31.5.22

Sobre Felix Mikailovitch, de Amadeu Lopes Sabino

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Felix Mikailovitch, de Amadeu Lopes Sabino


“No decorrer da nossa conversa privada, Anne-Marie tinha-me dito que, aos sábados de manhã, ia ao mercado da place Flagey comprar frutas e legumes frescos. Seria acaso da conversa ou código de reencontro? Era vegetariana às vezes, disse rindo, outras vezes carnívora, outras tudo, outras nada. No sábado seguinte ao jantar oferecido ao príncipe, saí cedo de casa, armado de gabardina e guarda-chuva, e às oito e meia estava sentado a uma mesa chegada à vitrina do café Flagey, na esquina da chaussée d’Ixelles, lugar ideal para observar o movimento na praça. Uma hora mais tarde já tinha lido duas vezes as gordas do Le Soir, fumado um maço de cigarros e bebido três supostos cafés de filtro, mais precisamente três chávenas de água com cheiro a café. Chuviscava e fazia frio no exterior. Apesar dos vidros embaciados da vitrina, não perdi uma imagem do que se passava no mercado, mas não vi rastos de Anne-Marie. Levantei-me e, aproveitando uma aberta, dei uma volta à praça. Preparava-me para, à beira do desânimo, continuar a esperar no mesmo café, quando a vi descer, sob uma sombrinha minúscula, a rue des Cygnes. Todas as minhas dúvidas desapareceram. Não valia a pena encontrar pretextos. Rendi-me.”


Mais informação em https://relogiodagua.pt/produto/felix-mikailovitch-pre-venda/


Sobre A Rapariga dos Olhos Verdes, de Maurice Leblanc




Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: A Rapariga dos Olhos Verdes, de Maurice Leblanc


Ao deambular pelas ruas de Paris, Arsène Lupin repara num homem elegantemente vestido que segue uma turista inglesa de cabelos loiros e olhos azuis. A inglesa entra numa pastelaria do Boulevard Haussmann e pede quatro torradas e um chá. No interior do estabelecimento, há uma outra rapariga de cabelos loiros e olhos verdes. Uns minutos depois esta sai e tem uma discussão com o homem elegante. É então que um automóvel se detém, dele saindo um velho com uma bengala na mão que ameaça o homem elegante.

«Dê-me lume, por favor», pede Arsène Lupin com o cigarro apagado no canto da boca.


Mais informação em https://relogiodagua.pt/autor/maurice-leblanc/

Sobre Sexta-Feira É o Novo Sábado, de Pedro Gomes

 



«O livro consegue a proeza de ser elogiado por economistas desde a esquerda até à direita, pela sua sustentação, com poderosos argumentos, pela redução para os quatro dias de trabalho. Há cem anos os trabalhadores lutavam por 40 horas semanais — houve um brutal desenvolvimento tecnológico, um aumento brutal da produtividade, e continuamos a lutar por quarenta horas semanais. Sobretudo, demonstra também que os argumentos que são usados contra os quatro dia de trabalho são usados contra os cinco dias de trabalho.» [Daniel Oliveira, Eixo do Mal, SIC Notícias, 27/5/2022: https://sicnoticias.pt/programas/eixo-do-mal/eixo-do-mal-a-guerra-na-ucrania-e-as-eleicoes-no-psd/]


Sexta-Feira É o Novo Sábado, de Pedro Gomes (trad. Miguel Serras Pereira), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/sexta-feira-e-o-novo-sabado-pre-venda/

Sobre Tratado sobre a Tolerância, de Voltaire

 



Os acontecimentos que levaram Voltaire a escrever o seu Tratado sobre a Tolerância poderiam ter passado quase despercebidos aos seus contemporâneos. Tratava-se de um abuso judicial de uma extrema crueldade, mas nada de muito estranho aos hábitos da monarquia absoluta do Século das Luzes. Há um jovem huguenote que se suicida e uma multidão que se dispõe a linchar o pai, que acusa de ter assassinado o filho porque este se tornara católico. Não há provas nem indícios nesse sentido. Pelo contrário, Jean Calas é considerado um bom pai e tolerante em relação à orientação religiosa do filho.

Mas o poder judicial cede ao fanatismo popular e Jean Calas é executado. O génio de Voltaire consegue extrair do episódio ilações cuja validade permanece até aos nossos dias.


