30.11.22

Sobre As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift

 



«Swift foi declarado louco em 1742, dezasseis anos após a publicação de Viagens de Gulliver, mas o livro, escrito quando ainda possuía as suas faculdades, é perigosamente são e não causaria tanto desconforto, se não fosse inspirado por tamanha lucidez e por uma grande racionalidade. O complacente e crédulo Gulliver, que não é mais do que o porta-voz do seu autor, fica em parte louco no final do livro, pois viu-se preso na perspectiva dos cavalos racionais, os Houyhnhnms, e por isso considera-se e à sua sofredora esposa como abomináveis Yahoos. Swift, apesar do seu horror ao falso orgulho humano, reconhece os limites de Gulliver e dos Houyhnhnms, e espera que nós, os seus leitores, também os aprendamos. 

As Viagens de Gulliver são escritas para dissipar a nossa cegueira, para nos curar das nossas ironias inconscientes. Martin Price observa que “Gulliver é criado como o herói de uma comédia de incompreensões”. Dado que cada um de nós, até certo ponto, vive a comédia da incompreensão, simpatizamos com Gulliver. Gulliver é um homem comum que se deixa facilmente enganar pela sociedade, aceitando convenções tolas porque não consegue ver através delas e em torno delas. (porque não as consegue ultrapassar).» [Harold Bloom]


As Viagens de Gulliver (trad. Luzia Maria Martins) está disponível em https://relogiodagua.pt/autor/jonathan-swift/

Sobre Obras Escolhidas de Oscar Wilde

 



Este volume das Obras Escolhidas de Oscar Wilde inclui a sua mais conhecida obra, O Retrato de Dorian Gray. Os seus contos estão representados por «O Crime de Lord Arthur Savile», «O Fantasma dos Canterville», «A Esfinge sem Segredo» e «O Milionário Modelo».

Publicam-se igualmente as suas principais peças de teatro, entre as quais A Importância de Ser Earnest, O Leque de Lady Windermere, Uma Mulher sem Importância e Vera ou os Niilistas, pela primeira vez traduzida em Portugal. 


Esta e outras obras de Oscar Wilde estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/oscar-wilde/

Sobre A Senhora do Cãozinho, de Anton Tchékhov

 



A Senhora do Cãozinho é, a par de O Beijo, um dos melhores e mais conhecidos contos de Tchékhov.


A Senhora do Cãozinho (trad. Nina Guerra e Filipe Guerra) e outras obras de Anton Tchékhov estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/anton-tcheckhov/


Outros livros da colecção Contos Singulares estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/classicos-para-leitores-de-hoje/contos-singulares/

Sobre Mensagem, de Fernando Pessoa

 



«Mensagem — o único livro de poesia em língua portuguesa dado a público por Fernando Pessoa — foi impresso em Outubro de 1934. Dividido em três partes (“Brasão”, “Mar Português” e “O Encoberto”), este livro, que esteve para se chamar “Portugal”, incorpora 44 poemas, alguns dos quais já anteriormente publicados em jornais e revistas. (…) Mensagem — uma colectânea identificável com o sinal, necessariamente aleatório, de um nacionalismo místico, esotérico e profetista — pode também deixar visionada, por acrescento, a projecção de um “reino de alma humana continuamente sendo e continuamente ansiosa de mais ser”.» [Agostinho da Silva in Um Fernando Pessoa]


Esta e outras obras de Fernando Pessoa estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/fernando-pessoa/

Sobre Boas Esposas, de Louisa May Alcott

 



Meg, Jo, Beth e Amy cresceram juntas, tendo como vizinho Laurie, e chegou a altura de descobrirem o seu lugar no mundo e de fazerem as coisas com que sempre sonharam. Deparam-se com dificuldades e apaixonam-se, e, quando as tragédias acontecem, encontram conforto umas nas outras e na sua casa.


