31.10.13

Hélia Correia recebe Prémio PEN de Poesia





 
O Prémio PEN de Poesia de 2012 foi atribuído ex aequo a Hélia Correia, por A Terceira Miséria, e a Manuel de Freitas, por Cólofon.
O júri foi constituído por Maria João Cantinho, Teresa Martins Marques e Manuel Gusmão. Os outros finalistas eram Francisco Niebro, Armando Silva Carvalho e Nuno Júdice.

30.10.13

A chegar às livrarias: O Conselheiro, de Cormac McCarthy





Em vésperas de se tornar um homem casado, o Conselheiro entra de forma imprudente no mundo do tráfico de droga, julgando que os seus atos não terão consequências.
Ao longo do arenoso terreno da fronteira entre o Texas e o México, um respeitável advogado aposta tudo o que tem num negócio milionário de tráfico de cocaína. A sua esperança é que se trate apenas de uma transação única e que, depois, possa endireitar a vida ao lado da sua noiva. Mas, pelo contrário, vê-se envolvido num jogo brutalmente perigoso — um jogo que ameaça destruir tudo e todos os que ama.


Chocante e inesquecível, esta história sobre o risco e as suas consequências mostra-nos Cormac McCarthy no seu melhor.

29.10.13

A chegar às livrarias: Cansaço, Tédio, Desassossego, de José Gil






«Uma vez admitida a noção de “vida heteronímica”, trata-se então de explorar todo um campo que até agora mereceu pouca atenção. Múltiplas questões nascem, cuja sondagem se revela pertinente para a compreensão de tal e tal heterónimo. Por exemplo, porque é que Fernando Pessoa faz morrer Caeiro e mais nenhum heterónimo? Ou: como caracterizar o corpo de Caeiro a que o poeta neopagão se refere constantemente? A estas perguntas, os dois primeiros ensaios deste livro procuram responder. Mas inúmeras outras pedem resposta: porque é que Álvaro de Campos interfere na relação amorosa de Fernando Pessoa e Ofélia (quando nenhuma relação desse tipo se vislumbra na obra do engenheiro naval)? Porque é que o patrão Vasques se destaca no deserto da paisagem humana do Livro do Desassossego? (…)
Este conjunto de textos divide-se em duas partes: na primeira, explora-se uma ínfima área da “vida heteronímica” formada por “acontecimentos e elementos” reais dessa vida, no caso exclusivo de Alberto Caeiro. Na segunda parte, o campo analisado remete para os mecanismos de construção da “subjectividade” heteronímica (estendendo-a ao teatro); e para o mapa — a traçar, em toda a sua complexidade — dos afectos que atravessam o Livro do Desassossego e o corpo de Bernardo Soares.» [Da Nota Prévia]

Alice Munro ultrapassa E. L. James e J. K. Rowling





O último livro de Alice Munro, Dear Life (na tradução de José Miguel Silva para a Relógio D’Água, Amada Vida), está no topo dos mais vendidos de ficção do New York Times, «ultrapassando As Cinquenta Sombras de Grey, de E. L. James, e Uma Morte Súbita, de J. K. Rowling».
Em declarações ao Wall Street Journal, a vencedora do Nobel de Literatura de 2013 disse: «Todos os dias envio a mim própria mensagens contraditórias: prometi retirar-me, mas de vez em quando aparece-me uma ideia.»

Hélia Correia e Jaime Rocha em Glasgow







25.10.13

O Nobel não é para contistas?






Francisco Vale


O Nobel de Alice Munro causou perturbação entre os que consideram o conto um género literário menor. Foi o caso de Inês Pedrosa (I. P.) em crónica no Sol de 18 de Outubro.

Antes de mais, uma declaração de interesses. A Relógio D'Água tem no catálogo dezenas de livros de contos, entre os quais seis de Alice Munro, publicados quando não eram propriamente êxitos de vendas. Não editamos géneros, mas livros — até há pouco era um axioma editorial evitar teatro, poesia e contos.

Em vez de assumir que se trata de uma opinião, de um gosto como o que leva a preferir espargos a beterrabas, o azul ao amarelo ou ficção realista à fantástica, I. P. procura justificar-se, passando de um juízo de valor a um juízo de facto. Ao fazê-lo, diz coisas disparatadas.

