27.11.15

Sobre O Sol dos Mortos, de Ivan Chmeliov





«O Sol dos Mortos (tradução, introdução e notas de Nina Guerra e Filipe Guerra) é a revelação de Ivan Chmeliov em língua portuguesa. Foi o primeiro livro escrito pelo autor depois de, em 1922, ter abandonado a Crimeia, onde vivia desde 1918. Está assim datado, no final: “Março – Setembro de 1923, Grasse”. Chmeliov tê-lo-á escrito, portanto, na casa que Búnin possuía naquela localidade dos Alpes Marítimos, e na qual passou uma temporada, ao chegar a França. Simultaneamente lírico (na linguagem), épico (no assunto) e dramático (pois a tragédia que testemunha e denuncia não pode deixar de suscitar em nós a piedade e o horror), O Sol dos Mortos é uma revelação magnífica que, para mais conveniente apreciação, convida o leitor a suspender excessivas preocupações quanto ao seu estatuto gnosiológico, digamos assim. Igualmente dispensável, por improfícua, será a tentativa de enquadrar num “género” literário este livro – que é, sobretudo, memorial e crónica da fome férrea e fera que mordeu a Crimeia entre 1921 e 1923.» [Mário Santos, Público, ípsilon, 27/11/15]

26.11.15

A chegar às livrarias: A Casa das Sombras e Outras Histórias, de Ana Teresa Pereira





São cinco histórias de Ana Teresa Pereira, escritas em 1991 e 1992, A Casa dos Penhascos, A Casa da Areia, A Casa dos Pássaros, A Casa das Sombras e A Casa do Nevoeiro.

«A Mónica olhou para o relógio, sentindo-se um pouco inquieta. Na enorme sala do aeroporto só estavam ela e dois funcionários da TAP. O avião chegara há vinte e cinco minutos e os outros passageiros já tinham ido embora.
Sentia-se cansada e com sono. Apetecia-lhe estar em casa, na sua cama, e não num aeroporto qualquer, numa ilha desconhecida. Os aeroportos são lugares muito solitários, pensou. Especialmente quando não está ninguém à nossa espera.» [De A Casa dos Penhascos]

23.11.15

A chegar às livrarias: 31 Sonetos, de William Shakespeare (trad. Ana Luísa Amaral)




«De entre os 154 sonetos que William Shakespeare nos deixou, publicados em 1609, já no reinado de Jaime I, e que se julga terem sido escritos ao longo de toda a sua carreira, escolhi 31 para esta antologia. Para além do critério de gosto, sempre subjectivo mas nunca irrelevante, essa escolha não foi arbitrária. Os primeiros 126 sonetos do poeta e dramaturgo inglês são dirigidos a um homem, jovem, belo e nobre, geralmente referido como “lovely boy”, ou “fair youth”, amado e idolatrado pelo poeta, que sabe não ser retribuído o seu amor. Os restantes sonetos (do 127 ao 152) são dedicados a uma mulher, normalmente referida como “dark lady”, perigosamente sedutora, uma amante traidora e cruel, mas capaz também de despertar satisfação sexual. Por sua vez, os dois últimos sonetos (153 e 154) recorrem à figura de Cupido para fechar o triângulo amoroso sugerido pela presença do jovem e da mulher como destinatários, exprimindo o conflito entre o poeta e os seus dois objectos amorosos, mas não tratando directamente as temáticas presentes nos dois primeiros grupos: a passagem inexorável do tempo, a procriação, o desejo, o erotismo, o ciúme, o abandono, a paixão, ou a força da palavra e da poesia como única forma de perpetuar a beleza e o amor — e a memória do amor.
Seleccionei 25 sonetos de entre o primeiro grupo, os dedicados ao homem jovem, 5 sonetos de entre o segundo grupo, os dedicados à mulher escura e infiel, e o Soneto 154, o último de toda a série. Casos houve em que os sonetos foram agrupados (como os Sonetos 88, 89 e 90), visto dialogarem entre si e se constituírem como argumento próprio. Pareceu-me que esta escolha ofereceria a quem lê uma amostra expressiva do conjunto completo.» [Da Introdução de Ana Luísa Amaral]

A chegar às livrarias: A Luz de Newton, de Hélia Correia (2.ª edição, revista e aumentada), com ilustrações de Susana Oliveira