«Os povos de que a História nos transmitiu alguns esparsos conhecimentos olharam todos eles para as diferentes religiões como laços que os uniam uns aos outros: era uma espécie de associação do género humano. Havia como que uma espécie de direito de hospitalidade tanto entre os deuses, como entre os homens. Um estranho que chegava a uma cidade começava por adorar os deuses do país. Nunca se deixava de venerar os deuses dos próprios inimigos. (…)

Vede, peço-vos, as consequências terríveis do direito da intolerância. Se fosse permitido espoliar dos seus bens, atirar para uma masmorra, matar um cidadão que, num determinado grau de latitude, não professasse a religião admitida nesse grau, que excepção isentaria as principais figuras do Estado dessas mesmas penas? (…)

Não é preciso uma grande arte, uma eloquência muito rebuscada, para demonstrar que os cristãos se devem tolerar mutuamente. Vou mais longe: digo-vos que é preciso encarar todos os homens como nossos irmãos. O quê! Meu irmão, o turco? Meu irmão, o chinês? O judeu? O siamês? Sim, sem hesitação; não somos todos nós filhos do mesmo pai, e criaturas do mesmo Deus?»


Tratado sobre a Tolerância (tradução de Augusto Joaquim) e Cândido ou O Otimismo (tradução de Júlia Ferreira e José Cláudio) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/voltaire/

30.5.22

Sobre Marta Pais Oliveira

 




Marta Pais Oliveira é a convidada da próxima edição do programa A Ler é que a Gente se (Ou)vê, da rádio AVFM, no dia 3 de Junho, pelas 21:30, em Ovar. Mais informação em https://radioavfm.net/event/a-ler-e-que-a-gente-se-ouve-marta-pais-oliveira/


Quando Virmos o Mar e os outros títulos já publicados na colecção Contos Singulares estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/classicos-para-leitores-de-hoje/contos-singulares/


Sobre Homenagem a Barcelona, de Colm Tóibín

 



Este livro celebra uma das mais extraordinárias cidades da Europa – um centro cosmopolita de vibrante arquitetura, arte, cultura e vida noturna. Leva-nos desde a história da fundação de Barcelona e a sua enorme expansão no século XIX às vidas de Gaudí, Miró, Picasso, Casals e Dalí. Explora também a história do nacionalismo catalão, a tragédia da Guerra Civil, o franquismo e a transição para a democracia que Colm Tóibín testemunhou na década de 1970.


Escrito com profundo conhecimento da terra, Homenagem a Barcelona é o retrato de um singular porto mediterrâneo e de um lar adotivo.


«Tendo vivido em Barcelona por diversos períodos ao longo dos anos 70, Tóibín conhece todos os encantos da sensual história e vida mediterrânica e “a joia mais preciosa do tesouro de bares da cidade”… Tóibín é o guia perfeito.» [Chicago Tribune]


«Tóibín escreve prosa de uma beleza avassaladora.» [Daily Telegraph]


Homenagem a Barcelona, traduzido por Ana Falcão Bastos, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/homenagem-a-barcelona/

Sobre Condition Report, de Madalena de Castro Campos

 



«Uma autora só muito aparentemente “fora do mundo”, apenas com “existência literária”, Madalena de Castro Campos traz para a prosa a mesma incisão implacável talhada nos seus versos, e o “mundo” como aresta a desafiar. Escrita implacável, sem concessões a tutelas, assuntos-tabu, processos ou modelos. […]

Ficção, (auto)biografia reconvertida, meditação? Refractária às imposições de quaisquer gavetas da taxinomia, esta escrita não oferece conclusões definitivas à demanda por um género literário. […] Não é apenas no género enquanto categoria literária, que se processa a inquirição de “Condition Report”; é também nos géneros da espécie humana. Também aqui, a posição de Madalena de Castro Campos está longe de seguir tendências. O seu olhar é, à partida, de desencanto, aparentemente, por uma espécie de desgaste do tema, em cogitações e experiências prévias — “identidade feminina, uma história tão velha quando a da opressão” (p. 33).» [Hugo Pinto Santos, ípsilon, Público, 27/5/2022: https://www.publico.pt/2022/05/29/culturaipsilon/critica/forma-sombria-liberdade-2007657]


Condition Report, de Madalena de Castro Campos, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/condition-report-pre-venda/

Francisco Louçã recomenda livros da Relógio D'Água

 





