31.3.24

Sobre O Culto do Chá, de Wenceslau de Moraes

 


«O chá japonês, servido invariamente sem leite e sem açúcar, que lhe prejudicariam o aroma, é a bebida mais suavemente agradável que possa oferecer-se ao nosso paladar (não de todos porém, mas um paladar sentimental, um tanto sonhador… que nisto dos nossos órgãos de sentir há temperamentos, aptidões afectivas características...). 0 guyokuró, por exemplo, que é o mais celebrado chá de Uji e de todo o Japão, instila tais subtilezas balsâmicas de sabor, que mais parece um perfume; poderia dizer-se que uma maravilhosa alquimia conseguiu liquefazer os aromas das flores — flores dos jardins, flores silvestres —, transferindo do olfacto ao paladar a impressão do gozo.»

É deste modo que Wenceslau de Moraes fala desta bebida japonesa em O Culto do Chá, a que se acrescentam neste volume dois outros textos seus, Uji — A Terra do Chá e Vestígios da Passagem dos Portugueses no Japão.


O Culto do Chá, de Wenceslau de Moraes, está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/o-culto-do-cha-2/

Sobre O Marinheiro de Gibraltar, de Marguerite Duras

 


«Era uma vez um homem que não era feliz. Tinha uma mulher que não lhe agradava e um trabalho que lhe causava horror. […]

[Um dia,] quando se sentia muito infeliz, encontrou uma mulher de grande beleza, que tinha muito dinheiro e um barco. Ela percorria os mares em busca do marinheiro de Gibraltar. Quem é o marinheiro de Gibraltar? É a juventude, o crime e a inocência, um homem simples, o mar, as viagens. Um homem que ela amou e que desapareceu, que está talvez morto ou se esconde.

Ele encontrou-a. Gostam um do outro. Ele teve a coragem de decidir sobre a sua vida. É livre. Não tem um cêntimo. Ela contrata-o para o seu navio. Ele vai ajudá-la a procurar o marinheiro de Gibraltar. Partem.»


O Marinheiro de Gibraltar (tradução de Isabel St. Aubyn) e outras obras de Marguerite Duras estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/marguerite-duras/

Sobre Amor e Perda, de Amy Bloom

 



«Ao longo do livro, acompanhamos o início do casamento de Amy e Brian, a relação dos dois, a progressão do Alzheimer e todo o processo que levou à morte de Brian em Zurique, na Suíça. O processo é longo, são meses de entrevistas ao casal e envios de relatórios de médicos e psiquiatras. Além disso, é um processo que não é acessível a todos porque os custos ascendem aos 10 mil euros.

Um ponto que Amy tocou no livro e de que se fala tão pouco é que isto é uma questão, sobretudo, de mulheres.

Só nos Estados Unidos, há seis milhões de pessoas com Alzheimer. Quase dois terços são mulheres. […]

“Amor e Perda” é um livro duro, corajoso e importante.» [Inês, blogue Mar de Maio, 6/12/2023: https://mardemaio.blogs.sapo.pt/amor-e-perda-de-amy-bloom-a-historia-de-223822]


Amor e Perda, de Amy Bloom (tradução de José Mário Silva), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/amor-e-perda-pre-venda/

30.3.24

Sobre Os Irmãos Karamázov, de Fiódor Dostoievski


 

«Os Irmãos Karamázov é o romance mais magistral que alguma vez se escreveu, e nunca seremos capazes de apreciar devidamente o episódio do Grande Inquisidor, que é uma das maiores realizações da literatura mundial.»  [Do posfácio de Sigmund Freud] 


«Leio fascinado Os Irmãos Karamázov. Trata-se do mais magnífico livro em que já pus as mãos. (...)»  [Albert Einstein, em carta a Paul Ehrenfest] 


«Ao ler Crime e Castigo, O Idiota, Os Demónios e, sobretudo, Os Irmãos Karamázov, não podemos separar a interpretação filosófica da resposta literária. O teólogo e o estudante de ficção, o crítico e o historiador de filosofia encontram-se num terreno comum.» [George Steiner, Tolstoi ou Dostoievski] 


«Os Irmãos Karamázov é o maior livro entre todos os que Dostoievski escreveu e é nele que devemos procurar o seu génio.» [Harold Bloom, Génio


Os Irmãos Karamázov (trad. António Pescada) e outras obras de Fiódor Dostoievski estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/fiodor-dostoievski/

Sobre Quarenta e Três, de José Gardeazabal

 


Uma viagem pela literatura universal.

Em busca do amor?


