31.8.23

Sobre Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, de George Orwell

 



“Orwell e o seu Mil Novecentos e Oitenta e Quatro entraram na casa do cidadão e no mundo dos Estados, e não saíram de lá. Nada é não-político, e foi esta pontaria no diagnóstico que tornou mítico este livro. (…)

O que Orwell mostrou e previu foi este estado de permanente vigilância: o cidadão que vigia um outro — em perseguições individuais em redes sociais — e a vigilância feita por empresas ou Estados cumprem um programa que muitos pensadores previram e que Orwell conseguiu narrar.” [Do Prefácio de Gonçalo M. Tavares]


“O romance definitivo do século XX (…). Os seus temas continuam a ecoar, como uma ameaça profética, no presente.” [The Guardian]


Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (trad. José Miguel Silva) e outras obras de George Orwell estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/george-orwell/

Sobre Estado de Vigilância, de Josh Chin e Liza Lin

 



«Estado de Vigilância» é uma absorvente, preocupante e pormenorizada história do modo como o Partido Comunista da China construiu uma nova espécie de controlo político, procurando moldar a vontade do povo através de um sofisticado e muitas vezes brutal recurso aos dados digitais. Trata-se de um Estado policial distópico, que mantém minorias étnicas sob o olhar vigilante das forças de segurança com utilização de inteligência artificial e recorre a uma política de pontos que abrange praticamente toda a população.

Os autores contam-nos histórias de famílias afetadas pela vigilância do Partido Comunista Chinês e falam do processo de criação de uma nova sociedade organizada em torno da vigilância digital.


«Josh Chin e Liza Lin mostram como os avanços mais célebres de Silicon Valley, juntamente com algumas das suas empresas mais conhecidas, permitiram a realização de um ensaio de engenharia social chinesa que é em igual medida aterrorizante e sedutor. As tecnologias de vigilância, tanto dentro da China como em todo o mundo, estão a criar uma alternativa à ordem liberal muito mais rapidamente do que a maioria das pessoas esperava, e este livro dá-nos um vislumbre do que a pode substituir.» [Anne Applebaum]


«Estado de Vigilância — A Via Chinesa para Uma Nova Era de Controlo Social», de Josh Chin e Liza Lin (tradução de Valério Romão), está disponível em https://relogiodagua.pt/.../estado-de-vigilancia-pre-venda/

Documentário sobre Oliver Sacks no Queer Lisboa 27

 




O filme Oliver Sacks — His Own Life baseia-se na autobiografia de Oliver Sacks, Em Movimento, publicada pela Relógio D’Água em 2015.

O realizador Ric Burns entrevistou escritores, médicos, amigos e familiares de Oliver Sacks, cujo último livro (póstumo) a Relógio D’Água publicou.

O filme pode ser visto no Queer Lisboa, dia 26 de Setembro, às 17h30, no Cinema São Jorge. Mais informação aqui: https://queerlisboa.pt/pt/filme/oliver-sacks-his-own-life


As obras de Oliver Sacks publicadas pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/oliver-sacks/

A Relógio D’Água na Festa do Livro em Belém 2023

 



A Relógio D’Água participa na Festa do Livro em Belém, que decorrerá de 31 de Agosto a 3 de Setembro de 2023, nos jardins do Palácio Nacional de Belém. Trata-se de um evento dedicado exclusivamente à promoção de obras de autores de língua portuguesa.

Haverá leituras, debates, livros, música, cinema, jogos didáticos e apresentações.

A Festa abre hoje ao público às 18:00.

Livros do Dia 31 de Agosto na Feira do Livro do Porto

 


Moby Dick, de Herman Melville

Mataram a Cotovia, de Harper Lee

História da Filosofia Ocidental, de Bertrand Russell


30.8.23

Sobre As Personagens, de Ana Teresa Pereira

 



«Percorrer a obra de um escritor do primeiro ao último livro permite identificar, talvez com mais clareza, as temáticas que o tomaram de assalto e se afirmaram como obsessões. No caso de Ana Teresa Pereira, esse exercício é particularmente estimulante, na medida em que nos livros iniciais encontramos a matéria que tem vindo a reelaborar, sempre com novidade, de título para título.

