«Tido como o pai do romance americano por nomes tão
reputados como Ernest Hemingway e William Faulkner, Mark Twain passava já dos
40 anos quando escreveu As Aventuras de Tom
Sawyer.
A memória não o traiu, contudo, ao recuperar as brincadeiras
e superstições da sua infância. Na cena mais famosa do livro, é ordenado a Tom
Sawyer que pinte uma longa vedação junto da sua casa. Aborrecido com a tarefa,
decide fazer com que as crianças da vizinhança trabalhem por ele,
convencendo-as de que se trata de uma brincadeira muito divertida. E não lhe
chega que aceitem pintar por ele. Pelo privilégio de o fazer, ainda lhe devem
pagar em berlindes, brinquedos e outros “tesouros”. Estes estratagemas divertiram
o público do século xix, mas continuam a fazê-lo mais de um século depois.
Autores como John Grisham recordam-nos com saudade: “Sempre que lia sobre o Tom
Sawyer, saía para fazer qualquer coisa atrevida como ele.” Afinal, a
escravatura pode ter sido abolida e os chapéus de palha podem ter saído de
moda, mas as crianças continuam a ser crianças e a reconhecer-se não como seres
perfeitos e angelicais mas como humanos com imperfeições e vontade própria.» [Tiago
Matos, Estante, 8]
De Mark Twain, a Relógio D’Água publicou As Aventuras de Tom Sawyer, As
Aventuras de Huckleberry Finn e Viagens de Tom Sawyer.
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