«Trata este livro da luta entre o amor e o sexo, e a suspeita de que não será o melhor dos dois a sair vencedor. O amor, distante, e o sexo, já se sabe, perigoso e próximo. Ela, Heller e o mundo entre eles, o triângulo é amoroso e imperfeito.»


Quarenta e Três foi distinguido com a Menção Honrosa do Prémio Literário Ferreira de Castro.


Quarenta e Três e outras obras de José Gardeazabal estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jose-gardeazabal/

29.3.24

Anthony Hopkins em filme inspirado em A Ilha do Doutor Moreau, de H. G. Wells

 




Eyes in the Trees, com realização de Timothy Woodward Jr. e interpretação de Anthony Hopkins, reimagina o romance de H. G. Wells, na origem de várias adaptações cinematográficas. Mais informação aqui: https://deadline.com/2024/03/anthony-hopkins-to-star-in-eyes-in-the-trees-hg-wells-reimagining-1235847426/


«Na minha opinião, a precedência dos primeiros romances de Wells — A Ilha do Doutor Moreau, por exemplo, ou O Homem Invisível — deve-se a uma razão mais profunda. Não só é engenhoso o que referem; é também simbólico de processos que de certo modo são inerentes a todos os destinos humanos. O acossado homem invisível, que tem de dormir como que com os olhos abertos porque as suas pálpebras não excluem a luz, é a nossa solidão e o nosso terror; a seita de monstros sentados que fanhosamente recitam na sua noite um credo servil é o Vaticano e é Lassa. A obra que perdura é sempre capaz de uma infinita e plástica ambiguidade.» [Jorge Luis Borges, em Outras Inquirições]


A Ilha do Doutor Moreau, com tradução de Inês Dias, foi editado pela Relógio D’Água em 2017. Esta e outras obras de H. G. Wells estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/h-g-wells/

Sobre A Visão das Plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida


 

Foi ao ler Os Pescadores de Raul Brandão que Djaimilia Pereira de Almeida encontrou a frase que haveria de inspirar anos depois A Visão das Plantas.

Raul Brandão fala de personagens que conheceu quando era levado pela mão até ao colégio. Entre eles, estava o capitão Celestino:


“[T]endo começado a vida como pirata a acabou como um santo, cultivando com esmero um quintal de que ainda hoje me não lembro sem inveja. Falava pouco. […] A sua vida anterior fora misteriosa e feroz. De uma vez com sacos de cal despejados no porão sufocara uma revolta de pretos, que ia buscar à costa de África para vender no Brasil. Outras coisas piores se diziam do capitão Celestino... Mas o que eu sei com exactidão a seu respeito é que para alporques de cravos não havia outro no mundo.”


A Visão das Plantas e outras obras de Djaimilia Pereira de Almeida estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/djaimilia-pereira-de-almeida/

Sobre A Arte da Guerra, de Sun Tzu

 


«Os ensaios de Sun Tzu sobre “A Arte da Guerra” são o tratado mais antigo sobre o tema, mas o alcance e a profundidade do seu juízo nunca foram ultrapassados, podendo ser considerados como a quintessência da sabedoria na condução da guerra. Entre todos os teóricos militares do passado, Clausewitz é o único que se lhe pode comparar e, apesar de ter escrito mais de dois mil anos depois, está mais “datado” e, em boa parte, mais ultrapassado.  

Muitos dos danos causados à civilização nas guerras mundiais do século passado teriam podido ser evitados se, à influência exercida pelos volumes monumentais de Clausewitz, intitulados Da Guerra, e que moldaram o pensamento militar da Europa na era anterior à Primeira Guerra Mundial, se tivesse misturado, temperando-o, um conhecimento da exposição de Sun Tzu sobre “A Arte da Guerra”. O realismo e a moderação de Sun Tzu contrastam com a tendência de Clausewitz para enfatizar o ideal racional e o “absoluto” com que esbarraram os seus discípulos ao desenvolverem a teoria e a prática da “guerra total” para lá dos limites ditados pelo bom senso.» [Do Prefácio de B. H. Liddell Hart]


A Arte da Guerra, de Sun Tzu, com prefácio de B.H. Liddell Hart (tradução e nota introdutória de Carlos Correia Monteiro de Oliveira) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-arte-da-guerra-classicos-para-leitores-de-hoje-pre-venda/

28.3.24

Sobre 48 Ensaios, de Virginia Wool


 

Reúnem-se aqui quarenta e oito ensaios da autora de As Ondas que nos falam de escritores como Jane Austen, Defoe, Henry James, Christina Rossetti, Conrad, Sterne, Thomas Hardy, Walt Whitman, Montaigne e dos russos que eram os seus favoritos, como Tolstói, Dostoievski e Turgenev.