“As Personagens”, agora reeditado na Relógio D’Água, foi o seu segundo romance, publicado em 1991, depois de “Matar a Imagem”. Nele encontramos o nevoeiro, as figuras que se desdobram, o mundo do teatro e do cinema e a vida que se confunde com o sonho.» [Visão, 24/8/2023]


«As Personagens» e outras obras de Ana Teresa Pereira estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/ana-teresa-pereira/

Sobre a Ilha do Doutor Moreau, de H. G. Wells

 



«Na minha opinião, a precedência dos primeiros romances de Wells — A Ilha do Doutor Moreau, por exemplo, ou O Homem Invisível — deve-se a uma razão mais profunda. Não só é engenhoso o que referem; é também simbólico de processos que de certo modo são inerentes a todos os destinos humanos. O acossado homem invisível, que tem de dormir como que com os olhos abertos porque as suas pálpebras não excluem a luz, é a nossa solidão e o nosso terror; a seita de monstros sentados que fanhosamente recitam na sua noite um credo servil é o Vaticano e é Lassa. A obra que perdura é sempre capaz de uma infinita e plástica ambiguidade.» [Jorge Luis Borges, em Outras Inquirições]


A Ilha do Doutor Moreau (trad. de Inês Dias) e outras obras de H. G. Wells estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/h-g-wells/

De A Rapariga sem Carne, de Jaime Rocha

 



«Ela afasta os lençóis. O seu rosto tornara-se um pouco mais escuro, adquirira um tom esverdeado. Há qualquer coisa nela de malsão, de não humano. Para Mateus, as cicatrizes daquele corpo já não se assemelham a cortes sarados mas a sinais de nascença ou a marcas de sangue dos antepassados. Estranha-lhe os olhos sem qualquer brilho, sem movimento, os ombros descaídos que formam duas grandes covas junto às omoplatas, uma ruga medonha por baixo do seio como se o coração tivesse sido arrancado por ali. Salomé senta-se na cama e tapa o sexo com as mãos. Despiu-se durante a noite sem que ele desse por isso. Sentira-a mexer e agitar o corpo, a sonhar, mas teve receio de a apertar contra si, de a acordar, de denunciar a sua excitação. Agora, ali, nua, descalça, quieta, a olhar para o chão, é a imagem de uma criança estremunhada à espera de que o pai a venha buscar para lhe dar banho. Enrola-a numa toalha. Pega nela ao colo e parece-lhe que não encontra músculos nem ossos. É um corpo jovem, mas desgastado, com uma pele transparente como se fosse feita de vidro. Arde no seu interior uma beleza sombria que não provém de matéria alguma. Sem carne, sem qualquer sangue. Há ali um princípio de corrosão, alguém lhe terá injectado um veneno que ainda não produziu efeito.»


A Rapariga sem Carne, finalista do Grande Prémio de Romance e Novela 2012 da APE, e outras obras de Jaime Rocha estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jaime-rocha/

Livros do Dia 30 de Agosto na Feira do Livro do Porto

 




As Ondas, de Virginia Woolf

As Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Do Outro Lado do Espelho, de Lewis Carroll 

A Sociedade da Transparência, de Byung-Chul Han


29.8.23

Sobre Retrato do Artista quando Jovem, de James Joyce

 



Joyce acabou de escrever Retrato do Artista quando Jovem em 1914, ano de publicação de Dublinenses.

A novela descreve a infância em Dublin de Stephen Dedalus e a sua busca de identidade. As diferentes fases da vida do protagonista, da infância à vida universitária, refletem-se em mudanças no estilo narrativo. Os aspetos biográficos são tratados com irónico distanciamento, num trajeto que culmina com a rutura com a Igreja e a descoberta e uma vocação artística.

A obra é também um reconhecível autorretrato da juventude de James Joyce, assim como uma homenagem universal à imaginação dos artistas.


Retrato do Artista quando Jovem (trad. Paulo Faria) e outras obras de James Joyce estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/james-joyce/

Sobre O Retrato de Casamento, de Maggie O'Farrell

 



A autora de Hamnet visita agora a Itália renascentista para nos dar um inesquecível retrato ficcional da jovem duquesa Lucrezia de’ Medici, cuja vida decorre numa corte turbulenta. Estamos na Florença de 1560 e Lucrezia, a terceira filha do grão-duque, sente-se confortável com o lugar obscuro que ocupa no palácio, entregue às suas ocupações artísticas.

Mas, quando a sua irmã mais velha morre na véspera do casamento com o soberano de Ferrara, Modena e Reggio, Lucrezia é inesperadamente lançada na ribalta política. O duque de Ferrara não perde tempo para a pedir em casamento e o seu pai é rápido a conceder autorização.

Mal saída da infância, Lucrezia entra numa corte que lhe é estranha, com costumes que lhe são desconhecidos e onde a sua chegada não é bem recebida por todos.

