27.12.11

Pensamentos de Oscar Wilde e Bel-Ami de Maupassant no Atual de 23 de Dezembro





Ana Cristina Leonardo aborda o livro Pensamentos de Oscar Wilde: «Um livro indispensável para os amantes de Oscar Wilde e uma pérola para quem gosta de colecionar citações. As citações são uma coisa belíssima. Permitem-nos dizer melhor aquilo que alguém já pensou antes de nós. Poupam trabalho. Vão diretas ao assunto. Acrescentam inteligência. E, naturalmente, no caso de Wilde, o wit é um elemento de peso. Digo wit e não digo “piada”, porque nele o humor obriga sempre a um estado, não de empatia e reconhecimento, antes de abertura ao paradoxo e à ironia fina. O efeito é surpreendente.»
No mesmo suplemento do Expresso, Carlos Bessa fala de Bel-Ami de Guy de Maupassant: «a trama e a perfídia do romance permanecem tão atuais hoje como em finais do século XIX, pela mescla de erotismo, luxo e poder, aliados a uma escrita desempoeirada, livre de afetações e julgamentos morais, marcada pela ironia e com uma progressão musical que não descura os refrãos».


21.12.11

Middlemarch e A Mão do Oleiro em n.º 1 como livros do ano


Vários críticos do ípsilon publicaram as suas listas dos seus livros de 2011.



Rogério Casanova destaca em 1.º lugar Middlemarch, de George Eliot. Da Relógio D’Água escolheu ainda Impressões de África, de Raymond Roussel (5), Enviado Especial, de Evelyn Waugh (8), O Duelo, de Anton Tchékhov (9), e Americana, de Don DeLillo (14).


Por sua vez, Maria da Conceição Caleiro coloca em 1.º lugar A Mão do Oleiro, de Rui Nunes. Outras escolhas das obras publicadas por esta editora foram A Ilha de Sacalina, de Anton Tchékhov (9), Canções Mexicanas, de Gonçalo M. Tavares (13), e Americana, de Don DeLillo (15).


Eduardo Pitta elege entre os melhores livros de 2011 quatro obras publicadas pela Relógio D’Água: As Desventuras do Sr. Pinfold, de Evelyn Waugh (7), Nas Trevas Exteriores, de Cormac McCarthy (8), Encontro em Samarra, de John O’Hara (12), e A Viagem de Felicia, de William Trevor (15).


Dois outros críticos habituais do suplemento ípsilon do Público escolhem também obras da Relógio D’Água. Foi o caso de José Riço Direitinho, com Caso Kukótski, de Liudmila Ulítskaia (6), e Helena Vasconcelos, com Canções Mexicanas, de Gonçalo M. Tavares (9).

19.12.11

A Relógio D'Água no Expresso de 17 de Dezembro de 2011


Na revista Única, do Expresso, José Mário Silva sugere alguns livros para ler à lareira:


«Ao referir-se a H. P. Lovecraft, Stephen King não hesitou em colocá-lo num pedestal, escrevendo que “ainda não foi superado como o maior escritor de histórias de terror clássico do século XX”. Este romance, publicado pela primeira vez em 1931, é um bom exemplo dessa mestria, ao confrontar-nos com monstros pavorosos nos confins da Antártida — um cenário que nunca pareceu tão desolado, arrepiante e assustador. (…) Pouco a pouco, o medo das personagens torna-se palpável e transmite-se, como lepra, aos leitores.»


«Longe do seu habitat literário, a escrita liberta-se, torna-se mais visceral e deixa-se contaminar pela desmesura de uma cidade gigantesca, onde as catedrais se vão afundando, o ódio e a miséria se respiram no próprio ar, há polícias que fazem desenhos a partir do contorno dos mortos no chão, há suicidas que reincidem e loucos omnipresentes, tornando tudo mais “excitante”.»

No suplemento Atual do mesmo jornal, Pedro Mexia escreve sobre Canções Mexicanas, de Gonçalo M. Tavares: «O México é retratado como uma zona de guerra, com os turistas e o narrador no papel de vítimas potenciais. Por isso, vários destes textos transmitem a vivência do medo, o medo que o visitante tem de se perder nas entranhas da cidade e aparecer degolado no chão. (…) Neste caos sem geometria, a excitação supera o medo, e a felicidade parece de facto um estranho conceito europeu.»