«O conto é, sem dúvida, uma delicada forma de arte, mas o trabalho do contista não se compara à exigência arquitectónica implícita no trabalho de um bom romancista», escreve.  Daí a sua proposta de criar um Nobel para o conto como se este não tivesse lugar na Literatura. E numa involuntária referência às personagens de Tchékhov, I. P. diz mesmo que «escrever muito bem pequenas histórias de vidas banais» não é «mesma coisa que escrever A Ronda da Noite ou Anna Karénina».

O conto tem origem nas tradições da mais remota Antiguidade. Em certos casos, como o d’As Mil e Uma Noites, pode mesmo considerar-se uma criação do tempo.

Mas fiquemos apenas por um breve inventário do conto a partir do século xix. Entre os contistas, temos Tchékhov, a neozelandesa Katherine Mansfield, Poe (que em dois contos criou o género policial), Karen Blixen e Borges, que escreveu um conto sobre o mais famoso dos romances, Dom Quixote, que se tornou quase tão famoso como ele (para quê escrever romances quando se pode escrever um conto sobre um romance?, disse em jeito blague). As breves narrativas de Isaac Babel e de Chalamov foram durante muitos anos um testemunho quase solitário das atrocidades do estalinismo. Conan Doyle criou uma personagem tão imortal como a imortal Anna Karénina. Entre os mais recentes contistas temos Raymond Carver, W. Trevor, Saunders e Lydia Davis. E para criar a figura do Narrador, W. Benjamin não se inspirou em Proust, de quem foi tradutor, mas no contista russo Leskov.

Obstinada no erro, I. P. acrescenta que «os romancistas são também contistas, mas a inversa não é verdadeira». Ora, Tchékhov escreveu Um Drama na Caça, Maupassant Bel-Ami e Pierre et Jean, Karen Blixen, Out of Africa, Truman Capote, A Sangue-Frio, Katherine Anne Porter, A Nave dos Loucos, e Clarice Lispector, A Maçã no Escuro e A Paixão segundo G. H. Outros contistas que escreveram excelentes romances foram Flannery O'Connor, Eudora Welty, Edith Wharton, Pirandello, o próprio Kafka, que é talvez um contista e nos deixou O Processo, e o mais recente Junot Díaz. É pois demasiado longa a lista dos que, por falta de fôlego arquitectónico, deveriam ter-se ficado por narrativas curtas.

O conto é uma arte difícil. Em poucas páginas, tem um início, a criação de personagens, o desenvolvimento de um enredo e um desfecho, o que exige contenção criativa e um apurado domínio da escrita e dos seus ritmos. Falando de arquitectura como metáfora, talvez se possa dizer que a Gare do Oriente de Calatrava é um romance e a igreja em Marco de Canaveses de Siza Vieira, um conto. Mas qualquer um deles é de uma arquitectura exigente.

Que a própria Academia Sueca tenha ultrapassado o preconceito que o levou a fazer de Borges o escritor que mais vezes deixou de receber o Nobel, só pode ser considerado um sinal de evolução positiva.

Inês Pedrosa acrescenta como argumento adicional que não pode ser justo o Prémio Nobel, pois a Academia ignora os talentos que existem em línguas para ela desconhecidas.

E, pedindo desculpa pela franqueza, diz que Munro «não é melhor do que Lídia Jorge, Luísa Costa Gomes ou Teolinda Gersão, antes pelo contrário».

São certamente excelentes escritoras, gosto em particular de Lídia Jorge, mas pessoalmente começaria a duvidar dos meus critérios se começasse a encontrar entre os meus amigos escritores Kafkas, Prousts e Yourcenars. Mas talvez I. P. tenha sido abençoada pelo destino.

Claro que o Nobel da Literatura está longe de ser um prémio «justo». Os problemas começam na dificuldade de avaliar a obra de um contemporâneo. Não por acaso foi atribuído a algumas dezenas de autores que hoje só são recordados nos seus países (Echegaray, Prudhomme, Mommsen, Rolland, Heidenstam, Pontoppidan e Gjellerup, Björnson, Mistral, Eucken e Heyse, Spitteler, Benavente, etc.).