«O Vermelho fechou o livro com violência. E encarou severamente o Amarelo. As outras cores, em volta, suspiraram. Adivinhavase um momento desconfortável. Direi mais: um momento de tensão. Direi mais: um momento de combate. O Amarelinho tentou cruzar as pernas para tornar a posição mais consistente, mas não tinha joelhos para dobrar. As cores olhavam para o Vermelho, à espera. Ele fora eleito para as representar. E o Vermelho estava mesmo muito vermelho sob o efeito da cólera:
— Estamos à espera de uma explicação.
— Explicação… — repetiu o Amarelinho, para fazer tempo.
— Explicação de quê?
As cores pigarrearam e mexeram-se. Começaram até a segredar. Mas o Vermelho impôs a sua autoridade.
— Não te faças de parvo. Sabes bem.
Tirou de um saco um livro muito fino e exibiu-o a todos, como vira fazer num filme com uma prova em tribunal.
A Luz de Newton, primeira edição. As sete cores do arco-íris: somos nós.
— Sim, somos todas nós — disse Liliana.
— E ocupamos — afirmou o Verde — praticamente o mesmo espaço cada uma.»

20.11.15

A chegar às livrarias: Hamlet, de William Shakespeare (trad. e notas de António M. Feijó)






«Shakespeare escreveu as suas peças como dramaturgo residente de uma companhia de teatro em que foi actor, e de que era um dos proprietários. A sua dramaturgia foi criada para a cena, no mundo londrino isabelino de acesa competição entre teatros. Os enredos das peças raramente são originais, resultando, em vez disso, de textos anteriores, dramáticos ou não, que adopta de modo singular ou compósito. Porque dispomos da generalidade dos textos que serviram de fonte de cada uma delas, a análise das suas peças poderá incidir sobre a alteração sofrida pelo texto de que derivam, estando a originalidade do dramaturgo no modo de passagem de um a outro texto. No uso desses textos de que se serve como fonte ou modelo, os motivos ou razões das personagens, claros no texto de origem, são esbatidos ou silenciados, seja no interesse de capturar o público, desconcertando-o quanto ao que possa animar as personagens, desse modo tornadas imprevisíveis; seja por o autor presumir o enredo conhecido pela assistência, não sendo, por isso, necessário encadeá-lo com justeza; seja pelo relativo desinteresse que parece ter na mecânica dramatúrgica das suas peças.» [António M. Feijó]

19.11.15

Colóquio «Textualidade(s) & memória(s): permanência, rotura, controvérsia (1945-2015) — In honorem Maria João Reynaud» na FLUP




 Realiza-se nos dias 19 e 20 de Novembro, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o colóquio «Textualidade(s) & memória(s): permanência, rotura, controvérsia (1945-2015) — In honorem Maria João Reynaud».


Hoje, às 18h30, será inaugurada a exposição bibliográfica com trabalhos de Maria João Reynaud, cuja edição de Húmus, de Raul Brandão, será apresentada por J. C: Seabra Pereira.

Nos dois dias do colóquio, haverá, entre outras, comunicações de Álvaro Manuel Machado sobre Raul Brandão; Arnaldo Saraiva sobre o Brasil de Miguel Torga; Francisco Topa sobre Lygia Fagundes Telles e Paula Morão sobre os pescadores na obra de Nobre, Brandão e Luísa Dacosta.

A chegar às livrarias: Neverness, de Ana Teresa Pereira





Este livro reúne duas novelas de Ana Teresa Pereira, Neverness e A Primeira Noite de Quietude.

«Kate estava a atravessar a ponte quando decidiu matá-lo.
O ar tinha o azul esbatido de uma aguarela, a água passava debaixo da ponte entre as margens geladas.
Kate nem estava a pensar nele.
Era muito cedo, uma manhã clara de Inverno ainda misturada com a noite. O silêncio era profundo e interior.
Encostou-se ao muro de pedra coberto de neve, com as sobrancelhas levemente franzidas. Um plano muito simples, ela sempre gostara da simplicidade.
Depois quase sorriu.
Enfiou as mãos sem luvas nos bolsos do casaco azul e assobiou para chamar o cão. Ele correu ao seu encontro.
Continuaram o passeio.» [Do Prólogo de A Primeira Noite de Quietude]

A chegar às livrarias: Dez Razões (Possíveis) para a Tristeza do Pensamento, de George Steiner (trad. Ana Matoso)






«Schelling, entre outros, atribui à existência humana uma tristeza fundamental, inescapável. Mais particularmente, esta tristeza oferece o fundamento sombrio sobre o qual assentam a consciência e a cognição. Este fundamento sombrio deve, na verdade, ser a base de toda a perceção, de todo o processo mental. O pensamento é rigorosamente inseparável de uma “melancolia profunda e indestrutível”. A cosmologia atual oferece uma analogia à crença de Schelling. Aquela do “ruído de fundo”, dos comprimentos de onda cósmica, esquivos mas inescapáveis, que são os vestígios do Big Bang, do surgimento do ser.»