No último Tabu, Francisco Louçã recomenda Cartas do Pai,«são presos no final dos anos 20 e dos anos 30, nos gulags da União Soviética, que escrevem aos seus filhos. Um livro comovente e um documento extraordinário de presos políticos naquela época», «um conjunto de reflexões» de Rui Nunes, Irradiante, o negro, e um dos novos livros de poesia de José Gardeazabal, Penélope Está de Partida. [Francisco Louçã, Tabu, SIC Notícias, 27/5/2022: https://omny.fm/shows/expresso-o-tabu-de-francisco-lou/a-disputa-e-fragmenta-o-dentro-do-psd-maravilhosa]


Os livros da Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt

Sobre Os Sonâmbulos, de Hermann Broch

 



«A nostalgia de uma totalidade e um sentido perdidos permeia toda a obra de Broch, numa combinação ambígua entre a lucidez da análise, nomeadamente a análise das modernas sociedades de massas, e o carácter problemático de uma utopia vagamente messiânica. Regressemos à interrogação obsessivamente formulada por Broch em toda a sua obra, tanto literária como ensaística: num mundo sem ética, onde está afinal a possibilidade de uma relação ética com o mundo?» [Do Prefácio]


«O tema deste vasto romance não nos é ocultado. Broch tem o cuidado de pôr em destaque os pensamentos teóricos que de outro modo procuraríamos no interior das suas histórias. Os títulos já dizem tudo: Pasenow ou o romantismo, 1888; Esch ou a anarquia, 1903; Huguenau ou o realismo, 1918; e, acima destes três nomes, a palavra nocturna que aqui nem sequer é uma imagem, mas um diagnós­tico: Os Sonâmbulos.» [Maurice Blanchot]


Os Sonâmbulos (trad. António Sousa Ribeiro) e A Morte de Virgílio (trad. Maria Adélia Silva Melo) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/hermann-broch/

28.5.22

Sobre Agnes Grey, de Anne Brontë

 



Agnes Grey é baseado na experiência própria da autora. O romance pretende responder, através da história de uma jovem mulher que se vê obrigada a trabalhar como precetora, à pergunta: qual o lugar da mulher na sociedade vitoriana?

O livro tornou-se um clássico, não apenas devido à força subtil e irónica da prosa de Anne Brontë, mas também às apaixonadas acusações de injustiça social que percorrem as suas páginas.


«“Agnes Grey” é a narrativa em prosa mais perfeita das letras inglesas… É simples e bela… A única história na literatura inglesa em que o estilo, personagens e tema estão em perfeita sintonia.» [George Moore]


Agnes Grey (trad. Manuela Porto) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/agnes-grey/


De Anne Brontë a Relógio D’Água publicou também poesia, inclusa no volume Poemas Escolhidos das Irmãs Brontë, disponível em https://relogiodagua.pt/produto/poemas-escolhidos-das-irmas-bronte/

27.5.22

Sobre Martin Heidegger, de George Steiner

 



Conhecer a obra de Martin Heidegger é fundamental para entender o pensamento e a cultura contemporâneos. A sua obra tem tido uma forte influência na filosofia, na teologia, na linguística, nos estudos helénicos, nas hermenêuticas de interpretação textual, na teoria literária e na própria literatura.

Com a lucidez que lhe é característica, George Steiner torna a difícil obra deste filósofo acessível ao leitor comum. A extensão do saber e dos interesses de Steiner permitem-lhe situar Heidegger num contexto literário-cultural europeu mais amplo, abordando as relações entre a sua filosofia e o nazismo.


«O seu livro sobre Heidegger é muito bom.» [James Wood, em A Herança Perdida]


«Dificilmente se imagina uma introdução à obra do filósofo Martin Heidegger melhor do que este livro de George Steiner.» [George Kateb, The New Republic]


«O breve livro de Steiner, com grande sensibilidade e inúmeras referências, lê-se com contínuo prazer.» [P. F. Strawson, New York Review of Books]


«Quer os leitores ou pensadores reajam a Heidegger, quer não, é indispensável uma aproximação ao seu pensamento, e Steiner conduz-nos com perfeição.» [New Yorker]


Mais informação em https://relogiodagua.pt/autor/george-steiner/

Sobre Celeste Ng

 

Celeste Ng em entrevista, a propósito do seu próximo romance, Our Missing Hearts, que a Relógio D’Água publicará este ano.