Virginia Woolf escreve ainda sobre a personagem ficcional, o romance gótico, histórias de fantasmas, o tempo passado em bibliotecas, a arte da biografia e a situação de estar doente. Assuntos como o cinema e as mulheres escritoras são também abordados, assim como o declínio da escrita ensaística, a crítica ou o modo como se deve ler um livro.

Nos últimos ensaios, pairam já as sombras da II Guerra Mundial, como em «Pensamentos de Paz num Ataque Aéreo» (1942).


«Que mente magnífica! É mesmo isso. Lúcida, apaixonada, independente, perspicaz, altiva e incessantemente alimentada, excêntrica por boas razões, inteligente por todas as razões, marcou-nos para sempre.» [Eudora Welty, New York Times Book Review]


«Virginia Woolf é uma crítica notável e ao mesmo tempo uma elegante romancista.» [Kenneth Millar, San Francisco Chronicle]


«Estes são ensaios aristocráticos… espirituosos, maravilhosamente sofisticados e amadurecidos.» [Rumer Godden, New York Herald Tribune Book Review]


48 Ensaios (Trad. Catarina Ferreira de Almeida e Ana Maria Chaves) e outras obras de Virginia Woolf estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/virginia-woolf/

Paul Mescal e Jessie Buckley em adaptação cinematográfica de Hamnet, de Maggie O’Farrell

 




O romance de Maggie O’Farrell sobre o filho de Shakespeare será adaptado a filme, com realização de Chloé Zhao, e conta com Paul Mescal e Jessie Buckley nos papéis do dramaturgo e da sua mulher. Mais informação aqui: https://www.theguardian.com/film/2024/jan/30/paul-mescal-and-jessie-buckley-to-star-in-chloe-zhaos-hamnet-maggie-o-farrell

Numa narrativa que mistura realidade e ficção, Maggie O’Farrell criou uma das mais importantes obras literárias deste início do século XXI, vencedora do Women’s Prize for Fiction 2020.


Hamnet (tradução de Margarida Periquito) e O Retrato de Casamento (tradução de Inês Dias), publicados com o apoio da @literatureireland , estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/maggie-ofarrell/

Sobre Alexis ou Tratado do Vão Combate, de Marguerite Yourcenar

 


Alexis é a confissão de um homem que deixa a sua mulher para assumir a sua homossexualidade.

No prefácio que escreveu décadas depois da saída do livro, Yourcenar afirma que foi publicado «num momento da literatura e dos costumes em que um tema até então marcado por interdito encontrava pela primeira vez, desde há séculos, a sua plena expressão escrita».


Alexis ou Tratado do Vão Combate (trad. Gaëtan Martins de Oliveira) e outras obras de Marguerite Yourcenar estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/marguerite-yourcenar/

Sobre Tarass Bulba, de Nikolai Gogól

 


Tarass Bulba descreve a vida de um antigo cossaco de Zaporójie, Tarass Bulba, e dos seus dois filhos, Andrei e Ostap. Os filhos, que estudam na academia de Kiev, regressam a casa, de onde os três homens partem numa jornada para a Sietch de Zaporójie (a sede dos cossacos de Zaporójie, localizada no sul da Ucrânia), onde se juntam a outros cossacos e vão para a guerra contra a Polónia.

A personagem principal é baseada em várias personalidades históricas, e o enredo pode ser entendido no contexto do movimento de nacionalismo romântico na literatura, que se desenvolveu em torno de uma cultura étnica histórica.


«Um dos dez melhores livros de todos os tempos.» [Ernest Hemingway]


Tarass Bulba (tradução do russo de António Pescada) e outras obras de Nikolai Gógol estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/nikolai-gogol/

Sobre Antigo Testamento, com ilustrações de Marc Chagall

 


Marc Chagall começou a ilustrar a Bíblia em 1930, no que se tornaria o projecto da sua vida. Nas décadas seguintes produziu mais de cem gravuras em guache, aguarela, litografias e pinturas a óleo que exprimem a sua apaixonada exploração dos temas bíblicos. 


Este livro reúne os melhores trabalhos da série bíblica de Chagall, fundindo-os com as histórias do Antigo Testamento que os inspiraram. 


Antigo Testamento (tradução de Herculano Alves, D. António da Rocha Couto e José Tolentino de Mendonça) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/antigo-testamento/

27.3.24

Sobre O Messias de Duna, de Frank Herbert

 


O Messias de Duna continua a história de Paul Atreides em Duna.

Em doze anos de Guerra Santa, ele venceu os inimigos e os seus Fremen conquistaram o universo. Atreides tornou-se o imperador Muad’Dib. É quase um deus, pois é capaz de ver o futuro. Conhece os inimigos que conspiram contra ele e sabe como tencionam atacá-lo.