Outra questão é que mesmo para os escritores traduzidos em anglo-americano, os membros da Academia só têm acesso a uma tradução. Como é que Aquilino, Agustina ou mesmo Pessoa poderiam ser por eles adequadamente lidos?

Além disso, há os próprios estatutos da Fundação Nobel, que referem que as obras a premiar devem ir no «sentido do idealismo». Foi essa falta de idealismo o argumento para excluir Tolstoi do Nobel. E depois há ainda critérios políticos, geográficos e culturais.

Claro que poderia haver outros premiados em 2013 e, mesmo que a Academia quisesse celebrar a literatura canadiana, teria também Margaret Atwood.

Em «Não Tão Memoráveis», Javier Marías colocou de um lado da balança os Nobel mais reconhecidos e do outro os melhores escritores que o não receberam, e o fiel pende para estes últimos. O Nobel da Literatura é o mais prestigiado prémio literário. Mas não é tão universal como pretende e muito menos sempre justo.

Num pensamento que pretende ser astucioso e é apenas lamentável, Inês Pedrosa considera que o Nobel da Literatura foi mal atribuído, mas, do mal o menos, foi a uma mulher. Alice Munro teria, porém, sido escolhida por não fazer «muita sombra» aos «génios», ou seja, aos escritores homens, «que por aí andam». Munro teria sido inconscientemente manipulada pelos homens e supomos que também pelas cinco mulheres da Academia Sueca.

Jonathan Franzen, um dos mais importantes romancistas vivos, escreveu há já alguns anos que é um escândalo que Alice Munro ainda tenha recebido o Nobel da Literatura. Como é evidente, estará conluiado com a Academia Sueca na escolha de uma mulher que não lhe faça sombra. E que dizer de Margaret Atwood e A. S. Byatt que saudaram a justeza do prémio?

Alice Munro é membro do Reino de Redonda, de que Javier Marías é a cabeça coroada. Todos os anos a nobreza do reino é convocada para premiar autores, escritores ou cineastas de línguas não espanholas. Alice Munro é a duquesa de Ontário e entre os seus pares estão Coetzee, Magris, Ian McEwan, Milan Kundera, Steiner ou Umberto Eco.

Mas Munro não precisa de ser a duquesa de Ontário de um reino imaginário. Recebeu os mais prestigiados prémios do seu país e o Booker Prize em 2009. A sua nobreza é partilhada com as personagens, muitas delas gente simples. E esse um dos privilégios do conto.

Sobre Animalescos, de Gonçalo M. Tavares






«Animalescos de Gonçalo M. Tavares, obra angustiante e demencial sobre o tema do Mal que recorre a imagens explícitas de extrema violência, confirma o proverbial pessimismo desta figura incontornável da moderna literatura de língua portuguesa.»

Hélia Correia finalista do Prémio PEN de Poesia





A Terceira Miséria, de Hélia Correia, editado pela Relógio D’Água, é finalista do Prémio PEN de Poesia, cujo júri é composto por Maria João Cantinho, Teresa Martins Marques e Manuel Gusmão.
Os outros finalistas escolhidos pelo júri são Francisco Niebro, Manuel de Freitas, Armando Silva Carvalho e Nuno Júdice.
O vencedor será anunciado dia 30 de Outubro.

24.10.13

Sobre O Progresso do Amor, de Alice Munro





«A grande ficcionista Joyce Carol Oates diz que Munro “escreve contos com a densidade — moral, emocional, por vezes histórica — dos romances de outros autores”. A própria esclareceu que os desenvolve como se sentisse “a tensão numa corda, ciente apenas de aonde ela está atada”. O que mais espanta é a exímia conjugação de contenção de meios e riqueza densa do mundo interno de cada personagem, explorado sempre na terceira pessoa do singular (“Ela, que sempre tivera um ar pálido, sedoso e dócil, mas difícil de seguir, como uma marca de água”; Edgar está sentado “como um adorno polido, quase sempre imóvel”).»