Boas Esposas e Mulherzinhas (trad. Marta Mendonça) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/louisa-may-alcott/

29.11.22

Sobre A Ilha da Infância, de Karl Ove Kanusgård

 



A memória de Knausgård não segue uma ordem cronológica. Avança, recua, detém-se e depois adquire um novo impulso. Isso torna-se evidente nesse exercício de realismo autobiográfico que é A Minha Luta.

No terceiro volume, A Ilha da Infância, situamo-nos no Verão de 1969 na ilha de Tromøya, na costa sul da Noruega, aonde Karl Ove chega ainda bebé num carrinho empurrado pela mãe.

É nesse universo familiar, entre as florestas carregadas de mistérios, que se desenvolvem as intensas experiências da infância.

Knausgård fala-nos das suas sensações sobre a natureza do tempo, da memória e da existência, a felicidade de ir à escola, os prazeres e problemas da amizade, a excitação da vida ao ar livre, a descoberta sempre inesperada do amor, os medos, as alegrias, a leitura, as roupas, a música e o desporto.

E tudo isso entretecido na serena atenção da mãe e no autoritarismo do pai, sempre disposto a castigar.


«Knausgård combina autoficção e reflexão como ninguém o fez antes. Ao lê-lo, sentimos que estamos absorver o retrato completo de uma vida.» [Jeffrey Eugenides]


A Ilha da Infância, terceiro volume de A Minha Luta  (trad. Miguel Serras Pereira), e outras obras de Karl Ove Knausgård estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/karl-ove-knausgard/

Sobre A Ilha Encantada, de Hélia Correia

 



«O próprio texto tem, aliás, parecenças com esses espectáculos de luz feitos para encantar, esplendorosos, fátuos e um bocadinho assustadores. A sua recepção entre as crianças é um assunto muito delicado. No meu trabalho, comecei por atender aos pedidos das gentes mais sensatas e substituí “A Tempestade” — que, ao que dizem, podia causar estremecimento — por “A Ilha Encantada”, pois que é assim referida pelo autor. E, quanto a sensatez, achei bastante.» [Do Prefácio de Hélia Correia]


Esta e outras obras de Hélia Correia estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/helia-correia/

Sobre Pequena Coisas como Estas, de Claire Keegan

 



«A nova novela de Claire Keegan parte de factos reais para explorar a hipocrisia da sociedade. “Pequenas Coisas como Estas” é um pequeno mas belíssimo livro sobre a vontade de fazer o que está certo.» [Rita Cipriano, Observador: https://observador.pt/2022/11/26/claire-keegan-a-esperanca-de-pequenas-coisas-como-estas/]


A obra, editada com o apoio da Literature Ireland e tradução de Inês Dias, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/pequenas-coisas-como-estas/

Samantha Rose Hill, autora de Hannah Arendt, hoje na FLAD

 



Hoje, às 18:30, Samantha Rose Hill, autora de Hannah Arendt, recentemente editado pela Relógio D’Água, estará presente no Auditório FLAD, em Lisboa, para uma conversa com Isabel Lucas (entrada livre, mediante confirmação por email). Mais informação em https://www.flad.pt/meet-the-author-samantha-rose-hill-e-a-vida-de-hanna-arendt-29-novembro/


Hannah Arendt, de Samantha Rose Hill (trad. Margarida Periquito), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/hannah-arendt-uma-biografia/

Sobre Na Terra Somos brevemente Magníficos, de Ocean Vuong

 



Na Terra Somos brevemente Magníficos é a carta de um filho à mãe que não sabe ler. Escrita quando o narrador não tem ainda trinta anos, a carta evoca o passado de uma família e narra uma história que tem como epicentro o Vietname, desvendando aspetos da sua vida que a mãe nunca conheceu e levando a uma inquietante revelação final. Testemunho de um amor duro mas inegável entre uma mãe solteira e o filho, a carta é também uma investigação sobre raça, classe e masculinidade, levantando questões centrais sobre uma atualidade repleta de violência e trauma, que se vão sobrepondo a compaixão e a sensibilidade.

