30.6.21

Sobre Canoagem, de Joaquim Manuel Magalhães

 



O último livro de poesia de Joaquim Manuel Magalhães, na continuação de Um Toldo Vermelho e Para Comigo.


«Não acredito em deus ou no homem

só no corpo vulnerável (que fracassa).

Na franquia ignota, invalidada,

acode um braço

em amparo no aquém.

Fogueira que vela,

uma liga dúctil e insone,

ela embalou o sofrimento, foi a filha.»

[De «Fácil, Eugénio, nunca um poema», pp. 54-55]


Canoagem e outras obras de Joaquim Manuel Magalhães estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/joaquim-manuel-magalhaes/

Sobre Viver Feliz Lá Fora, de José Gardeazabal

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Viver Feliz Lá Fora, de José Gardeazabal


Viver Feliz Lá Fora é o novo livro de poesia de José Gardeazabal. O autor, que recebeu com o Prémio INCM/Vasco Graça Moura e foi finalista do Prémio Oceanos e cujos romances têm recebido os melhores elogios dos críticos, traz-nos aqui a sua poesia, que foi saudada por José Tolentino de Mendonça como “um exercício notável e vertiginoso, que conduz a literatura para um lugar novo”.


Viver Feliz Lá Fora e Dicionário de Ideias Feitas em Literatura estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jose-gardeazabal/

Amante de Gatos, de Kristen Roupenian, adaptado ao cinema

 



O conto Amante de Gatos, de Kristen Roupenian [incluído em “Tu Sabes que Queres”], que se tornou viral após a publicação na revista “The New Yorker”, será adaptado ao cinema por Susannah Fogel. O thriller psicológico contará com a interpretação de Emilia Jones e Nicholas Braun e o argumento será escrito por Michelle Ashford.

Mais informação em: https://tinyurl.com/pab2ky2e


“Amante de Gatos”, de Kristen Roupenian, foi em 2017 um dos dois contos mais lidos de sempre, tanto online como em papel, na The New Yorker. Tal sucesso deve-se, segundo o Washington Post, ao facto de o conto dar voz não ao leitor comum da publicação, mas a uma geração mais jovem.

Segundo a The Atlantic, o conto capta o medo das jovens mulheres a viver em 2017, o que, entre outras coisas, implica uma desesperante necessidade de ser boa e simpática a todo o custo.

Tu Sabes que Queres é uma coletânea que inclui esse e outros contos, onde Roupenian explora as conexões complexas e por vezes sombrias de género, sexo e poder.


“É, a par de Brokeback Mountain, o conto mais falado de sempre (...). Já suscitou inúmeras interpretações.”   [The Guardian]


“A autora domina a linguagem, as personagens e a história. Roupenian possui uma habilidade única de narrar histórias que temos a sensação de já ter ouvido, mas de um modo despretensioso e acessível, o que faz com que acreditemos que são verdade.”   [New York Times Book Review]


Tu Sabes que Queres: “Amante de Gatos” e Outros Contos, de Kristen Roupenian (tradução de Alda Rodrigues), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/tu-sabes-que-queres/

Sobre Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels

 



“Na Primavera de 1847, Karl Marx e Friedrich Engels aceitaram integrar a chamada Liga dos Justos [Bund der Gerechten], uma organização nascida da anterior Liga dos Proscritos [Bund der Geächteten], sociedade secreta revolucionária fundada em Paris nos anos 30 do século xix por artesãos alemães inspirados pela influência revolucionária francesa — na maioria, alfaiates e marceneiros — e que continuava a ser composta ainda sobretudo por artesãos radicais expatriados. A Liga, persuadida pelo seu “comunismo crítico”, propôs‑se publicar um manifesto redigido por Marx e Engels como programa político e também modernizar a sua organização de acordo com esse manifesto.” [Da Introdução de Eric Hobsbawm]


Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels, com introdução de Eric Hobsbawm (tradução de António Sousa Ribeiro), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/manifesto-do-partido-comunista/

Sobre Sonetos Portugueses, de Elizabeth Barrett Browning

 