[Filipa Melo em crítica a O Progresso do Amor, no jornal Sol, 26-08-2011. Texto completo no blogue Coração Duplo ]

22.10.13

Sobre Alice Munro





No JL de 16 de Outubro Maria João Martins escreve sobre Alice Munro, a propósito da atribuição do Prémio Nobel de Literatura:

«Mas nunca ascendeu ao estrelato nem alimentou o grande circo literário mundial. Os livros de Munro nunca foram objecto de estrondosas campanhas de marketing, antes se mantiveram como bons segredos partilhados entre pessoas que se querem bem. No meu caso pessoal, conheci-a ao saber, por uma entrevista, que é a escritora preferida da realizadora Sofia Coppola.»

No mesmo texto pode ler-se um comentário de Margaret Atwood: «Não vemos o seu nome nos cartazes das livrarias. Chega-se a ela como por acaso ou destino, mergulha-se no livro a pensar: De onde veio Alice Munro? Porque não me disseram antes? Como tal excelência parece ter vindo do nada?»

Pode ainda ler-se a reacção de A. S. Byatt: «Esta foi a melhor notícia que a Academia Nobel alguma vez me deu. Munro fez mais pelas possibilidades e pelo conto que algum outro escitor que eu conheça.»

21.10.13

Entrevista a Rui Nunes






«Não sei bem dar nome ao que me move, mas sei que não é a Literatura. É uma necessidade de não me esquecer do meu próprio mundo.» [Rui Nunes]


No JL de 16 de Outubro, Maria João Nunes entrevista Rui Nunes, cujos «dois lviros recentemente publicados, Armadilha e Uma Viagem no Outono, podem ser os últimos de quase meio século de poesia e ficção».

«JL: Que armadilha é a que desmonta no seu livro?
Rui Nunes: É a memória. O retorno contínuo que organiza a perturbação do presente. Essa é a grande armadilha e já está presente nos dois livros anteriores, embora neste com mais força.»

Jorge Palinhos escolhe Alice Munro





No Atual do Expresso de 19 de Outubro, Amada Vida, de Alice Munro, é um dos cinco livros escolhidos por Jorge Palinhos.

18.10.13

Obras de Hélia Correia e Jaime Rocha debatidas na Escócia



 

Os escritores Hélia Correia e Jaime Rocha estarão na próxima semana em Glasgow, na Escócia, a convite da Universidade, para participar em encontros e debates com docentes e alunos finalistas, de mestrado e doutoramento.
Nesta residência de uma semana, serão traduzidos vários fragmentos de Lillias Fraser, romance de Hélia Correia, e de Homem Branco, Homem Negro, peça de teatro de Jaime Rocha, que será também objecto de representação cénica pelos alunos.
Alguns destes debates-encontros, orientados pelo professor da Universidade de Glasgow Luís Gomes, docente de Língua Portuguesa do Instituto Camões, serão abertos ao público.
A recepção do texto nos leitores-alunos e o respectivo trabalho de tradução, neste caso para Inglês ou Scots, serão igualmente temas a discutir em debates a várias vozes em que certamente serão abordados a ficção e o teatro portugueses contemporâneos.

17.10.13

A Rapariga sem Carne, de Jaime Rocha, no Centro Nacional de Cultura




 

O Centro Nacional de Cultura vai organizar uma sessão sobre o livro de Jaime Rocha, A Rapariga sem Carne. Trata-se da iniciativa «5 Livros 5 Autores», organizada anualmente, e que decorre no âmbito da Festa no Chiado, e pretende apresentar algumas das melhores edições de 2013.
A sessão decorre no dia 18 de Outubro, às 18h30, no Centro Nacional de Cultura, e conta com a presença do presidente, Guilherme d’Oliveira Martins.

16.10.13

A chegar às livrarias: Pnin, de Vladimir Nabokov





Publicada em 1957, Pnin é a mais divertida obra de Nabokov. O seu protagonista é Timofey Pavlovich Pnin, um professor russo emigrado nos EUA, que dá aulas a meia dúzia de alunos que o consideram uma espécie de fenómeno raro.
Os seus problemas de adaptação ao modo de vida americano são múltiplos. Vão desde os eletrodomésticos e automóveis à mediocridade dos seus colegas, um bando de ambiciosos que põem à prova a sua paciência.
Mas a sua preocupação maior não é a sua semirrespeitável vida académica, mas a esposa, uma mulher rodeada de psiquiatras, que nunca o amou e por quem ele continua comovedoramente apaixonado.
No final Pnin parece encontrar uma espécie de felicidade, emergindo como um ser civilizado e capaz de conservar alguma dignidade humana no meio de uma incivilização que o próprio Nabokov terá conhecido nas universidades de Cornell e Wellesley.

