28.2.23

Sobre O Passageiro, de Cormac McCarthy

 



Dezasseis anos depois, Cormac McCarthy, vencedor do Prémio Pulitzer com A Estrada, regressa com o primeiro de dois novos livros.

O Passageiro narra a história de um mergulhador de resgate, assombrado pela perda, receoso das águas mais profundas, e que, perseguido por uma conspiração que não compreende, anseia por uma morte que não consegue conciliar com Deus.

O projeto fica concluído com Stella Maris, livro igualmente publicado pela Relógio D’Água.


«Não existe ninguém como McCarthy na literatura contemporânea americana.» [The New York Times]


O Passageiro e as obras de Cormac McCarthy editadas pela Relógio D’Água (trad. Paulo Faria) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/cormac-mccarthy/

Djaimilia Pereira de Almeida em entrevista ao JL, a propósito de Ferry, o seu livro mais recente

 





«JL [Luís Ricardo Duarte] — Consegue explicar como passou de um conto para uma história de amor que atravessa a vida inteira de duas personagens?

DPA —Este livro é feito a partir de muitas histórias de amor que se contaram. Tive várias fontes [risos]. Algumas serão certamente verdadeiras, outras inventadas. Muitas foram contadas por pessoas que, curiosamente, não acreditavam no amor. Partilharam experiências pessoais ou alheias como quem dizia que aquilo só acontecia nos filmes.


JL — Essas histórias vão ter consigo, tem um íman, é boa ouvinte?

DPA — Estou sempre muito atenta a todas as histórias. Mas estas são de vizinhos e amigos, daquelas que se sabem ou que alguém ouviu dizer. Histórias de pessoas comuns. Tudo entrou na composição do livro, numa geometria que se foi montando.


JL — O que a interessou na história de amor? É sempre tida como a mais delicada e difícil de escrever…

DPA — É um dos temas que mais me cativa pessoalmente, desde sempre. Mas também um que ainda não me tinha atrevido a explorar literariamente Tinha algum receio. A verdade é que fui perdendo o medo. Ainda assim, foi o livro mais difícil de publicar. Por vezes, procura-se numa ficção o que há de biográfico, e este não tem nada. No entanto, não há nada de mais íntimo e pessoal do que a nossa imaginação. Num livro, um escritor depara-se com o aspeto da sua imaginação.E isso, por vezes, é uma experiência desconcertante. Expõe-nos ao nosso próprio ridículo.»

[Djaimilia Pereira de Almeida em entrevista a Luís Ricardo Duarte, JL, 22/2/2023]


Ferry e outras obras de Djaimilia Pereira de Almeida estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/djaimilia-pereira-de-almeida/

Sobre Será o Cozinheiro Boa Pessoa, de Javier Marías

 



«Basta lermos a reunião das suas crónicas no "El Pais" no volume "Será o cozinheiro boa pessoa?", agora publicado pela Relógio D"Água, para vermos que, até mesmo numa publicação periódica, a banalidade se recusava a ditar leis em tudo quanto tinha a sua assinatura.

Acima de tudo, são textos nos quais transparece o crescente desconforto e até alguma impaciência em lidar com algumas das marcas basilares do nosso tempo. Como a polarização crescente de opiniões, a mediocridade latente da classe política e o culto do ego, exponenciado até à sua infinita potência pelas redes sociais.

Atravessadas por uma visão sombria da realidade, estas crónicas devem ser lidas como um manifesto cívico de quem, embora não se julgasse o detentor absoluto da verdade, atribuía ao escritor um papel de intervenção que não se circunscrevia às páginas dos livros.» [Sérgio Almeida, JN, 21/2/23: https://www.jn.pt/artes/os-sentimentos-que-nos-embalam-15879445.html]


Será o Cozinheiro Boa Pessoa? (trad. Miguel Serras Pereira) e outras obras de Javier Marías estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/javier-marias/

Sobre O Desejo de Ser Inútil

 



Hugo Pratt, o homem que criou a lenda de Corto Maltese, tornou-se ele próprio uma lenda. Este livro, profusamente ilustrado e publicado poucos anos antes da sua morte, explora os mistérios da sua vida.

Descendente de uma mistura de franco-ingleses, judeus espanhóis e turcos, Hugo Pratt nasceu em Junho de 1927, nos arredores de Rimini, Itália, e passou a maior parte da infância em Veneza. Despertou para a sua vocação na Etiópia, onde descobriu o amor, aprendeu a desenhar e a detestar o colonialismo. Mergulhou na Veneza libertada do fascismo, embarcou para Buenos Aires, partilhou o tempo entre a BD, as viagens e os amigos.