Pequenos Fogos em Todo o Lado (tradução de Inês Dias) foi já publicado em 2018 e está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/pequenos-fogos-em-todo-o-lado/

Sobre Almas Mortas, de Nikolai Gógol

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Almas Mortas, de Nikolai Gógol (trad. Nailia Baldé)


Almas Mortas é o grande romance de Nikolai Gógol, autor ucraniano que escreveu em russo.

A narrativa começa com a chegada de Tchítchikov a uma cidade provinciana da Rússia czarista, onde os servos estão presos à terra dos grandes proprietários. Divertido, astucioso, mundano, Tchítchikov seduz rapidamente os locais e cativa as mulheres com as suas boas maneiras, mas depressa se revela a estranheza das suas intenções ao serviço de um imaginativo negócio. Tchítchikov pretende comprar «almas mortas», isto é, servos já falecidos mas que ainda constam do recenseamento como vivos. A operação é facilitada pelo facto de os proprietários terem de pagar impostos pelos servos, incluindo os que morreram nos últimos anos.

Verdadeira comédia negra, o romance denuncia as fraquezas do Império Russo, a corrupção das elites e a miséria dos camponeses. Pelo livro desfilam personagens que vão desde a velha proprietária avarenta e alcoólica ou dos militares obcecados com o jogo até aos funcionários venais e às mulheres atentas às modas moscovitas.

A primeira parte da obra foi publicada em 1842 e provocou escândalo, o que levou Gógol a queimar os manuscritos do segundo tomo, de que só uma parte foi resgatada.


Almas Mortas e outras obras de Nikolai Gógol estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/nikolai-gogol/

Mónica Baldaque em entrevista no JL

 


«Agustina, “a pensadora, a escritora, envolta em mil segredos e sabedorias” pela escrita da filha, Mónica Baldaque, “testemunha e herdeira” do seu mundo. São memórias “doces” que inspiram “As Sibilas — Diálogos em Sfumato”, um livro a ser lançado dentro de dias e sobre o qual falamos com a autora — assim  como sobre a obra e as comemorações do centenário do nascimento de sua mãe, que ocorre a 15 de outubro próximo, e se prolonga pelo ano de 2023.


Mónica Baldaque: As funções de mãe e de filha, cada uma com as suas obrigações e ensinos, já estão muito lá atrás. Cumpriram-se. E cumpriram-se bem, por isso se esfumam num horizonte de doces memórias. Desde o momento em que a figura da mãe desapareceu, deu-se um encontro com uma solidão que nunca conheci, mas que preservo com todas as minhas forças.[…]» [Mónica Baldaque em entrevista a Maria Leonor Nunes, JL, 18/5/2022]


«Sapatos de Corda — Agustina», de Mónica Baldaque está disponível em: https://relogiodagua.pt/produto/sapatos-de-corda/

As Sibilas — Diálogos em Sfumato chegará em breve às livrarias.


As obras de Agustina Bessa-Luís já editadas pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/agustina-bessa-luis/

Sobre Marca de Água, de Joseph Brodsky

 



Em Marca de Água, Joseph Brodsky apresenta-nos um gracioso, inteligente e variado retrato de Veneza.

Observando os mais diversos aspetos da cidade, os canais, as ruas, a arquitetura, as pessoas e a gastronomia, Brodsky capta a magnificência, a fragilidade e a beleza da cidade.

Ao mesmo tempo, desfilam as próprias memórias que Brodsky tem de Veneza, que foi a sua morada de muitos invernos, dos seus amigos, inimigos e amantes. O livro reflete, com enorme força poética, sobre o modo como a passagem do tempo afeta Veneza, alterando a relação entre a água e a terra, a luz e a escuridão, a vida e a morte.


Marca de Água (trad. Ana Luísa Faria) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/marca-de-agua-sobre-veneza/

26.5.22

Sobre Dizer o Mundo, de Alexandra Carita

 



Frente a frente, um escritor e um fotógrafo. Os dois, sob a orientação de Alexandra Carita, falam sobre história, religião, política, arte e cultura, sobre eles próprios e sobre a forma como trabalham e sentem a vida. Longe do academismo, diálogos diretos trazem-nos dois olhares sobre a sociedade de hoje, traçando as grandes linhas de um Portugal preso ao passado e de uma Europa à beira de um precipício. Dizer o Mundo é a reunião de uma série de longas conversas de dois autores de uma rara lucidez.


