Londres e outra vez sem que a guerra seja o centro. É mais o abandono e a sobreposição de memórias transformadas em grande voz narrativa. Nele, Nathaniel olha para a sua infância.
Em 1945, tinha 14 anos quando os pais saíram misteriosamente da sua vida e o deixaram, e à irmã, aos cuidados de um homem bizarro, o Traça, amigo de outra figura pouco ortodoxa, o Flecheiro, mulherengo, entre outras características, que um dia conhece Olive. Ela aparece de forma fugaz, mas muda a percepção do mundo dos dois irmãos.

— Em A Luz da Guerra há uma personagem, Olive, uma russa etnógrafa, que apresenta como alguém com muitas paisagens dentro. Isso parece válido para si. Nasceu no Sri Lanka, viveu em Londres, depois em Toronto, tornou-se canadiano e as suas origens parecem conter muitas nacionalidades: holandesa, senegalesa, tamil, diz-se até que portuguesa. Além disso, esse sentido de lugar está presente em todos os escritos. E lugares diferentes.
— Sim, é verdade. Os lugares são a minha âncora. De outra forma a história não acharia um caminho.»



«A Luz da Guerra» pode ser adquirido através do site da Relógio D’Água, em https://relogiodagua.pt/produto/a-luz-da-guerra/

Sobre Um Bailarino na Batalha, de Hélia Correia




Mário Santos escreve no «ípsilon» sobre «Um Bailarino na Batalha», de Hélia Correia: «Um magnífico poema narrativo épico. E em prosa.»

«Um Bailarino na Batalha é um (magnífico) poema narrativo épico em prosa (não encontro melhor maneira de descrever, com brevidade e justiça, o livro) que prolonga a eloquência nobre de A Terceira Miséria (o último volume de poemas de Hélia Correia, publicado em 2012). Vivemos sitiados pela indústria da ficção jornalístico-realista de alegada ‘denúncia’, ou divertimento , e por um certo lirismo miúdo e lamuriento. A obra de Hélia Correia — com a sua dicção alta e meditada, o seu andamento largo, herbertiano, bíblico e homérico, a sua assombrosa capacidade de mitificar o real quotidiano, transfigurando-o, poética e politicamente — vem recordar-nos que, nestes novos tempos sombrios, a literatura pode continuar a ‘servir’ para aguçar o sentido das “palavras da tribo” (salvando-as das “armadilhas da informação”, por exemplo). Ainda que estas, as palavras, provavelmente nem ossos hão-de deixar nas areias dos desertos. Porque “o esquecimento tudo esquecerá”.
Poderemos dizer que Um Bailarino na Batalha narra também uma travessia do deserto. Uma travessia tragicamente ilusória. Um grupo de caminhantes, exilados do seu quotidiano por sabidas atrocidades guerreiras, busca alcançar o mar e o que há para além do mar: uma ‘terra prometida’ chamada Europa.» [Mário Santos, Público, ípsilon, 14/12/2018. Texto completo aqui. ]


O mais recente livro de Hélia Correia pode ser adquirido através do site da Relógio D’Água aqui.

Sobre A Mão Esquerda das Trevas, de Ursula K. Le Guin




«Numa convenção, há uns meses, dei por mim no bar, a falar com uma mulher que queria alargar as suas leituras. Lia muitos livros de fantasia, mas mal começara a experimentar a ficção científica. Por onde havia de começar?, perguntou-me.
— Já leu Ursula K. Le Guin? — perguntei. A jovem mulher fez que não com a cabeça. […]
— Se ler apenas uma obra dela, leia “A Mão Esquerda das Trevas” — disse-lhe. — Quero dizer, tudo o que escreveu vale a pena. Mas “A Mão Esquerda” é… […]»

[Becky Chambers, Literary Hub, 10/12/2018. Texto completo aqui. ]


O livro publicado pela Relógio D’Água pode ser adquirido através do site.

13.12.18

«Os Miseráveis» em série televisiva




A BBC One e a Masterpiece adaptaram para a televisão «Os Miseráveis», de Victor Hugo, numa série de seis episódios, com estreia prevista para o próximo dia 30 de Dezembro.
A adaptação, de Andrew Davies (responsável também, pelas adaptações para a BBC de «Orgulho e Preconceito» e «Guerra e Paz»), conta com os actores Dominic West, David Oyelowo, Lily Collins, Adeel Akhtar e Olivia Colman, entre outros.
Em 2017, a Relógio D’Água publicou a obra de Victor Hugo em dois volumes, que pode ser adquirida através do site: https://relogiodagua.pt/?s=miser%C3%A1veis&post_type=product

Mais informações aqui: https://www.theguardian.com/film/2018/dec/13/les-miserables-with-contemporary-relevance-to-air-on-bbc

Musicofilia, de Oliver Sacks, apresentado em Viseu




Amanhã, 14 de Dezembro, no Campus Universitário do Instituto Piaget de Viseu, pelas 10:40, terá lugar uma apresentação de Musicofilia, de Oliver Sacks, no âmbito do Mestrado em Ensino da Música da instituição.

Com a mesma marca de compaixão e erudição de O Homem Que Confundiu a Mulher com um Chapéu, Oliver Sacks explora o lugar que a música ocupa no cérebro e como é que ela afecta a condição humana. Em Musicofilia, o autor apresenta uma variedade daquilo que designa por «desalinhamentos musicais». Entre eles: um homem atingido por um relâmpago que subitamente deseja ser pianista aos quarenta e dois anos; um grupo de crianças com síndrome de Williams, que desde a nascença são hiper-musicais; pessoas com «amusia», para quem uma sinfonia soa a ruído de panelas; e um homem cuja memória dura apenas sete segundos excepto quando se trata de música.