Perito na cabala, iniciado no vodu, conhecedor de várias línguas e coleccionador de milhares de livros, Hugo Pratt surge-nos neste álbum como uma personagem inesperada.

Hugo Pratt morreu a 20 de Agosto de 1995, na sua casa da Suíça, com vista para o lago Léman, tendo por companhia Patrizia Zanotti e a sua biblioteca. O serviço religioso foi acompanhado por temas de jazz do seu amigo Dizzy Gillespie e o padre leu passagens de “O Desejo de Ser Inútil”.

“A minha vida começou bem antes de vir ao mundo, e imagino que prosseguirá sem mim por muito tempo”, escreveu ele.


O Desejo de Ser Inútil está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/o-desejo-de-ser-inutil/

Sobre Um Eléctrico Chamado Desejo, de Tennessee Williams

 



Este livro reúne quatro das principais peças de Tennessee Williams, a saber: «Gata em Telhado de Zinco Quente», «Subitamente, no Verão Passado», «Verão e Fumo» e «Um Eléctrico Chamado Desejo».


«Eu quero continuar a falar convosco sobre aquilo por que vivemos e morremos. E quero fazê-lo sem reservas, intimamente, como se vos conhecesse melhor do que qualquer outra pessoa.» [Do Prefácio a «Gata em Telhado de Zinco Quente»]


Este livro (trad. Helena Briga Nogueira) e Doce Pássaro da Juventude e Outras Peças estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/tennessee-williams/

27.2.23

Sobre O Pai Goriot, de Honoré de Balzac

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: O Pai Goriot, de Honoré de Balzac (tradução de Júlia Ferreira e José Cláudio)


O pai Goriot é um fabricante de massas viúvo que, tendo enriquecido durante a Revolução, permitiu às lhas, Anastasie e Delphine, encontrar bons partidos.

Mas estas estão sempre a necessitar de dinheiro, pedem-no constantemente ao velho, que é forçado a viver na sórdida pensão parisiense de Madame Vauquer.

Aí estão também hospedados o ambicioso Eugène de Rastignac, estudante de Direito, o enigmático Vautrin, um forçado que se evadiu da colónia penal de Toulon, o brilhante e íntegro Horace Bianchon, estudante de Medicina, a viúva Madame Couture e a sua pupila Victorine Taillefer, Poiret, antigo empregado que vive agora dos seus rendimentos e está enamorado de Mademoiselle Michonneau…

Parte essencial de A Comédia Humana, essa obra monumental na qual as personagens passam de uns romances para os outros, O Pai Goriot é a história de um amor paternal absoluto que atinge a quase loucura.



Balzac (1799-1850) foi um dos mais influentes romancistas franceses, tendo sido uma referência, entre muitos outros, para Eça de Queirós. As suas personagens, de Vautrin e Goriot a Pierrette, contam-se entre as mais conseguidas de toda a literatura.

De resto, e de acordo com Baudelaire, «todas as suas personagens, até os porteiros, têm algum génio».

Para Harold Bloom, «tal como Victor Hugo, Balzac estava possuído por um génio, por uma vontade demoníaca que o conduziu ao longo dos noventa romances e novelas que formam A Comédia Humana, deliberada rival de A Divina Comédia, de Dante».


O Pai Goriot e outras obras de Honoré de Balzac estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/honore-de-balzac/

Sobre Fausto, de Johann W. Goethe

 



«“Summa summarum de uma vida”, “composição bárbara”, “fragmento subjectivo”, “monstro poético”, “produção incomensurável”: estas são algumas das fórmulas usadas por Goethe para se referir ao Fausto, uma obra que se apresenta como um conglomerado formalmente díspar e conceptualmente contraditório. Apesar disso, e de a ocupação com o assunto de Fausto, desde os seis anos (quando conhece a história através do teatro de fantoches), se estender por mais de sete décadas, a obra resulta, na versão definitiva, no milagre de um todo que não é um todo, na “partitura de um mestre da orquestração” (Edição de Munique, vol. 6/1, p. 988), com uma enorme diversidade funcional de formas de verso e cadeias isotópicas de imagens e tropos, enfim, num fragmento genial. Quando começou a trabalhar na Segunda Parte, formal e ideologicamente mais homogénea e coerente (“um sábio e frio pandemónio” lhe chamou Antero de Quental), Goethe olhava assim, numa das Xénias Mansas de 1825, com ironia e comprazimento, para o “velho Fausto”: “Estais loucos? Que quereis com esse jeito / De o velho Fausto renegar? / É um mundo, o diabo do sujeito / Que tantos contrários pôde juntar.”» [Da Introdução de João Barrento]


