28.9.18

Jaime Rocha no Clube dos Poetas Vivos




No próximo dia 2 de Outubro, terça-feira, pelas 19:00, tem lugar no Átrio do Teatro Nacional D. Maria II uma sessão do Clube dos Poetas Vivos, com a presença de Jaime Rocha.
O evento tem coordenação de Teresa Coutinho e com a participação de Beatriz Maia e Inês Dias, numa parceria com a Casa Fernando Pessoa. A entrada é livre.

«Para continuarmos a ler e a ouvir poesia, para continuarmos a conversar livremente, para continuarmos a encontrar-nos, o Clube dos Poetas Vivos regressa nesta nova temporada, ao ritmo de uma sessão por mês. Na primeira sessão da temporada, contaremos com Jaime Rocha, poeta que viveu em França nos últimos anos da ditadura, foi jornalista durante mais de três décadas e  que se dedica, hoje, exclusivamente à escrita.

Na poesia, publicou, entre outros livros, Beber a Cor; A Pequena Morte/Esse Eterno Canto (díptico com Hélia Correia); Do Extermínio e a Tetralogia da Assombração: Os Que Vão Morrer; Zona de Caça; Lacrimatória e Necrophilia, Prémio de Poesia do Pen Clube 2011. No final de 2012 publica Mulher Inclinada com Cântaro, em 2013 O Vulcão, o Dorso Branco e em 2014 a antologia pessoal, Lâmina. O seu mais recente livro, 2017, intitula-se Preparação para a Noite.» [Do sítio do Teatro Nacional D. Maria II]

A chegar às livrarias: O Conteúdo da Felicidade, de Fernando Savater (trad. de Francisco Vale)




«Na memória, de resto, a felicidade é qualquer coisa como um poço de beatitude em que nada acontece e nada falta: um espaço em branco, mas de um branco brilhante. Daí que Tolstoi afirmasse que as famílias felizes não têm história; e Hegel, que os períodos de felicidade são como vazios na história dos povos. Outro paradoxo, pois: a felicidade é uma das formas da memória, mas também como que o reverso amnésico da mesma. Recordamos o momento feliz como aquele em que nos esquecemos de tudo o resto. É precisamente porque não há realmente nada que contar da felicidade que nos agarramos à sua recordação — à recordação de um vazio, de um espaço em branco, de uma perda — com a força inamovível e algo ridícula de um ato de fé. Enquanto objeto conceptualizável, a felicidade é opaca, revela‑se refratária à tarefa reflexiva. A sua expectativa ou a sua nostalgia dão que pensar, mas ela própria — enquanto presença recordada — não.»

Sobre Nunca Dancei num Coreto, de Maria Filomena Mónica




«As crónicas são um género nobre, entre nós muitas vezes confundido com panfleto político. A autora reuniu neste volume as que escreveu a partir de 2011. Maria Filomena Mónica tem a enorme vantagem de pensar pela sua cabeça. Temas prosaicos ou eruditos, o desembaraço é de regra. Com brilho, a autora salta dos efeitos corrosivos da burocracia para as idiossincrasias de Christopher Hitchens, da redução de salários do Estado para a cultura do desenrascanço, dos bastidores da vida académica para a gentrificação do bairro da Lapa, do crash do Lehman Brothers para os direitos das mulheres, da escola pública para a regressão das liberdades individuais, de Sócrates (o antigo primeiro-ministro) para as casas de banho de hotel, da banlieue de Paris para Obama, da farsa independentista de Puigdemont para a guerrilha geracional, do pianista Claudio Arrau para Marcelo (o Presidente), da desigual repartição de sacrifícios para os graffiti, da doença para o esplendor da relva. Deveras estimulante.» [Eduardo Pitta, no blogue Da Literatura, a propósito de crítica publicada na revista Sábado, 20/09/2018.] 