Este livro é tanto sobre a energia de contar uma história como sobre o silêncio destrutivo de não ser ouvido. Ocean Vuong escreve sobre pessoas aprisionadas entre mundos contraditórios e pergunta como recuperamos e podemos ajudar os outros sem deixarmos de ser quem somos. Procura assim responder a duas questões centrais: como sobreviver e como transformar essa sobrevivência em quase alegria.


Na Terra Somos brevemente Magníficos (trad. Inês Dias) e O Tempo É Uma Mãe (trad. Frederico Pedreira), o mais recente livro de poesia de Ocean Vuong, estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/ocean-vuong/

28.11.22

Sobre Temor e Tremor, de Søren Kierkegaard

 



«O tratamento acentuadamente patético em Temor e Tremor (…) permite analisar pormenorizadamente nos sucessivos episódios, e nas sucessivas “modificações” anunciadas e logo introduzidas pelos respectivos autores, os conflitos de ordem pessoal e inter-relacional que afectam o indivíduo que procura uma forma consequente de objectivar o seu sentimento. Nos episódios de Temor e Tremor, a representação do amor como uma força vital encontra-se em todas as situações imagináveis como estando determinadas por esse sentimento — seja ele paternal, filial, fraternal, erótico, para com a divindade, para com a polis, ou a philosophia; na maioria dos casos, a ultrapassagem desse amor implica não só a óbvia perda desse sentimento, como a morte de uma das partes ou o seu desaparecimento enquanto receptáculo do amor de um outro.» [Da Introdução]


Temor e Tremor (trad. Elisabete M. de Sousa) e outras obras de Søren Kierkegaard estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/soren-kierkegaard/

Sobre Falsos Segredos, de Alice Munro

 



Alice Munro evoca o poder devastador de antigos amores que ressuscitam em vários destes contos, o que levou a que o The New York Times escolhesse Falsos Segredos como um dos melhores livros do ano em que foi publicado. 

As histórias vão de 1850 à atualidade, atravessando assim as duas guerras mundiais. Nelas há uma jovem que desaparece sem deixar rasto, um noivado por contrato, uma excêntrica solitária que, sem nada fazer por isso, consegue um pretendente milionário e uma mulher que quer ao mesmo tempo escapar ao marido e ao amante. 

Nestes contos, os segredos são atravessados por ecos de humor, compaixão e sabedoria que fizeram de Alice Munro a autora preferida de Jonathan Franzen, que considerou ser ela «quem melhor escreve na América do Norte hoje em dia». 


Falsos Segredos (trad. Inês Dias) e outras obras de Alice Munro estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/alice-munro/

Sobre Segredo Ardente, de Stefan Zweig

 



Segredo Ardente fala-nos do despertar do ciúme e do conhecimento do que é a atração amorosa num rapaz de 12 anos. Manipulado por um homem que quer fazer dele o meio de aproximação à mãe, vai sentir o entusiasmo da amizade, a desilusão e o ciúme no ambiente de uma estância de veraneio onde quase não conhece ninguém.


Segredo Ardente (trad. Gilda Lopes Encarnação) e outras obras de Stefan Zweig estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/stefan-zweig/

27.11.22

Sobre A História, de Elsa Morante




A História foi publicado em 1974 e tem como cenário a cidade de Roma durante a Segunda Guerra Mundial. 

Num dia de janeiro de 1941, um soldado alemão caminha pelo bairro operário de San Lorenzo. Àquela hora pouca gente se vê nas ruas.

No seu deambular sem rumo, o soldado, alto, louro e um pouco embriagado, encontra Ida, uma professora viúva que regressa a casa depois do trabalho.

O soldado segue Ida até ao humilde andar que partilha com o filho. Viola-a e depois, com um pedido de desculpas, fuma um cigarro, sai e nunca mais saberemos dele.

Deste ato brutal, mas que a guerra torna quase banal, nasce uma criança, e a história da família judia de Ida vai encher as muitas páginas de um romance que iluminou toda a segunda metade do século xx.