Fausto, de Johann W. Goethe, com introdução, tradução e glossário de João Barrento, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/fausto-de-goethe/

Sobre O Futuro É História, de Masha Gessen

 



«A Rússia é o país de uma sociedade traumatizada? Que histórias reservam, por exemplo, três gerações de mulheres de uma mesma família? O […] livro começa com o declínio do regime soviético e elege como protagonista a geração que se formou com essa memória da queda de um regime. “Fiz o que os jornalistas costumam fazer: procurei pessoas simultaneamente ‘normais’ no sentido em que as suas experiências exemplificavam as experiências de milhões de outros, e extraordinárias: inteligentes, apaixonadas, introspectivas, capazes de contar a sua história de forma viva”, explica [Masha Gessen] na introdução do livro. Que mostra como essas pessoas foram sendo dominadas por um discurso oficial e como é que um regime foi eliminando aqueles capazes de produzir uma narrativa alternativa, desprezando assim cientistas sociais, apagando o espírito crítico. Isso não acontece por acaso, é a tese de Gessen. É uma herança com fundações no totalitarismo. Um povo que não é capaz de se libertar do seu próprio passado.» [Isabel Lucas, ípsilon, Público, 24/2/2023]


O Futuro É História, de Masha Gessen (trad. Maria João B. Marques e Maria Marques), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/o-futuro-e-historia-como-o-totalitarismo-se-apoderou-da-russia-pre-publicacao/

Sobre O grande Gatsby — O Romance Gráfico

 



“Captar O Grande Gatsby num meio visual sempre foi difícil; em alguns aspetos, a própria linguagem é a personagem principal do romance, e as outras personagens são secundárias em relação à bela prosa de F. Scott Fitzgerald. Mas, sob a forma de romance gráfico, o texto tem um papel ativo na narrativa sem ser necessário que uma esmerada voz-off ou outros expedientes acompanhem a imagem. Por este motivo, há muito que esperávamos um romance gráfico de Gatsby; é emocionante poder apresentá-lo agora.” [Blake Hazard]


O Grande Gatsby, com ilustrações de Aya Morton e adaptação de texto de Fred Fordham (tradução de Ana Luísa Faria), e outras obras de F. Scott Fitzgerald já editadas pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/f-scott-fitzgerald/


Mataram a Cotovia, de Harper Lee, ilustrado e adaptado por Fred Fordham, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/mataram-a-cotovia-o-romance-grafico/

Sobre Mary Ventura e o Nono Reino, de Sylvia Plath

 



Mary Ventura e o Nono Reino, conto que permaneceu inédito até há pouco, narra a história de uma jovem que se debate com os dilemas da entrada na vida adulta, numa tentativa de assumir o controlo do próprio destino.

Escrito em 1952, quando Sylvia Plath tinha vinte anos e estudava na Smith College, o conto começa com uma viagem. Mary despede-se dos pais na estação. Tem de apanhar o comboio com destino ao misterioso Nono Reino. Apesar de não se sentir preparada, cede à insistência dos pais e entra no comboio, onde conversa com uma mulher idosa que parece já ter feito aquela viagem muitas vezes. Mas o que começa como uma história prosaica vai-se convertendo num pesadelo que se adivinha nas enigmáticas palavras da mulher que acompanha Mary nesse percurso de descoberta, terror e libertação.


Mary Ventura e o Nono Reino (trad. Helena Briga Nogueira) e outras obras de Sylvia Plath estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/sylvia-plath/

Sobre Mataram a Cotovia — O Romance Gráfico

 



Um retrato assombroso de raça e classes sociais, inocência e injustiça, hipocrisia e heroísmo, tradição e transformação no Sul Profundo dos EUA dos anos trinta. 

Mataram a Cotovia, de Harper Lee, mantém a mesma atualidade que tinha em 1960, quando foi escrito, durante os turbulentos anos do Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos.

Agora, este aclamado romance renasce como romance gráfico. Scout, Jem, Boo Radley, Atticus Finch e a pequena cidade de Maycomb, no Alabama, são representados de forma nítida e comovente pelas ilustrações de Fred Fordham.


“Este fantástico romance gráfico revela uma nova perspetiva aos antigos leitores do livro, sendo ao mesmo tempo uma bela introdução para jovens ou para qualquer adulto a quem esta incrível história tenha passado ao lado.” [USA Today]


O romance e o romance gráfico de Mataram a Cotovia estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/harper-lee/

Sobre As Ilhas Gregas, de Lawrence Durrell

 



A escrita de Durrell está ligada à experiência do Mediterrâneo, em especial às Ilhas Gregas. Este texto, criado originalmente como um álbum fotográfico, foi agora recriado para o formato de livro. Nele encontramos descrições evocativas, histórias e mitos (entre eles alguns sobre flores e festividades). É por isso que nenhum viajante da Grécia ou admirador do génio de Durrell deve perder este livro.