Dizer o Mundo está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/dizer-o-mundo-conversas-com-rui-nunes-e-paulo-nozolino/


As obras de Rui Nunes editadas pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/rui-nunes/

Lena Dunham sobre Sally Rooney

 



Sally Rooney foi considerada pela revista TIME uma das 100 pessoas mais influentes de 2022.


Mundo Belo, onde Estás (trad. Marta Mendonça) e outras obras de Sally Rooney estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/sally-rooney/

Sobre Da Guerra, de Carl von Clausewitz (posfácio de Anatole Rapoport)

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Da Guerra, de Carl von Clausewitz (trad. Teresa Barros Pinto), com posfácio de Anatole Rapoport


A invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada em 24 de Fevereiro de 2022, conferiu uma nova actualidade às questões de táctica e estratégia militar e, em particular, às concepções de Carl von Clausewitz (1780-1831).

Trata-se, com efeito, de um confronto entre dois Estados; um deles, a Rússia, procurando alargar o seu território e influência através do esmagamento do adversário, da sua destruição política e rendição incondicional.

Só que agora não se trata de uma guerra absoluta, tendo como objectivo as forças militares do inimigo, mas de uma guerra total, envolvendo também a população civil e as estruturas económicas, urbanas e sociais, sobre um fundo de ameaça de recurso a armas nucleares.

Em Da Guerra, tratado redigido no essencial entre 1816 e 1830, Clausewitz faz uma primeira tentativa ocidental para pensar o fenómeno da guerra. Nesse sentido, propõe uma teorização da acção militar entendida como instrumento da política.



Carl von Clausewitz nasceu em 1780 em Burg, próximo de Magdeburgo, na Prússia. Ingressou no exército prussiano como porta-bandeira, participando na campanha do Reno de 1793 a 1794. Entrou para a Academia Militar de Berlim em 1801, onde estudou Kant. Aí atraiu a atenção do seu director, o general Scharnhorst, a quem mais tarde ajudou a reformar o exército prussiano.

Foi ferido e capturado durante a campanha de Iena e, durante o período em que serviu os Russos, desempenhou um papel importante nas campanhas de Moscovo de 1812 e 1813. Ao reintegrar-se no serviço prussiano, tornou-se chefe do estado-maior do corpo militar de Thielemann em Ligny. De 1818 a 1830, já nomeado general, foi director da Academia Militar de Berlim, a mesma em que se formara.

Morreu em Novembro de 1831. A sua obra principal, Da Guerra (Vom Kriege), foi publicada postumamente pela sua mulher, Marie von Clausewitz, em 1832.

Esta manteve o título escolhido pelo próprio Clausewitz, Da Guerra, nos três volumes surgidos até 1834. Evitou correcções. A partir da segunda edição de 1853, foram introduzidas algumas alterações pelo conde von Brühl, já que só o primeiro capítulo do Livro I fora definitivamente revisto por Clausewitz.


Mais informação em https://relogiodagua.pt/produto/da-guerra-pre-venda/

Sobre A Arte da Guerra, de Sun Tzu

 



«Os ensaios de Sun Tzu sobre “A Arte da Guerra” são o tratado mais antigo sobre o tema, mas o alcance e a profundidade do seu juízo nunca foram ultrapassados, podendo ser considerados como a quintessência da sabedoria na condução da guerra. Entre todos os teóricos militares do passado, Clausewitz é o único que se lhe pode comparar e, apesar de ter escrito mais de dois mil anos depois, está mais “datado” e, em boa parte, mais ultrapassado.  

Muitos dos danos causados à civilização nas guerras mundiais do século passado teriam podido ser evitados se, à influência exercida pelos volumes monumentais de Clausewitz, intitulados Da Guerra, e que moldaram o pensamento militar da Europa na era anterior à Primeira Guerra Mundial, se tivesse misturado, temperando-o, um conhecimento da exposição de Sun Tzu sobre “A Arte da Guerra”. O realismo e a moderação de Sun Tzu contrastam com a tendência de Clausewitz para enfatizar o ideal racional e o “absoluto” com que esbarraram os seus discípulos ao desenvolverem a teoria e a prática da “guerra total” para lá dos limites ditados pelo bom senso.» [Do Prefácio de B. H. Liddell Hart]


A Arte da Guerra, de Sun Tzu, com prefácio de B.H. Liddell Hart (tradução e nota introdutória de Carlos Correia Monteiro de Oliveira) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-arte-da-guerra-classicos-para-leitores-de-hoje-pre-venda/

25.5.22

José Gardeazabal na FNAC Aveiro

 





Na próxima sexta-feira, 27 de Maio, às 21:00, José Gardeazabal estará na FNAC Aveiro para falar dos seus livros, incluindo Penélope Está de Partida e Da Luz Para Dentro.


