23.3.23

De O Tempo, Esse Grande Escultor, de Marguerite Yourcenar

 



«No dia em que uma estátua é acabada, começa, de certo modo, a sua vida. Fechou‑se a primeira fase, em que, pela mão do escultor, ela passou de bloco a forma humana; numa outra fase, ao correr dos séculos, irão alternar‑se a adoração, a admiração, o amor, o desprezo ou a indiferença, em graus sucessivos de erosão e desgaste, até chegar, pouco a pouco, ao estado de mineral informe a que o seu escultor a tinha arrancado.

Já não temos hoje, todos o sabemos, uma única estátua grega tal como a conheceram os seus contemporâneos.»


O Tempo, Esse Grande Escultor (trad. Helena Vaz da Silva) e outras obras de Marguerite Yourcenar estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/marguerite-yourcenar/

Sobre O Regresso do Leviatã Russo, de Sergei Medvedev

 



«Num dos textos que compõem este livro, o historiador Sergei Medvedev cita o poeta Joseph Brodsky (1940-1996): “Pareceu-me que o maior produto do sistema soviético era que todos ou, pelo menos, muitos de nós, nos considerávamos vítimas de uma terrível catástrofe, e mesmo que isso não criasse uma irmandade, pelo menos produzia um sentimento de compaixão, de pena uns pelos outros. E eu esperava que, através de todas as mudanças, este sentimento de compaixão sobrevivesse e perdurasse. Porque a nossa monstruosa experiência, o nosso passado aterrador, une as pessoas ou, pelo menos, a elite intelectual. Mas isso não aconteceu.” Para Medvedev, ao contrário, por exemplo, da Alemanha pós-nazi, a Rússia não soube dizer nunca mais. Esta atitude explica, em parte, a nostalgia por um  por um império perdido que, segundo ele, justifica a má relação com os países vizinhos e o comportamento beligerante que se arrasta com Putin ao comando. Através de ensaios breves, Medvedev compõe um puzzle complexo sobre a sociedade russa nas últimas décadas. Clarividente, cheio de exemplos, apoiando-se em histórias, episódios marcantes, factos e uma grande capacidade de síntese. Ganhou o Pushkin House Book Prize em 2020.» [Isabel Lucas, ípsilon, Público, 24/2/2023]


O Regresso do Leviatã Russo, de Sergei Medvedev (tradução de Maria Beatriz Sequeira e Michelle Hapetian), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/o-regresso-do-leviata-russo-pre-publicacao/

Sobre O Vermelho e o Negro, de Stendhal

 



«Apesar das numerosas semelhanças entre O Vermelho e o Negro e A Cartuxa de Parma, os dois romances são subtilmente diferentes na sua perspectiva erótica e na representação dos protagonistas de Stendhal. A nostalgia de glória napoleónica não abandona Julien quase até ao fim, mas extingue-se em Fabrizio depois da derrota de Waterloo. O autêntico amor não se apodera de Julien a não ser nos seus últimos dias e, ainda que não existam motivos para duvidar da sua sinceridade, tanto ele como madame de Rênal sabem que não têm futuro, o que constitui um nada negligenciável motivo para intensificar a paixão. […]

Julien Sorel nada sabe de si próprio; só é capaz de sentir as paixões depois de as simular e tem um inegável talento para a hipocrisia. E, no entanto, Julien mantém o nosso interesse e, mais do que isso, fascina-nos, não somos capazes de sentir antipatia por ele.» [Harold Bloom, O Futuro da Imaginação]


«Stendhal faz com que o leitor se sinta orgulhoso de ser seu leitor.» [Paul Valéry]


O Vermelho e o Negro (tradução de José Marinho) e outras obras de Stendhal estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/stendhal/

Sobre O Táxi N.º 9297, de Reinaldo Ferreira

 



Em março de 1926, verificou-se em Lisboa o assassínio da atriz Maria Alves, estrangulada num táxi com o número 9297 e lançada para a valeta. Investigando por conta própria e baseando-se em anteriores crimes semelhantes, o jornalista Reinaldo Ferreira, conhecido como Repórter X, sugere, nos jornais, que o culpado é o ex-empresário da vítima, Augusto Gomes. Posteriores investigações policiais confirmam a hipótese.