«Durrell esteve em todo o lado e, como Ulisses, fez muito e sofreu muito, incluindo aventuras ocorridas durante a última guerra mundial. As suas descrições são prismáticas e palco para um elenco fascinante de atores… todos relembrados com afeto.» [Stewart Perowne, The Times]


«A sua mente é iluminada por tesouros enterrados no fundo do mar, mas nunca perdidos, sobre uma memória clara do Mediterrâneo… Durrell esteve em todo o lado, e é tão generoso com as suas sugestões como atrevido com as peripécias que descreve. Este texto está repleto de vitalidade.» [Frederic Raphael, Sunday Times]


As Ilhas Gregas (trad. Carlos Leite) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/as-ilhas-gregas/

26.2.23

Sobre As Flores do Mal, de Charles Baudelaire

 



«As Flores do Mal não contêm poemas históricos nem lendas; nada que repouse sobre uma narrativa. Não vemos nelas tiradas filosóficas. A política não aparece, as descrições são raras e sempre significativas. Mas tudo nelas é encanto, música, sensualidade poderosa e abstrata… Luxo, forma e voluptuosidade. Há nos melhores versos de Baudelaire uma combinação de carne e de espírito, uma mistura de solenidade, de calor e de amargura, de eternidade e de intimidade, uma raríssima aliança da vontade com a harmonia, que os distingue nitidamente dos versos românticos, como os distingue nitidamente dos versos parnasianos.» [Do Prefácio de Paul Valéry]


As Flores do Mal (trad. João Moita), O Spleen de Paris (trad. Jorge Fazenda Lourenço) e outras obras de Charles Baudelaire estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/charles-baudelaire/

Sobre Notre-Dame de Paris, de Victor Hugo

 



«Lá estava ele, sério, imóvel, absorto, num olhar e num pensamento. Paris inteira jazia aos seus pés, com as mil flechas dos seus edifícios e o seu horizonte circular de suaves colinas, com o rio a serpentear sob as pontes e o povo a ondular nas ruas, com a nuvem dos seus fumos e a montuosa cadeia dos telhados a comprimirem Notre-Dame nas suas malhas cerradas. Mas de toda esta cidade, o arcediago apenas fixava um ponto concreto do pavimento: a Place du Parvis; e de toda aquela multidão, apenas uma figura: a cigana.

Seria difícil definir de que natureza era aquele olhar e de onde provinha a chama que dele brotava. Era um olhar fixo, mas repleto de perturbação e de tumulto. E, pela imobilidade profunda de todo o seu corpo, apenas agitado de onde em onde por um tremor automático como uma árvore sacudida pelo vento, pela tensão dos cotovelos, mais marmóreos do que a balaustrada em que se apoiavam, ao ver-se o sorriso petrificado que lhe contraía o rosto, parecia que em Claude Frollo só estavam vivos os olhos.»


Notre-Dame de Paris e Os Miseráveis (trad. José Cláudio e Júlia Ferreira) de Victor Hugo estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/victor-hugo/

25.2.23

Sobre W. B. Yeats, de Cristina Carvalho

 



«Coerente com o que se conhece desta autora, a epígrafe que escolhe, de Stefan Zweig:"sempre que o espaço se alarga, a alma abre-se"(da obra sobre Montaigne). E na verdade, eu que a leio há bastante tempo, como li outrora o pai, Professor e Poeta, é isso que verifico: ela viaja, ela busca horizontes, ela escolhe obras e autores, ou cria as suas, e em tudo o que faz lemos e vivemos com ela espaços que se alargam, e desse modo vão abrindo as nossas almas. E eis-me então aqui com um poeta que por coincidência (ou seria algum momento  de magia celta? ) nasce a 13 de Junho, como Pessoa, embora uns anos mais cedo, 1865.

O imaginário celta que a autora nos descreve, "feito de seres inacreditáveis" dos que vivem nas grutas e nas florestas, que são fantasmas, gnomos, fadas, bruxas, o estudo da astrologia (Pessoa, estarás também aí, mais tarde, fascinado com ele? ), a alusão ao falar com vivos e com mortos (ser medium) mais uma aproximação?» [Yvette Centeno, Blogue Literatura e Arte, 22/2/2023: http://literaturaearte.blogspot.com/2023/02/wb-yeats-por-cristina-carvalho.html]


W. B. Yeats — Onde Vão Morrer os Poetas e outras obras de Cristina Carvalho estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/cristina-carvalho/

Sobre Na Colónia Penal, de Franz Kafka

 



Na Colónia Penal foi escrito por Franz Kafka em 1914 e publicado no final da Primeira Guerra Mundial.