“Este nosso mundo cai aos pedaços… Só tu, Elsa, consegues dar-lhe forma e dignidade.” [Italo Calvino]


A História (trad. José Lima) e O Xaile Andaluz (trad. Miguel Serras Pereira) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/elsa-morante/ 

Sobre Ética, de Espinosa

 



«São muitas as razões que fazem deste livro uma obra singular, a menor das quais não é, certamente, o seu título: “Ética Demonstrada segundo a Ordem Geométrica”. Porquê Ética, se as questões do bem e do mal só aparecem na Parte IV, depois de as três primeiras especularem sobre ontologia, epistemologia, física e psicologia, e se, além disso, desde ainda antes da sua publicação, o livro foi sempre visto como um libelo ateísta, inspirado em Lucrécio e na forma como este encara “a natureza das coisas”?» [Da Introdução]


«Penso que Espinosa tem de ser sentido como um santo. Penso que todos temos de lamentar o facto de não o termos conhecido pessoalmente, tal como deploramos não ter conhecido, pelo menos é o que me acontece a mim, Berkeley e Montaigne.» [J. L. Borges]


«Espinosa é profundamente relevante para a discussão sobre a emoção e os sentimentos humanos. (…) A alegria e a tristeza foram dois conceitos fundamentais na sua tentativa de compreender os seres humanos e sugerir maneiras de a vida ser mais bem vivida.» [António Damásio, Ao Encontro de Espinosa]


«Pode dizer-se que todo o filósofo tem duas filosofias, a sua e a de Espinosa.» [Henri Bergson]


Ética, de Baruch de Espinosa (tradução, introdução e notas de Diogo Pires Aurélio), foi editado pela Relógio D’Água em 2020 e está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/etica-2/

26.11.22

Sobre Casa, de Marilynne Robinson

 



Casa é a crónica da família Boughton, em particular do pai, o reverendo Boughton, e de Glory e Jack, dois dos seus filhos adultos.

Apesar de relacionado com Gilead (o anterior romance de Robinson), é um livro independente em que alguns acontecimentos são vistos sob uma nova perspetiva.

Casa venceu, em 2008, o Los Angeles Times Book Prize e o Orange Prize for Fiction em 2009, e foi finalista do National Book Award for Fiction. Foi também considerado um dos cem livros mais notáveis de 2008 pelo The New York Times e um dos melhores livros desse ano pelo The Washington Post e pelo San Francisco Chronicle.

Para o crítico James Wood, que sobre ele escreveu na The New Yorker, foi um dos dez livros favoritos no ano da sua publicação.


Casa (tradução de Alda Rodrigues) e outras obras de Marilynne Robinson estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/marilynne-robinson/

Sobre Breve História de Sete Assassinatos, de Marlon James

 



Jamaica, 3 de dezembro de 1976. Sete assassinos de metralhadoras em riste entram de rompante na casa de Bob Marley na véspera de um concerto. Apesar de ferido no peito e num braço, o cantor de reggae sobrevive. Os homens nunca foram descobertos. Mais de oitenta mil pessoas assistem ao concerto que Marley dá dois dias depois.

Breve História de Sete Assassinatos é um livro que revela um poder narrativo ímpar para explorar este evento quase mítico.

Com uma ação que atravessa três décadas e vários continentes, narra as vidas de várias personagens inesquecíveis — miúdos da favela, engates de uma noite, barões da droga, namoradas, assassinos, políticos, jornalistas, e mesmo agentes da CIA.

Breve História de Sete Assassinatos foi já considerado um dos melhores e mais extraordinários romances do século XXI e venceu o Man Booker Prize em 2015.


«Um mergulho intenso num mundo demente, violento e corrupto, feito de forma sublime com recurso à voz de múltiplos narradores… o romance mais original que li em vários anos.» [Irvine Welsh]


Breve História de Sete Assassinatos e Leopardo Negro, Lobo Vermelho (trad. José Miguel Silva) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/marlon-james/


25.11.22

Sobre Fé, Esperança e Carnificina, de Nick Cave e Seán O’Hagan

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Fé, Esperança e Carnificina, de Nick Cave e Seán O’Hagan (tradução de Frederico Pedreira)


ISTO NÃO É UM LIVRO DE MEMÓRIAS, ISTO É UMA CONVERSA


“O que eu quero dizer é que podemos largar muitas peles, mas, no fundo, continuamos a ser a maldita da mesma serpente.