No ano seguinte, Reinaldo Ferreira aluga os estúdios Invicta Film, no Porto, para realizar o filme O Táxi N.º 9297, que tem como ponto de partida a morte de Maria Alves e vai obter os elogios da crítica e a adesão do público. Entre os atores, está a já então famosa Maria Emília Castelo Branco no papel de Raquel de Monteverde.

Aproveitando o êxito do filme, Reinaldo Ferreira adaptou o enredo ao teatro, escrevendo a peça que agora se reedita como novela policial. Trata-se de um dos primeiros «policiais» escritos por um autor português, que não evita alguns estereótipos, onde um enigma surge envolto num enredo de estranhas personagens e uma conspiração internacional que tem Lisboa como cenário.


O Táxi N.º 9297, de Reinaldo Ferreira (Repórter X), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/o-taxi-n-o-9297/

22.3.23

Sobre O Rio Amur, de Colin Thubron

 



«O rio Amur, escreve Colin Thubron, é “um dos rios mais formidáveis da Terra”. É também um dos mais misteriosos e as estimativas do seu comprimento variam muito, assim como as ideias sobre o significado do seu nome — talvez Big River, ou Kind Peace, nas línguas “dos povos indígenas”. O livro elegante, elegíaco e comovente de Thubron narra a sua jornada desde a nascente do rio nas montanhas da Mongólia até Nikolaevsk, onde encontra o mar de Okhotsk, que faz parte do oceano Pacífico.

Como muitos leitores de Thubron sabem, o autor é um viajante intrépido, um observador perspicaz e um guia lírico, apresentando ao leitor os lugares que visita e as pessoas que conhece pelo caminho. Em O Rio Amur: Entre a Rússia e a China, Thubron percorre quase 3200 quilómetros, grande parte ao longo da fronteira entre essas duas potências, num momento de reconfiguração rápida e tensa da geopolítica global.» [Peter Frankopan]


«Uma leitura absorvente com uma perspetiva fascinante.» [The Sunday Times]


O Rio Amur (trad. Ana Reis) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/o-rio-amur-entre-a-russia-e-a-china-pre-publicacao/

Sobre O Rio da Consciência, de Oliver Sacks

 



Os avanços no campo das neurociências revolucionaram a nossa capacidade de visualizar o cérebro em ação. Somos, pela primeira vez, capazes de confrontar as questões filosóficas que ocuparam os grandes pensadores desde o século XVIII com as bases fisiológicas da perceção e da consciência.

Em O Rio da Consciência, Sacks examina questões relacionadas com memória, tempo e consciência. Como pensamos e como nos lembramos? Pessoas diferentes pensam a velocidades e de modos diferentes? Devemos confiar na memória? De que forma a memória resultante das relações neurais diferencia as memórias verdadeiras das falsas? Como construímos a nossa perceção do tempo e o nosso mundo visual? O que é a consciência em termos neurológicos? E, mais importante ainda, o que é a criatividade?

Sacks terminou a investigação para este livro pouco antes de morrer, deixando instruções para a reunião dos artigos. Pode por isso dizer-se que este livro é o culminar de uma vida dedicada à pesquisa do modo como o cérebro funciona.


O Rio da Consciência (trad. José Miguel Silva) e outras obras de Oliver Sacks estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/oliver-sacks/

Sobre A Arte de Ter sempre Razão, de Arthur Schopenhauer

 



“Com Hegel, a dialéctica atinge o seu perfil filosófico mais elevado. Schopenhauer […] replica com uma operação de força igual e contrária, e redu-la ao mínimo, considerando-a a arte de ter razão, a ‘teoria de arrogância humana natural’. Operação que, de um ponto de vista filosófico, é provavelmente menos profunda, mas que acaba por se revelar mais bem adaptada às mudanças dos tempos, porque Schopenhauer não liga a dialéctica a uma filosofia, mas à própria condição do homem enquanto animal dotado de palavra, quer dizer […], enquanto ser a quem os deuses deram a palavra para que possa ocultar o seu pensamento.” [Franco Volpi]


Redigido em Berlim em 1830–31, A Arte de Ter sempre Razão foi publicado em 1864.


A Arte de Ter sempre Razão, de Arthur Schopenhauer (tradução de Fernanda Mota Alves), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-arte-de-ter-sempre-razao-pre-venda/