«Conta-se que um dia, já depois de casados, Elizabeth entrou no gabinete do marido [Robert Browning] com um maço de papéis na mão, e, pousando-o na sua mesa de trabalho, disse “lê isto”, e retirou apressadamente. Robert leu o que ela tinha deixado. Eram 44 lindíssimos sonetos, escritos desde a data do seu primeiro encontro até àquele dia. Melhor, era um poema, com estanças em forma de sonetos, que relatava, passo a passo, toda a evolução do espírito de Elizabeth, desde o desânimo e as hesitações do princípio, quando se lhe tinha imposto a evidência do seu amor, até à vitória final, na gratidão sem limites, na paz, na felicidade.» [Do prefácio de Manuel Corrêa de Barros a Sonetos Portugueses]


Sonetos Portugueses está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/sonetos-portugueses/

29.6.21

Sobre Recordações da Casa dos Mortos, de Fiódor Dostoievski

 



Em Recordações da Casa dos Mortos, Dostoievski narra a sua experiência de cinco anos de prisão siberiana. Ele fora preso em Abril de 1849 e condenado à morte por actividades contra o governo como membro do Círculo Petrashevski. A 22 de Dezembro, colocado diante de um pelotão de fuzilamento, viu a ordem de execução comutada no último momento por trabalhos forçados na Sibéria.

Os acontecimentos são contados do ponto de vista de Aleksandr Petróvitch Goriántchikov, que assassinou a mulher no primeiro ano de casamento e vai descrevendo as conversas, experiências e sentimentos dos outros presos. Dostoievski fala da perda de liberdade, da solidão, do frio, dos trabalhos forçados e do carácter daqueles com quem conviveu, que, apesar de criminosos, descreve com humanidade, demonstrando admiração pela sua energia, engenhosidade e talento. Isto apesar dos seus ódios, astúcias, falta de escrúpulos e delações.

A vida na prisão é particularmente dura para Aleksandr Petróvitch, mais educado e sensível do que a maioria dos outros detidos. Dostoievski conclui que a existência de prisões como aquela, com as suas práticas administrativas e os cruéis castigos corporais, é um facto trágico tanto para os prisioneiros como para a Rússia. É como se previsse também o gulag dos tempos de Estaline, que viria a ser narrado, entre outros escritores, por Varlam Chalamov nos Contos de Kolimá.


Recordações da Casa dos Mortos (trad. António Pescada) e outras obras de Fiódor Dostoievski estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/fiodor-dostoievski/

Sobre O Duelo, de Heinrich von Kleist (tradução e apresentação de Maria Filomena Molder)

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: O Duelo, de Heinrich von Kleist (tradução e apresentação de Maria Filomena Molder)


“Como todas as outras suas novelas, O Duelo não é uma narrativa sem tempo nem lugar, nela vemos homens e mulheres historicamente determinados, socialmente reconhecíveis, serem subitamente arrastados por um furacão que transforma as suas vidas e as converte num enigma: aquela que está inocente, Littegarde, encontra-se no ponto imóvel de uma tormenta, aí vê o mundo ruir, tornar-se demoníaco.” [Da Apresentação de Maria Filomena Molder]


Heinrich von Kleist (Frankfurt an der Oder, 18 de Outubro de 1777 – Berlim-Wannsee, 21 de Novembro  de 1811) foi um poeta e prosador alemão. Em Outubro de 1800 descobre a sua vocação literária. No início de 1801, parte com a sua irmã Ulrike em viagem a Paris, coisa que, seguindo as palavras de Robert Walser, “nenhum contemporâneo ousou”, demonstrando ser “um europeu convicto”. Em Abril de 1802 habita numa ilha do lago de Thun na Suíça, onde trabalha na tragédia A Família Schroffenstein e inicia a escrita da comédia O Jarro Quebrado. As suas novelas, as mais poderosas de toda a literatura alemã, foram reunidas em dois volumes e publicadas em 1810 e 1811, ano da sua morte por suicídio, projectado e realizado em conjunto com a sua amiga Henriette Vogel. 


O Duelo e Noivado em S. Domingo estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/heinrich-von-kleist/

Sobre Tonio Kröger e Os Buddenbrook, de Thomas Mann

 




Francisco Vale falou com Luís Caetano sobre Tonio Kröger e sobre Os Buddenbrook, de Thomas Mann. O programa  A Última Edição de 25 de Junho pode ser ouvido aqui.


«Tonio Kröger» (trad. Helena Topa), Os Buddenbrook (trad. Ana Falcão Bastos) e outras obras de Thomas Mann estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/thomas-mann/

Sobre Voo Nocturno, de Antoine de Saint-Exupéry

 



«Para as companhias de navegação aérea tratava-se duma luta de velocidade com os outros meios de transporte.