16.12.11

Canções Mexicanas na imprensa




Na Visão de 15 de Dezembro Sílvia Souto Cunha apresenta três novas obras de Gonçalo M. Tavares, entre as quais Canções Mexicanas, da Relógio D’Água: «Este livro é um corrupio na megalópolis. Fragmento (alucinações?), alta quilometragem em curtas-metragens vividas por um “eu” indeterminado, que usa os óculos do autor. Ao leitor cabe inspirar e correr ao lado. (…) Sem tropeçar em Dom Casimiro, o matador que coleciona cruzes na casa de oito metros quadrados. Ou sem esquecer Maria, salva da mãe agressora pela lei de proteção dos animais (…).»

No Diário de Notícias de 16 de Dezembro, Joana Emídio Marques entrevista Gonçalo M. Tavares. Canções Mexicanas «é uma ficção fragmentária sobre um homem inquieto que mergulha numa cidade que [diz o autor] “não tem rios de água mas sim de gente. Gente que anda, que protesta, que reza, que cai, que morre. Onde o perigo é latente e obriga a uma hiperatenção a cada pormenor, sob pena de não se conseguir sobreviver-lhe”».

12.12.11

A Relógio D'Água no Expresso de 10 de Dezembro de 2011




No Atual, suplemento do Expresso, de 10 de Dezembro de 2011, vários críticos recomendam livros como «prenda de Natal».
Em relação à Relógio D’Água, Ana Cristina Leonardo sugere David Copperfield, de Charles Dickens: «Um clássico daqueles de que toda a gente ouviu falar mas que nem toda a gente terá lido. Acabado de editar pela Relógio D’Água, o romance eleito de Charles Dickens é uma portentosa obra de inspiração autobiográfica em que se misturam tragédia, esperança, comédia, pulhice, amor e morte. Um livro com a vida toda lá dentro. Com o bicentenário do autor à porta (nasceu a 7 de fevereiro de 1812), uma forma antecipada de o celebrar.»


Na rubrica «Uma prenda especial», António Guerreiro propõe Impressões de África, de Raymond Roussel: «Os surrealistas, as vanguardas, Michel Leiris, Marcel Duchamp, contribuíram para o reconhecimento deste escritor exquis e inclassificável que morreu cedo, em Palermo, de uma overdose de barbitúricos. Michel Foucault coroou este renascimento de Roussel com um estudo publicado em livro, em 1963. Impressões de África, editado em 1910, parece um título adequado ao relato de um viajante aventuroso pelo continente africano, mas é de outra coisa que se trata: é uma narrativa delirante da coroação de um imperador de um reino imaginado, perto do Equador e banhado pelo Atlântico, cuja capital se chama Ejur.»

A Relógio D'Água na revista Os Meus Livros de Dezembro de 2011



Na revista Os Meus Livros de Dezembro de 2011, David Copperfield, de Charles Dickens, é uma das sugestões para as prendas ideias, «para ler e acreditar»: «Mundialmente considerado como um dos grandes escritores, Charles Dickens integra aquela estirpe de criadores que deixa a sua marca e influencia muitos outros. Uma nova edição de um dos seus títulos emblemáticos, David Copperfield, pela mão da Relógio D’Água, convida-nos a regressar à história de um rapaz inesquecível.»


Na secção de críticas, Sara Figueiredo Costa escreve sobre Mais Um Número de Feira, de Tom Robbins: «… uma narrativa que atravessa os anos 60 em tom de documentário sem guião prévio, mas que é, sobretudo, uma reflexão sobre o modo como a sociedade e a religião interagem e sobre a facilidade com que se tomam os dogmas filosóficos como verdades absolutas», uma obra em que são destacados como prós «o ritmo, incansável e tão devedor da oralidade como dos estupefacientes; o mosaico de narrativas, essencial para a composição geral».


Na mesma secção, Ruben P. Ferreira escreve sobre Crítica da Razão Cínica, de Peter Sloterdijk, em que o autor «analisa o curso do movimento pós-fractura das Luzes, de como o Homem se abreviou num molde tão ou mais complexo, desencadeando a formação de um conjunto considerável de superestruturas internas, investimento numa energia vital que capacita os autores, os políticos, os sociólogos, o mortal comum em que crescendo estagna perante a oposição do real».