27.9.18

Sobre Filosofia do Budismo Zen, de Byung-Chul Han




«Filosofia do Budismo Zen é o décimo livro do filósofo coreano radicado na Alemanha que a Relógio D’Água publica a um ritmo assinalável. As obras deste autor são invariavelmente livros curtos que atraem igualmente pelos títulos que apontam sintomas ou preocupações das sociedades contemporâneas. Exemplos: A Sociedade do Cansaço, A Agonia de Eros ou A Expulsão do Outro. O budismo zen caracteriza-se por um cepticismo face à linguagem e uma desconfiança relativa ao pensamento conceptual. Em vez de palavras, escolhe silêncios. E coloca enigmas onde esperaríamos encontrar respostas. Byung-Chul Han compara os pontos de vista filosóficos do budismo zen com exemplos dos trabalhos de Platão, Leibniz, Fichte, Hegel, Schopenhauer, Nietzsche e Heidegger. Dizer o que este livro é vai contra a natureza do seu tema. A leitura, pontuada pelos haikus citados, visa criar no leitor uma predisposição para se desapegar de si mesmo, dissolvida a rigidez substancial de tudo.» [Agenda Cultural de Lisboa, Setembro de 2018]

Sobre John Berger





Carlos Vaz Marques falou ontem no programa Livro do Dia, na TSF, sobre «Confabulações», o último livro de John Berger, e sobre o seu «magnífico romance “Para o Casamento”», também editado pela Relógio D’Água. O programa pode ser ouvido aqui.

25.9.18

A chegar às livrarias: «De Portugal, da Europa e do Mundo — Reflexões de Economia Política», de Vítor Bento




«O problema das dívidas públicas europeias, e mais genericamente das finanças públicas do Continente, é revelador de uma outra grande contradição que, mais cedo ou mais tarde, poderá ser politicamente explosiva. Os países da Europa Ocidental, matriz da actual União Europeia, criaram um modelo de protecção social e redistribuição de rendimentos — o “modelo social europeu” (que, apesar da designação, não tem um formato único) — que muito favoreceu a sua coesão social e se tornou num ex­‑líbris de estágio superior de desenvolvimento económico e social, muitas vezes confrontado com o modelo mais darwiniano do capitalismo norte­‑americano. Só que uma parte desse modelo socialmente superior foi indirectamente financiado pelos EUA, através do “guarda­‑chuva” de segurança que proporcionam à Europa e que, dispensando os países europeus de investir em defesa o que seria necessário para garantirem a sua própria segurança, lhes permitiu desviar mais recursos para financiar o seu distintivo modelo social. Por outro lado, a arquitectura financeira do modelo baseou­‑se também muito numa favorável dinâmica demográfica, que garantia um elevado rácio de contribuintes por beneficiário do processo redistributivo.» [Do Prefácio]

Este livro reúne artigos e conferências sobre temas como a crise do euro e da UE, a política económica da Alemanha, o Brexit, as relações entre Portugal e Espanha, a dívida, a “improvável geringonça” e as relações conflituosas entre Trump e a democracia.

Sobre Terna É a Noite, de F. Scott Fitzgerald




Terna É a Noite é um desses títulos cuja carga simbólica nunca se perdeu. Escrito no início dos anos 30, por um Fitzgerald solitário, lutando contra o álcool, é um dos romances marcantes da literatura norte-americana.
Casal de referência da «geração perdida», Fitzgerald e Zelda tinham então chegado ao fim da sua estrada dourada.
E em Terna É a Noite não é difícil descobrir, em Dick Diver e na mulher com quem casa para a arrancar à decadência em que ambos acabam por se precipitar, variados traços autobiográficos.

Tudo começa no desprevenido olhar que a adolescente Rosemary lança sobre alguns veraneantes de uma praia do Sul de França. Mas depressa o romance resvala para aquilo que dele fez uma das mais pungentes obras de Scott Fitzgerald.

24.9.18

Sobre Caos e Ritmo, de José Gil




«José Gil aborda (num dos seus livros mais complexos) a ideia de comunicação entre inconscientes, procurando assinalar as portas que o caos deixa abertas para que se instale uma ordem — que não tem de ser a mais tradicional.» [Revista LER, Verão 2018]

Três Mulheres com Máscara de Ferro, de Agustina Bessa-Luís




O Teatro Aberto tem o prazer de a convidar para a apresentação da ópera Três Mulheres com Máscara de Ferro, de Agustina Bessa Luís, encenação de João Lourenço e música original de Eurico Carrapatoso, no dia 5 de Outubro.
Na Relógio D’Água sairá o libreto, acompanhado de textos de Mónica Baldaque, António Lobo Antunes, Gonçalo M. Tavares, Vera San Payo de Lemos e Eurico Carrapatoso, incluído na colecção de Obras de Agustina Bessa-Luís.

A chegar às livrarias: O Testamento Donadieu, de Georges Simenon (trad. Miguel Serras Pereira)




Após a morte inesperada de Oscar Donadieu, um patriarca tirânico que fez fortuna como armador em La Rochelle, a sua família começa a desintegrar-se, processo que é acelerado pela chegada do ambicioso Philippe Dargens.