(…) Gosto do primeiro livro de Saint-Exupéry, mas deste gosto mais. Em Correio do Sul, às recordações do aviador, registadas com uma precisão surpreendente, misturava-se uma intriga sentimental que aproximava de nós o herói. Tão faminto de ternura, como o sentíamos humano, vulnerável! O herói de Voo Nocturno, conquanto não desumanizado, eleva-se até uma virtude sobre-humana. Creio que o que me agrada mais nesta narrativa vibrante é a sua nobreza. As fraquezas, os abandonos, as quedas do homem, conhecemo-las sobejamente, e a literatura dos nossos dias é por demais hábil a denunciá-las; mas é sobretudo desta superação de si que a vontade tensa obtém que temos necessidade que nos mostrem.

(…) O que conta, Saint-Exupéry conta-o “com conhecimento de causa". O afrontamento pessoal dum perigo frequente dá ao seu livro um sabor autêntico e inimitável.”» [Do Prefácio de André Gide]


Voo Nocturno (trad. Carlos Leite) e outras obras de Antoine de Saint-Exupéry estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/antoine-de-saint-exupery/

Sobre Confissões, de Jean-Jacques Rousseau

 



«As suas ideias (ainda que às vezes pouco claras ou contraditadas por ele mesmo) foram e ainda são seminais às nossas concepções de vida, de sociedade, da educação. A sua sensibilidade foi uma das fontes da sensibilidade romântica, que tanto pesa como uma herança no nosso mundo. O seu estilo divagante e emocional, cheio de retórica devaneadora e insistente, e que foi de enorme importância no último quartel do século XVIII e nas primeiras décadas do século XIX, trouxe uma paixão individualista pela Natureza e pela personalidade, que ficaram sendo longamente um dos dilemas da consciência moderna.» [Do prefácio de Jorge de Sena]


Confissões de Jean-Jacques Rousseau (trad. Fernando Lopes Graça e prefácio de Jorge de Sena) está disponível em https://relogiodagua.pt/autor/jean-jacques-rousseau/

28.6.21

Sobre O Falecido Mattia Pascal, de Luigi Pirandello

 



Escrito em 1904, O Falecido Mattia Pascal é um romance em que, com apreciável dose de humor negro, Luigi Pirandello explora os mistérios de identidade. Nele se conta a história de um homem que, cansado da sua vida de arquivista e de marido, decide viajar até Monte Carlo, onde a sorte lhe permite obter no casino uma enorme fortuna.

É no regresso a casa que toma conhecimento de que, por engano, foi considerado morto.

Decide começar uma nova vida com fortuna e outro nome, pensando assim libertar-se de compromissos e obrigações. Mas depois de viajar algum tempo sem estabelecer ligações de amor ou amizade, sente que o anonimato não o torna livre nem feliz.

Decide fixar-se numa pensão em Roma, onde se apaixona e tudo se complica.


O Falecido Mattia Pascal e outras obras de Luigi Pirandello estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/luigi-pirandello/

27.6.21

Sobre Tens de Mudar de Vida, de Peter Sloterdijk

 



Naquela que é a sua maior investigação sobre a natureza do ser humano, Peter Sloterdijk apresenta-nos uma crítica ao mito do regresso da religião. O seu argumento é o de que não é a religião que está a regressar, mas sim algo de diferente e profundo que ocupa o seu lugar: o ser humano, como ser que se cria através de exercícios e que desse modo se transcende. 


A base da teoria de Sloterdijk sobre a natureza do ser humano parte de uma introspeção do processo de formação de tudo o que é humano. As ações, tanto de indivíduos como de formações coletivas, regressam sempre para os influenciar: o trabalho afeta os trabalhadores, as comunicações quem comunica, os sentimentos quem os sente. São os seres humanos que participam abertamente nestas práticas que dão corpo a este modo de existência da forma mais clara: agricultores, trabalhadores, guerreiros, escritores, praticantes de yoga, retóricos, músicos e modelos. Ao examinar os seus planos de treino e altas performances, Sloterdijk oferece um panorama de exercícios que devemos fazer para sermos e permanecermos humanos.