Mas a tua conceção das coisas agora é completamente diferente, por certo, não?


Bem, o jovem Nick Cave podia dar se ao luxo de encarar o mundo com um certo desdém, uma vez que não fazia a menor ideia daquilo que o esperava. Hoje em dia, consigo ver que esse desdém ou desprezo pelo mundo era uma espécie de luxo ou de indulgência, até de vaidade. Ele não tinha a menor noção da preciosidade da vida — da sua fragilidade. Não tinha a menor ideia do quão difícil, se bem que essencial, é amar o mundo e tratar o mundo com misericórdia. E, como já disse, não tinha a menor ideia do que estava por vir. Era completamente inocente a respeito de todas essas coisas.”


FÉ, ESPERANÇA E CARNIFICINA É UM LIVRO SOBRE A VIDA INTERIOR DE NICK CAVE.


Escrita a partir de mais de quarenta horas de conversas íntimas com o jornalista Seán O’Hagan, esta é uma profunda exploração, através das palavras do próprio Nick Cave, sobre o que realmente dirige a sua vida e criatividade.


O livro examina questões de crença, arte, música, liberdade, sofrimento e amor. Mostra com singeleza a vida de Nick Cave desde criança até aos dias de hoje, os seus amores, o seu trabalho ético e a sua dramática transformação em anos recentes.


Fé, Esperança e Carnificina oferece degraus de esperança e inspiração de um verdadeiro visionário.


Mais informação em https://relogiodagua.pt/produto/fe-esperanca-e-carnificina-pre-publicacao/

Sobre A Lua de Bruxelas, de Amadeu Lopes Sabino

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: A Lua de Bruxelas, de Amadeu Lopes Sabino


“A um sinal da vidente, a bola de cristal, idêntica no tamanho e na transparência à que a criada flamenga oferecera a Luísa no dia da chegada a Bruxelas, iluminou-se como uma lâmpada. A vidente apagou a vela e, na obscuridade da quadra miserável, recitou uma lengalenga num dialeto inidentificável. A bola brilhava mais e mais, refulgia agora, astro fasto ou nefasto, e os olhos da mulher refletiam essa luz mágica.

— A Lua! — exclamava. — O prazer e a culpa numa mesma e única identidade. Não é vulgar, um destino assim. O melhor e o pior numa total confusão. Oh, meu Deus! Não é possível!

— Não é possível?! — perguntava ele, entre a curiosidade e o receio. Governada pela dúvida, a vidente era agora uma Lady Macbeth. João Baptista via-se transportado à Idade Média e esforçava-se por reter os pormenores da cena, para mais tarde a integrar numa novela histórica.

— A Lua, a maldita, a enganadora Lua de Bruxelas. Tudo pode acontecer quando ela aparece. O melhor e o pior. Acontece sempre o melhor e o pior. Mas eu prefiro não entrar em pormenores. Não quero ver, não quero ver…”


A Lua de Bruxelas e Felix Mikailovitch estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/amadeu-lopes-sabino/

Sobre Devorar o Céu, de Paolo Giordano

 



Teresa passa os verões da adolescência com a avó e o pai no sul de Itália. É aí que conhece três rapazes que à noite saltaram a sebe para nadarem na piscina de onde vão ser escorraçados.

Fazem parte de uma espécie de seita religiosa, dirigida pelos pais de um deles, e são inseparáveis. Teresa sente-se atraída por Bern, o mais inquieto e desafiador.

É um encontro que a vai arrancar ao seu previsível destino de estudante universitária em Turim e levá-la a viver o amor e o desamor, o entusiasmo e a frustração na busca de uma relação com a natureza e também com o transcendente.

O grupo que formam procura redimir-se através do cultivo ecológico da terra.

O autor de A Solidão dos Números Primos narra-nos a vibrante história de quatro vidas em que se sucedem não só as estações, mas também as ilusões e os desenganos de um ativismo radical.