“Um dos maiores escritores do século XX.” [The Guardian]

“Adoro ler Simenon. Faz-me lembrar Tchékhov.” [William Faulkner]

“Simenon é autor de várias obras-primas do século XX.” [John Banville]

“O maior e mais genuíno romancista de toda a literatura.” [André Gide]

“Um escritor maravilhoso… Lúcido, simples, em perfeita sintonia com o que escreve.” [Muriel Spark]

23.9.18

Feira do Livro do Porto 2018: 23 de Setembro




Feira do Livro do Porto 2018: Livros do Dia 23 de Setembro

A Arte da Guerra, de Sun Tzu
As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain
Os Irmãos Karamázov, de Fiódor Dostoievski
A Amiga Genial, de Elena Ferrante



Feira do Livro do Porto 2018: Preço Especial — 22 de Setembro
As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll (ed. brochada)
Moby Dick, de Herman Melville
A Condição Humana, de Hannah Arendt

Mataram a Cotovia, de Harper Lee

22.9.18

Feira do Livro do Porto 2018: 22 de Setembro




Feira do Livro do Porto 2018: Livros do Dia 22 de Setembro

Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa
A Condição Humana, de Hannah Arendt
Ulisses, de James Joyce
Contos, de Beatrix Potter



Feira do Livro do Porto 2018: Preço Especial — 22 de Setembro

Anna Karénina, de Lev Tolstói (ed. brochada)
O Homem Que Confundiu a Mulher com Um Chapéu, de Oliver Sacks
A Amiga Genial, de Elena Ferrante

Mary Poppins, de P . L. Travers

21.9.18

Rachel Kushner na corrida ao Man Booker Prize 2018





O Quarto de Marte, de Rachel Kushner, recentemente publicado pela Relógio D’Água, é uma das 6 obras seleccionadas na shortlist do Man Booker Prize 2018.
Os outros semifinalistas são Anna Burns, Esi Edugyan, Daisy Johnson, Richard Powers e Robin Robertson.
O júri é constituído por Kwame Anthony Appiah (presidente); Val McDermid; Leo Robson; Jacqueline Rose; e Leanne Shapton.
O vencedor será anunciado a 16 de Outubro.
O vencedor da última edição do prémio foi George Saunders, com Lincoln no Bardo, também editado pela Relógio D’Água.


De Rachel Kushner, a Relógio D’Água editou também Telex de Cuba e Os Lança-Chamas.

Apresentação de Caos e Ritmo de José Gil





A obra Caos e Ritmo de José Gil vai ser apresentada no Auditório do Museu da Farmácia, na Rua Marechal Saldanha, n.º 1, em Lisboa, no dia 26 de Setembro, quarta-feira, às 18.00h.



O que é pensar? O que é agir? O que é pensar e agir para criar? Em todos os casos, não basta evocar o “destino” ou o “inconsciente” para designar os factores que intervêm, é necessário descrever os mecanismos exactos e as forças que os movem. No tratamento psicanalítico de uma criança, no comportamento homicida de Macbeth, na criatividade “delirante” de Artaud, interferem forças poderosas que se afastam da racionalidade lógica e pragmática habitual. Descobrem-se os nexos claros da magia. Como é que estes processos irracionais podem culminar num objecto com sentido?
(…)
O que é o caos e o que é o ritmo? De Hesíodo a Paul Klee e à teoria física do caos, de Platão a Olivier Messiaen, colhem-se ideias que ajudam a compreender como as forças do caos podem passar para o outro lado, ritmando a ordem — ou podem falhar, fracassar e vir a destruir perversamente. O que se joga na construção do “eu” ilustra bem essa alternativa. Forças de vida ou de morte, que voltam para o caos. E hoje mesmo, perante a possibilidade real de uma catástrofe planetária, não é o caos destrutivo que nos ameaça?
Caos e Ritmo procura pensar o que nos acontece, ao nível mais concreto do inconsciente, do sensível e do corpo, bem como ao nível mais abstracto do pensamento e da visão. É um livro sobre a criação, sobre os seus poderes e os seus impasses.