9.12.11

A Relógio D'Água nos media na semana de 5 a 11 de Dezembro de 2011




No suplemento ípsilon, do Público de 9 de Dezembro, Maria da Conceição Caleiro escreve sobre o último livro de Gonçalo M. Tavares, Canções Mexicanas: «… é um livro louco escrito por um “louco” — Gonçalo M. Tavares (ele e o seu duplo) — que escapou à travessia de incontáveis vórtices, isto é, ao turbilhão de torrentes desencontradas que dá pelo nome de Cidade do México. Escapou com o projecto de escrever não mais um livro negro, mas de traçar o bairro negro onde «Rua Pinochet dá directamente para a Rua Pol Pot.»

Leitura de textos de Robert Walser

 
Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral lêem histórias de Robert Walser (no próximo sábado, 10 de Dezembro, pelas 17h00, no Gato Vadio - Rua do Rosário, 281), escritor de quem a Relógio D'Água publicou seis obras de ficção.

 

«Robert Walser (1878-1956) é um dos mais originais escritores do século XX. Mestre da prosa curta, romancista singular, os seus textos, tantas vezes desconcertantes e difíceis de classificar, situam-se na fronteira entre o real e o fantástico. Ou, para sermos mais rigorosos, pertencem a uma espécie de literatura para a qual ainda não foi inventado um nome.»

7.12.11

Jesus segundo Tom Robbins




«Poderá ser um choque adicional para os leitores ainda estarrecidos com as recentes revelações sobre inconsistências na Bíblia e o facto de Cristo ser judeu, mas a ficção literária apresenta um longo currículo de revisionismos sobre a narrativa básica dos Evangelhos. O último segredo do Cristianismo é a quantidade de penúltimos segredos já “revelados”.» [Rogério Casanova, Público, «Ípsilon», 2-12-2011]

Agendas 2012

 

«Conheço Tolstói e creio que o conheço bem e compreendo qualquer movimento das suas sobrancelhas; mas apesar de tudo gosto dele.» [Carta de Anton Tchékhov a L. A. Avilova, 1899, citada na «Agenda 2012» da Relógio D'Água]

5.12.11

Middlemarch, de George Eliot


Middlemarch (1871-72) é o mais importante romance saído do período vitoriano. Nele, George Eliot aborda todos os temas fulcrais da vida moderna: arte, religião, ciência, política, carácter, sociedade e relações humanas.
Entre as suas personagens estão algumas das mais notáveis da literatura inglesa: Dorothea Brooke (a heroína), Rosamond Vincy (bela e egoísta), Edward Casaubon (o estudioso), Tertius Lydgate (um médico brilhante de duvidosa moralidade), Will Ladislaw (o artista) e Fred Vincy e Mary Garth (namorados de infância).


«Middlemarch é a sua [de George Eliot] mais subtil análise da imaginação moral, possivelmente a mais subtil que alguma vez foi conseguida na prosa de ficção.»

«George Eliot, tal como Emily Dickinson ou Blake, e tal como Shakespeare, repensou tudo para si mesma de uma ponta a outra. Ela é o romancista como pensador (não como filósofo), e frequentemente deturpamo-la porque menosprezamos a força cognitiva que ela traz às suas perspectivas.»

«O romance canónico, no verão da sua existência, pode ter atingido o seu Sublime em Middlemarch, cujo efeito sobre os leitores se mantém “incalculavelmente difusivo”.»
[Harold Bloom]

A Relógio D'Água na Ler de Dezembro de 2011


Na Ler de Dezembro vários dos seus críticos habituais fazem o balanço dos livros publicados em 2011 (apesar de naturalmente não terem podido considerar os saídos entre Novembro e Dezembro, o que no caso da Relógio D’Água deixa de fora obras como Middlemarch, de George Eliot, Canções Mexicanas, de Gonçalo M. Tavares, O Lago, de Ana Teresa Pereira, Lagoeiros, de João Miguel Fernandes Jorge, ou A Chegada de Twainy, de Hélia Correia).


Entre os dez títulos escolhidos por Filipa Melo estão Americana, de Don DeLillo, Crítica da Razão Cínica, de Peter Sloterdijk, e Viver no Fim dos Tempos, de Slavoj Zizek.


Entre os livros seleccionados por José Mário Silva estão O Progresso do Amor, de Alice Munro, e O Duelo, de Anton Tchékhov.


Rogério Casanova destaca entre as suas escolhas Impressões de África, de Raymond Roussel.


O Progresso do Amor, de Alice Munro, A Pantera, de Ana Teresa Pereira, e Crítica da Razão Cínica, de Peter Sloterdijk, são as escolhas de Hugo Pinto Santos.