Começa por não perceber se o seu marido Alfonso é o esteta sofisticado, amigo de artistas e músicos, que aparentava ser antes do casamento ou um político impiedoso que as próprias irmãs receiam.

Enquanto posa para uma pintura que lhe promete que a sua imagem perdurará nos séculos seguintes, vai-se tornando evidente que a sua principal obrigação é gerar um herdeiro que garanta o futuro da dinastia de Ferrara.


O Retrato de Casamento (trad. Inês Dias) e Hamnet (trad. Margarida Periquito) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/maggie-ofarrell/

Sobre O Enraizamento, de Simone Weil

 



O Enraizamento é um ensaio escrito em 1943 e que permaneceu inacabado devido à morte da autora. O seu subtítulo é Prelúdio para Uma Declaração dos Deveres para com o Ser Humano

Simone Weil procura criar as bases de uma doutrina, regressando aos princípios que permitiram às civilizações estabelecerem-se de um modo durável.

Nesse ano de 1943, após vinte anos de amadurecimento interior, trata-se para Simone Weil de reatar um pacto que apoia sobre a «exigência do bem absoluto que habita no coração do homem, mas que tem a sua origem numa realidade situada fora do mundo». 

«O enraizamento talvez seja a necessidade mais importante e mais ignorada da alma humana. (…) Todo o ser humano precisa de ter múltiplas raízes, precisa de receber a quase totalidade da sua vida moral, intelectual, espiritual, por intermédio dos ambientes a que naturalmente pertence.»


O Enraizamento (tradução de Júlia Ferreira e José Cláudio) está disponível em https://relogiodagua.pt/autor/simone-weil/

Sobre As Memórias do Papá Mumin, de Tove Jansson

 



Antes de ter uma família, o Papá Mumin levou uma vida de aventuras e intrigas, mas nunca tinha contado a sua história.

Mas está um frio desagradável e é o tempo certo para recordar as suas experiências de juventude, avaliando os esforços que fizeram dele o notável Mumin que agora é.


As Memórias do Papá Mumin (trad. Maria Eduarda Cardoso) e outras obras de Tove Jansson estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/tove-jansson/

Livros do Dia 29 de Agosto na Feira do Livro do Porto

 




As Rotas da Seda, de Peter Frankopan

Mau Tempo no Canal, de Vitorino Nemésio

Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba, de Machado de Assis


28.8.23

Sobre Dia da Libertação, de George Saunders

 



O «melhor contista em inglês» (TIME) está de volta com uma coleção de contos que explora ideias de poder, ética e justiça, mostrando o que significa viver em comunidade com os nossos semelhantes.

Com a sua prosa perversamente irónica e não sentimental, Saunders continua a desafiar e surpreender. Estas histórias multifacetadas que abrangem alegria e desespero, opressão e revolução, estranha fantasia e realidade brutal fundem-se para mostrar o mundo com a generosidade e a atenção perspicaz que Saunders tem, até nas circunstâncias mais absurdas.


«Humor original ousado, a visão turva da vida americana e a suave humanidade que permeia tudo isso.» [TIME]


«Saunders é divertido e gentil como sempre, e o seu virtuosismo narrativo põe-no entre os melhores.» [The Guardian]


Dia da Libertação e Nadar num Lago à Chuva (trad. José Mário Silva) e Lincoln no Bardo (trad. José Lima) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/george-saunders/

Sobre Irradiante, o negro, de Rui Nunes

 



Não sei. Também ouço falar do verde das árvores, e do azul do mar, e do ocre das falésias, e da cor de alguns olhos, não sei, talvez as trevas sejam afinal o negro-trevas, talvez, talvez nada escape ao negro, nem sequer as trevas, escapar aqui não é fugir, significa somente que tudo é, quando fechamos obstinadamente a boca imobilizamos cada negro no seu sítio, e ele torna-se espesso, afunda-se até ser o negro-espessura: cautela, não tropeces nele e caias, na verdade o que nos querem dizer é: fala, fala, para não te desequilibrares e caíres, olha um gato preto: murmura alguém a teu lado, e de súbito descobres que não há gatos negros, não há o negro-gato, há o preto-gato, e continuas a conversa interrompida: afinal alguma coisa escapou, o preto-gato é furtivo e mimético: confunde-se com o negro por onde passa, às vezes esconde-se nele, isto é, imobiliza-se e desaparece, ou será que cada negro alberga o seu preto-gato?