Um explorador, cujo nome não conheceremos, visita uma distante ilha tropical, transformada em colónia penal por um país poderoso. É convidado a participar numa execução pública, realizada por um aparelho desenvolvido por um antigo comandante da ilha. Um sofisticado mecanismo inscreve na carne dos condenados as razões do castigo, realizando em seguida a sua sinistra tarefa.

A narrativa é feita numa linguagem distanciada e fria, podendo interpretar-se como uma alegoria dos horrores que as sociedades conheceram desde o início do século xx, mergulhadas em guerras por vezes quase ignoradas, injustas com os mais fracos, cruéis com os adversários e cada vez mais dominadas pela tecnologia e por tecnocratas impiedosos e imorais.


Na Colónia Penal (trad. Carlos Leite) e outras obras de Franz Kafka estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/franz-kafka/

Sobre David Golder, de Irène Némirovsky

 



Doente e abandonado pelos seus, David Golder, um temível homem das finanças, parece destinado a aceitar a ruína.

Mas o amor que tem pela sua filha Joyce, uma jovem frívola e gastadora, sobre a qual não tem qualquer ilusão, leva-o de novo ao campo de batalha.

David Golder decide reconstruir o seu império e prepara-se para o último combate, reunindo o que lhe resta da feroz energia do passado.

Publicado em 1929, este foi o primeiro romance de uma jovem escritora de origem russa de insólita maturidade.


David Golder (trad. José Cláudio e Júlia Ferreira) e outras obras de Irène Némirovsky estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/irene-nemirovsky/

24.2.23

Sobre Maternidade, de Sheila Heti

 



«Ser mãe ou não ser mãe, eis a indecisão que devora a narradora, e praticamente a única personagem, de Maternidade (2018), penúltima obra da escritora canadiana Sheila Heti (Toronto, 1976). Livro semificcional ou paraficcional, soba  forma de monólogo fragmentário, silencioso e obsessivo, que se desenrola na consciência de uma mulher — disputada, por um lado, pela sua circunstância biológica e social e respectivos imperativos mais ou menos categóricos e, por outro, pelo desejo ou vontade de liberdade individual e artística.» [Mário Santos, ípsilon, Público, 10/2/2023]


Maternidade, de Sheila Heti (tradução de Valério Romão), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/maternidade-pre-venda/

Sobre Hamlet, de William Shakespeare

 



«Ser ou não ser


As palavras iniciais do mais célebre solilóquio de Hamlet são certamente as mais conhecidas de toda a obra de Shakespeare e mesmo de toda a literatura inglesa, porventura até as palavras mais citadas da literatura universal. Pelo modo como equacionam em termos absolutos o mais fundamental sentido da existência, podem ser aplicadas às mais diversas situações imagináveis, trate‑se de pessoas ou de coisas, de caracteres ou de atributos, de estados de espírito ou de opções de vida. Pela sua concisão e simplicidade, facilmente preservadas em tradução (em português é até possível preservar a cadência monossilábica), tornaram‑se numa fórmula aplicável a qualquer situação humana, independentemente dos possíveis sentidos que lhes possam ser atribuídos no contexto específico da obra a que pertencem. Com efeito, é muito frequente estas palavras aparecerem associadas ao momento da peça em que Hamlet contempla uma caveira, quando na verdade as duas situações ocorrem em circunstâncias distintas sem qualquer relação directa entre uma e outra.

A coincidência entre estas duas situações dentro do nosso imaginário cultural, embora não tenha lugar na peça, é, contudo, reveladora do relacionamento comummente estabelecido entre o solilóquio e o tema da morte, o qual é sem dúvida central nas elucubrações de Hamlet, neste momento como também na cena do cemitério em que ele contempla a caveira do bobo da corte de seu pai que tanto o tinha divertido quando ele era ainda criança.» [Da Introdução]


Hamlet (tradução de Gualter Cunha) e outras obras de William Shakespeare estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/william-shakespeare/

A Descida para as Cinzas, de Jaime Rocha, no Centro Cultural Olga Cadaval

 




Hoje e amanhã estará em cena, às 21:00, a peça A Descida para as Cinzas, de Jaime Rocha, com encenação de Paulo Campos dos Reis e interpretação de Rute Lizardo.

