Segredo Ardente
fala-nos do despertar do ciúme e do conhecimento do que é a atração amorosa num
rapaz de 12 anos. Manipulado por um homem que quer fazer dele o meio de
aproximação à mãe, vai sentir o entusiasmo da amizade, a desilusão e o ciúme no
ambiente de uma estância de veraneio onde quase não conhece ninguém.
31.7.14
30.7.14
Sobre Falsos Segredos, de Alice Munro
«… a maioria
das histórias deste volume acontecem num só lugar – a cidade de Carstairs, no
Ontário –, e ao longo de um século completo. Embora algumas personagens surjam
em vários contos, as histórias não estão realmente interligadas, antes se
aproximam tangencialmente para dar ao leitor a percepção de um mundo, um mundo
de espera, solidão e de gestos inacabados.» [Michiko Kakutani, The New York
Times, 6-9-1994]
29.7.14
A chegar às livrarias: Os Sonâmbulos, de Christopher Clark
«Um dos mais impressivos e estimulantes estudos jamais feito
acerca deste período.»
[Max
Hastings, Sunday Times]
«Uma
obra-prima.»
[Harold
Evans, The New York Times Book Review]
«O melhor livro que li este ano, ou mesmo em vários anos.»
[Simon
Heffer, New Statesman, Livro do Ano]
«Os argumentos de Clark sobre as causas da Primeira Guerra Mundial
são de tal forma convincentes que colocam os antigos consensos históricos numa
gaveta… Uma obra-prima. Não é todos os dias que temos o privilégio de ler um
livro que restrutura o nosso entendimento de um dos principais acontecimentos
da história mundial.»
[Simon Griffith, Daily Mail]
«À medida que nos aproximamos do seu centésimo aniversário,
irão aparecer ainda diversos livros sobre a Primeira Guerra Mundial, mas poucos
tão esclarecedores como este.»
[Tony Barber, Financial Times, Livro do Ano]
«Pesquisado de forma impecável, defendido de forma provocante
e escrito de forma elegante… para Clark, os estadistas de 1914 eram
“sonâmbulos, vigilantes que não viam — assombrados por sonhos, mas cegos à
realidade do horror que se preparavam para trazer ao mundo.»
[Dominic Sandbrook, Sunday Times, Livro do Ano]
25.7.14
Sobre A Planície, de Jhumpa Lahiri
«E no último livro, como no primeiro, a primeira página, as primeiras linhas vão para o cenário, como se ele ditasse o que se segue. “A leste do Tolly Club, depois de a Deshapran Sasmal Road bifurcar, há uma pequena mesquita. Uma curva leva a um enclave sossegado. Um enxame de vielas estreitas e casas modestas de classe média.” Estamos n’A Planície, o romance agora editado em Portugal e o espaço que vai determinar o destino dos irmãos quase gémeos, Shubash e Udayan. É como olhar para um postal onde se percebem contágios e a relação entre paisagem, linguagem e acção. A ordem pouco importa.»
[Isabel Lucas, Público, Ípsilon, 25-7-2014]
Sobre As Nuvens e o Vaso Sagrado, de Maria Filomena Molder
«Mas há também outro
aspecto notável, que marca profundamente todo o trabalho filosófico e
ensaístico de Maria Filomena Molder: a capacidade de aproximar de nós os
autores mais antigos (os gregos são um exemplo perfeito), de os ler com
carácter de urgência e na sua irredutível actualidade. Trata-se de um saber que
procede por constelações, esbate as distâncias e os fios cronológicos, procura
condições e instrumentos de legibilidade inesperados e trans-históricos.»
[António Guerreiro, Público, Ípsilon, 25-7-2014]
24.7.14
Sobre Imagem da Fotografia, de Bernardo Pinto de Almeida
«Rimbaud, tendo
abandonado a poesia, levou para a Abissínia uma máquina fotográfica. Bernardo
Pinto de Almeida acredita que esse episódio ilumina de algum modo a condição
poética da fotografia. É como se a fotografia fosse a nova poesia.
Podemos entender a Imagem da Fotografia (livro de 1995,
agora reeditado, com um prefácio de Antonio Tabucchi) como uma tentativa de
entender poeticamente a fotografia, numa época em que as imagens se tornaram
omnipresentes, banais e prosaicas, veículos de informação, de documentação, de
constatação. Pinto de Almeida, crítico de arte e também poeta, interessa-se
menos por esse tipo de fotografia, excepto como elemento da “doxa”, quer dizer,
da opinião recebida, do senso-comum; o que conta neste livro não é a
identificação individual ou colectiva, a do álbum de família ou da ilustração
de jornal, mas a fotografia enquanto enigma.»
[Pedro Mexia, no blogue
Malparado, 1-7-2014]
22.7.14
José Gil Vence Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho
A obra Cansaço, Tédio, Desassossego, de José
Gil, acaba de receber o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, da
Associação Portuguesa de Escritores (APE) e da Câmara Municipal de Vila Nova de
Famalicão.