15.10.13

Sobre Alice Munro





«É maravilhoso para mim. É maravilhoso para o conto.» [Alice Munro]


Para ler e/ou ouvir, a entrevista de Adam Smith, do sítio nobelprize.org, a Alice Munro, sobre a reacção à atribuição do prémio Nobel de Literatura 2013: aqui.

10.10.13

Alice Munro recebe Prémio Nobel de Literatura 2013





A contista e romancista canadiana Alice Munro (nasceu em Ontário em 1931) acaba de receber o Prémio Nobel de Literatura 2013.
Há pelo menos uma pessoa que não terá ficado surpreendida com esta escolha da Academia Sueca, o escritor norte-americano Jonathan Franzen, que afirmou não há muito tempo ser «um escândalo que Alice Munro ainda não tenha recebido o Nobel».
A Relógio D’Água publicou desde 2007 cinco antologias de contos de Alice Munro (Fugas, O Amor de Uma Boa Mulher, Demasiada Felicidade, O Progresso do Amor e Amada Vida.) e o romance com aspectos autobiográficos A Vista de Castle Rock.
Alice Munro possui o singular talento de nos expor de modo conciso a essência da vida através dos seus contos e romances.
As suas personagens habitam pequenas povoações dos arredores de Ontário ou do Lago Huron. São adolescentes, mulheres e famílias descritas nos seus trajectos habituais, mas que são transformadas por um encontro casual, uma acção não realizada, que causam um desvio no destino das suas vidas e modos de pensar.
As suas histórias mostram-nos, nas separações, partidas, novos começos, acidentes, regressos e perigos, imaginários ou reais, como o quotidiano das nossas vidas pode ser tão estranho e arriscado quanto belo.
Herdeira de Tchékhov e do realismo lírico do Joyce contista, Alice Munro conseguiu com o seu «sentimento instintivo de aritmética emocional da vida quotidiana» deixar uma marca indelével na escrita contemporânea.
Através do carácter inesperado e emocionante das vidas, Munro mostra-nos como os homens e as mulheres se acomodam e muitas vezes transcendem o que acontece nas suas vidas.

9.10.13

A chegar às livrarias: As Partículas Elementares, de Michel Houellebecq






Michel, investigador em biologia, gere o declínio da sua sexualidade recorrendo ao trabalho e aos tranquilizantes. Um ano sabático permite uma viragem nas suas descobertas que pode subverter as bases da sociedade.
Por sua vez, Bruno, seu meio-irmão, procura desesperadamente o prazer sexual. No Lugar da Mudança, um parque de campismo de tendência New Age, pensa ter chegado o momento de alterar a sua vida. Uma tarde, no jacúzi, uma audaciosa desconhecida fá-lo entrever a possibilidade prática da felicidade que procura.
Através dos seus percursos familiares e sentimentais caóticos, os dois protagonistas ilustram de modo exemplar a crise afetiva e sexual da sociedade ocidental ao mesmo tempo que indicam sinais de uma possível mudança.

A chegar às livrarias: Enxaqueca, de Oliver Sacks





«“Que livro mudou a sua vida?” é uma pergunta a que é tentador responder com um encolher de ombros. A verdade é que os livros raramente conseguem fazer isso só por si. Mas em 1970, antes de se tornar um autor de renome, Oliver Sacks escreveu um livro intitulado Enxaqueca. Mais modesto e mais técnico do que os seus maiores sucessos — Despertares e O Homem Que Confundiu a Mulher com Um Chapéu —, o livro não deixa de ser notável pelas suas sagazes perceções e liberdade de testemunho. Mudou a minha vida e, ouso dizer, a de milhares de outros sofredores, aumentando o meu conhecimento desta estranha condição. E, para um paciente, conhecimento é poder.»
Hilary Mantel, The Guardian

«Este fascinante livro de Oliver Sacks apareceu, pela primeira vez, em 1970. A edição foi reescrita e ampliada, abrangendo desenvolvimentos recentes baseados na teoria do caos.»
Observer