Os livros de José Gardeazabal editados pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jose-gardeazabal/

Sobre A Mulher dos Dois Sorrisos, de Maurice Leblanc





Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: A Mulher dos Dois Sorrisos, de Maurice Leblanc (tradução de Ana Lúcia Sena Lino)


O inspector-chefe Gorgeret segue a pista de Clara, referenciada como amante de um tal Paul, um importante alvo de perseguição policial. Clara é bela, elegante, tem os olhos azuis e pouco mais de vinte anos.

A situação complica-se quando Clara e Gorgeret acabam ambos, e por engano, por bater à porta de Raoul, que não é mais do que Arsène Lupin. Este persegue uma herança da família do marquês Jean d’Erlemont, seu vizinho do andar de cima.

Mas Clara revela ter um talento comparável ao de Lupin para se apropriar de uma fotografia e procurar fortunas.

E Clara parece também ser Antonine. E em breve teremos dificuldade em saber qual a autêntica personalidade daquela mulher de sorriso ao mesmo tempo tranquilo e inquietante e se o que mais interessa a Lupin é o dinheiro ou o coração de Clara.


A Mulher dos Dois Sorrisos e outras obras de Maurice Leblanc estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/maurice-leblanc/

Maria Filomena Mónica em entrevista ao Expresso

 



«Em cima da mesa da sala um enorme pacote desembrulhado revela os primeiros exemplares do novo livro autobiográfico de Maria Filomena Mónica, 17 anos depois de “Bilhete de Identidade”. Mas, desta vez, os escritos revelam o seu olhar sobre as centenas de cartas, postais e documentos que herdou da família, para arrumar as memórias e, no processo, acabou por desenterrar segredos sobre a mãe e a avó. Chamou-lhe “Duas Mulheres”, com a chancela da Relógio D’Água. Aqui fala ainda dos “esqueletos” guardados nos armários da família, dos prazeres e da luta contra o cancro.


— A família é um lugar estranho?

— Respondendo como sociólogo, não tenho uma amostra significativa. Mas dado que deixei a sociologia há muito tempo, posso afirmar que a família é um lugar estranho, e que os países mais católicos tendem a fechar-se sobre si e a guardar os segredos a sete chaves, dando uma aparência de grande harmonia interna que é uma fachada hipócrita.» [Bernardo Mendonça entrevista Maria Filomena Mónica, Expresso, 20/5/2022: https://expresso.pt/podcasts/a-beleza-das-pequenas-coisas/2022-05-20-Maria-Filomena-Monica-Nunca-me-sinto-feliz.-Tenho-sempre-um-desejo-absurdo-de-sofrer-2e3f8b88]


Duas Mulheres e outras obras de Maria Filomena Mónica estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/maria-filomena-monica/

Sobre De Que Falamos quando Falamos de Amor, de Raymond Carver

 



Estes contos retratam a vida de homens e mulheres do Noroeste dos EUA — pessoas solitárias que gostam de beber, pescar e jogar às cartas para passar o tempo.

Raymond Carver, com a sua escrita sucinta e coloquial, aliada a uma percepção perspicaz do modo como as pessoas comunicam, fez com que esta colecção de contos se tornasse uma das mais influentes da moderna literatura.


«O mestre que deu forma ao moderno conto americano.» [Daily Telegraph]


«A América de Raymond Carver é-nos pintada como um local de dor e sonhos quebrados. Mas na verdade não é tão frágil como aparenta. É um lugar de sobreviventes e de histórias… Carver fez o que a maioria dos escritores mais talentosos não conseguiu: criou o seu próprio país, semelhante apenas a si mesmo — como referiu Wordsworth —, e que é o mundo para todos nós.» [Michael Wood, The New York Times Book Review]


De Que Falamos quando Falamos de Amor (trad. Carlos Santos) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/de-que-falamos-quando-falamos-de-amor/

24.5.22

Sobre Vida e Morte de Gomes Freire, de Raul Brandão

 



«De 1912 a 1915, Raul Brandão sentiu uma espécie de tentação histórica, que aliás se enquadrava perfeitamente no gosto e nas tendências da época, e que deu origem a duas obras, El-Rei Junot e Vida e Morte de Gomes Freire […]

Nesta obra, os subtítulos oferecem uma espécie de resumo das várias coordenadas que se interjogam: “Quem matou Gomes Freire — Beresford, D. Miguel Pereira Forjaz, o Principal Souza — Mathilde de Faria e Mello — Cartas e Documentos Inéditos”; os títulos dos capítulos dão uma ideia do tipo de sucessividade narrativa — “Campanhas”, “Cartas”; “Pela Liberdade”; “Vida Íntima”; “Hum principalmente…”; “Inicia-se o Processo”; “O Processo”; “Um Homem de Estado”; “O Mistério”; “Felizmente Há Luar”.