«Este livro, que aborda as questões mais importantes dos nossos tempos, é uma prova do pensamento inteligente e eclético de Sloterdijk.» [New Republic]


«Sloterdijk é genial e criativo. Tem talento e sagacidade. Merece espaço em qualquer estante, ao lado de Nietzsche, Heidegger e Foucault.» [New Humanist]


«Um livro poderosíssimo.» [Los Angeles Review of Books]


Tens de Mudar de Vida (trad. de Carlos Leite) e outras obras de Peter Sloterdijk estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/peter-sloterdijk/

Sobre O Louco Verão dos Mumins, de Tove Jansson

 



Uma onda gigante ameaça inundar o Vale dos Mumins.

No momento em que a família Mumin é expulsa de casa, parte de imediato em busca de uma nova morada. E, como os Mumins são pequenas criaturas cheias de recursos, rapidamente encontram um novo lar muito original: um teatro flutuante.


O Louco Verão dos Mumins e outras obras de Tove Jansson estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/tove-jansson/

Em breve chegará às livrarias Os Mumins e a Grande Cheia.

26.6.21

Sobre A Condessa de Cagliostro, de Maurice Leblanc

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: A Condessa de Cagliostro, de Maurice Leblanc


Publicado em 1924, A Condessa de Cagliostro é uma incursão de Maurice Leblanc no mundo do esoterismo.

A obra narra o início da vida aventurosa de Arséne Lupin, jovem amante de Clarisse d’Étigues e que salva Joséphine Balsamo da morte às mãos do conspirador realista Beaumagnan.

Joséphine pretende ser a condessa de Cagliostro, descendente do conde Alessandro di Cagliostro, médico e ocultista italiano da segunda metade do século XVIII e que teria o segredo da longa vida e da juventude.

Arséne Lupin vai hesitar entre o amor por Clarisse e a paixão por Joséphine, cuja idade permanece um enigma. Além disso, segue a pista de um segredo, também perseguido por Beaumagnan e os seus cúmplices.

Através desta intriga policial, Maurice Leblanc faz-nos também uma descrição da nobreza da época e, em particular, da família do barão d’Étigues.


A Condessa de Cagliostro e outra obras de Maurice Leblanc estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/maurice-leblanc/

Sobre O Bom Soldado, de Ford Madox Ford

 



Através do olhar inicialmente ingénuo do narrador, O Bom Soldado conta-nos a vida de dois casais em vésperas da I Guerra Mundial. Um deles é inglês, outro norte-americano, ambos parecem perfeitos.

Mas os leitores depressa se apercebem de que, por detrás de uma fachada de respeitabilidade social, se ocultam dramas amorosos e financeiros, próprios da alta sociedade internacional da época.

Publicado em 1915, O Bom Soldado é o mais famoso romance do escritor e editor Ford Madox Ford, ocupando um destacado lugar nas letras anglo-saxónicas do século xx.

A obra distingue-se pelo uso inovador da narrativa na primeira pessoa num contexto realista, pelo recurso não-cronológico aos flashbacks e pela implacável crítica social.


O Bom Soldado (trad. revista de Telma Costa) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/o-bom-soldado/

Sobre Debaixo do Vulcão, de Malcolm Lowry

 



«Creio que Debaixo do Vulcão poderá ser um livro realmente bom: poderá sê-lo, é a ameaça que faço, afirmou Malcolm Lowry numa das primeiras cartas que escreveu ao seu agente literário Harold Matson, em Julho de 1940. Lowry acabara de se instalar numa cabana na praia de Dollerton, perto de Vancouver, na Colúmbia Britânica, e trabalhava numa nova versão do romance que tinha concebido e escrito pela primeira vez no México, país a que havia chegado no Dia dos Mortos de 1936.

De início o romance foi descaradamente autobiográfico, fruto e reflexo do México e das experiências que aí teve, desde os decadentes jardins de Cuernavaca e as cantinas onde podia afogar-se em mescal apenas por alguns pesos, até ao terrível episódio da prisão e ao delirium tremens em Oaxaca, depois de ter sido abandonado pela mulher. Uma descida aos infernos fielmente registada no primeiro Manuscrito, porque mesmo nos seus piores momentos, Lowry nunca renunciou a escrever, a reflectir sobre o papel a incrível realidade.

“Podia dizer-se que era como um registador”, afirmou o escritor e poeta americano Conrad Aiken, que visitou Lowry durante a sua estada em Cuernavaca, declarando depois que “o romance estava essencialmente pronto em Julho de 1937” e concluindo que “o livro iria ser reescrito durante os próximos nove anos”. Não é de estranhar, dado o seu génio para a linguagem, que se convertesse nesse milagre da prosa inglesa que, em minha opinião, é o seu melhor conseguimento.