Irradiante, o negro, e outras obras de Rui Nunes estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/rui-nunes/

Sobre O Mar Negro, de Neal Ascherson

 



Percorrendo um itinerário que rodeia esse estranho mar interior, «O Mar Negro» vai da época de Heródoto à atualidade.

Ascherson revela ao leitor os numerosos segredos de uma região que é hoje um dos palcos da guerra entre a Federação Russa e a Ucrânia, mas em que os conflitos parecem quase eternos, pois o mar Negro é partilhado também por países como a Turquia, a Roménia e a Grécia.

O autor reconstrói a região a partir de apontamentos antropológicos e investigações arqueológicas e também de histórias individuais, como a de um obscuro orador do século II ou a de um fascinante espião polaco do século XIX.

Esta edição integra um prefácio de 2015 em que o autor comenta os acontecimentos ocorridos nos últimos anos, a revolução na Ucrânia e na Geórgia, a anexação da Crimeia por parte da Rússia de Putin, os conflitos entre países vizinhos e a situação ambiental das águas do mar Negro.


«O Mar Negro: De Péricles a Putin», de Neal Ascherson (trad. João Paulo Moreira e Maria João B. Marques), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/o-mar-negro-de-pericles-a-putin-pre-venda/

Sobre A Guarda Branca, de Mikhail Bulgákov

 



Estamos em 1918. A Revolução Russa terminou, mas a Ucrânia está em plena guerra civil e, em Kiev, os irmãos Turbin preparam-se para lutar pela Guarda Branca depois da morte da mãe. Nas ruas, há uma atmosfera de inebriante caos, bebe-se vodca, toca-se guitarra, as pessoas apaixonam-se. 

Mas o novo regime prepara-se para vencer e o seu triunfo será a destruição dos Turbin e do seu mundo.


A Guarda Branca e Margarita e o Mestre, de Mikhail Bulgákov (tradução de António Pescada), estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/mikhail-bulgakov/

Livros do Dia 28 de Agosto na Feira do Livro do Porto

 


Margaria e o Mestre, de Mikhail Bulgákov

A Estrada, de Cormac McCarthy

A Condição Humana, de Hannah Arendt


27.8.23

Sobre O Custo de Vida, de Deborah Levy

 



Um manifesto moderno, vital e empolgante sobre as políticas do feminismo, por uma autora duas vezes finalista do Man Booker Prize.


Qual é o preço que uma mulher paga por abalar antigas convenções e quebrar as hierarquias sociais que a tornaram uma personagem menor num mundo que nunca foi organizado em seu proveito?

A autora reflete sobre o que é viver com significado, valor e prazer, procurando a liberdade última, que é a de escrever a nossa própria vida, refletindo ao mesmo tempo sobre a obra de artistas e pensadores como Simone de Beauvoir, James Baldwin, Elena Ferrante, Marguerite Duras, David Lynch e Emily Dickinson. 

O Custo de Vida é a segunda de três partes de uma autobiografia sobre a escrita, políticas de género e filosofia. Os outros volumes são Coisas Que não Quero Saber e Direito de Propriedade.


O Custo de Vida, o novo livro de Deborah Levy, é tão bom que só o li uma hora por dia para o fazer durar.” [Miguel Esteves Cardoso, Público]


“Um manifesto eloquente.” [The Guardian]


“Uma escritora indelével… de um génio elíptico… O Custo de Vida é uma leitura de enorme prazer.” [The New York Times]


O Custo de Vida (trad. Frederico Pedreira) e outras obras de Deborah Levy estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/deborah-levy/

Livros do Dia 27 de Agosto na Feira do Livro do Porto

 


Musicofilia, de Oliver Sacks

A Vida Mentirosa dos Adultos, de Elena Ferrante

Orgulho e Preconceito, de Jane Austen


26.8.23

Sobre Sonho da Aldeia Ding, de Yan Lianke

 



Milhares de aldeãos da região de Henan foram levados a vender o seu sangue à procura de uma vida melhor. Acabaram contaminados com SIDA.

Só o filho do velho Ding, que construíra a sua fortuna a partir da recolha de sangue, continuou a enriquecer vendendo caixões e organizando casamentos para unir aqueles que a morte separara.

Esta história é ficcionada por Yan Lianke a partir de acontecimentos reais.

Como o autor explica, “cólera e paixão são a alma do meu trabalho”.

O romance, que revela aspetos sombrios do desenvolvimento do país, foi proibido na China.