Finalmente, José Riço Direitinho destaca Crítica da Razão Cínica, de Peter Sloterdijk, e Caso Kukótski, de Liudmila Ulítskaia.
Claro que só fazemos referência aos livros da Relógio D’Água, mas chamamos a atenção para o merecido destaque que vários críticos dão a Vida e Destino, de Vassili Grossman.


No mesmo número da revista, o sempre surpreendente Rogério Casanova revela entusiasmo por Impressões de África, de Raymond Roussel, concluindo que se trata de «uma singularidade que não deixou descendentes, a admiração deve ser constante, perplexa e sem reservas».


Ainda na Ler, José Guardado Moreira escreve sobre O Arranca Corações, de Boris Vian: «tudo se desmorona, neste conto de fadas atípico, em que o amor materno esconde ódios e comportamentos terríveis, numa atmosfera de pesadelo onírico e surreal. A tese central é a de que “os adultos são selvagens, ferozes ou infelizes, condenados à solidão, enquanto as crianças, cúmplices da magia, procuram secretamente a sua paixão de viver”».


A Ler tem ainda espaço para uma breve referência a Cityboy, de Geraint Anderson: «O antigo corretor inglês revela, a cru e sem mediadores, o que se passa nos bastidores de um dos principais centros financeiros do mundo (Londres). A crise como ela é.»

Pensamentos, de Oscar Wilde



«Possuo os gostos mais simples», comentou certa vez Oscar Wilde, «fico sempre satisfeito com o melhor.»
Neste livro os leitores irão encontrar uma selecção de comentários de Oscar Wilde sobre arte, natureza humana, moral, sociedade, política, história e vários outros temas. Epigramas, aforismos e citações — retirados das várias peças de Wilde, dos seus ensaios, romances e ainda de conversas, artigos e cartas — configuram um pensamento sofisticado sob uma aparência paradoxal, divertida ou provocadora.
Como escreveu J. L. Borges: «Lendo e relendo Wilde ao longo dos anos, reparo num facto de que os seus admiradores não parecem sequer ter suspeitado: o facto comprovado e elementar de que Wilde quase sempre tem razão (…) Oscar Wilde é um desses escritores privilegiados que existem sem necessitarem de aprovação dos críticos, nem sequer dos leitores. O prazer que retiramos da sua companhia é irresistível e constante.»

O Lago, de Ana Teresa Pereira




«Ela falou rapidamente. Estava ansiosa por ver o mundo lá fora. Estava ansiosa por ver o lago.
— Sim.
— Posso ir contigo?
Ela tentou sorrir.
— Importas-te que eu vá sozinha?
Ele sorriu também.
— Tens a certeza de que não vais perder-te?
— Se isso acontecer… tu encontras-me.
— Sim.
— Então não tenho medo.
O homem foi buscar um casaco azul-escuro, comprido, e ajudou-a a vesti-lo. Fechou-o no pescoço.
— Não vás para muito longe. Creio que vai nevar outra vez.
— Está bem.
A rapariga saiu para o jardim; a neve estava intacta, e as suas pegadas deixaram um rasto fundo. O ar tinha uma cor azulada: a cor do frio.»

Colóquio Internacional A Literatura Clássica ou os Clássicos na Literatura



Entre 5 e 7 de Dezembro tem lugar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa o Colóquio Internacional «A Literatura Clássica ou os Clássicos na Literatura. Uma (re)visão da literatura portuguesa das origens à contemporaneidade», que reúne especialistas nas áreas das literaturas clássica e portuguesa.
Hélia Correia participará amanhã, dia 6, às 17h40, numa mesa-redonda com Lídia Jorge (a confirmar), José Mário Silva, Manuel Alegre, Mário de Carvalho e Vasco Graça Moura.
No dia 7, Maria Cristina de Castro-Maia de Sousa Pimentel, da Universidade de Lisboa, fará uma apresentação intitulada «José Miguel Silva e José Mário Silva».

2.12.11

Negócios em Ítaca



Negócios em Ítaca é o novo livro de poesia do poeta e ensaísta Bernardo Pinto de Almeida com fotografias de Isabel Lopes Gomes.

Novo sítio da Relógio D'Água




Bem-vindos ao novo sítio da Relógio D'Água.

Francisco Vale e António Pescada no Câmara Clara




Francisco Vale, o editor da Relógio D'Água, que mais títulos de autores russos tem dado (passados directamente para o português), e António Pescada, um dos tradutores de referência do russo para o português, conversam com Paula Moura Pinheiro sobre a literatura russa, no aniversário da morte de Tolstói. Para ver ou rever aqui.