Mais informação em https://ccolgacadaval.pt/agenda/99-a-descida-para-as-cinzas-de-jaime-rocha

O texto da peça, com O Jogo de Salamandra, Detalhe à Porta do Inferno, Seis Mulheres sob Escuta e O Anexo, faz parte de O Jogo da Salamandra e Outras Peças.


O Jogo da Salamandra e Outras Peças e outras obras de Jaime Rocha estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jaime-rocha/

Sobre Dança no Escuro, de Karl Ove Knausgård

 



Depois de terminar os estudos secundários, Karl Ove desloca-se para uma remota vila piscatória para trabalhar como professor. Não possui qualquer interesse nesse trabalho — ou em qualquer outro — e o seu único objectivo é o de poupar dinheiro e começar a escrever.

Tudo corria bem, até ao momento em que as noites se começam a alongar, e a sua vida sofre uma mudança repentina. A bebida causa-lhe desmaios, as sucessivas tentativas de perder a virgindade terminam em humilhação, e, para sua angústia, apaixona-se por uma sua aluna. 

Tudo isto enquanto a sombra do seu pai parece cada vez maior.


«Belamente humano… Ser levado para o mundo de Knausgård é um prazer inevitável.» [The Times]


«Afirma-se como o maior acontecimento literário do século XXI.» [Guardian]


Dança no Escuro (trad. Miguel Serras Pereira) e outras obras de Karl Ove Knausgård estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/karl-ove-knausgard/

Sobre Um Tiro no Escuro, de Sandro William Junqueira

 



“O meu adversário anda para lá e para cá, à volta da mesa, com o seu metro e noventa e quatro e os seus setenta e sete quilos. Titubeante. Nota-se que não está confiante. Quando a confiança é tudo. Observa os ângulos. A possível trajetória da branca. Escolhe a melhor jogada possível. Por um milímetro se ganha. Por um milímetro se perde. Aqui não há desleixo. Basta um milímetro ao lado e tudo corre mal e vai tudo co caralho.”


Dois jogadores de snooker disputam a “grande final”. Alexandre, o Grande, o maior talento de Esposende, e Carlos Magnum, o “revólver de alto calibre”. Tacos feitos à medida dos braços e das ambições. Escolhem a melhor solução, observam os ângulos, espreitam o erro e as fraquezas do adversário.


Um Tiro no Escuro e os outros títulos já publicados na colecção Contos Singulares estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/classicos-para-leitores-de-hoje/contos-singulares/

Sobre Desaparecer na Escuridão, de Michelle McNamara

 



Este livro tem o enredo, suspense e intensidade de um policial. Trata-se, no entanto, de um livro de não-ficção. McNamara morreu de forma trágica a meio da investigação que procurava identificar o Golden State Killer, responsável por uma onda de violações e assassinatos na Califórnia que se prolongou por mais de dez anos. A Polícia arquivou o caso. Mas McNamara continuou a investigação pelos seus próprios meios.

“Desaparecer na Escuridão” é o relato de anos de investigação sobre a mente de um criminoso impiedoso. É também o retrato da obsessão de uma mulher pelo fim da impunidade de um assassino. Este livro está destinado a tornar-se um clássico da literatura policial.


«Não consegui parar de ler este livro.» [Stephen King]


«Uma investigação viva e meticulosa de um predador doentio que aterrorizou a população da Califórnia por mais de uma década. Um retrato de uma escritora que se deixou consumir pela perseguição a um criminoso.» [New York Times]


Desaparecer na Escuridão, de Michelle McNamara (trad. Alda Rodrigues), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/desaparecer-na-escuridao/

23.2.23

Sobre a reedição revista de Os Poemas, de Konstandinos Kavafis, que chegará em breve às livrarias

 



«Este volume bilingue recupera a tradução do grego feita a quatro mãos por Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis, publicada pela primeira vez em 2005 e agora revista. Também o longo prefácio dessa edição é recuperado e atualizado, detalhando a complexidade desta poesia e os desafios para os tradutores. Como o “velho espelho” que reflete momentaneamente um “rapaz lindíssimo”, também estes versos acolhem a “beleza inteira por alguns minutos”.» [José Mário Silva, E, Expresso, 27/1/2023]


Sobre Laranjeira-Amarga, de Jokha Alharthi

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias : Laranjeira-Amarga, de Jokha Alharthi (tradução de Marta Mendonça)


Zuhour, uma estudante omanense numa universidade britânica, encontra-se entre o passado e o presente. Tenta fazer amizades e assimilar a cultura britânica, mas não consegue esquecer as relações que foram centrais na sua vida, sendo a mais importante a que manteve com Bint Aamir, mulher que sempre considerara sua avó, e que morreu assim que Zuhour abandonou a Península Arábica. À medida que a narrativa acompanha as dificuldades por que Bint Aamir passou, entrelaça-se com o presente isolado e insatisfatório de Zuhour, numa combinação de sonhos e memórias.