Sonho da Aldeia Ding (trad. Marta Mendonça) e outras obras de Yan Lianke estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/yan-lianke/

Livros do Dia 26 de Agosto na Feira do Livro do Porto

 


A Interpretação dos Sonhos, de Sigmund Freud

A Amiga Genial, de Elena Ferrante

Anna Karénina, de Lev Tolstoi


25.8.23

Sobre A Sociedade do Cansaço, de Byung-Chul Han

 



De acordo com Byung-Chul Han, uma das mais inovadoras vozes filosóficas surgidas na Alemanha, o Ocidente está a tornar-se uma sociedade do cansaço.

Segundo este autor germano-coreano, qualquer época tem as suas doenças características. Houve uma época bacteriana, que terminou com a descoberta dos antibióticos. A época viral foi ultrapassada através das técnicas imunológicas, apesar dos periódicos receios de uma pandemia gripal.

O início do século xxi, do ponto de vista patológico, seria sobretudo neuronal. A depressão, as perturbações de atenção devidas à hiperatividade e a síndroma do desgaste profissional definem o panorama atual.


A Sociedade do Cansaço (trad. Gilda Lopes Encarnação) e outras obras de Byung-Chul Han estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/byung-chul-han/

Sobre Os Inquietos, de Linn Ullmann

 



«Quando começa a escrever o livro, aos 48 anos, a idade que o pai tinha quando ela nasceu, Linn sabe que o tal telescópio virado para o passado não existe, é um artifício da memória. E, mesmo se existisse, estaria sujeito a distorções e erros de paralaxe. “Para se escrever sobre pessoas reais, como pais, filhos, namorados, amigos, inimigos, tios, irmãos ou transeuntes ocasionais, é necessário torná-las fictícias. Creio que é a única forma de lhes dar vida.” Linn Ullmann fá-lo de forma magnífica, com uma honestidade absoluta, dizendo tudo o que há para dizer — tanto o belo como o incómodo, tanto o lírico como o visceral — a propósito das personagens que conseguiu arrancar à realidade, começando por ela própria.» [José Mário Silva, E, Expresso, 25/8/2023]


Os Inquietos, de Linn Ullmann (tradução do norueguês de João Reis), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/os-inquietos-pre-venda/

Sobre Tempos Emocionantes, de Naoise Dolan

 



Tempos Emocionantes é um romance intimista e inteligente sobre uma jovem irlandesa que se envolve num triângulo amoroso com um banqueiro e uma advogada. Ava chegara a Hong Kong vinda de Dublin e ensinava inglês a crianças de famílias ricas. Julian é um banqueiro que gosta de fazer sexo com Ava e discutir com ela mercados financeiros. Edith é uma advogada de Hong Kong ambiciosa que deseja Ava e lhe oferece tulipas.

Politicamente atento, divertido, mas pungente e áspero, Tempos Emocionantes é um livro que mergulha nas incertezas das modernas relações amorosas.


Nomeado para o Women’s Prize for Fiction.


Brevemente uma série de televisão Amazon, com Phoebe Dynevor (Bridgerton).


“Extremamente divertido e malvado.” [Zadie Smith]


“Comovente e poderoso.” [The Guardian]


“Um livro impecável.” [Colm Tóibín]


“Extremamente fluido e intuitivo.” [The New Yorker]


Tempos Emocionantes foi editado com o apoio da @literatureireland.

Tempos Emocionantes, de Naoise Dolan (tradução de Carla Morais Pires), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/tempos-emocionantes-pre-venda/

Sobre As Palavras da Noite, de Natalia Ginzburg



 

As Palavras da Noite é um breve romance de 1961, escrito durante a estada londrina de Ginzburg e antes do seu regresso a Itália.

Com o estilo despojado, rigoroso e próximo dos factos, a escritora exprime o sentido da história familiar, a presença dos velhos, o doloroso crescimento dos jovens e as transformações do amor e da amizade.

Através da jovem que escreve na primeira pessoa, o leitor experimenta esperanças e ilusões, que não são acompanhadas de juízos de valor.


“Uma incandescente luz da moderna literatura italiana.” [The New York Times]


“Ferrante é uma amiga. Ginzburg, uma conselheira.” [Lara Feigel, The Guardian]


“Ginzburg dá-nos um novo padrão de voz feminina e uma ideia de como essa voz pode soar.” [Rachel Cusk]


“Penetrante e cheia de vida.” [Lydia Davis]


As Palavras da Noite (tradução de Luísa Feijó) e outras obras de Natalia Ginzburg estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/natalia-ginzburg/

Relógio D’Água na Feira do Livro do Porto 2023

 


A Relógio D’Água está presente na Feira do Livro do Porto, de 25 de Agosto a 10 de Setembro, nos Jardins do Palácio de Cristal, nos pavilhões 39, 40, 41 e 42.