Como se vê, não há um fio cronológico rígido, mas uma contínua amostragem de ambientes e processos, havendo a preocupação de salientar o meio obscurantista e arbitrário, que provocou a condenação e morte do protagonista.» [Do Prefácio]


Vida e Morte de Gomes Freire e outras obras de Raul Brandão estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/raul-brandao/

Sobre Entre Dois Fogos, de Joshua Yaffa

 



«Mesmo antes de a Rússia invadir a Ucrânia, o estudo do universo mental de Vladimir Putin já ocupava uma parte considerável do tempo e atenção dos analistas geopolíticos. Sabendo-se que atualmente as decisões mais importantes na Rússia são tomadas pelo Presidente, é inevitável especular sobre as suas fantasias e motivações. No entanto, o estudo do que se passa na cabeça de outras pessoas importantes no país, ou até de milhões de russos sem qualquer notoriedade, pode ser um exercício tão ou mais esclarecedor.

Um regime como o da Rússia hoje em dia alimenta-se de corrupção e de mentiras. Prosperar nele exige atos, alianças e silêncios a que uma pessoa, em princípio, não devia ser obrigada. Para Joshua Yaffa, correspondente da revista “The New Yorker” em Moscovo (e, antes disso, editor da prestigiada “Foreign Affairs”), esses mecanismos de compromisso pessoal podem ajudar a compreender melhor o regime do que a atenção num único indivíduo. “Convenci-me de que a personagem mais edificante e importante para a investigação jornalística na Rússia não é Putin”, diz ele, “mas as pessoas cujos hábitos, vocações e calculismo moral interno elevaram Putin ao seu trono no Kremlin e que, atualmente, desempenham o trabalho quotidiano e insignificante que, coletivamente, o mantém no poder.» [Luís M. Faria, E, Expresso, 20/5/2022: https://expresso.pt/revista/culturas/livros/2022-05-21-Como-prosperar-na-Russia-de-Putin--O-regime-serve-se-de-qualquer-iniciativa-individual-em-seu-proprio-beneficio-f87e4f92]


Entre Dois Fogos — Verdade, Ambição e Compromisso na Rússia de Putin, de Joshua Yaffa (tradução de Maria João B. Marques), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/entre-dois-fogos-pre-venda/

Sobre Impérios Islâmicos, de Justin Marozzi

 



“Este livro representa o melhor tipo de viagem. Leva-nos através de quinze cidades que são exemplos da civilização islâmica, mas também através de quinze séculos de história islâmica… a escrita bela e elegante de Marozzi proporciona ao leitor uma jornada fantástica.” [Spectator]


“Um livro complexo mas acessível, que consegue de forma elegante desmontar os preconceitos e equívocos do nosso mundo.” [The Times, em “Os Melhores Livros do Ano”]


“É agradável ler um livro sobre o islão escrito por alguém que combina erudição profunda com inteligência emocional e empatia.” [Financial Times]


“Justin Marozzi é uma rara preciosidade — um viajante sério que é também um grande escritor.” [William Dalrymple]


“Incrível. Marozzi é o mais brilhante da nova geração de escritores viajantes.” [Sunday Telegraph]



Impérios Islâmicos — Quinze Cidades Que Definem Uma Civilização, de Justin Marozzi (tradução de Alda Rodrigues), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/imperios-islamicos-pre-venda/

Defesa de tese sobre Agustina Bessa-Luís

 



Hoje, às 13:30 (hora de Brasília), tem lugar a defesa da tese de doutoramento de Rodolfo Pereira Passos, sobre o teatro completo de Agustina Bessa-Luís.


As obras de Agustina Bessa-Luís já editadas pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/agustina-bessa-luis/

Sobre O Custo de Vida, de Deborah Levy

 



Um manifesto moderno, vital e empolgante sobre as políticas do feminismo, por uma autora duas vezes finalista do Man Booker Prize.