A apresentação será feita por Eugénia Vilela, professora associada no Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (UP), doutorada em Filosofia pela UP, e coordenadora científica (IP|FCT) do Grupo de Investigação Estética, Política e Conhecimento do Instituto de Filosofia da UP.
Autora de conferências e textos no domínio da Filosofia Contemporânea e das Artes, Eugénia Vilela publicou vários textos em obras colectivas nacionais e internacionais, entre os quais os livros Do Corpo Equívoco (1998), Silêncios Tangíveis. Corpo, Resistência e Testemunho nos Espaços de Abandono Contemporâneos (2010).
O seu trabalho desenvolve-se no espaço de intersecção entre a Filosofia Política Contemporânea, a Estética e as Artes.

Feira do Livro do Porto 2018: 21 de Setembro




Feira do Livro do Porto 2018: Livros do Dia 21 de Setembro

Tao Te King, de Lao Tse
Pela Estrada Fora — O Rolo Original, de Jack Kerouac
As Aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain
Romeu e Julieta, de William Shakespeare



Feira do Livro do Porto 2018: Preço Especial — 21 de Setembro

O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde
Musicofilia, de Oliver Sacks
Debaixo do Vulcão, de Malcolm Lowry

O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry (ed. cartonada)

20.9.18

Feira do Livro do Porto 2018: 20 de Setembro




Feira do Livro do Porto 2018: Livros do Dia 20 de Setembro

O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde
A Viagem do Beagle, de Charles Darwin
Todos os Contos, de Clarice Lispector
As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift



Feira do Livro do Porto 2018: Preço Especial — 20 de Setembro

A Sonata de Kreutzer, de Lev Tolstói
Elogio da Sombra, de Junichiro Tanizaki
Crónicas do Mal de Amor, de Elena Ferrante

As Aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain

19.9.18

Sobre Nunca Dancei num Coreto, de Maria Filomena Mónica




«Este volume reúne as crónicas de Maria Filomena Mónica escritas e publicadas na imprensa entre 2011 e 2018: da defesa da escola pública à crítica do politicamente correto, da desilusão com os poderosos até ao “défice moral” dos políticos, é uma viagem pelo tempo.» [Revista LER, Verão 2018]

Na morte de Paul Virilio





«Morreu o filósofo Paul Virilio

Filósofo e urbanista francês morreu no dia 10, aos 86 anos, mas a família só esta terça-feira anunciou a sua morte. Com as suas pioneiras reflexões sobre a aliança entre velocidade, tecnologia e política, a obra de Virilio mostra o lado negro do admirável mundo cibernético.
“Não sou um revolucionário, sou um revelacionário”, dizia Paul Virilio, sublinhando que não pretendia travar o progresso ou banir a Internet, mas apenas mostrar os riscos que cientistas, políticos e financeiros insistem em ignorar e ocultar, de uma eventual catástrofe informática que lance o mundo no caos à possibilidade de o Grande Colisor de Hadrões da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) poder criar um buraco negro que engula o planeta.
Filósofo, arquitecto, urbanista, activista social, Paul Virilio morreu no passado dia 10, mas a família, respeitando a sua vontade, organizou o funeral, que decorreu esta segunda-feira, “na mais estrita intimidade” e só depois anunciou o falecimento do pensador.
Num comunicado divulgado esta terça-feira, a sua filha Sophie Virilio adianta que, poucos dias antes de morrer, o filósofo trabalhava ainda num livro a publicar com o historiador da ciência Jacques Arnould e “sonhava com uma nova exposição” na Fundação Cartier, onde apresentara em 2008, com Raymond Depardon, Terre Natale, Ailleurs commence ici, mas que já acolhera também em 2002 a sua pioneira mostra dedicada às catástrofes provocadas por invenções humanas, Ce qui arrive, que ele próprio encarava como um primeiro passo para a criação de um Museu do Acidente.
Um dos aspectos centrais da obra de Paul Virilio é a exigência de uma ciência responsável, que tome em consideração os acidentes que pode provocar. “Uma investigação que não investigue a sua catástrofe, não investiga, é uma espécie de fé absoluta no progresso”, sublinhou o filósofo numa entrevista de 2011 à revista Science et Avenir, argumentando com o exemplo da ecologia: “Não é só após séculos de consumo de energias fósseis que nos devemos pôr a questão da poluição do meio ambiente”.
Filho de um comunista italiano e de uma católica francesa, Paul Virilio nasceu em Paris, em 1932, e a sua infância ficou marcada pelos bombardeamentos da segunda Guerra Mundial, que testemunhou em Nantes. Uma experiência que contribuiu para a sua aguda consciência da fragilidade de um mundo urbano cuja solidez tendemos a dar por garantida.
Com formação de vitralista obtida na École des Métiers d’Art de Paris – tem trabalhos em várias igrejas francesas –, estudou depois com Raymond Aron e com o filósofo e musicólogo Vladimir Jankélevitch na Sorbonne e colaborou com artistas como Henri Matisse ou Georges Braque.
Mobilizado para a guerra da Argélia, as questões militares manter-se-ão sempre como um dos seus temas de reflexão. Em 1958 desenvolve mesmo um estudo sobre os bunkers nazis construídos durante a Segunda Guerra ao longo da costa ocidental europeia, da fronteira franco-espanhola à Noruega.
No início dos anos 60, Virilio funda com Claude Parent o grupo Architecture Principe e publica o manifesto Fonction Oblique, que terá um significativo impacto na arquitectura francesa da época e que postulava “o fim da vertical como eixo de elevação e o fim da horizontal como plano permanente, em benefício do eixo oblíquo e do plano inclinado”. A igreja de Sainte- Bernadette du Banlay, em Nevers, construída em 1966, é uma das mais conhecidas concretizações destes princípios.
Professor na École Spéciale d'Architecture de Paris, que dirigiu entre 1972 e 1975, ajudou a formar alguns dos mais importantes arquitectos franceses actuais, incluindo Jean Nouvel. Mas são as suas sombrias reflexões sobre o novo mundo criado pelas tecnologias digitais, expostas em dezenas de livros, que tornarão Paul Virilio um autor conhecido e discutido mundialmente. Alguns dos seus ensaios estão traduzidos em português, como A Inércia Polar (1990), A Velocidade de Libertação (1995) ou Cibermundo: A Política do Pior (1996), um livro de entrevistas com Philippe Petit.