Hoje os Livros do Dia são:

A Viagem do Beagle, de Charles Darwin

A Sibila, de Agustina Bessa-Luís

Em busca do Tempo Perdido, Vol. 1, de Marcel Proust

24.8.23

Sobre Querida Kitty, de Anne Frank

 



Querida Kitty é um romance na forma de cartas que Anne Frank escreveu a uma amiga imaginária.

Situando-se entre a obra literária e o documento histórico, mostra como a adolescente Anne Frank foi capaz de desenvolver capacidades narrativas e de construção de personagens mesmo nas condições de medo e isolamento em que se encontrava para escapar das perseguições nazis.


Querida Kitty, de Anne Frank (trad. Karolien van Eck e Ana Iaria), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/querida-kitty/

Sobre O Mundo como Vontade e Representação, de Arthur Schopenhauer

 



“A experiência do mundo de Schopenhauer, impregnada de pessimismo, subjaz à sua reflexão filosófica, que culminou num golpe de génio: O Mundo como Vontade e Representação, publicado em 1819, obra de um homem de trinta anos, ampliado, mais tarde, em 1844, para dois volumes, continua fundeado no porto da filosofia ocidental como um navio-tanque exótico. Deus, o velho capitão do idealismo e do racionalismo, não se encontra aqui em lado nenhum, e a razão, até esse momento incontestado timoneiro dos mares filosóficos, foi aqui degradada a grumete encarregado de esfregar o convés. Na ponte de comando, está um indivíduo desbragado de má reputação, um flibusteiro incansável e apostado, ao mesmo tempo, numa destruição implacável, chamado ‘vontade’. As suas acções não obedecem a nenhum plano e as suas rotas não estão desenhadas em nenhuma carta náutica.” [Da Introdução de Robert Zimmer]


O Mundo como Vontade e Representação — Primeiro Volume (trad. António Sousa Ribeiro) e A Arte de Ter sempre Razão (trad. Fernanda Mota Alves) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/arthur-schopenhauer/

Sobre Um Balé de Leprosos, de Leonard Cohen

 



Pode ler-se na edição de Verão da revista LER um excerto de «Um Balé de Leprosos — Romance e Contos», de Leonard Cohen, que a Relógio D’Água publicará no próximo mês de Setembro, com tradução de Frederico Pedreira


«Antes de morrer, Leonard Cohen confidenciou que o coração do seu legado, a sua verdadeira obra-prima, está nos arquivos que organizou ao longo da vida. Foi de lá que, em 2022, surgiu a recolha “Um Balé de Leprosos”, composta por um romance curto, o rascunho de uma peça de teatro e 15 contos totalmente inéditos, escritos entre os 22 e os 31 anos, quando o poeta e escritor ainda não optara quase completamente pela composição e gravação de canções. Esta juvenília preciosa, a publicar em Portugal pela Relógio D’Água neste verão, mostra como Cohen se encontrava já, meditativa e virtuosamente, no exato e melancólico “centro das coisas”.» [LER, Verão 2023]


Reproduz-se abaixo o início do romance:

«O meu avô veio morar comigo. Não tinha outro lugar para onde ir. O que teria acontecido a todos os seus filhos? Morte, declínio, exílio — não sei muito bem. Os meus pais morreram de dor. Mas, para começar, não posso ser muito soturno, caso contrário irás deixar‑me, e isso é o que eu mais temo, creio. Quem começaria a ler uma história sabendo que a mesma iria acabar com um carro triunfal a subir ao céu ou com uma cruz?»


As obras de Leonard Cohen editadas pela RelógioD’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/leonard-cohen/

Sobre Os Quatro Livros, de Yan Liane

 



O cenário desta obra é a China dos anos 50 do século passado, um período em que as autoridades procederam ao confinamento de centenas de milhares de pessoas em campos de “reeducação” e à mobilização dos camponeses para a produção de ferro e aço. Este Grande Salto em Frente decidido pelo Partido Comunista Chinês levou a uma das maiores fomes da humanidade. Yan Lianke recorre a uma linguagem que alterna a prosa incisiva e as palavras de ordem maoistas com uma narrativa do tipo bíblico, da tradição confuciana e da mitologia grega. O primeiro dos quatro livros é a história de um adolescente ingénuo, encarregado de guardar um campo de reeducação de intelectuais, que acabará por se crucificar num tapete de flores vermelhas. As vidas abruptamente sacrificadas de milhões de mulheres e homens configuram um drama inspirado em factos reais. Foi por isso que nenhuma editora na China continental se atreveu a imprimir esta obra (saiu em Hong Kong e em Taiwan), apesar de Yan Lianke ter obtido prestigiados prémios na China, o Franz Kafka Prize em 2014, e ter sido finalista do Man Booker International Prize 2013 com Sonho da Aldeia Ding, já publicado nesta editora.