18.11.15

A chegar às livrarias: Carol ou O Preço do Sal, de Patricia Highsmith (trad. Ana Luísa Amaral)





«Trata-se da história de amor entre Therese Belivet, uma jovem mulher de 19 anos, aprendiza de cenógrafa, e Carol Aird, uma mulher mais velha, casada e com uma filha. No início do romance, Carol encontra-se em fase de divórcio e Therese tem um namorado, Richard, por quem não está apaixonada. Após um breve encontro nuns armazéns de Nova Iorque, onde Therese trabalha temporariamente como vendedora, a ligação entre as duas mulheres vai-se desenvolvendo, culminando numa relação amorosa, no decurso de uma viagem pelos Estados Unidos.» [Da Nota de Leitura de Ana Luísa Amaral]

O filme de Todd Haynes, baseado em Carol, foi distinguido na última Feira do Livro de Frankfurt com o prémio de melhor adaptação cinematográfica de uma obra literária.


A voltar às livrarias: O Náufrago, de Thomas Bernhard (trad. Leopoldina Almeida)





Neste seu livro, Thomas Bernhard fala da morte. A do músico Glenn Gould e a de Wertheimer, igualmente músico, que se suicidou.
O narrador é o único que abandonou a música, oferecendo o piano à filha de um professor de província, quando compreendeu que nunca poderia igualar Glenn Gould.

Este romance, onde se fala também de Lisboa e da costa de Sintra, que Bernhard conhecia bem, é um profundo monólogo sobre a arte e a psicologia do artista e uma espécie de composição sinfónica sobre essa mentira/verdade que é a arte.

17.11.15

A chegar às livrarias: Pippi Sobe a Bordo, de Astrid Lindgren (trad. de Carlos Leite)





«Se um forasteiro viesse à cidadezinha sueca e um dia calhasse passar por um certo lugar dos arredores, veria a Casa Villekulla. A casa não tem muito que se veja: é mais uma casa velha, a cair, no meio dum jardim cheio de ervas daninhas, mas o forasteiro talvez pudesse parar e perguntar-se quem vivia ali e por que razão estava um cavalo no alpendre.
“Pergunto-me por que razão a mãe daquela menina a não mete na cama. As outras crianças, a estas horas, já dormem a sono solto.”
Se a menina viesse ao portão — e de certeza que viria, pois ela gosta de falar com as pessoas —, então teria a possibilidade de olhar bem para ela, e provavelmente pensaria:

“Nunca vi uma criança tão ruiva e com tantas sardas.”»

A chegar às livrarias: Celeste & Làlinha, de José Cardoso Pires, com ilustrações de Rita Cardoso Pires




«Celeste é que nem quis saber de mais nada, correu logo para a rua, com a boneca muito presa ao coração. Apertava-a até à dor do bem-querer.
Era uma negrinha só ternura e ainda por cima indefesa porque tinha um braço estropiado, provavelmente roído por qualquer bicho do mato. Mas o braço pouco importava, a criança ainda gostava mais dela por causa dessa fatalidade. Principalmente não podia esquecer os olhos, que eram como duas pétalas de marfim sobre um cheiro de canela.
“Làlinha, minha Làlinha… Fizeram-te mal, Làlinha?”
Sentadas ao portal, Celeste e Làlinha tinham à volta delas um campo de refugiados, casinhotos de cimento, ruas povoadas de galinhas, caixotes de porão às portas. Entre latas de flores havia um manjerico plantado num capacete colonial.»

