21.2.11

A Relógio D'Água nos media na semana de 14 a 20 de Fevereiro de 2011


No suplemento «Atual», do Expresso de 19 de Fevereiro, Ana Cristina Leonardo escreve sobre o último romance de William Trevor, Amor e Verão: «É difícil dizer melhor: “(…) estamos acostumados a vozes mais sonoras, a uma expressão mais rude. O que (…) não implica que já não haja espaço ou silêncio suficientes para escutar o tom tranquilo e contido de Trevor, que transmite infinitamente mais do que parece dizer.” As palavras são de Anita Desai e definem com precisão cirúrgica a escrita de William Trevor, de quem se publica agora Amor e Verão, um título de 2009 que a Relógio D’Água acrescenta ao belíssimo livro de contos Depois da Chuva

Na secção «Ler», José Mário Silva sugere Vejo Uma Voz, a mais recente obra traduzida de Oliver Sacks.


No «Ípsilon» da edição de 18 de Fevereiro do Público, Rogério Casanova fala no feito irónico-experimental de Andrei Béli em Petersburgo: «tal como Ulisses, o romance de Béli representa simultaneamente uma síntese formal (o culminar de um programa estético) e uma anomalia, a manifestação de um talento demasiado exuberante e idiossincrático para deixar descendentes.
Petersburgo perdura, mas não como Polaroid social ou compêndio de profecias geopolíticas; o seu território é o Mito e não a História. Como um bom modernista, Béli teve a sua “sensação de abismo”. Este extraordinário romance-pesadelo é a vasta imagem que encontrou para a representar.»



JURGENFRANK/CORBISOUTLIN
Oliver Sacks, cujos vários livros têm sido publicados pela Relógio D’Água, de Despertares a Musicofilia, até ao mais recente nas livrarias, Vejo Uma Voz, é entrevistado por Sara Capelo na revista Sábado de 17 de Fevereiro, na sua condição de estudioso do cérebro, «a coisa mais interessante do mundo».

14.2.11

A Relógio D’Água nos media na semana de 7 a 13 de Fevereiro de 2011



No suplemento «Ípsilon», do Público de 11 de Fevereiro, João Bonifácio tem uma longa conversa com José Miguel Silva a propósito do seu último livro de poesia, Erros Individuais, que «parte de uma viagem de férias a Florença para analisar a Igreja e o capital, a arte e a moral. No fim surge tristemente o país. Mais que um poeta realista, é um poeta moral ou do pensamento. Ele prefere o termo “político”.»

«No seu anterior livro, Movimentos no Escuro, que não fora o descrédito a que a poesia está votada em Portugal e poderia ser um livro-de-cabeceira, os poemas partiam dos filmes preferidos do poeta.»
Embora a entrevista não faça nenhuma referência à editora de Erros Individuais, estamos em condições de garantir que é a Relógio D’Água.



No mesmo suplemento, José Riço Direitinho escreve sobre o «extraordinário romance russo», A Família Golovliov, de Saltykov-Shchedrin: «A sátira levada ao exagero por Saltykov-Shchedrin, com o claro propósito de esvaziar este universo narrativo de qualquer “verdade” e de alguns restos de moral, acaba por transformar uma tragédia numa espécie de comédia negra. O autor produz um autêntico “massacre satírico”, nas palavras do crítico James Wood, autor do prefácio.»


 
Em dias de chuva, chega às livrarias Amor e Verão, de William Trevor. Na Time Out da semana de 9 a 15 de Fevereiro, Rui Lagartinho escreve sobre o Verão irlandês de meados do século passado: «William Trevor tem 81 anos e uma longa carreira literária. Nada como peixe na água na escrita de contos ― a Relógio D’Água publicou há poucos meses a antologia Depois da Chuva ― mas quando se lembra de escrever um romance toda a gente festeja. Amor e Verão foi a sua última incursão neste domínio. Pela quinta vez foi finalista do Booker Prize.»

4.2.11

A Relógio D'Água nos media na semana de 31 de Janeiro a 6 de Fevereiro


No suplemento «Ípsilon», do Público de 4 de Fevereiro, João Bonifácio escreve a propósito da recente edição de dois livros de Edna O’Brien, Raparigas da Província e Byron e o Amor: «Para Philip Roth ela é a grande escritora viva da língua inglesa. Para os leitores fiéis é das poucas escritoras que põem a carne das personagens à vista. Para os portugueses é o primeiro encontro: a Relógio D’Água acaba de editar o primeiro e o último romances de uma autora cuja carreira já vai em 50 anos.»