Os Quatro Livros (trad. Helena Briga Nogueira) e outras obras de Yan Lianke estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/yan-lianke/

23.8.23

Sobre Lapvona, de Ottessa Moshfegh

 



Numa povoação medieval fustigada por desastres naturais, um pastor órfão de mãe torna-se o improvável centro de uma luta pelo poder que põe à prova todo o tipo de fé.

O pequeno Marek, o filho abusado e delirante do pastor da aldeia, nunca conheceu a mãe; o pai disse-lhe que ela morreu no parto. Um dos poucos consolos da vida de Marek é a sua relação com a parteira cega da aldeia, Ina, que o amamentou quando ele era bebé, como fazia com tantas outras crianças. Ina possui uma habilidade única para comunicar com o mundo natural. O seu dom muitas vezes concede-lhe conhecimentos sagrados em níveis que estão muito além dos alcançados por outros aldeãos, por mais religiosos que sejam. Para algumas pessoas, a casa de Ina na floresta fora da aldeia é um lugar a temer e evitar, um lugar sem Deus.

Entre eles está Barnabas, o padre da cidade e lacaio do senhor e governador Villiam, cuja mansão no topo de uma colina contém uma acumulação de riquezas. A necessidade desesperada das pessoas de acreditar que existem poderes capazes de generosidade é submetida a um teste cruel por Villiam e pelo padre, especialmente num ano de seca e fome extremas. Quando o destino põe Marek em violenta proximidade com a família do senhor, novas e ocultas forças perturbam a velha ordem. No final do ano, a fronteira que separa a cegueira e a visão, a vida e a morte, o mundo natural e o mundo espiritual provará ser muito ténue.


Lapvona (trad. Marta Mendonça) e O Meu Ano de Repouso de Repouso e de Relaxamento (trad. Ana Falcão Bastos) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/ottessa-moshfegh/

Sobre Nana, de Émile Zola

 



Nana é um dos principais romances de Émile Zola. Nascida no meio operário, filha de um pai alcoólico e de uma lavadeira, Nana precisa de dinheiro para criar o filho que teve aos dezasseis anos de um pai desconhecido.

Medíocre artista de teatro, prostitui-se para compor o ordenado ao fim do mês. A sua ascensão social começa com o papel de Vénus, que vai interpretar num teatro parisiense. Não sabe cantar, mas as suas roupas impudicas e a sexualidade intensa atraem os homens e permitem-lhe viver num apartamento luxuoso, onde foi instalada por um rico comerciante de Moscovo.

Nana vai tornar-se um exemplo de prostituta de luxo, da cortesã francesa do Segundo Império. Alcança a riqueza, afirma-se nos meios da aristocracia e da finança, reinando no seu palacete da avenida de Villiers, entre móveis de laca branca e perfumes perturbadores.

É assim que Nana dissipa heranças e mergulha famílias no desespero, desferindo golpes devastadores numa sociedade corrupta que despreza e de que acabará por ser vítima.


Nana, de Émile Zola (trad. Daniel Augusto Gonçalves), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/nana/

Sobre Um Homem a meio da Vida, de Richard Russo

 



Espirituoso, realista e absorvente, «Um Homem a meio da Vida» acompanha Hank Devereaux numa semana muito complicada.

William Henry Devereaux, Jr., é o relutante diretor do departamento de Inglês de uma universidade situada no cinturão industrial da Pensilvânia. Os problemas de Devereaux resultam do seu passado anarquista e do facto de o seu departamento estar mais ferozmente dividido do que os Balcãs.

No decurso de apenas uma semana, Devereaux vai ter o nariz mutilado por um colega, imaginar que a sua esposa tem um caso com o reitor e interrogar-se se uma assistente curvilínea está a tentar seduzi-lo com caroços de pêssego. Tudo isso enquanto tenta chegar a acordo com o seu pai mulherengo e abandona as suas esperanças juvenis.


Agora adaptado a série de televisão AMC, «Lucky Hank», com Bob Odenkirk («Better Call Saul», «Breaking Bad»).