«Para Sacks, uma dor de cabeça é uma mina de tesouros, uma fonte de visões, um microcosmo de experiência humana e de sofrimento, a pedra filosofal… Um feito notável.»
Iain McGilchrist, Sunday Telegraph

«Sacks está certamente a querer dizer-nos algo — e nós deveríamos ouvi-lo… Este livro não apresenta panaceias, mas o seu grau de humanidade revela-se uma preciosa ajuda para nos reconciliarmos com o nosso lado mais negro.»
Roy Porter, Sunday Times

«Nenhum sofredor de enxaquecas ficará curado por ler este livro, mas pelo menos ficará a saber o que é uma enxaqueca e deixará de ter medo.»
Anthony Clare, Mail on Sunday

«(…) Médico e paciente encontram-se no reino do maravilhoso… Repleto das maravilhosas introspeções que o tornaram, em simultâneo, o mais acessível e magistral dos médicos.»
Anita Brookner, Spectator

7.10.13

Sobre Lolita, de Vladimir Nabokov





Na revista Ler de Outubro de 2013, Rogério Casanova escreve sobre a nova tradução de Lolita, de Vladimir Nabokov, por Margarida Vale de Gato:

«Uma nota estupefacta para a presente tradução, que representa um avanço estratosférico sobre a anterior versão portuguesa, e que, no esforço que exerceu para verter uma prosa cuja eufonia funciona quase exclusivamente à base de aliterações, é um trabalho de quase inacreditável competência e criatividade.»

4.10.13

Alice Munro recebe Prémio do Festival Harbourfront







O prémio, com o apoio do Festival Internacional de Autores, foi atribuído à escritora canadiana pelo mérito das suas obras publicadas e pelo seu contributo para a promoção das futuras gerações com talento literário.
Alice Munro, que anunciou recentemente que Amada Vida, editado pela Relógio D’Água, terá sido o seu último livro, confessou-se emocionada e honrada por receber o prémio, que no passado foi atribuído a autores como Austin Clarke, Dionne Brand ou Jane Urquhart.

3.10.13

Soren Kierkegaard na Biblioteca Nacional


 
 

Foi inaugurada no dia 19 de Setembro a exposição «Um Dinamarquês Universal: Soren Kierkegaard», que comemora o bicentenário do seu nascimento.
A exposição reúne bibliografia publicada em Portugal de e sobre Kierkegaard e 16 painéis descritivos da vida e obra do filósofo e pode ser visitada até dia 30 de Outubro de 2013.


De Soren Kierkegaard, a Relógio D’Água publicou Ou—Ou, Um Fragmento de Vida, Primeira Parte, Temor e Tremor (trad. de Elisabete de Sousa), A Repetição e Migalhas Filosóficas (trad. de José Miranda Justo).

Mais informação aqui.

2.10.13

Sobre Hannah Arendt





Estreia esta quinta-feira, 3 de Outubro, Hannah Arendt, o filme de Margarethe von Trotta sobre a filósofa que assinou artigos da The New Yorker acerca do julgamento de Adolf Eichmann por crimes de guerra. O filme tem a participação dos actores Barbara Sukowa, Axel Milberg e Janet McTeer.
De Hannah Arendt, a Relógio D’Água publicou Homens em Tempos Sombrios, A Condição Humana, Compreensão e Política e Outros Ensaios, Sobre a Revolução, Entre o Passado e o Futuro e A Promessa da Política.
Sobre Hannah Arendt, a Relógio D’Água publicou Hannah Arendt e Martin Heidegger, de Elzbieta Ettinger.

1.10.13

Sobre O Próximo Outono, de João Miguel Fernandes Jorge e Pedro Calapez





«Em O Próximo Outono, João Miguel Fernandes Jorge leva a cabo uma poderosa operação de reintegração de géneros e modos que pulsam na sua obra anterior. Uma das primeiras afirmações do livro possui a força enunciativa e o definitivo acabamento de um programa ou de um roteiro. E ainda que o não seja, é como a afinação, pelo menos, do instrumento, se não é ainda a melodia — “Por vezes fixo uma data, talvez até ao fim da minha vida” (p. 13).» [Hugo Pinto Santos, Colóquio/Letras, n.º 184, Setembro/Dezembro 2013]