É capaz de derrotar os seus planos, mas vê mais longe ainda. Sabe que alguns futuros prováveis podem levar ao desastre e que o caminho para a liberdade enfrenta inúmeros perigos, podendo talvez exigir o seu sacrifício.


“Brilhante... é tudo o que Duna foi, e talvez um pouco mais.” [Galaxy Magazine]


“O companheiro perfeito para Duna… fascinante.” [Challenging Destiny]


O Messias de Duna (trad. Ana Mendes Lopes) e outras obras de Frank Herbert estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/frank-herbert/

Sobre Marzahn, mon amour, de Katia Oskamp

 


Uma mulher que se aproxima dos «anos invisíveis» da meia-idade abandona a carreira de escritora para se tornar pedicura em Marzahn, em tempos a maior área residencial pré-fabricada da Alemanha Oriental, nos arredores de Berlim. A partir daí observa atentamente os clientes e colegas, mergulhando nas suas histórias pessoais. Cada uma das histórias se destaca como uma vinheta, contada com humor e emoção, e juntas formam um retrato matizado de uma comunidade.


«Um deleite de livro.» [Ken Follett]


«Katja Oskamp captura na perfeição a essência das pessoas, e elas ganham vida neste seu poderoso livro.» [Frank-Walter Steinmeier, presidente da Alemanha]


Marzahn, mon amour, de Katja Oskamp (tradução de Ana Falcão Bastos), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/marzahn-mon-amour/

Old God’s Time, de Sebastian Barry, finalista do Dublin Literary Award 2024

 



Old God’s Time, de Sebastian Barry, que a Relógio D’Água publicará em breve com tradução de José Mário Silva (Além da Memória) está entre os seis finalistas do Dublin Literary Award 2024. O vencedor será anunciado dia 23 de Maio. Mais informação em https://dublinliteraryaward.ie

Nas palavras de Irenosen Okojie, membro do júri, Além da Memória é «Excepcional, uma obra reveladora e profundamente comovente. A meditação de Barry sobre trauma, memória e perda é um livro sobre o amor que permanece no corpo muito depois de ser lido.»

Além da Memória é a história de Tom Kettle, um polícia reformado cuja paz é interrompida por dois ex-colegas que o contactam a propósito de um caso com décadas — um caso que Tom nunca considerou resolvido.

O livro será em breve publicado pela Relógio D’Água.

A obra vencedora do Dublin Literary Award em 2023, Marzahn, mon amour, de Katja Oskamp, foi publicada pela Relógio D’Água em Fevereiro, com tradução de Ana Falcão Bastos.

Sobre Bucareste‑Budapeste: Budapeste-Bucareste, de Gonçalo M. Tavares

 


«Há muito tempo que a literatura nos ensina que não é preciso viajar até países exóticos para entrar em contacto com o estranho e o maravilhoso. O que para Stevenson era a capital britânica (uma “Bagdad do Ocidente”), Gonçalo M. Tavares (1970) parece encontrar nas diversas cidades europeias que compõem a paisagem de “Bucareste‑Budapeste: Budapeste-Bucareste”. […] O volume integra três histórias muito diferentes mas relacionadas, que decorrem em quatro capitais da Europa Central […]. A notável originalidade dos textos revela-se ao leitor num crescendo de surpresa e “interioridade” […]. Entre o improvável e o fantástico fica um abismo estreito, mas muito profundo. A arte de Tavares, para felicidade do leitor, consiste em aproximar os seus limites até quase os confundir.» [Manuel Fernández Labrada, Saltus Altus, a propósito da edição espanhola do livro, 18/3/2024: https://saltusaltus.com/2024/03/18/bucarest-budapest-budapest-bucarest-y-otros-relatos-de-goncalo-m-tavares/]


«Bucareste‑Budapeste: Budapeste-Bucareste» e outras obras de Gonçalo M. Tavares estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/goncalo-m-tavares/


De Desmesura — Exercício com Medeia, de Hélia Correia

 


«Cidade grega de Corinto.

Uma cozinha. Melana, uma mulher que ainda não fez quarenta anos, morena, olha para a porta, como quem espera. Ouve-se um trovão. Percebe-se que o tempo está escuro no exterior. O lume aceso na chaminé é um pequeno foco de claridade.

Entra uma jovem de cabelo ruivo, Éritra, com um alguidar cheio de farinha. Ao longo da cena, vão preparando a massa para o pão. Há interrupções várias neste trabalho, o que faz com que leve muito mais tempo do que o habitual.

Éritra vem sacudindo-se da chuva e despeja a farinha sobre a mesa.