Efectivamente, no seu paraíso privado de Dollerton “entre o bosque e o mar”, Lowry reescreveu uma e outra vez o Manuscrito, construindo o seu romance como quem compõe uma sinfonia, introduzindo novas formas e desenvolvendo as existentes num jogo contrapontístico de secretas correspondências e sugestivas alusões poéticas.

Ao fim de nove anos, a sua experiência mexicana havia-se transformado num monumento barroco de profundas ressonâncias simbólicas (…).» [Carmen Virgili]


https://relogiodagua.pt/produto/debaixo-do-vulcao/

25.6.21

Sobre Trilogia da Cidade de K., de Agota Kristof

 



«A Trilogia da Cidade de K. traz de volta os livros mais famosos de Agota Kristof (1935-2011), a escritora que fugiu para a Suíça após o fracasso da Revolução Húngara de 1956. Radicada em Neuchâtel, tornou-se cidadã helvética e publicou a obra em francês. Reunidos em volume único, O Caderno Grande (1986), A Prova (1988) e A Terceira Mentira (1992) contam a história de dois gémeos amorais, vítimas da guerra e toda a espécie de iniquidades. Escrito em capítulos muito curtos, O Caderno… suscitou controvérsia quando foi publicado, dando origem a um processo judicial (as cenas de sexo e crime foram consideradas pornográficas). Os outros dois romances têm uma estrutura mais convencional, desdizendo, cada um a seu modo, as “verdades” do Caderno…» [Eduardo Pitta, Sábado, 24/6/21]


Trilogia da Cidade de K. (tradução revista de António Gonçalves) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/trilogia-da-cidade-de-k/

Sobre Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, de George Orwell

 



“Orwell e o seu Mil Novecentos e Oitenta e Quatro entraram na casa do cidadão e no mundo dos Estados, e não saíram de lá. Nada é não-político, e foi esta pontaria no diagnóstico que tornou mítico este livro. (…)

O que Orwell mostrou e previu foi este estado de permanente vigilância: o cidadão que vigia um outro — em perseguições individuais em redes sociais — e a vigilância feita por empresas ou Estados cumprem um programa que muitos pensadores previram e que Orwell conseguiu narrar.” [Do Prefácio]


“O romance definitivo do século XX (…). Os seus temas continuam a ecoar, como uma ameaça profética, no presente.” [The Guardian]


Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (trad. José Miguel Silva) e outras obras de George Orwell estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/george-orwell/

Sobre Um Amor, de Sara Mesa

 



«Num ambiente tenso de silêncios, Um amor, da espanhola Sara Mesa (n. 1976), arrisca confrontar o leitor com zonas cinzentas da moral; ao mesmo tempo que, num hábil jogo de equívocos e de mal-entendidos, aborda os limites da linguagem, da sua incapacidade, e da sua função na comunicação. […] Aos poucos, e ao longo da narrativa, o pequeno povoado de La Escapa vai-se transformando numa espécie de personagem que interage com Nat [a protagonista]. Aquele lugar opressor, quase claustrofóbico — apesar dos largos horizontes — que só o monte El Glauco mancha —, tudo vai tornando hostil, confuso e complicado, obrigando a que a protagonista do romance não se confronte apenas com os outros habitantes, mas também consigo própria, com os seus fracassos e inseguranças, com os seus medos primitivos.» [José Riço Direitinho, ípsilon, Público, 25/6/2021: https://www.publico.pt/2021/06/25/culturaipsilon/critica/intrusa-desejo-1967468]


Um Amor, de Sara Mesa (trad. Miguel Serras Pereira), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/um-amor/

De O Cuidado de Si, de Michel Foucault

 



«Começarei pela análise de um texto bastante singular. É uma obra de «prática» e de vida quotidiana; não um texto de reflexão ou de prescrição moral. É o único texto, entre os que nos ficaram dessa época, que apresenta uma exposição um tanto sistemática das diferentes formas possíveis de actos sexuais; não produz, em geral, de modo directo e explícito juízos morais a propósito desses actos; mas subentende esquemas de apreciação geralmente aceites. E pode-se constatar que estes estão muito próximos dos princípios gerais que organizavam já, na época clássica, a experiência moral dos aphrodisia. O livro de Artemidoro constitui, por isso, uma referência. É testemunho de uma perenidade. Atesta um modo corrente de pensar. Por isso mesmo, permitirá avaliar o que pôde existir de singular e de parcialmente novo no trabalho de reflexão filosófica e médica efectuado nessa época sobre os prazeres e sobre a conduta sexual.» [p. 9]