O livro foi publicado
em Outubro de 2013, pela editora Relógio D’Água. É composto por quatro ensaios
sobre o tema da heteronímia de Fernando Pessoa, sendo o contributo mais
inovador da última década nessa área. O heterónimo Alberto Caeiro é
particularmente desenvolvido, mas qualquer um deles é visto a uma nova luz da
própria noção de «vida heteronímica».
Em comunicado, a APE
afirma que foi unânime a escolha do júri, constituído pelo professor António
Pedro Pita e os escritores Helena Vasconcelos e João Barrento.
José Gil tem cerca de
20 obras publicadas. Em 2005, foi considerado, pelo semanário francês Le Nouvel Observateur, «um dos 25
grandes pensadores do mundo». O seu livro Portugal,
Hoje: O Medo de Existir foi um dos ensaios mais vendidos desde sempre no
nosso país.
18.7.14
A chegar às livrarias: Douro – Rio, Gente e Vinho, de António Barreto
Trata-se
de uma nova versão, corrigida, actualizada e muito aumentada, das edições de Douro,
publicadas nos anos noventa e há muito esgotadas.
Além
dos acrescentos e dos novos capítulos sobre a história mais recente da região, inclui
cerca de 230 fotografias, a maior parte inéditas e do próprio autor, mas também
muitas outras de grandes fotógrafos que passaram pelo Douro desde meados do
século XIX: Joseph James Forrester, George H. Moore, Emílio Biel, Alfred
Fillon, Casa Alvão, Guedes de Oliveira e outros.
A
selecção fotográfica ficou a cargo de Angela Camila Castelo-Branco.
«O Douro é o lugar de um feliz
encontro. Nada faria prever que aquela região, outrora inóspita, fosse local
propício para tão venturosa reunião. Da própria terra, vieram os lavradores e
os trabalhadores da vinha e do lagar. De ali perto, dos vales do rio, os arrais
e marinheiros. Do lado de lá da fronteira, a norte, os galegos, inesgotáveis
construtores de muros e socalcos. Do Porto, adegueiros, administradores e
comerciantes. Da Inglaterra e da Escócia, sobretudo, mas também da Holanda e de
outros países, comerciantes, exportadores, colégios de Oxbridge, clubes de
Londres e pubs de Edimburgo. Ao fazer um vinho excelente, toda esta gente fez
também uma região, uma paisagem e uma cultura.»
16.7.14
A chegar às livrarias: Agarra o Dia, de Saul Bellow
Tommy Wilhelm, em tempos possuidor de um invulgar encanto,
enfrenta agora o dia da verdade e está assustado. Na casa dos quarenta, mantém
ainda uma impetuosidade infantil que o trouxe à beira do abismo: está separado
da esposa e dos filhos e em confronto com o seu bem-sucedido pai. Falhou na carreira
de ator (um agente de Hollywood em tempos referiu-se a ele como o tipo de homem
sem sucesso com as raparigas) e atravessa também uma crise financeira.
Ao longo de um dia Tommy revê os erros passados e o seu
mal-estar espiritual, até que um homem misterioso, aparentemente vigarista, lhe
concede um momento de iluminada verdade, oferecendo-lhe uma última oportunidade
de se redimir…
«Bellow é um dos gigantes do romance do século XX. Ao ler Agarra
o Dia entendemos porquê.»
[Irish Times]
Expresso recomenda para férias: Crónicas do Mal de Amor, de Elena Ferrante
«A escrita é “clara,
honesta”, mas a observação é crua, inclemente: uma conjugalidade, domesticidade
e maternidade desencantadas que lembram por vezes Lispector.» [Pedro Mexia,
Expresso, Atual, 12-7-2014]
Expresso recomenda para férias: Moderato Cantabile, de Marguerite Duras
«Cantante mas
pouco moderado (antes feroz), este é um dos livros mais belos de Marguerite Duras.»
[José Mário Silva, Expresso, Atual, 12-7-2014]
Expresso recomenda para férias: A Morte de Virgílio, de Hermann Broch
«As últimas
horas da vida de Virgílio, da chegada do poeta, doente, ao porto de Brindisi,
até à sua tentativa de destruição da Eneida. Um texto adequado para as férias,
porque requer tardes longas de leitura e entrega total. Obra-prima.» [Ana
Cristina Leonardo, Expresso, Atual, 12-7-2014]
Enredos, de Rui Nunes, no Expresso
«Se olharmos para Enredos a
partir dos livros finais, não só reconhecemos a voz de Rui Nunes – um tom
despojado único na literatura portuguesa – como o início do tal processo de
implosão dos códigos narrativos. (…) A atmosfera saturada do
livro, em que Portugal impõe o seu peso de pátria putrefacta, conduz-nos por
fim à terceira parte, “Laços Patrióticos”, que é talvez o mais devastador
retrato alguma vez feito de Salazar. O “ditador” senil dá couves aos coelhos, “verte as águas onde lhe apraz”,
cai da cadeira, e encena diante de nós o espectáculo da sua decadência, que tem
tanto de burlesco (quando se põe de gatas na carpete, à procura de uma
imaginária rã) como de trágico.» [José Mário Silva, Expresso, Atual,
12-7-2014]
Jaime Rocha entrevistado pelo JL
A jornalista
Maria Leonor Nunes entrevistou o escritor no último número do Jornal de
Letras, a propósito da recente reedição na Relógio D’Água de A Loucura
Branca, primeiro romance da Trilogia do Mal, encerrado com A Rapariga
sem Carne.