«Um acontecimento que confirma Giordano como uma das presenças mais eletrizantes da ficção contemporânea.»

[André Aciman, autor de Chama-Me pelo Teu Nome]


«Um romance feroz como a juventude e puro como uma utopia.» [Paolo Cognetti, autor de As Oito Montanhas]


«Perfeito, comovente, honesto, brilhante, e repleto de personagens que se assemelham a amigos de longa data.» [Andrew Sean Greer, vencedor do Prémio Pulitzer]


«Um romance magnânimo.» [The New York Times Book Review]


«Um romance muito corajoso.» [Roberto Saviano, autor de Gomorra]


Devorar o Céu (trad. Margarida Periquito) e outras obras de Paolo Giordano estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/paolo-giordano/

As Aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi, em nova adaptação cinematográfica

 


Estreou esta semana nos cinemas portugueses Pinóquio de Guillermo del Toro, a partir da obra de Carlo Collodi, com realização de Guillermo del Toro e Mark Gustafson e a participação dos actores Ewan McGregor e Cate Blanchett, entre outros. O filme estará também disponível na Netflix a partir de 9 de Dezembro.




«As Aventuras de Pinóquio» é a história do boneco de madeira que desejou tornar-se rapaz. Tudo começa quando o desprevenido Gepeto esculpe um pedaço de madeira que consegue andar e falar. Assim nasce Pinóquio, que, depois de causar vários problemas a Gepeto, vive inúmeras aventuras, no decurso das quais é perseguido pela Raposa e pelo Gato, aconselhado pelo Grilo-Falante e salvo por uma linda Menina de cabelos azul-turquesa. Além disso, o nariz cresce-lhe quando conta uma mentira. Como se isso não bastasse, é transformado num burro e engolido por um tubarão, antes de alcançar a felicidade.


As Aventuras de Pinóquio (trad. Margarida Periquito) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/aventuras-de-pinoquio-as/

24.11.22

Sobre Ferry, de Djaimilia Pereira de Almeida

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Ferry, de Djaimilia Pereira de Almeida


No ferry, em direcção a sul, Vera e Albano. Fugiam, ainda que não o soubessem. Na margem norte do rio, estavam a cidade e os fantasmas de quantos os haviam perseguido, existentes e imaginários. No nevoeiro, tudo isso era difícil de ver. A mulher encostou a cabeça ao ombro do homem e deram as mãos. Em diante, o desconhecido. E, sobre o desconhecido, um anel de neblina nascendo das águas negras.


Ferry e outras obras de Djaimilia Pereira de Almeida estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/djaimilia-pereira-de-almeida/

Sobre O Tempo É Uma Mãe, de Ocean Vuong

 


Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: O Tempo É Uma Mãe, de Ocean Vuong (tradução de Frederico Pedreira)


Neste livro de poemas, Ocean Vuong procura o significado da vida por entre os destroços deixados pela morte da mãe, refletindo sobre o paradoxo de permanecermos sentados com mágoa ao mesmo tempo que procuramos a determinação necessária para a ultrapassar. Mergulhando em memórias, e em sintonia com os temas de Na Terra Somos brevemente Magníficos, Vuong debruça-se sobre a perda, o significado da família e o custo de ser um produto resultante de uma guerra na América.

O resultado é uma abordagem inovadora e corajosa, tanto em relação à linguagem como à forma, que ilumina os principais temas que hoje nos atormentam.


“Um livro terno e corajoso, que partilha os temas do seu romance Na Terra Somos brevemente Magníficos.” [TIME]


“Demora-te nestes poemas, e regressa a eles com frequência.” [The Washington Post]


O Tempo É Uma Mãe e Na Terra Somos brevemente Magníficos (trad. Inês Dias) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/ocean-vuong/

Sobre Presa Branca, de Jack London

 



Presa Branca não conta apenas a história de um cão-lobo selvagem. Mas mostra como as mudanças dramáticas no seu comportamento vão evoluindo em relação com as mudanças no seu ambiente social e natural. O livro explora, assim, de modo indirecto, questões sociológicas sobre o comportamento humano — o que é que leva as pessoas a agirem de forma selvagem ou civilizada?