16.11.15

Sobre a tetralogia A Amiga Genial, de Elena Ferrante





«Comecemos por uma declaração de interesses: Qualquer homem que leia a saga A Amiga Genial de Elena Ferrante sentirá a sua incapacidade de perceber o alcance do coração do livro, o pacto de amizade para a vida, feito em criança entre Raffaella Cerullo (Lina) e Elena Greco (Lenù). Depois de um primeiro volume dedicado aos tempos da infância profunda, os dois agora publicados preenchem o tempo da juventude e aquilo que a autora define como idade intermédia.
E é à medida que avançamos pela biografia das duas napolitanas nascidas em plena Segunda Guerra Mundial que essa incapacidade de género vai assentando arraiais.» [Rui Lagartinho, Time Out, 11-11-15]

13.11.15

Apresentação de Húmus de Raul Brandão na FLUP



 

A edição de Húmus de Raul Brandão feita por Maria João Reynaud será apresentada no próximo dia 19 de Novembro pelas 18h na Sala do Departamento de Estudos Germanísticos da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
A apresentação será feita pelo professor João Carlos Seabra Pereira e decorre no âmbito do colóquio «Textualidade(s) & memória(s): permanência, rotura, controvérsia (1945-2015) - In honorem Maria João Reynaud».

12.11.15

O Livro de Cozinha de Apício Apresentado no Palácio Nacional da Ajuda






O Livro de Cozinha de Apício. Um breviário do gosto imperial, com introdução, tradução e comentários de Inês de Ornellas e Castro, será apresentado hoje, dia 12 de Novembro, às 18h30, na sala D. João VI do Palácio Nacional da Ajuda.
A apresentação do livro será feita pelo Professor Doutor Francisco de Oliveira, sendo servido um cocktail com o apoio da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa.

Ler Elena Ferrante no Chiado





Elena Ferrante é a escritora de quem se fala hoje, 12 de Novembro, na Bertrand do Chiado, às 18h30.
No Ler no Chiado, Anabela Mota Ribeiro reúne a tradutora Margarida Periquito, Isabel Lucas, Ana Dias Silva e Paulo Alves Guerra e Carlo Bifulco, um napolitano em Lisboa, para falarem sobre a escritora italiana, a propósito da saída de História de Quem Vai e de Quem Fica, o terceiro volume da tetralogia A Amiga Genial, cujo quarto volume deverá ser publicado em Janeiro.

11.11.15

Lydia Davis recebe Prémio Hadada 2016 atribuído pela The Paris Review




Lydia Davis receberá em Abril de 2016 o Prémio Hadada, da The Paris Review, atribuído anualmente a «um distinto membro da comunidade de escritores que tenha contribuído de forma sólida e única para a literatura».

 
A notícia pode ser lida aqui, no sítio da revista.
 

10.11.15

A chegar às livrarias: Alexandra Alpha, de José Cardoso Pires (prefácio de Ana Margarida de Carvalho)





«Com uma escrita de apuro, Cardoso Pires traça um ambiente turvo. Com uma escrita áspera, Cardoso Pires retrata pessoas indolentes. Com uma escrita exacta, Cardoso Pires assenta diálogos derivativos, enrolados, incongruentes — e essa coisa é que é linda. (…)
Nunca antes, na nossa literatura, o dia 25 de Abril foi descrito de forma tão vibrante e tão vivida (…).
Este é um livro para ser lido de lanterna na mão. Ou, então, com uma daquelas luzes de mineiro que estes usam no capacete para descer às profundezas. É de escuridão e de bas-fond lisboeta que se trata. De uma certa vida boémia que já não existe — ou já não será exactamente assim. É um livro noctívago, este. Cheio de velhos lobos-de-bares. “Bares dialécticos com meninas à Godard”, outros “com máquinas de discos aos coices”.
Em torno de Alexandra, a publicitária, a mulher do corpo desmemoriado, cuja mais interessante característica é não prestar contas a ninguém, enxameiam as mais bizarras personagens.» [Do Prefácio]

Sobre De Quanta Terra Precisa o Homem e Outros Contos, de Lev Tolstói





«Nove histórias de Tolstói: uma de 1863, duas de 1886, e as restantes já da primeira década do século xx. Vários dos textos têm sugestões de fábula moral, mas o único que assume claramente essa natureza é o que dá título ao volume, sobre um homem empenhado em acumular terra, compulsivamente e até à perdição. Mesmo nesse, o realismo não fica comprometido, apesar de um sonho premonitório (ao fim e ao cabo, eles existem) e da presença passageira do diabo (como recurso retórico, não elemento da narrativa). (…) O relato em si nada tem de ideológico. A moral relativamente linear acaba por ser apenas um elemento da extraordinária visão que justifica a popularidade do conto ainda hoje. Igualmente durável é “Polikuchka”, uma novela sobre um homem que, por ser alcoólico e ladrão, se tornou objeto de desconfiança automática.» [Luís M. Faria, Expresso, E, 7-11-15]