«Poderoso e apaixonado… Um livro que contribui para o nosso entendimento da magia inapreensível da música e ilumina os estranhos mecanismos da mente humana.» [The New York Times]

«Curioso, inteligente e atento.» [The Washington Post]

«Sacks conta história após história para mostrar o que acontece quando música e cérebro se misturam.» [Newsweek]

À venda no site da Relógio D’Água e a chegar às livrarias: Os Amigos, de Gonçalo M. Tavares, com ilustrações de Rachel Caiano





O senhor Valéry é um senhor que pensa muito.
Pensa tanto que chega aos limites do absurdo.
Esta história serve para trabalhar a imaginação de crianças de todas as idades.

O senhor Valéry é pequenino. A história Os Amigos descreve o modo como ele resolve este complicado problema.

12.12.18

À venda no site da Relógio D’Água e a chegar às livrarias: Todas as Crónicas, de Clarice Lispector




Todas as Crónicas reúne pela primeira vez num só volume toda a obra de Clarice Lispector como cronista, incluindo mais de uma centena de textos inéditos.

«Melhor do que Borges.»[Elizabeth Bishop]

«A maior escritora latino-americana de prosa.» [The New York Times]

«Um dos génios escondidos do século XX, na mesma liga de Flann O’Brien, Borges e Pessoa — original e brilhante, acutilante e perturbador.» [Colm Tóibín]

«Senti-me fisicamente abalada pelo seu génio.»[Katherine Boo, Financial Times]

«Clarice Lispector possuía uma inteligência dura como um diamante, um instinto visionário, e um sentido de humor que ia desde a admiração ingénua até à comédia mais perversa… Lispector tenta captar o que é pensar na nossa existência enquanto ainda estamos nela — no “maravilhoso escândalo” da vida, como a autora diz. Um trabalho espetacular, sem uma real continuidade dentro da literatura nem fora dela.» [Rachel Kushner, Bookforum]

À venda no site da Relógio D’Água e a chegar às livrarias: A História, de Elsa Morante (trad. de José Lima)




A História foi publicado em 1974 e tem como cenário a cidade de Roma durante a Segunda Guerra Mundial. 
Num dia de janeiro de 1941, um soldado alemão caminha pelo bairro operário de San Lorenzo. Àquela hora pouca gente se vê nas ruas.
No seu deambular sem rumo, o soldado, alto, louro e um pouco embriagado, encontra Ida, uma professora viúva que regressa a casa depois do trabalho.
O soldado segue Ida até ao humilde andar que partilha com o filho. Viola-a e depois, com um pedido de desculpas, fuma um cigarro, sai e nunca mais saberemos dele.
Deste ato brutal, mas que a guerra torna quase banal, nasce uma criança, e a história da família judia de Ida vai encher as muitas páginas de um romance que iluminou toda a segunda metade do século xx.

“Elsa Morante foi minha mestra.” [Elena Ferrante]

“Este nosso mundo cai aos pedaços… Só tu, Elsa, consegues dar-lhe forma e dignidade.” [Italo Calvino]

“Como romancista e como leitora, o que senti ao ler A História foi profunda gratidão para com Elsa Morante.” [Natalia Ginzburg]

À venda no site da Relógio D’Água e a chegar às livrarias: Correio para Mulheres, de Clarice Lispector





Clarice Lispector escreveu para os jornais crónicas destinadas a um público feminino. Fez isso desde os tempos de estudante de Direito, quando fez reportagens para o jornal A Noite, até ao período final da sua carreira, quando entrevistava personalidades da vida cultural para revistas semanais.
No entanto, para estabelecer uma distinção em relação à sua obra literária, usou nesses trabalhos jornalísticos os nomes de Helen Palmer,  Tereza Quadros e Ilka Soares. 
Neste Correio para Mulheres, foram reunidos textos antes publicados em Correio Feminino e Só para Mulheres, oferecendo-se ao leitor uma visão de conjunto deste trabalho de Clarice Lispector. Por vezes, entre conselhos diversos, muitas vezes de caráter prático, há cintilações literárias inconfundíveis do estilo de Clarice Lispector.

11.12.18

Filme biográfico sobre António Variações no cinema em 2019




O filme biográfico de João Maia sobre António Variações tem estreia prevista no cinema para 2019 e conta com interpretações de Victoria Guerra, Filipe Duarte, Filipe Albuquerque, Filipe Duarte, Nuno Casanovas, Lúcia Moniz, Eric da Silva, Madalena Brandão, Tomás Alves, entre outros.

De António Variações, a Relógio D’Água tem editado Muda de Vida, que reúne textos do artista, «entre Braga e Nova Iorque».

«Mas o grande gosto de António era cantar. Cantarolava o tempo inteiro. Não sabia nada de música. Em casa escrevia canções que acompanhava com percussões ritmadas com as mãos. Queria muito gravar, ter uma vida artística e não sabia como. Um dia apareceu na Valentim de Carvalho, apresentou-se com as suas músicas toscas e lançou a célebre frase: “Quero um som entre Braga e Nova Iorque”. Na editora fizeram-lhe o contrato. Apesar de não saberem qual o destino que dariam àquele material, sentiam que havia ali qualquer coisa. Qualquer coisa difícil de definir: algures entre o folclore tradicional português e a música moderna que se começava a produzir, precisamente, entre Amesterdão e Nova Iorque.» [Da Introdução a «Muda de Vida»]


O livro pode ser adquirido através do site da Relógio D’Água, em https://relogiodagua.pt/produto/muda-de-vida/