2.2.11

A Relógio D'Água nos media em Fevereiro de 2011



Na revista Ler de Fevereiro, nas notícias «Breves», afirma-se, a propósito de Belos Cavalos, que Cormac McCarthy está «em boas mãos»: «Há mais um resultado editorial da saga apaixonada de Paulo Faria – cujos relatos das viagens aos Estados Unidos foram já por duas vezes publicados na Ler – pelos trilhos literários de Cormac McCarthy: uma nova tradução de Belos Cavalos, original de 1992 anteriormente editado pela Teorema. “Convém explicar que este romance tem uma génese bem curiosa”, escreve Paulo Faria no prefácio. “Trata-se do primeiro volume de uma trilogia, cujo terceiro tomo (Cities of the Plain) existiu durante mais de dez anos como guião cinematográfico.” As origens do protagonista John Grady Cole ganham outra luz (palavra mais do que justa) quando lidas nesta versão tratada à lupa. Um acontecimento.»


No mesmo número da Ler, Filipa Melo analisa o romance Petersburgo, de Andrei Béli, onde, segundo Nabokov, se resume «a Rússia inteira».
«Boris Nikolaevich Bogaév, romancista, poeta, teórico e crítico literário que adoptará o pseudónimo de Andrei Béli (“Branco”), nasce e morre em Moscovo (1880-1934). É o prosador mais fascinante da segunda geração de simbolistas russos, cujo irmão em poesia será Aleksandr Blok. A escrita deste romance corresponde a um período de intensa transformação espiritual do autor (abandono do neokantismo, ligação ao movimento teosófico e à antroposofia, a ciência espiritual do filósofo austríaco Rudolf Steiner). Após uma tentativa de síntese entre música e palavras (nas primeiras obras, Sinfonias poéticas), Béli conjuga em Petersburgo o seu fascínio pela matemática, pela ciência e pelo esoterismo, a correspondência entre o “texto da vida” e o “texto da arte” e a procura de identificação da verdadeira identidade russa



Filipa Melo apresenta também uma recensão ao ensaio-novela Byron e o Amor, de Edna O’Brien, «uma das melhores escritoras irlandesas»: «À semelhança da força do estilo drasticamente fluente, não premeditado, do poeta, sobrevive hoje um personagem altivo e desdenhoso, tortuoso e caprichoso, contraditoriamente virtuoso. Byron consumou, sob todas as suas formas o amor como “verme imortal que devora o coração”. Edna O’Brien descreve-o de forma eficaz e contribui para mais uma certificação do poeta inglês como “eterno arquétipo da celebridade, o Napoleão [que ele tanto admirou] nos domínios da rima” (Bloom).»


José Mário Silva escreve sobre Erros Individuais, de José Miguel Silva (JMS), «o céptico hedonista»:
«Poeta do quotidiano, atento à entropia social, à fragilidade da beleza e ao poder da linguagem vernácula (…), acentua o seu desencanto com o estado do mundo em geral e com o nosso país em particular. (…) Há realmente um lado feio e triste do País, um lastro antigo que a Europa não redime. E JMS, com a sua verve truculenta, é um dos seus melhores cronistas.»

1.2.11

A Relógio D'Água nos media na semana de 24 a 30 de Janeiro de 2011



No suplemento «Ípsilon» do Público de 28 de Janeiro Pedro Mexia acompanha a «peregrinação céptica» de José Miguel Silva a Itália, no seu último livro de poesia, Erros Individuais:
«Que faz um céptico hedonista e quezilento no país da arte sacra? É a pergunta de José Miguel Silva em Erros Individuais, um livro de poemas florentinos que não cede ao deslumbramento esteticista e demonstra antes uma desconfiança hostil. Florença é um museu, e em grande medida um museu religioso, um “intérmino desfile / de agonias, ascensões e pietás”. E se em geral os incréus concedem uma moratória ao belo cristão, isso não acontece de todo com José Miguel Silva. Para ele, a arte cristã é “publicidade” a uma “patranha” e um “negócio”. E é esse assumido desconforto que faz a singularidade deste volume.»



Na revista Os Meus Livros de Fevereiro de 2011, a secção «Nas livrarias» anuncia, entre os títulos disponíveis e recomendáveis, a nova tradução de Meridiano de Sangue, de Cormac McCarthy, por Paulo Faria: «Nova tradução de um dos mais emblemáticos livros de McCarthy, escritor de culto norte-americano. A história baseia-se em acontecimentos históricos ocorridos na fronteira entre os EUA e o México em meados do séc. XIX. A narração da violência da expansão americana surge em pleno neste livro, através da personagem do juiz Holden, que nunca dorme, gosta de dançar, viola crianças dos dois sexos e afirma que não há-de morrer.»



Nas «Críticas», da mesma revista, Sara Figueiredo Costa escreve sobre Petersburgo de Andrei Béli: «Com Petersburgo (…) as prateleiras compõem-se com brilho renovado. Apontado por Nabokov como um dos grandes romances do século XX, (…) é um festim estético e narrativo em que desfilam as geométricas ruas da cidade homónima e os movimentos caóticos de radicais anticzaristas, cruzando as vanguardas russas, o requinte humorístico e a respiração acelerada de um século que está a nascer.»