10.11.25

Sobre A Visão das Plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida

 Foi ao ler Os Pescadores de Raul Brandão que Djaimilia Pereira de Almeida encontrou a frase que haveria de inspirar anos depois A Visão das Plantas.

Raul Brandão fala de personagens que conheceu quando era levado pela mão até ao colégio. Entre eles, estava o capitão Celestino:


“[T]endo começado a vida como pirata a acabou como um santo, cultivando com esmero um quintal de que ainda hoje me não lembro sem inveja. Falava pouco. […] A sua vida anterior fora misteriosa e feroz. De uma vez com sacos de cal despejados no porão sufocara uma revolta de pretos, que ia buscar à costa de África para vender no Brasil. Outras coisas piores se diziam do capitão Celestino... Mas o que eu sei com exactidão a seu respeito é que para alporques de cravos não havia outro no mundo.”


A Visão das Plantas e outras obras de Djaimilia Pereira de Almeida estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/djaimilia-pereira-de-almeida/

9.11.25

Sobre Fumo, de Ivan Turguénev

 «Fumo, de Turguénev, contém uma notável diagnose da vida política e intelectual russa de meados do século passado, e por isso alguns críticos têm querido considerá-lo um roman à thèse. Sem dúvida, as longas diatribes sobre os problemas políticos e sociais do tempo podem levar-nos a pensar assim. Mas este romance contém também uma das mais belas histórias de amor de Turguénev, e narrada com uma técnica insuperável. E precisamente o que me leva a não aceitar a opinião dos partidários do roman à thése é esta extraordinária história de amor. Julgo que ainda ninguém notou como é singular: uma história de amor que, nas mãos de um escritor romântico como Turguénev (perdoem-me os que o consideram realista, que também é), insolitamente não se resolve em cataclismo.» [Manuel de Seabra]


Fumo (trad. Manuel de Seabra) e outra obras de Ivan Turguénev estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/ivan-turguenev/

Sobre Trabalho de Uma Vida, de Rachel Cusk

 Selecionado pelo The New York Times como um dos 50 Melhores Livros de Memórias dos Últimos 50 Anos.


Publicado em 2001, este livro dividiu críticos e leitores. Uma famosa cronista exigiu que a guarda dos filhos de Cusk lhe fosse retirada, considerando-a incapaz de cuidar deles, e Oprah Winfrey convidou a autora para se defender no seu programa.

Este é o relato divertido, comovente e brutalmente honesto das primeiras experiências de maternidade de Rachel Cusk. Uma educação feita de bebés, livros, amamentação, grupos de crianças pequenas, noites mal dormidas, maus conselhos e uma total impossibilidade de estar só. Uma obra marcante, que provocou tanto elogios como indignação.


«Adorei lê-lo e achei-o fascinante, mas também perigoso. Um incitamento à revolta… Uma obra extraordinária cuja escrita é absolutamente magnífica… Ri-me alto muitas vezes, com uma identificação dolorosa.» [Esther Freud]


«Rachel Cusk escreve sobre a maternidade com uma honestidade e clareza que fazem com que estas memórias pareçam quase ilícitas. Noites sem dormir, sim; cólicas, sim; mas também um amor cru e frenético pela sua filha recém-nascida, que ela retrata e analisa com rigor e maravilhamento.» [Jennifer Szalai, The New York Times Book Review]


Trabalho de Uma Vida: Como Nos Tornamos Mães (trad. Maria de Fátima Carmo) e outras obras de Rachel Cusk estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/rachel-cusk/

Sobre Tarzan dos Macacos, de Edgar Rice Burroughs

 Publicado em 1914, Tarzan dos Macacos conta a vida de John Clayton, que fica órfão depois de os seus pais serem abandonados na costa africana e mortos por uma tribo de macacos. Uma fêmea da tribo cria-o como se fosse um filho, e fica conhecido, entre os povos da região, como Tarzan, que significa «pele branca» na sua língua.

À medida que cresce, Tarzan aprende a comunicar com os animais e torna-se um lutador habilidoso. Mais tarde encontra outros humanos, incluindo Jane Porter, uma mulher americana que faz parte de uma expedição científica. Tarzan apaixona-se por Jane, mas o relacionamento complica-se devido às diferentes educações e expectativas sociais.

Tarzan descobre a sua verdadeira identidade como filho de um nobre inglês e decide voltar à civilização. No entanto, constata que é difícil adaptar-se à sociedade humana.

Tarzan dos Macacos é uma história de aventura que explora temas de identidade, pertença e o contraste entre a civilização e a natureza.