6.11.15

Sobre História de Quem Vai e de Quem Fica, de Elena Ferrante





«História de Quem Vai e de Quem Fica, talvez o mais político de todos [os volumes da tetralogia A Amiga Genial], mas que comunica um desespero muito íntimo talvez por tudo se continuar a passar num quotidiano tão banal quanto secreto.
Depois da infância, da adolescência, dos primeiros embates com a identidade do bairro onde cresceram, Elena Grecco, ou Lenù, e Raffaella Cerullo, ou Lila ou Lina, são duas mulheres adultas. Lenù vive o sucesso do primeiro romance e está em vésperas de casar com um jovem catedrático. Vai deixar o bairro de Nápoles onde quer enterrar fantasmas, o maior de todos o de poder transformar-se na sua mãe. Lila, depois de um casamento fracassado com um dos rapazes ricos do bairro, abandonada por Nino, a grande paixão de quem pensa ter um filho, o pequeno Gennaro, vive uma existência próxima da miséria, acompanhada por Enzo, o amigo de infância que tem por ela paixão silenciada.» [Isabel Lucas, Público, ípsilon, 6/11/15]

O Livro de Cozinha de Apício Apresentado no Palácio Nacional da Ajuda




 

O Livro de Cozinha de Apício. Um breviário do gosto imperial, com introdução, tradução e comentários de Inês de Ornellas e Castro, será apresentado no próximo dia 12 de novembro, às 18h30, na sala D. João VI do Palácio Nacional da Ajuda.
A apresentação do livro será feita pelo Professor Doutor Francisco de Oliveira, sendo servido um cocktail com o apoio da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa.

4.11.15

A chegar às livrarias: Tudo O Que Sobe Tem de Convergir, de Flannery O’Connor (tradução e posfácio de Rogério Casanova)





Os nove contos de Tudo O Que Sobe Tem de Convergir confirmam Flannery O’Connor como uma das mais importantes escritoras do Sul dos EUA, a par de Eudora Welty, Carson McCullers e Katherine Anne Porter.
A história que dá nome ao livro é um drama sobre desentendimentos familiares e raciais. «Revelação» e «O Calafrio Permanente» exploram os conflitos entre figuras parentais e os seus obstinados descendentes, onde a intensidade é gerada tanto por conversas calmas, como pela violência física de gangsters e fanáticos.


«Flannery vê o compromisso com o Cristianismo não como uma comunhão confortável, mas como um estado de ansiedade permanente. E nunca cessa de nos lembrar que a interação com o Divino é necessariamente aterradora. Os processos da fé — batismo, eucaristia, revelação — não são meros conceitos abstratos ou rotinas institucionais, mas sim experiências radicais, transformadoras e permanentes. A esta luz, as tatuagens de Parker, no último conto do livro, serão a metáfora perfeita para a conversão: algo doloroso, indelével, exuberante e alternadamente ridículo ou assustador para quem observa.» [Do Posfácio]

3.11.15

Em Movimento,de Oliver Sacks, uma das obras em destaque na secção Na Estante da revista Ler de Outono de 2015




 

«Oliver Sacks, o autor de O Homem Que Confundiu a Mulher com Um Chapéu ou Despertares (…), foi um dos neurologistas mais famosos do nosso tempo – e um autor raro, cujos livros se transformaram em best-sellers. (…) publicou esta autobiografia admirável de um homem sempre disponível para o conhecimento, para a surpresa, para a beleza. Vejam-se as páginas que dedica ao poeta Thom Gunn, com quem manteve uma relação, ou as passagens em que descreve as suas paisagens preferidas, as suas viagens de moto e a sua atividade como desportista. Impossível esquecer.»

2.11.15

A chegar às livrarias: O Livro de Cozinha de Apício, Um Breviário do Gosto Imperial, com introdução, tradução e comentários de Inês de Ornellas e Castro






«Convicta de que todo o texto ganha em sentido quando sujeito a diálogo com outros textos do mesmo universo temático, procurei situar o tratado de Apício no conspecto da cozinha e da alimentação romanas. Registei também o contributo da cozinha grega, e, em menor escala, da oriental, e até, quando pertinente, certos vestígios deixados pela gastronomia romana nos hábitos alimentares europeus. As pesquisas apoiam-se nos testemunhos antigos, gregos e latinos, e na autoridade de alguns dos mais reputados estudiosos contemporâneos.» [Das Palavras Prévias]