Qual é o preço que uma mulher paga por abalar antigas convenções e quebrar as hierarquias sociais que a tornaram uma personagem menor num mundo que nunca foi organizado em seu proveito?

A autora reflete sobre o que é viver com significado, valor e prazer, procurando a liberdade última, que é a de escrever a nossa própria vida, refletindo ao mesmo tempo sobre a obra de artistas e pensadores como Simone de Beauvoir, James Baldwin, Elena Ferrante, Marguerite Duras, David Lynch e Emily Dickinson. 

O Custo de Vida é a segunda de três partes de uma autobiografia sobre a escrita, políticas de género e filosofia. A primeira, já publicada pela Relógio D’Água, é Coisas Que não Quero Saber.


O Custo de Vida, o novo livro de Deborah Levy, é tão bom que só o li uma hora por dia para o fazer durar.” [Miguel Esteves Cardoso, Público]


“Um manifesto eloquente.” [The Guardian]


“Uma escritora indelével… de um génio elíptico… O Custo de Vida é uma leitura de enorme prazer.” [The New York Times]


O Custo de Vida (trad. Frederico Pedreira) e outras obras de Deborah Levy estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/deborah-levy/

Sobre Um Sopro de Vida, de Clarice Lispector

 



«Isto não é um lamento, é um grito de ave de rapina. Irisada e intranquila. O beijo no rosto morto.

Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida. Viver é uma espécie de loucura que a morte faz. Vivam os mortos porque neles vivemos.

De repente as coisas não precisam mais fazer sentido. Satisfaço-me em ser. Tu és? Tenho certeza que sim. O não sentido das coisas me faz ter um sorriso de complacência. De certo tudo deve estar sendo o que é.»


Neste livro inclassificável, Clarice imagina uma personagem, Ângela Pralini, através da qual entra em conflito consigo mesma para se distanciar de si e evitar o pior dos plágios.

João Cezar de Castro Rocha afirma, na edição brasileira, que os livros de Clarice «se transformam sempre num mergulho no infinito de uma identidade à deriva».

Isso é particularmente válido para Um Sopro de Vida, publicado em 1978. A sua actualidade levou Pedro Almodóvar a escrever, em carta a Benjamin Moser, biógrafo de Clarice Lispector:

«O romance é recheado de frases memoráveis sobre a criação literária e a passagem do tempo, o desespero e a multiplicidade humana, incluindo a necessidade de se falar de si mesmo, a procura por um interlocutor e o facto de se encontrar isso dentro de si mesmo. Quero citar frases dela na edição em livro do argumento de A Pele Que Habito


Um Sopro de Vida e outras obras de Clarice Lispector estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/clarice-lispector/

23.5.22

Sobre Crónicas — volume 1, de Bob Dylan

 



Bob Dylan chega a Nova Iorque em 1960, quando não completara ainda vinte anos. 

Os encontros que teve na tumultuosa e noctívaga Greenwich Village haveriam de marcar a sua vida. 

Bob Dylan recorda em Crónicas os seus encontros com músicos, produtores e artistas e os seus primeiros amores e fala-nos da desordenada biblioteca, descoberta em casa de um amigo e que foi essencial na sua formação, onde leu de Tucídides a Eliot. 

Há ainda a história da sua vida em Nova Orleães e Woodstock, onde a avassaladora fama, que o perseguiu como símbolo de uma geração, impediu a vida familiar que desejava ter com a mulher e os filhos. 

Crónicas fala-nos também da origem de várias canções de Dylan e das gravações de alguns dos seus álbuns. 

No conjunto, compõem um quadro íntimo e incisivo da vida de Dylan, inseparável da sua criação poética e musical.


«Se os teus olhos não se humedecerem de gratidão ao acabar de o ler, então, honestamente, os anos passaram por ti… Não me recordo de um livro que me tenha feito mais feliz do que este.» [Bryan Appleyard, The Sunday Times (Londres)]


«Uma obra essencial, tão poderosa e palpitante como a “bíblia” de Dylan, Pela Estrada Fora, de Jack Kerouac (…). Ler este livro é como entrar na pele de um poeta, do poeta da nossa geração.» [Kyle Smith, People]


Crónicas (trad. Bárbara Pinto Coelho) e outros livros de Bob Dylan disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/bob-dylan/