Comunismo dos afectos

Um dos aspectos centrais do pensamento de Virilio é a ideia de que a velocidade é uma categoria crucial para se compreender o mundo contemporâneo, e que a sua violência e o seu poder de organização da sociedade continuam a ser largamente subestimados, pelo que procurou lançar as bases de uma futura ciência da velocidade, que apelidou de dromologia, inspirando-se no termo grego para corrida: “dromos”.
O recurso a neologismos é, aliás, recorrente na sua obra. Inventou, por exemplo, o termo “géocide” para ilustrar a sua teoria de que uma das características do presente é o desaparecimento dos lugares, a substituição da geodiversidade por um ciberespaço que funciona como uma espécie de sexto continente, uma “colónia virtual” onde todos vivemos “uma vida de substituição”. Na actual “cronopolítica” – outro conceito seu –, o tempo, argumenta Virilio, levou a melhor sobre o espaço. Daí que, ao contrário de Fukuyama, que previra o fim da história, decrete “o fim da geografia”.
Mas este tempo vitorioso é o tempo das máquinas, o tempo velocíssimo dos computadores que regulam, por exemplo, as transacções bolsistas, um “instantaneísmo” que destronou o tempo humano e nos tornou dependentes de máquinas e algoritmos. O risco deste tempo, que “já não tem nada a ver com o tempo da responsabilidade e da razão”, alerta Virilio, é o de os meios técnicos permitirem um novo tipo de totalitarismo, “uma opressão sem tirano”.
Considerando-se um progressista e um admirador da ciência e da tecnologia, o que censura aos cientistas é “não olharem ao mesmo tempo para as consequências potenciais do seu trabalho”, quando a experiência histórica demonstra que inventar um objecto ou uma substância implica necessariamente inventar também os respectivos acidentes e catástrofes. “A invenção do barco foi também a invenção do naufrágio”, argumenta, sugerindo que se deveria criar uma “universidade do desastre” para estudar e tentar impedir as potenciais consequências negativas da ciência. E num mundo onde tudo está interligado, sublinha, os acidentes ameaçam ser também eles planetários, como o seria, por exemplo, um problema grave com a Internet. 
E o filósofo não se deixava também impressionar excessivamente pelas facilidades de comunicação entre pessoas de todo o mundo que as novas tecnologias vieram trazer. O mundo sem fronteiras da comunicação de massas e das redes sociais parece-lhe, pelo contrário, um lugar claustrofóbico. “Sincronizar as emoções de milhões de pessoas num mesmo momento é um poder de condicionamento que só as religiões tinham”, observa na entrevista à Science et Avenir. E avisa: "A possibilidade de um comunismo dos afectos é um novo género de tirania”.» [Luís Miguel Queirós, Público, 18/09/2018.]