«Edgar Rice Burroughs é, provavelmente, o escritor mais influente em toda a história do mundo.» [Ray Bradbury]


«Burroughs tem um dom que muito poucos escritores, de qualquer género, possuem: o de conseguir descrever a ação com vividez.» [Gore Vidal]


Tarzan dos Macacos, de Edgar Rice Burroughs (tradução de Raul Correia), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/tarzan-dos-macacos/

8.11.25

Sobre A Chama, de Leonard Cohen

 A Chama, de Leonard Cohen, é um legado de poemas, canções, desenhos e versos dispersos, às vezes registados em cadernos de apontamentos e até guardanapos de papel. 

É uma despedida deliberada, que evita os sentimentalismos.

Pouco antes da sua morte em novembro de 2016, Leonard Cohen disse em entrevista: «Estou preparado para morrer. (…) A certa altura, e se estás ainda na posse das tuas capacidades, (…) tens de aproveitar a oportunidade para deixar tudo em ordem. Talvez seja um cliché, mas subestima-se o seu poder analgésico. Deixar tudo em ordem, quando se pode fazê-lo, é uma das atividades mais reconfortantes, e os benefícios são incalculáveis.»

Esta despedida de Cohen, que recolhe textos já publicados e inéditos, evidencia a variedade dos talentos de um romancista, poeta e cantor singular, lírico e filosófico, terno e corrosivo, feroz e generoso. Inclui novos poemas sobre a guerra, o arrependimento e a amizade, as letras das canções dos seus últimos quatro álbuns, fragmentos dos cadernos que guardou desde a adolescência e uma série de autorretratos e outros desenhos.

No conjunto, reflete uma sensibilidade que oscila entre o carnal e o místico, a melancolia e o apego à vida, a irreverência e o ceticismo, o perfil de alguém que enfrentou a morte com a mesma inteireza com que viveu.


A Chama (trad. Inês Dias) e outras obras de Leonard Cohen estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/leonard-cohen/

Sobre E Tudo o Vento Levou, de Margaret Mitchell

 E Tudo o Vento Levou tem como pano de fundo a Guerra Civil Americana, que opôs o Norte industrializado ao Sul das grandes propriedades de trabalho escravo negro.

A bela e caprichosa Scarlett O’Hara vive em Tara, no estado sulista da Geórgia, numa plantação de algodão. Estamos em 1861. Os seus amigos e, em geral, todos os jovens aguardam com entusiasmo a entrada na guerra, esperando uma vitória rápida. A exceção é o aventureiro Rhett Butler, que se sente atraído por Scarlett. Mas esta está apaixonada por Ashley Wilkes, que se prepara para casar com Melanie Hamilton. Depois da guerra, Scarlett procura reconstruir a propriedade familiar para onde regressa, recorrendo à obstinação, astúcia e mesmo a um casamento de conveniência.

E Tudo o Vento Levou foi escrito ao longo de dez anos por Margaret Mitchell, tendo conhecido edição em 1936 e acabando por ser a única obra da autora publicada em vida (a sua novela adolescente Lost Laysen teve edição póstuma). Venceu o National Book Award (1936), o Pulitzer no ano seguinte, foi traduzida em dezenas de línguas e vendeu milhões de exemplares.

O romance apresenta a visão do Sul derrotado, que tentou contrariar o sentido libertador da evolução, mas os seus dramas e paixões transcendem, como sempre sucede em literatura, as circunstâncias sociais da época.

Em 1939, Victor Fleming e Sam Wood realizaram um filme sobre o romance, sendo os papéis principais desempenhados por Vivien Leigh e Clark Gable.


“Ninguém que sente prazer com a arte da ficção pode ignorar E Tudo o Vento Levou. Um livro de qualidade invulgar, uma narrativa soberba.” [The New York Times]


“O melhor romance que alguma vez nos chegou do Sul.” [The Washington Post]


“Fascinante e inesquecível.” [Chicago Tribune]


Os dois volumes de E Tudo o Vento Levou (trad. Frederico Pedreira) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/margaret-mitchell/

Sobre O Vento nos Salgueiros, de Kenneth Grahame

 No dia em que fazia quatro anos, o filho de Kenneth Grahame chorava desconsoladamente. 

Para acabar com o choro, o pai prometeu-lhe contar todas as histórias que ele quisesse, permitindo-lhe escolher os protagonistas. O resultado de muitas noites de narrativas foi O Vento nos Salgueiros, publicado em 1908. 

Na margem do rio, o Toupeira, o Rato, o Sapo, o Texugo e o Lontra levam uma vida tranquila, mas discutem sobre a necessidade de abandonar o lar e viver excitantes aventuras. 

A segura margem do rio e o amplo mundo que representa o desconhecido e o arriscado são os cenários desta narrativa que celebra os encantos da vida simples e da amizade.


O Vento nos Salgueiros (trad. Maria Eduarda Cardoso) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/o-vento-nos-salgueiros/