«O romance sério mais divertido que li desde “O Complexo de Portnoy”, de Philip Roth.» [The New York Times Book Review]


«Existe um coração enorme e carregado de ironia que bate no centro da ficção de Richard Russo.» [The New Yorker]


«Um Homem a meio da Vida» (trad. Maria Ponce de Leão)está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/um-homem-a-meio-da-vida-pre-venda/

Sobre Gonçalo M. Tavares


«Gonçalo M. Tavares (Luanda,Angola, 53 anos) precisa de construir mundos ordenados em cada livro. Dotar o caos de uma estrutura que ajude a não se desorientar. […] Escritor prolífico desde que se estreou em 2001, Gonçalo M. Tavares é considerado um dos grandes nomes da literatura portuguesa contemporânea e, talvez, o mais original. O seu universo literário não é nada português. Tanto os cenários, que vão da imprecisão geográfica […] ao centro da Europa, como os nomes pertencem a mundos diferentes.» [Tereixa Constenla, Babelia, El País, 19/8/2023]


As obras de Gonçalo M. Tavares editadas pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/goncalo-m-tavares/

Sobre O Regresso do Leviatã Russo, de Sergei Medvedev

 



A relação da Rússia com os seus vizinhos e com o Ocidente agravou-se dramaticamente nos anos mais recentes. A direção de Vladimir Putin reprimiu violentamente a Chechénia, dividiu a Geórgia, apoiou Assad na Síria, anexou a Crimeia, eliminou com armas químicas inimigos na Grã-Bretanha e criou um exército de trolls na Internet para influenciar as eleições norte-americanas.

Como é que devemos entender este imperialismo e militarismo agressivos? Sergei Medvedev considera que a nova vaga de nacionalismo russo é o resultado de mentalidades há muito embebidas na psicologia russa. Enquanto, no Ocidente, os movimentos sociais dos anos 60 e a consciência do passado colonialista modernizaram as atitudes, a Rússia manteve um sentimento de superioridade em relação aos vizinhos e uma prolongada nostalgia do império.


«O retrato que Medvedev faz da Rússia é brilhante, irónico e minuciosamente observado.» [Times Literary Supplement]


«Poucos livros enfrentam a realidade que se vive na Rússia com esta combinação de precisão académica, ironia e ódio.» [The Financial Times]


O Regresso do Leviatã Russo, de Sergei Medvedev (tradução de Maria Beatriz Sequeira e Michelle Hapetian), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/o-regresso-do-leviata-russo-pre-publicacao/

Sobre O Regresso de May Poppins, de P. L. Travers




Puxada das nuvens pela corda de um papagaio, Mary Poppins está de volta. Com ela, as crianças da família Banks conhecem o Rei do Castelo e o Grande Marmelo, visitam o mundo de pernas para o ar do Senhor Doavesso e da sua noiva, a Mna. Tartelete, e passam uma intensa tarde no parque, suspensos num conjunto de balões.


«Mary Poppins nunca consegue distinguir o mundo real do da fantasia. E o mesmo acontece ao leitor. Essa é uma das características da grande fantasia.» [The New York Times]


O Regresso de Mary Poppins (Helena Briga Nogueira) e Mary Poppins (José Miguel Silva) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/p-l-travers/ 

22.8.23

Sobre Escorram-Me, Lágrimas, Disse o Polícia, de Philip K. Dick

 



Vencedor do Prémio John W. Campbell e nomeado para os prémios Hugo e Nebula, Escorram-Me, Lágrimas, Disse o Polícia, de Philip K. Dick, é uma história de perseguição que combina realidade alterada, seleção genética e uso de drogas num cenário distópico para criar um dos romances de ficção científica mais populares entre leitores e críticos.

Jason Taverner, apresentador de um programa televisivo mundialmente famoso e homem da cidade, acorda um dia e descobre que ninguém sabe quem ele é, nem sequer os vastos bancos de dados do governo. Numa sociedade em que a falta de identificação é crime, Taverner não tem escolha a não ser juntar-se a uma série de personagens obscuras, incluindo polícias desonestos e traficantes de droga. Mas eles sabem mais do que deixam entender. Como é que a identidade de uma pessoa pode ser apagada da noite para o dia?


«Dick explora habilmente as ramificações psicológicas de um pesadelo.» [New York Times Review of Books]


Escorram-Me, Lágrimas, Disse o Polícia (tradução de Manuel Alberto Vieira) e outras obras de Philip K. Dick estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/philip-k-dick/