Na Relógio D’Água Paul Virilio publicou A Velocidade de Libertação.

Feira do Livro do Porto 2018: 19 de Setembro




Feira do Livro do Porto 2018: Livros do Dia 19 de Setembro

As Flores do Mal, de Charles Baudelaire
Portugal, Hoje —  O Medo de Existir, de José Gil
Lolita, de Vladimir Nabokov

As Aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi




Feira do Livro do Porto 2018: Preço Especial — 19 de Setembro

Contos de Tchékhov, vol. II
A Arte da Guerra, de Sun Tzu
Mataram a Cotovia, de Harper Lee
Contos, de Andersen (ed. cartonada)

18.9.18

Sobre A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, de Max Weber




«É um dos livros mais poderosos e influentes da história da sociologia. Ao colocar “o calvinismo” e a ética do trabalho e do sacrifício no centro das tensões sociais, Weber explica como o capitalismo clássico foi e é uma escola de virtudes.» [Revista LER, Verão 2018]

Feira do Livro do Porto 2018: 18 de Setembro




Feira do Livro do Porto 2018: Livros do Dia 18 de Setembro

O Vermelho e o Negro, de Stendhal
Elogio da Sombra, de Junichiro Tanizaki
A Minha Luta 2: Um Homem Apaixonado, de Karl Ove Knausgård
O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry (ed. cartonada)



Feira do Livro do Porto 2018: Preço Especial — 18 de Setembro

Orgulho e Preconceito, de Jane Austen
O Nascimento da Tragédia, de Friedrich Nietzsche
Orlando, de Virginia Woolf
Pippi das Meias Altas, de Astrid Lindgren

17.9.18

Ópera Três Mulheres com Máscara de Ferro, de Agustina Bessa-Luís, no Teatro Aberto





A temporada 2018/2019 do Teatro Aberto abre com a aguardada apresentação da Ópera Três Mulheres com Máscara de Ferro, de Agustina Bessa-Luís, com música de Eurico Carrapatoso. 
Este espectáculo estreou com grande êxito em Outubro de 2014 na Fundação Calouste Gulbenkian e foi também levado à cena na Sala Azul do Teatro Aberto. Nos dias 5, 6 e 7 de Outubro a ópera volta ao Teatro Aberto. São três récitas únicas de uma ópera muito especial.

Com base num texto inédito de Agustina Bessa-Luís, música original de Eurico Carrapatoso, encenação de João Lourenço e direcção musical de João Paulo Santos, a ópera centra-se em Fanny Owen, Ema e Sibila, as três protagonistas femininas de reconhecidos romances da autora. As suas intérpretes são Ana Ester Neves, Angélica Neto e Patrícia Quinta. A música foi composta para clarinete, violino, violoncelo e piano.


O texto de Agustina será publicado pela Relógio D’Água como volume das Obras da Autora. Integra, além do libreto em português (e inglês) que Agustina Bessa-Luís escreveu, textos de Mónica Baldaque, Vera San Payo de Lemos, Eurico Carrapatoso, os prefácios de António Lobo Antunes, Hélia Correia e Gonçalo M. Tavares publicados em Vale Abraão, Fanny Owen e A Sibila, e imagens da representação do Teatro Aberto.

Sobre Desaparecer na Escuridão, de Michelle McNamara




«Na pátria do new journalism, a malograda Michelle McNamara escolheu fazer true crime — este livro é o resultado da sua obsessão por uma série de crimes cometidos na Califórnia, nunca resolvidos pela polícia e, finalmente, arquivados. O rigor da sua escrita é tenso — quase perfeito.» [Revista LER, Verão 2018]

Feira do Livro do Porto 2018: 17 de Setembro




Feira do Livro do Porto 2018: Livros do Dia 17 de Setembro

A Morte de Ivan Iliitch, de Lev Tolstoi
Assim Falava Zaratustra, de Friedrich Nietzsche
Canções Mexicanas, de Gonçalo M. Tavares
As Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Alice do Outro Lado do Espelho, de Lewis Carroll (ed. brochada)



Feira do Livro do Porto: 2018 Preço Especial — 17 de Setembro

Os Irmãos Karamázov, de Fiódor Dostoievski
Tao Te King, de Lao Tse
Adoecer, de Hélia Correia

Contos, de Grimm (ed. cartonada)