O Cuidado de Si (História da Sexualidade III) e outras obras de Michel Foucault estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/michel-foucault/

Sobre Não Digam que não Temos Nada, de Madeleine Thien

 



Escrito com intimidade, talento e complexidade moral, Não Digam que não Temos Nada narra uma história sobre um dos regimes políticos mais importantes do século XX, assim como as suas consequências, que ainda se sentirão nas novas gerações. É uma emocionante evocação dos poderes das revoluções, e uma meditação inesquecível sobre o que é hoje a China.


«Uma grande escritora.» [Alice Munro]


«Thien escreve com o domínio de um maestro que controla o tempo da sinfonia, ao mesmo tempo que consegue prestar total atenção a cada um dos instrumentos que a compõem.» [The New York Times]


«Uma história chinesa de proporções épicas. Altamente detalhada e extremamente bem escrita.» [The Times]


«Uma meditação brilhante sobre a linguagem e a memória.» [Guardian]


«Poderoso e comovente.» [Times Literary Supplement]


Não Digam que não Temos Nada e O Eco das Cidades Vazias, de Madeleine Thien, estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/madeleine-thien/

De Não Sabemos mesmo O Que Importa, de Paul Celan

 



«ELOGIO DA LONJURA


Na fonte de teus olhos

vivem os fios dos pescadores do mar‐errância.

Na fonte de teus olhos

cumpre o mar sua promessa.


Coração

entretido entre os homens, aqui arremesso

minhas vestes e o fulgor de um juramento:


Mais negro no negro, estou mais nu.

Só sendo traidor sou fiel.

Eu sou tu quando eu sou eu.


Na fonte de teus olhos

vogo e sonho a pilhagem.


Um fio prendeu um fio:

separamo‐nos enlaçados.


Na fonte de teus olhos

um enforcado estrangula a corda.» [p. 17]


«Um dos grandes poetas alemães do pós-guerra, em quem a liberdade do surrealismo e a linhagem do expressionismo intervencionista (Brecht, etc.) ou visionário (Trakl) criam uma linguagem nova.» [Jorge de Sena]


Não Sabemos mesmo O Que Importa de Paul Celan (trad. e posfácio de Gilda Lopes Encarnação) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/nao-sabemos-mesmo-o-que-importa/

24.6.21

Sobre O Primeiro Amor, de Ivan Turguénev

 



«O Primeiro Amor» é uma narrativa sobre o amor adolescente. Voldemar, um jovem de dezasseis anos, apaixona-se pela filha do seu vizinho, a bela Zinaída, alguns anos mais velha que ele e a quem não faltam pretendentes. O leitor é arrastado pelas inconstantes emoções de Voldemar: exaltação, ciúme, desespero, ódio, renúncia e, de novo, devoção. No final, Voldemar sente-se destroçado ao descobrir a identidade do seu verdadeiro rival — uma revelação esmagadora, que, no entanto, lhe abre as portas para a compreensão dos abismos da paixão.


Este e outros livros de Ivan Turguénev estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/ivan-turguenev/


Hamnet, de Maggie O’Farrell, vai ter adaptação cinematográfica

 





Foi ontem anunciado que as produtoras Amblin Partners, Hera Pictures e Neal Street Productions se juntaram para adaptar a filme o mais recente romance de Maggie O’Farrell.

O guião será escrito por Chiara Atik, e a produção será de Liza Marshall, Sam Mendes e Pippa Harris.

Mais informação aqui: https://www.thebookseller.com/news/amblin-hera-and-neal-street-team-hamnet-adaptation-1265822#


Hamnet (Trad. Margarida Periquito) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/hamnet/

Sobre Jack, de Marilynne Robinson

 



«Marilynne Robinson (n. 1943), voz maior da literatura norte-americana, está de volta com Jack. Com acção em Gilead, a cidade que empresta o nome ao título do romance que a fez vencer o Pulitzer de Ficção em 2005, o livro conta a história de Jack Boughton, filho “problemático” de um pastor presbiteriano. Já o conhecemos de Gilead, Home e Lila, os romances anteriores da tetralogia. O ponto crítico está na ligação amorosa de um homem branco com uma mulher negra, na América dos anos 1950. Ser professora e filha de um bispo metodista influente na comunidade negra não isenta Della Miles dos interditos da lei. Mas a vexata quaestio nem sequer reside aí. Para Marilynne Robinson, a questão central é pôr em pauta o tipo de país em que a América se transformou. O dilema de Hamlet paira como uma sombra nas discussões “teológicas” de Jack e Della. Notável.» [Eduardo Pitta, Sábado, 24/6/21]


Jack, de Marilynne Robinson (tradução de Alda Rodrigues), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/jack-gilead-4/

Em breve a Relógio D’Água publicará Gilead (tradução revista de António Pescada).