MELANA — A chover, outra vez? (Vai confirmar, abrindo a porta) A chover, sempre.

ÉRITRA — Não digas nada.

MELANA — Eu digo alguma coisa?

ÉRITRA — Pensaste.

MELANA — Ninguém manda no que pensa.

ÉRITRA (segredando) — Ela consegue ouvir-nos a pensar…»


«Desmesura — Exercício com Medeia» e outras obras de Hélia Correia estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/helia-correia/

Sobre Peças em Um Acto, de Anton Tchékhov

 


«Na sua produção dramatúrgica, depois de uma peça tão extensa como Platónov, Tchékhov como que estabilizou a sua produção em peças de algumas dezenas de páginas, certamente guiado por um maior contacto com os palcos e com a vida real do teatro. No meio dessa sua intensa produção, tanto na prosa como na dramaturgia, escreveu as peças em um acto, não às centenas como em certa ocasião sugeriu ser capaz de escrever, nem a dúzia a que mais tarde se limitou com maior realismo, mas menos de uma dezena. […]

Sendo embora curtas, estas peças em um acto nem por isso são “pequenas”, porque, como todas as grandes obras, mantêm a sua actualidade e a sua frescura.» [Do Prefácio de António Pescada]


Inclui as peças Na Estrada Real; O Canto do Cisne; O Urso; O Pedido de Casamento; O Trágico à força; A Boda; O Aniversário do Banco; e Os Malefícios do Tabaco.


Peças em Um Acto (trad. António Pescada) e outras obras de Anton Tchékhov estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/anton-tcheckhov/

Sobre A Tempestade, de William Shakespeare

 


«Encontramos, sem dúvida, em A Tempestade algumas características do género literário utópico. A chegada à ilha dos novos habitantes é precedida por um naufrágio — artifício narrativo recorrente na literatura utópica — que evoca, a nível simbólico, o afundamento dos valores da sociedade real; a tempestade permite a ablução dos viajantes de uma vida regida por imagens falsas, sendo o processo de purificação completado pela acção do fogo que atinge a embarcação; e a ilha, a que é habitualmente associada a figura geométrica mais perfeita — o círculo, que não tem quaisquer arestas —, apresenta‑se como um local de encontro com o Outro, privilegiado porque desconhecido e isolado do resto do mundo. Importará, contudo, analisar criticamente estas circunstâncias que aproximam A Tempestade da literatura utópica, e ter em conta pelo menos três aspectos essenciais. O primeiro prende‑se com a comunidade (de três habitantes: Próspero, Miranda e Calibã) que vive na ilha e que se rege por valores iguais aos da sociedade real. Com efeito, mais do que a descoberta de formas alternativas — exequíveis ou não — de organização social — e que, como lembra Krishan Kumar, definem o «modo utópico» —, o que ressalta da peça shakespeariana é a vontade de exploração de percursos humanos de arrependimento e de regeneração moral.» [Da Introdução de Fátima Vieira]


A Tempestade (tradução, introdução e notas de Fátima Vieira) e outras obras de William Shakespeare estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/william-shakespeare/

26.3.24

Sobre Os Inquietos, de Linn Ullmann

 


Os Inquietos é um livro sobre as conversas e recordações que a narradora preservou do seu pai, o realizador e encenador Ingmar Bergman.

Ela era a mais nova de nove filhos. Todos os verões, quando era ainda rapariga, visitava-o na sua casa de pedra rodeada de bosques e papoilas, na remota ilha de Fårö, no mar Báltico, onde ele procurara refúgio nos seus últimos anos de vida.

Quando se tornou adulta, ele era já um velho. Bergman considerou a hipótese de escrever um livro sobre os seus últimos anos, porque receava perder a memória e a lucidez. Tentaram escrevê-lo em conjunto. Ela fazia as perguntas e ele respondia, já com dificuldade.

Sete anos depois da morte de Bergman, Linn Ullmann encontrou coragem para escutar as gravações que fizera e preencher as lacunas com as suas memórias, recriando a história do seu pai, da sua mãe e de si própria.

Os Inquietos é uma elegia sobre a memória e a perda, a identidade e a arte, e também sobre a linguagem e as narrativas que compõem uma vida. E aceita que «não se pode saber muito sobre a vida das outras pessoas, em especial dos próprios pais».


«Uma história familiar tocante e maravilhosa.» [Lydia Davis]


«Há muito que admiro a ficção de Ullmann. Os Inquietos é a sua obra-prima.» [Claire Messud]


«Um livro belíssimo sobre a emoção e a arte da memória.» [Siri Hustvedt]


Os Inquietos, de Linn Ullmann (tradução do norueguês de João Reis), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/os-inquietos-pre-venda/

Sobre O Livro do Verão, de Tove Jansson

 


Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: O Livro do Verão, de Tove Jansson (tradução do sueco de João Reis)


Tove Jansson capta nesta novela a essência do verão. Uma artista e a neta de seis anos passam estes meses numa pequena ilha no golfo da Finlândia.