«JL: A Loucura
Branca começa com a notícia de alguém que se suicida e deixa um bilhete
dizendo que não suporta aquilo em que os outros se tornaram. As suas
personagens são acossadas por um mundo que se tornou insuportável?
Jaime Rocha:
O termo insuportável é preciso. As personagens estão num momento da vida em que
não entendem bem o que se está a passar e entram numa espécie de torpor, de
doença. É como se acordassem um dia, olhassem o espelho e dissessem: “Estou
doente.” A questão é descobrir porquê.»
A chegar às livrarias: Plataforma, de Michel Houellebecq
«O meu pai morreu há um ano. Não
acredito na teoria segundo a qual só nos tornamos realmente adultos com
a morte dos nossos pais; nunca nos tornamos realmente adultos.
Diante do caixão do velho,
ocorreram-me pensamentos desagradáveis. O sacana tinha aproveitado bem a vida;
safara-se à grande. “Fizeste filhos, meu cretino…”, disse vivamente para
comigo; “enfiaste a tua piça grossa na rata da minha mãe.” A verdade é que
estava um bocado tenso; não é todos os dias que temos um morto na família.
Recusei-me a ver o cadáver. Tenho quarenta anos, já tive várias oportunidades
de ver cadáveres; neste momento, prefiro evitar. É isso que me tem impedido de
comprar um animal doméstico.»
11.7.14
Sobre O Choque da Queda, de Nathan Filer
«O Choque
da Queda é um romance complexo (apesar da sua aparente e enganadora
simplicidade), extraordinariamente bem escrito, despojado de tudo o que não
necessita, que narra uma luta feroz contra os fantasmas que assombram a mente
insana de uma personagem. Nathan Filer consegue iluminar de maneira singular as
suas zonas sombrias. “É como se cada um de nós tivesse uma parede que separa os
sonhos da realidade, mas a minha tem fissuras. Os sonhos conseguem insinuar-se
pelas fissuras, até que é difícil saber a diferença.”
De certa
forma, a sua ironia refinada faz lembrar Julian Barnes em algumas passagens. Mas
também nos traz à memória esse livro perturbador de Mark Haddon, O Estranho
Caso do Cão Morto, sobre um jovem autista.» [José Riço Direitinho, Público,
ípsilon, 11-7-2014]
8.7.14
A chegar às livrarias: Falsos Segredos, de Alice Munro
Alice Munro evoca o poder devastador de antigos amores que
ressuscitam em vários destes contos, o que levou a que o The New York Times
escolhesse Falsos Segredos como um dos melhores livros do ano em que foi
publicado.
As histórias vão de 1850 à atualidade, atravessando assim as
duas guerras mundiais. Nelas há uma jovem que desaparece sem deixar rasto, um
noivado por contrato, uma excêntrica solitária que, sem nada fazer por isso,
consegue um pretendente milionário e uma mulher que quer ao mesmo tempo escapar
ao marido e ao amante.
Nestes contos, os segredos são atravessados por ecos de
humor, compaixão e sabedoria que fizeram de Alice Munro a autora preferida de
Jonathan Franzen, que considerou ser ela «quem melhor escreve na América do
Norte hoje em dia».
7.7.14
A chegar às livrarias: Vinte Anos Depois, de Júlio Machado Vaz
Surgido em 1989, era um dos mais inovadores programas da rádio. Sob a
esquiva designação de «O Sexo dos Anjos», falava de sexualidade e de amor como
nunca antes se fizera nos meios de comunicação portugueses. O protagonista era
Júlio Machado Vaz, dialogando com Aurélio Gomes e tendo o apoio técnico e
musical de José Gabriel. A estação, a Rádio Nova.
Dois anos depois, o programa seria fixado em livro com o acrescento de
vários textos originais de Júlio Machado Vaz. Seguiram-se outros livros do
autor, como Domingos, Sábados e Outros Dias, Conversas no Papel e
Estilhaços.
O que se publica agora é uma antologia dessas diferentes obras que, mais
do que comemorar uma efeméride, evidencia a actualidade de um modo de abordagem
das variadas metamorfoses do amor.
1.7.14
Sobre A Nave dos Loucos, de Katherine Anne Porter
No programa
Livro do Dia de 23 de Junho de 2014, na TSF, Carlos Vaz Marques falou sobre A
Nave dos Loucos, de Katherine Anne Porter. Da autora norte-americana, a Relógio
D’Água publicou também recentemente A Torre Inclinada e Outros Contos.
O programa
pode ser ouvido aqui.
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