A Relógio
D’Água vai editar nos próximos meses o essencial da obra de Dalton Trevisan,
Prémio Camões de 2012 (atribuído por unanimidade do júri constituído por Rosa Maria
Martelo, Abel Barros Baptista, Ana Paula Tavares, João Paulo Borges Coelho,
Alcir Pécora e Silviano Santiago).
Os primeiros livros
de contos a publicar serão O Vampiro de Curitiba, prefaciado pelo escritor
J. Rentes de Carvalho, A Trombeta do Anjo Vingador e Guerra Conjugal.
Seguem-se, no
início de 2013, Novelas Nada Exemplares, O Rei da Terra e o
romance A Polaquinha.
Será
igualmente reeditada uma obra do autor publicada em 1984 pela Relógio D’Água, Cemitério
de Elefantes, com o prefácio então escrito por Fernando Assis Pacheco.
«Provavelmente
o maior contista brasileiro do século xx.»
Abel Barros Baptista
«E para nos
dar esta Curitiba povoada por estes curitibanos tragicómicos, a um pêlo do
pícaro, Dalton Trevisan foi-se à eloquência e cravou-lhe a faca. Ironia,
elipse, nenhuma cedência ao romantismo nem ao realismo mágico, aí estão outras
armas brancas do escritor, afiadas à secretária-mesa-de-cela-monacal.»
Fernando Assis Pacheco, Prefácio a Cemitério de Elefantes, 1982
«Nesses
contos e novelas, diria que Dalton Trevisan se antecipou à geração brasileira
dita do mimeógrafo ou marginal na captação dessas cenas do quotidiano, entre o
trágico e o pícaro, como se antecipou às gerações mais modernas até na
concisão.»
Arnaldo Saraiva, JL, Junho de 2012
Dalton
Trevisan (…) pertence ao movimento de total renovação que transformou a
literatura latino-americana, até recentemente considerada marginal e
provinciana numa das mais experimentais da actualidade.
Meticuloso,
um tanto obsessivo, Dalton Trevisan persegue as sujas pegadas das suas
personagens. As suas histórias (como certas narrativas de Melville e Kafka na
interpretação de Borges) apresentam “fantasias de conduta”.»
E.
Rodriguez Monega, The New York Times Book Review
«… as suas
curtas e irónicas epifanias atingem a revelação das elípticas personagens de
Maupassant e Tchékhov.»
Bruce Allen, Library Journal
«Existe forte
veio de erotismo nestas histórias. Não é exibicionista, mas funcional para as
intenções do autor. É mesmo o símbolo absurdo da cidade, dos seus estreitos e
confinados horizontes.»
Thomas
Lask, The New York Times
«O dom de
Dalton Trevisan é a habilidade de escolher e destacar um único momento, um
lampejo, poucas linhas de diálogo, e projectar artisticamente esse microcosmo
de vida.»
Robert A. McLean, Boston Globe
A reacção que
se tem ao ler Trevisan é uma espécie de raiva. Raiva da perfeição da discrição
do autor, da sua absoluta invisibilidade moral, quando sabemos que ele deve
estar espreitando, escondido atrás do seu estilo.»
Michael
Wood, The New York Times Book Review
«Todas essas histórias
sugerem que Curitiba, ao lado da Macondo de Gabriel García Márquez, deverá em
breve surgir nos mapas dos norte-americanos que admiram a arte narrativa da
América Latina.»
Alan Cheuse, Los Angeles Times