A avó é pouco sentimental e a neta, Sophia, é impetuosa e inquieta. Uma conhece profundamente o que é a vida, a outra está ansiosa para saber tudo sobre ela. Em momentos opostos da vida, exploram a ilha e os seus segredos e inventam histórias para os mistérios que as rodeiam, enquanto se interrogam sobre a vida, a morte, a natureza e o amor.

A prosa cristalina e direta de Tove Jansson é capaz de descrever o esforço da natureza para manter o delicado equilíbrio entre a sobrevivência e a extinção.


«Tove Jansson era um génio. Esta é uma novela maravilhosa, bela, sábia e também muito divertida.» [Philip Pullman]


«É complicado descrever o que Jansson conseguiu fazer aqui... uma leitura curta e perfeita.» [The Guardian]


«O Livro do Verão é belo, caloroso, e possui a sabedoria que podemos adaptar às nossas vidas quotidianas.» [Liv Ullmann]


O Livro do Verão e outras obras de Tove Jansson estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/tove-jansson/

Sobre Democracia, de Alexandre Andrade

 


Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Democracia, romance de Alexandre Andrade


Quando lhe perguntei o que a levou a ficar em Portugal, mesmo sabendo que a esperava uma vida precária e cheia de riscos, vi os seus olhos brilharem e vi os seus lábios articularem, sílaba a sílaba, a palavra “Democracia”. A democracia, para a Mafalda, significa muito mais do que depositar um voto numa urna ou escolher representantes. Significa, como ela me explicou logo a seguir, a certeza permanente de ser capaz de tomar as decisões que determinam o seu destino. Significa a vida plena, a vida de cabeça erguida e com o horizonte à altura dos olhos. Ou, para usar as palavras dela: “Andar na rua com a sua parcela de liberdade ao alcance da mão, pronta a brandir como se fosse uma bandeira ou uma ferramenta que se traz num saco a tiracolo.”


Democracia e outras obras de Alexandre Andrade estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/alexandre-andrade/

De 50 Poemas, de Tomas Tranströmer

 


«AS RECORDAÇÕES OLHAM PARA MIM


Uma manhã de junho, quando ainda é cedo para acordar

mas demasiado tarde para voltar a pegar no sono.


Embrenho-me pelo arvoredo repleto de recordações

e elas seguem-me com os seus olhares.


Autênticos camaleões, elas não se mostram,

diluem-se literalmente no cenário.


E embora o gorjeio dos pássaros seja ensurdecedor,

estão tão perto de mim que ouço como respiram.» [p. 13]


50 Poemas, de Tomas Tranströmer (trad. Alexandre Pastor), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/50-poemas-de-t-transtromer/

Sobre Vidas Bissextas, de Amadeu Lopes Sabino

 


Entre a ficção do real e a realidade da ficção, este livro relata as peripécias terrenas de membros de uma confraria secreta que recusa aplicar à vida dos homens as regras astronómicas que corrigem a discrepância entre o ano de calendário e o tempo de translação da Terra em volta do Sol. São bissextos porque só aceitam a irregularidade da sucessão das eras.

Entre Aurélio de Lemos, melómano erudito e desertor contumaz, e Maria Sabina de Albuquerque, diseuse de poesia que cala uma paixão secreta pelo marido suicida de Cecília Meireles, não há convergências, mas há pontos de interseção.

Fernando Ribeiro de Mello, editor falido, tentado por visões dignas de Santo Antão, acusado por Natália Correia dos desastres das vendas da poetisa, dialoga no Além com Wilhelm Furtwängler, maestro admirável, genial, extravagante e talvez indigno porque regeu a Berliner Philharmoniker até à morte de Hitler.

Luís Miguel Nava, que, qual D. Sebastião, quis apossar-se de Marrocos, e o Mariano que procura em Madrid o futuro do passado partilham, sem o saber, a mesma busca da fusão da memória e do desejo capaz de proteger o homem da insignificância.

Teófilo, amador de arte, jornalista (acabaria monge budista), não entrevistou, como pretendia, Mark Rothko, mas conseguiu que Pierre Soulages descobrisse, numa noite passada em Monserrate nos braços de uma jovem camponesa de Sintra, o negro de Monserrate, o outre noir, o além-negro.