Laranjeira-Amarga é uma exploração sobre estatuto social, desejo e o lugar da mulher na sociedade, feita através de um retrato em mosaico da vida de uma jovem mulher que procura entender as suas origens enquanto imagina uma idade adulta em que o seu poder e a sua felicidade consigam encontrar a liberdade necessária para florescerem.


«Um romance extraordinário, de uma escritora que, além de vencer o Man Booker International Prize, criou a sua própria estrutura narrativa, que segue a vida de uma jovem mulher omanense que, enquanto constrói uma vida para si mesma no Reino Unido, reflete sobre as relações que fizeram dela a pessoa que é hoje.» [James Wood, The New Yorker]


«Épico. De cortar a respiração.» [TIME]



Jokha Alharthi nasceu em Omã, em julho de 1978. Estudou em Omã e no Reino Unido. É autora de quatro romances, várias antologias de contos e dois livros para crianças.

Fez o doutoramento em Poesia Árabe Clássica, em Edimburgo, e é professora na Sultan Qaboos University, em Mascate.

O seu romance Laranjeira-Amarga (2016) venceu o Sultan Qaboos Award for Culture, Arts and Literature. A sua obra tem sido publicada em inglês, alemão, italiano, coreano e sérvio.

Antes de vencer o Man Booker International Prize de 2019, Corpos Celestes foi escolhido para a shortlist do Sheikh Zayed Book Award for Young Authors.


Laranjeira-Amarga (trad. Marta Mendonça) e Corpos Celestes (trad. Inês Dias) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jokha-alharthi/

Sobre A Filosofia da Canção Moderna, de Bob Dylan

 



Pré-publicação de A Filosofia da Canção Moderna, de Bob Dylan, no Observador.


A Filosofia da Canção Moderna (tradução de Pedro Serrano e Angelina Barbosa) está disponível a partir de 3 de Março. Mais informação em https://relogiodagua.pt/produto/a-filosofia-da-cancao-moderna-pre-venda/

Tarântula (trad. Vasco Gato) e outras obras de Bob Dylan estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/bob-dylan/

Sobre Caos e Ritmo, de José Gil

 



O que é pensar? O que é agir? O que é pensar e agir para criar? Em todos os casos, não basta evocar o “destino” ou o “inconsciente” para designar os factores que intervêm, é necessário descrever os mecanismos exactos e as forças que os movem. No tratamento psicanalítico de uma criança, no comportamento homicida de Macbeth, na criatividade “delirante” de Artaud, interferem forças poderosas que se afastam da racionalidade lógica e pragmática habitual. Descobrem-se os nexos claros da magia. Como é que estes processos irracionais podem culminar num objecto com sentido? Inversamente, a exploração do que se esconde sob o rigor da razão mais pura (como a que comanda o trabalho de um Espinosa) abre um mundo novo ao pensamento. O discurso filosófico, a invenção matemática, a criação poética, as sequências de movimento de um bailado, as posturas do ioga, a arte contemporânea ou a retórica do populismo mais desvairado obedecem a regras precisas, não formuladas pela razão. Regras que nascem do caos e que marcam o ritmo.

O que é o caos e o que é o ritmo? De Hesíodo a Paul Klee e à teoria física do caos, de Platão a Olivier Messiaen, colhem-se ideias que ajudam a compreender como as forças do caos podem passar para o outro lado, ritmando a ordem — ou podem falhar, fracassar e vir a destruir perversamente. O que se joga na construção do “eu” ilustra bem essa alternativa. Forças de vida ou de morte, que voltam para o caos. E hoje mesmo, perante a possibilidade real de uma catástrofe planetária, não é o caos destrutivo que nos ameaça?

Caos e Ritmo procura pensar o que nos acontece, ao nível mais concreto do inconsciente, do sensível e do corpo, bem como ao nível mais abstracto do pensamento e da visão. É um livro sobre a criação, sobre os seus poderes e os seus impasses.