Em Presa Branca, Jack London mostra como a civilização é uma força tão poderosa quanto a natureza em termos de comportamento individual.


Presa Branca (trad. Miguel Serras Pereira) está disponível em https://relogiodagua.pt/autor/jack-london/

23.11.22

Samantha Rose Hill é a próxima convidada da iniciativa Encontros com Escritores Americanos, da FLAD

 



No próximo dia 29 de Novembro, às 18:30, Samantha Rose Hill, autora de Hannah Arendt, recentemente editado pela Relógio D’Água, estará presente no Auditório FLAD, em Lisboa, para uma conversa com Isabel Lucas (entrada livre, mediante confirmação por email). Mais informação em https://www.flad.pt/meet-the-author-samantha-rose-hill-e-a-vida-de-hanna-arendt-29-novembro/





Hannah Arendt, de Samantha Rose Hill (trad. Margarida Periquito), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/hannah-arendt-uma-biografia/

As obras de Hannah Arendt editadas pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/hannah-arendt/

Sobre O Barão, de Branquinho da Fonseca

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: O Barão, de Branquinho da Fonseca (prefácio de David Mourão-Ferreira)


«Emblema? Símbolo? Mito? O Barão é tudo isso; mas antes de tudo isso, independentemente de todos esses valores que lhe são dados pelo meio, pela raça, pelo tempo (utilizemos, já agora, sem rebuço, a trípode do velho Taine!), é um ser concreto, que nos parece “de carne e osso” pelo modo como a estrutura da novela o apresenta, gradualmente o desoculta, incompletamente o ilumina; é um ser que nos perturba, e revolta, e comove, com os seus defeitos e as suas qualidades, as suas obsessões, os seus sonhos, a sua índole pessoal e intransmissível… Daí, a incomparável espessura que ele tem como criação romanesca.

E, todavia, O Barão não é apenas o Barão.» [Do Prefácio de David Mourão-Ferreira]


Branquinho da Fonseca nasceu em Maio de 1905 em Mortágua. Era filho do escritor Tomás da Fonseca. Estudou Direito em Coimbra, onde colaborou com José Régio e João Gaspar Simões na fundação da revista Presença. Escreveu contos, novelas, romances, poesia e teatro. Foi director do Museu-Biblioteca Condes de Castro Guimarães e criador e primeiro director das Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian.


Mais informação em https://relogiodagua.pt/produto/o-barao-pre-publicacao/

Sobre Arte Poética, de Paul Celan

 



“As páginas anteriores reúnem quase todos os textos de prosa de Paul Celan até agora publicados, se exceptuarmos algumas esparsas notas introdutórias aos poetas russos Ossip Mandelstám (desaparecido nos anos trinta, vítima não se sabe bem se de Estaline, se de Hitler) e Aleksandr Blok.” [Do Posfácio de João Barrento]


Arte Poética (trad. João Barrento e Vanessa Milheiro), A Morte É Uma Flor (trad. João Barrento) e Não Sabemos mesmo O Que Importa (trad. Gilda Lopes Encarnação) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/paul-celan/

22.11.22

Sobre Obra Poética, de José Afonso

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Obra Poética, de José Afonso (organização, prefácio e notas de Jorge Abegão)


«A presente edição reflete pequenos ajustamentos de atualização da obra, introduz quatro poemas não publicados nas edições anteriores, agrega os textos de canções e outros poemas, mantendo a sua ordenação cronológica, conforme foi a vontade de José Afonso para a primeira edição. […]

Curiosamente, como se a ordem cronológica dos poemas desse um sentido inverso ao destino, o seu primeiro poema, “Pela Quietude das Tuas Mãos Unidas”, é uma profunda reflexão sobre a tristeza e o mistério da morte, e o último, “Alegria da Criação” (1985), é uma reflexão sobre a vida e a alegria da criação, sobre aquele sopro inicial que temporariamente nos visita e nos faz renascer através da inquietação e do desassossego.» [Do Prefácio de Jorge Abegão]


Obra Poética, de José Afonso, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/obra-poetica-pre-publicacao/

Sobre Middlemarch, de George Eliot

 



Middlemarch (1871-72) é o mais importante romance saído do período vitoriano. Nele, George Eliot aborda todos os temas fulcrais da vida moderna: arte, religião, ciência, política, carácter, sociedade e relações humanas.