Vidas Bissextas e outras obras de Amadeu Lopes Sabino estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/amadeu-lopes-sabino/

Sobre Um Eléctrico Chamado Desejo e Outras Peças, de Tennessee Williams

 


Este livro reúne quatro das principais peças de Tennessee Williams, a saber: «Gata em Telhado de Zinco Quente», «Subitamente, no Verão Passado», «Verão e Fumo» e «Um Eléctrico Chamado Desejo».


«Eu quero continuar a falar convosco sobre aquilo por que vivemos e morremos. E quero fazê-lo sem reservas, intimamente, como se vos conhecesse melhor do que qualquer outra pessoa.» [Do Prefácio a «Gata em Telhado de Zinco Quente»]


Este livro (trad. Helena Briga Nogueira) e Doce Pássaro da Juventude e Outras Peças estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/tennessee-williams/

25.3.24

Sobre Um Diário de Preces, de Flannery O'Connor

 


«Gostava de escrever uma prece bonita.»

Esta frase foi escrita por Flannery O’Connor durante a sua juventude, neste diário profundamente espiritual, recentemente descoberto entre os objetos que deixou na Georgia.

«Há em volta de mim um vasto mundo sensível que eu deveria ser capaz de usar como instrumento em Teu louvor.»

Escrito entre 1946 e 1947, enquanto O’Connor estudava longe de casa na Universidade de Iowa, Um Diário de Preces é um portal raro de acesso à vida íntima da escritora. Não apenas revela a relação singular de O’Connor com o divino, como nos mostra a forte ligação entre o seu desejo de escrita e o seu enternecimento por Deus.

«Tenho de escrever que irei tornar-me artista. Não no sentido da fancaria estética, mas no sentido do engenho estético: caso contrário, sentirei a minha solidão constantemente […]. Não quero sentir-me solitária toda a vida, mas as pessoas, ao recordarem-nos de Deus, apenas acentuam a nossa solidão. Meu bom Deus, por favor, ajuda-me a tornar-me uma artista, por favor, faz que isso me aproxime de Ti.»

O’Connor não podia ser mais explícita em relação à sua ambição literária: «Por favor, ajuda-me, meu bom Deus, a ser uma boa escritora e a conseguir que me aceitem mais textos para publicação», escreveu.

Segundo W. A. Sessions, que conhecia O’Connor, não foi uma coincidência que a autora tenha começado a escrever as histórias que formaram o seu primeiro romance, Sangue Sábio, durante os anos em que escreveu estas meditações singulares e profundamente imaginativas.


Um Diário de Preces (tradução de Paulo Faria) e outras obras de Flannery O’Connor estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/flannery-oconnor/

Sobre Diário de Oaxaca, de Oliver Sacks


 

Oliver Sacks tornou-se conhecido como um explorador da mente humana — um neurologista que analisa casos raros e complexos. No entanto, Sacks foi também membro da American Fern Society, revelando desde a sua infância um fascínio por plantas primitivas e pela sua adaptação a climas diferentes.

Em Diário de Oaxaca, Sacks conta-nos a viagem que realizou com alguns colegas da American Fern Society a Oaxaca, uma província no México. Este livro junta a paixão de Sacks pela história natural e a riqueza da cultura humana com o seu olhar atento ao pormenor. Diário de Oaxaca é uma evocação de um lugar, das suas plantas, do seu povo e de todas as suas maravilhas.


«Fácil de compreender, sem o peso de uma vasta pesquisa enciclopédica mas recheado de erudição.» [The New Yorker]


«Como todos os bons diários, tem uma relação imediata com o leitor… este livro é um prazer raro.» [The Globe and Mail (Toronto)]


«Diário de Oaxaca aumentou o meu desejo de visitar o México, como só a melhor escrita sobre viagens o faz.» [Providence Journal]


Diário de Oaxaca (trad. Clara Pinto Correia) e outras obras de Oliver Sacks estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/oliver-sacks/

Sobre A Montanha Mágica, de Thomas Mann

 


«Tal como em A Morte em Veneza, o protagonista de A Montanha Mágica empreende uma viagem que acaba por o levar para fora do espaço e do tempo da existência burguesa. Não por acaso, contrariando planos anteriores em que o romance abria com a explanação da biografia de Hans, depois remetida para o segundo capítulo, o primeiro capítulo centra‑se na viagem e no primeiro momento de confronto com o mundo fechado do sanatório, o início do longo percurso de iniciação que irá constituir o fulcro da narrativa. O herói do romance, como surge repetidamente sublinhado, nada tem de excepcional, pelo contrário, a própria mediania da personagem constitui uma forma de acentuar de que modo ela representa paradigmaticamente a normalidade social. O fulcro do romance está, justamente, no facto de essa normalidade ser totalmente posta à prova e problematizada nos seus fundamentos pelo confronto com o microcosmos do sanatório.» [Do Prefácio de António Sousa Ribeiro]