Sobre Sr. Salário, de Sally Rooney

 



“Senti que o meu amor por ele era tão total e tão avassalador que muitas vezes me era impossível vê-lo claramente.”


Há alguns anos, Sukie foi viver com Nathan, porque a sua mãe tinha morrido, era difícil lidar com o seu pai e ela não tinha mais nenhum lado para onde ir. Agora, Sukie e Nathan estão prestes a enfrentar o inevitável.


Sr. Salário e Pessoas Normais estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/sally-rooney/

Sobre Antologia Poética, de Fernando Pessoa

 



«Pessoa morreu em 30 de Novembro de 1935, de uma “cólica hepática” no hospital particular de São Luís dos Franceses no Bairro Alto, então um dos melhores de Lisboa. Antes de entrar em coma escreveu a lápis num papel: “I know not what tomorrow will bring.

Deixava dispersa uma obra já ampla em poesia e prosa e amigos que reconheciam ou suspeitavam o seu génio por entre o alheamento do público. 

O previsível Diário de Notícias falou da morte “de um grande poeta de Portugal” numa referência à Mensagem e a Presença dedicou-lhe um número especial. 

Foi lentamente que a sua dimensão emergiu da mítica arca que legou à posteridade, e que, irradiando o enigmático fascínio dos seus textos, deu aos críticos o que em vão Joyce pediu para o seu Finnegans Wake, ou seja, trabalho para várias gerações.» [Do Prefácio]


Esta e outras obras de Fernando Pessoa estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/fernando-pessoa/

Sobre O Planeta do Sr. Sammler, de Saul Bellow

 



Artur Sammler é um sobrevivente do Holocausto. Atormentado pelas memórias da sua quase morte, passa agora os dias em Nova Iorque. Um intelectual que outrora estudara as grandes obras da literatura e filosofia ocidentais, lecciona agora ocasionalmente na Universidade de Columbia. Um «escrivão da loucura» que relata a degradação da vida citadina, debruçando-se também sobre os sofrimentos da alma humana. Enquanto o mundo está ocupado com a primeira aterragem na Lua e visões utópicas rivalizam com um eminente apocalipse da terra, Sammler encontra-se intrigado com as possibilidades que o futuro reserva aos que, como ele, são mortais. Na sua essência, o romance é bellowiano: moral, urbano, intrinsecamente humano.


O Planeta do Sr. Sammler (tradução de José Miguel Silva) e outras obras de Saul Bellow estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/saul-bellow/

23.6.21

Nova Série sobre o Inspector Maigret de Georges Simenon

 


Foi anunciado ontem que as produtoras Playground e Red Arrow Studios International vão criar uma nova série baseada nas obras do Inspector Maigret de Georges Simenon, com distribuição internacional.

[https://deadline.com/2021/06/inspector-maigret-drama-series-playground-red-arrow-georges-simenon-1234779236/]

As obras de Georges Simenon estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/georges-simenon/

Sobre A Interrupção dos Sonhos, de Humberto Brito

 



Neste conjunto de ensaios, Humberto Brito discute aspectos centrais da obra de Fernando Pessoa (o que são “heterónimos”, “ortónimo”, “histero-neurasténico”, “impessoalidade”). Fá-lo a partir de textos habitualmente negligenciados, como “Carta da Corcunda ao Serralheiro”, “Um Grande Português”, “O Homem de Porlock”, ou os escritos de Pessoa sobre “O Problema Ibérico”.