Entre as suas personagens estão algumas das mais notáveis da literatura inglesa: Dorothea Brooke (a heroína), Rosamond Vincy (bela e egoísta), Edward Casaubon (o estudioso), Tertius Lydgate (um médico brilhante de duvidosa moralidade), Will Ladislaw (o artista) e Fred Vincy e Mary Garth (namorados de infância).


«Middlemarch é a sua [de George Eliot] mais subtil análise da imaginação moral, possivelmente a mais subtil que alguma vez foi conseguida na prosa de ficção.» [Harold Bloom]


Middlemarch (trad. José Miguel Silva e Miguel Serras Pereira) e O Moinho à beira do Floss (trad. Fernando de Macedo) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/george-eliot/

Sobre A Sinfonia Pastoral, de André Gide

 



«A Sinfonia Pastoral é, entre outras coisas, a história de um homem que levou para casa um pequeno ser que vivia no escuro e que o amou de tal forma que o fez descobrir os objectos, as cores, os livros, a música. O pequeno ser transformou-se numa bela mulher e durante algum tempo foram felizes. Mas, no dia em que ela finalmente viu a neve, viu os rostos dos que estavam à sua volta, a escuridão voltou.» [Do Prefácio de Ana Teresa Pereira]


A Sinfonia Pastoral, de André Gide (tradução de Carlos Correia Monteiro de Oliveira), com prefácio de Ana Teresa Pereira, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-sinfonia-pastoral-pre-publicacao/

Sobre Fé, Esperança e Carnificina, de Nick Cave e Seán O’Hagan

 



Pré-publicação de Fé, Esperança e Carnificina, de Nick Cave e Seán O’Hagan, na Blitz


O livro, com tradução de Frederico Pedreira, chegará em breve às livrarias.



21.11.22

Em entrevista: Paulo Faria, tradutor de Cormac McCarthy

 



«As traduções para português dos mais recentes livros de Cormac McCarthy, de cuja obra Paulo Faria é profundo conhecedor, estão a sair em simultâneo com o original. O primeiro livro foi lançado nos EUA a 25 de Outubro e saiu em Portugal, com o título O Passageiro, na mesma semana. Stella Maris será lançado a 6 de Dezembro nos EUA e a edição portuguesa está prevista para meados desse mês. O tradutor português e o alemão foram os primeiros a ter acesso às duas obras.

McCarthy, que em Julho fez 89 anos, trabalhava neste projecto há anos. Referia-se a ele como o romance de Nova Orleães. “É uma coisa muito antiga. Ele faz isso muito: trabalha e depois põe de parte. Há sempre vários livros que está a escrever ao mesmo tempo”, explica o tradutor. Faria chegou a encontrar-se com o escritor no Novo México, nos Estados Unidos, e fez o relato desse encontro num artigo que publicou na Revista LER, em Junho de 2011.

[…] Não é Stella Maris que lhe vai trazer estas respostas. Aliás, quando saírem os dois romances, o leitor pode ler pela ordem que quiser”, revela o tradutor. A divisão à partida já estaria feita? “Eu tenho uma teoria, nunca saberei se é verdade. Acho que aquilo que ele andou a escrever desde 1980 é O Passageiro. Stella Maris é qualquer coisa que ele escreveu agora. Parece-me evidente. Quem lê percebe isso.» [Paulo Faria em entrevista a Isabel Coutinho, Público, ípsilon, 18/11/2022]


O Passageiro (trad. Paulo Faria) e as obras de Cormac McCarthy editadas pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/cormac-mccarthy/