A Montanha Mágica (tradução, prefácio e notas de António Sousa Ribeiro) e outras obras de Thomas Mann estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/thomas-mann/

Sobre Contos, Parábolas, Fragmentos, de Franz Kafka

 


Este livro reúne todos os textos narrativos breves de Kafka. Isso abrange “não apenas a totalidade da prosa narrativa curta publicada em vida de Kafka, mas também uma selecção das publicações póstumas mais ampla do que a incluída em edições ou traduções correntes. […] O critério de selecção visou incluir, tanto quanto possível, todos os textos cuja forma ou cujo estado de desenvolvimento permite conferir-lhes um certo grau de autonomia, deixando de lado tão-somente tentativas de carácter embrionário ou interrompidas antes de uma suficiente definição da intenção textual. A selecção incidiu apenas sobre textos de carácter narrativo, não contemplando os fragmentos de natureza ensaística ou aforismática.” [Da nota prévia de António Sousa Ribeiro]


Contos, Parábolas, Fragmentos (tradução de António Sousa Ribeiro) e outras obras de Franz Kafka estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/franz-kafka/

De As Longas Tardes de Chuva em Nova Orleães, de Ana Teresa Pereira

 


«Estava cansada e a audição para o papel de Stella correu mal. Levantara-se da cadeira e recolhia as suas coisas, quando o encenador lhe perguntou:

— Não quer ler o papel de Blanche?

Blanche era sempre interpretada por actrizes mais velhas. Mas a personagem tinha uns trinta anos. Pegou nas páginas impressas e respirou fundo. Em Nova Orleães havia dois eléctricos, um chamado Desire e o outro Cemeteries. Para chegarmos ao nosso destino, tínhamos de passar do primeiro para o segundo.»


As Longas Tardes de Chuva em Nova Orleães e outras obras de Ana Teresa Pereira estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/ana-teresa-pereira/

Sobre Vita Nova, de Louise Glück

 


Vita Nova, que vários críticos consideram uma das mais significativas recolhas poéticas de Louise Glück, é uma sequência de poemas que dramatiza o final de uma relação e o início de uma vida nova.


Vita Nova (trad. Ana Luísa Amaral) e outras obras de Louise Glück estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/louise-gluck/

Sobre Vida Nova, de Dante Alighieri


 

«Dante escreve Vita Nuova, provavelmente, entre 1291 e 1295, por volta dos vinte e oito anos, num tempo histórico de grandes mutações sociais e espirituais, e no seio de uma Florença onde os intelectuais de procedência laica e burguesa aspiravam substituir o controle da Igreja sobre a produção científica e a criação artística, após o modelo estatal que o imperador Frederico II experimentara, em conflito com o Papado, no sul de Itália, até à sua morte, em 1250. (…)

Vita Nuova é a narrativa de uma experiência humana indissociável de uma experiência estilística: se o amor de Beatriz dinamiza todo o percurso performativo de acção e reflexão do sujeito, simultaneamente, no desenvolvimento da personalidade, no aperfeiçoamento moral e espiritual, é a sua morte que provoca a necessidade da narrativa que ordena a existência passada dele e o consciencializa da exigência de renovar o modo da criação poética para que a sua poesia se abra à transcendência.» [Da Introdução]


Vida Nova (edição bilingue, tradução de Jorge Vaz de Carvalho) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/vida-nova/

24.3.24

De «A Poesia como Arte Insurgente», de Lawrence Ferlinghetti

 



«Poetas, saiam dos vossos armários,

Abram as vossas janelas, abram as vossas portas,

Estiveram demasiado tempo enfiados

nos vossos mundos fechados.

Desçam, desçam

dos vossos Russian Hills e Telegraph Hills,

dos vossos Beacon Hills e dos vossos Chapel Hills,

dos vossos Montes Análogos e Montparnasses,

desçam dos nossos contrafortes e montanhas,

das vossas tendas e cúpulas.

As árvores continuam a cair

e nós deixaremos de ir aos bosques.

Não há tempo para subirmos às árvores

Enquanto o homem faz arder a sua própria casa

para assar o seu porco.

Deixaremos de cantar Hare Krishna

enquanto Roma arde.

São Francisco está a arder,

a Moscovo de Maiakovski faz arder

os combustíveis‑fósseis da vida. […]»

[De «Manifesto Populista #1», in «A Poesia como Arte Insurgente», de Lawrence Ferlinghetti]


A Poesia como Arte Insurgente (tradução de Inês Dias) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-poesia-como-arte-insurgente/