A Interrupção dos Sonhos, de Humberto Brito, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-interrupcao-dos-sonhos-ensaios-sobre-fernando-pessoa/

Sobre O Próximo Outono, de João Miguel Fernandes Jorge

 



«Por vezes fixo uma data, talvez até ao fim da minha vida. E quando chegar um dia antes desse dia, posso lembrar-me sempre de um facto que se lhe prende. Não importa que seja um aniversário. Pode não passar de um gesto, de um rosto que para sempre ficou perdido na distância não só do tempo como de uma rua, de uma sala de museu, de uma loja. Durou segundos, mas traz o traço, a sombra, a luminosidade capaz de se prender pelo que houver de longo na minha vida. Irrompe no exacto dia do aniversário da sua aparição, ou andará próximo desse instante. Nem sempre é um rosto, um corpo, ou um melro morto à beira de um passeio. Um objecto pode ser o senhor desse domínio festivo. Mesmo a morte de um melro ou de alguém amado transporta consigo um sentido de festa, de coisa que se comemora no mais secreto. Neste dia assalta-me sempre o tapete de Samarcanda. Como se descesse no meu pátio vindo dos céus do Uzbequistão.» [8 de outubro de 2003]


O Próximo Outono é um diário escrito ao longo de um ano que terminou em outubro de 2004.


O Próximo Outono e outras obras de João Miguel Fernandes Jorge estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/joao-miguel-fernandes-jorge/

Sobre O Outono em Pequim, de Boris Vian

 



O romance O Outono em Pequim é de 1947, o mesmo ano em que Vian escreveu A Espuma dos Dias. Publicado pela primeira vez nas Éditions du Scorpion, o livro contém elementos surrealistas.

A Pequim que surge no título não é literal. Os protagonistas têm em comum dirigirem-se a um deserto imaginário chamado Exopotâmia, onde está em construção uma estação de comboios. A narrativa começa com as peripécias de Amadis Dudu, que, não tendo conseguido apanhar o autocarro para ir trabalhar, acaba a bordo do 975, que o leva a esse deserto. Esse acaso revela-se frutuoso para Amadis.

O Outono em Pequim é uma narrativa de desilusão do mundo adulto, construído sobre o absurdo da sociedade industrial. Mas é também, tal como A Espuma dos Dias, uma história de amor sem esperança.

O narrador detém por vezes deliberadamente o desenrolar da história para comentar o que se está a passar. E é esse seu olhar irónico que evidencia os aspectos absurdos do romance.


O Outono em Pequim (trad. Luiza Neto Jorge) e outras obras de Boris Vian estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/boris-vian/

22.6.21

Sobre Contos de Dorothy Parker

 



Dorothy Parker, que participou no famoso grupo de escritores que se reunia na Mesa Redonda do Hotel Algonquin em Nova Iorque nos anos 20, é uma das mais conceituadas contistas do século XX, tendo sido considerada um “clássico” ainda em vida.

A sua sátira cáustica e mordaz muito deve a um profundo conhecimento da vida.

Lendária pelo seu humor e pela sua ironia, Parker foi descrita como “uma das pessoas mais inteligentes do mundo e também uma das mais tristes”. É o que se pode verificar na selecção de contos que aqui se reúne.


“Dorothy Parker colocou uma voz naquilo que escreveu, um estado de espírito, uma era, alguns momentos de experiência humana que mais ninguém conseguiu transmitir.” [Edmund Wilson]


Contos de Dorothy Parker, em tradução de Cecília Rego Pinheiro, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/contos-de-dorothy-parker/

Sobre A Quinta dos Animais, de George Orwell, adaptado e ilustrado por Odyr

 



«Publicado em 1945, o livro de George Orwell terá sido pensado como uma sátira ao desmoronar das utopias e à corrupção que tantas vezes mancha um projeto político através de práticas que são o exato oposto do que se anunciava. […] Essa narrativa é reescrita pelo brasileiro Odyr em banda desenhada, numa transposição de linguagens que retém os fundamentos do texto orwelliano, acrescentando-lhe uma camada visual de enorme poder evocativo. Para isso, Odyr escolheu uma gramática pictórica com raízes na pintura, composta por vinhetas onde é visível a cor saturada dos acrílicos e os traços do pincel, entrecortadas por imagens menos complexas em termos cromáticos e mais esquemáticas no uso do traço. Fundamental é a recusa de uma antropomorfização das figuras animais, algo que simplificaria a narrativa, mas que arruinaria o lado de fábula que George Orwell lhe imprimiu.» [Sara Figueiredo Costa, E, Expresso, 19/6/21]


A Quinta dos Animais, de George Orwell, ilustrado e adaptado por Odyr, e outras obras de George Orwell estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/george-orwell/