Caos e Ritmo (2018) e outras obras de José Gil estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jose-gil/

Sobre Obra Poética, de José Afonso

 



«A presente edição reflete pequenos ajustamentos de atualização da obra, introduz quatro poemas não publicados nas edições anteriores, agrega os textos de canções e outros poemas, mantendo a sua ordenação cronológica, conforme foi a vontade de José Afonso para a primeira edição. […]

Curiosamente, como se a ordem cronológica dos poemas desse um sentido inverso ao destino, o seu primeiro poema, “Pela Quietude das Tuas Mãos Unidas”, é uma profunda reflexão sobre a tristeza e o mistério da morte, e o último, “Alegria da Criação” (1985), é uma reflexão sobre a vida e a alegria da criação, sobre aquele sopro inicial que temporariamente nos visita e nos faz renascer através da inquietação e do desassossego.» [Do Prefácio de Jorge Abegão]


Obra Poética, de José Afonso, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/obra-poetica-pre-publicacao/

22.2.23

Maria Andresen na tertúlia Chá com Livros

 




A próxima edição da tertúlia Chá com Livros, amanhã, 23 de fevereiro, recebe Maria Andresen, às 19h00m, no espaço Esplanando, e será moderada por Diogo Santos, da área de cultura da Junta de Freguesia do Parque das Nações.

Maria Andresen nasceu no Porto, mas vive em Lisboa. Foi professora de Literatura Contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e doutorada em Literatura Comparada. Participou em diferentes publicações, com ensaios sobre relações entre poesia e pintura, entre poesia e cinema e entre pintura e literatura e ainda sobre vários poetas, como Wallace Stevens, Francis Ponge, João Cabral de Melo Neto, Fernando Pessoa, Alexandre O’Neill e sobre sua mãe, Sophia de Mello Breyner Andresen. Está representada em várias antologias de poesia, em Portugal e no estrangeiro.


As obras de Maria Andresen estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/maria-andresen-de-sousa/


Antologia e Notas para Uma Ficção Suprema, de Wallace Stevens, com tradução de Maria Andresen, estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/wallace-stevens/

De Condition Report, de Madalena de Castro Campos

 



«(E veio uma daquelas épocas em que não tinha nada a que pudesse chamar casa, nem quarto nem cama nem lençóis, nada que fosse seu, nada que pela noite permitisse antecipar o dia seguinte, entre comboios, transbordos, voos desviados e escalas no meio do deserto. Lá fora era noite e seria noite, frio, fome, os horários trocados à procura do quarto que a amiga de uma amiga lhe prometera. Em volta falavam línguas que não dominava, obedeciam a códigos que só a custo começava a compreender e quando enfim algo ou alguém principiava a fazer sentido — a compreender por exemplo o que era ser mulher num mundo de homens, o que seria ser mulher por entre as mulheres, o que esperavam dela, o que poderia ela esperar dos outros — mudava de lugar e era obrigada a recomeçar do início. Procurar um quarto para alugar, fazer durar o dinheiro até ao final da semana — até ao final do mês, até ao próximo emprego —, arrancar do rosto os restos do orgulho antes de conseguir sair à rua.)»


Condition Report, de Madalena de Castro Campos, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/condition-report-pre-venda/

Sobre A Casa em Paris, de Elizabeth Bowen

 



Quando Henrietta, com apenas onze anos, chega a Paris para passar umas horas com as Fishers, pouco sabe dos fascinantes segredos que envolvem a sua casa. Henrietta descobre depois que a sua visita coincide com a de Leopold, um rapaz que veio a Paris para ser apresentado à mãe que nunca conheceu.

Durante um dia, o mistério que envolve Leopold, os seus pais, a agitada anfitriã de Henrietta e a matriarca do quarto do piso superior que se encontra às portas da morte é-nos revelado de forma lenta e inexorável.

A Casa em Paris é uma obra-prima intemporal e um exemplo da melhor escrita de Bowen.


“O livro de Bowen tem uma atmosfera característica… Imensamente misterioso e com descrições riquíssimas.” [Daily Telegraph]


“Um enredo atraente, inspirado por um profundo conhecimento da natureza humana.” [Times Literary Supplement]


A Casa em Paris (trad. Ana Maria Chaves) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-casa-em-paris/

Sobre Depois de Deus, de Peter Sloterdijk

 



«A modernidade deve atribuir-se a quem rejeita a ideia de um esvaziamento total do futuro no passado e opta pela inesgotabilidade do futuro, ainda que essa escolha exclua a possibilidade de um Deus omnisciente, de um Deus que, “no final dos tempos”, se inclina para trás, numa retrospetiva abrangente da criação.»


Em Depois de Deus, Peter Sloterdijk enumera as consequências da afirmação de que «Deus morreu», abarcando nessa análise a teologia e a filosofia atuais, assim como a política e os progressos registados na cultura, na ciência e na tecnologia.


Depois de Deus (trad. Ana Falcão Bastos) e outras obras de Peter Sloterdijk estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/peter-sloterdijk/