Solomon Northup nasceu no condado de Essex, em Nova Iorque, em Julho de 1808. Era filho de um escravo liberto, o que o tornava um homem livre por direito. Agricultor e violinista, Solomon possuía uma propriedade em Hebron e tinha três filhos. Em 1841 foi raptado por esclavagistas, que o persuadiram com uma promessa de emprego bem remunerado como violinista em Washington DC.
Em vez disso, Solomon foi drogado e vendido como escravo a uma plantação da Luisiana. Foi mantido como prisioneiro durante doze anos, passando pelas mãos de vários donos, sem que a sua família conhecesse o seu paradeiro. Sofreu humilhações, espancamentos e até torturas.
Tentou por diversas vezes escapar e enviar mensagens para fora da plantação. Apenas doze anos mais tarde conseguiu fazer chegar notícias a conhecidos que, por sua vez, contactaram amigos e o Governador de Nova Iorque, Washington Hunt.
Recuperou a liberdade em Janeiro de 1853, voltando para a família em Glens Falls, sendo um dos raros escravos raptados a conseguir obter a libertação.
Em 2013, as memórias de Solomon foram adaptadas ao cinema pelo realizador e produtor Steve McQueen, tendo Chiwetel Ejiofor como actor principal. O filme tem nove nomeações para os Oscars, incluindo na categoria de Melhor Filme.
Northup processou os comerciantes de escravos em Washington DC, acabando por perder o caso num tribunal local (a lei proibia-o, como negro, de testemunhar contra brancos).
Mais tarde, em Nova Iorque, dois homens foram acusados do seu rapto e chegaram a estar presos preventivamente, mas depressa foram libertados.
No seu primeiro ano de liberdade Solomon, que se tornara carpinteiro, publicou as suas memórias, “Doze Anos Escravo” (1853). O livro foi escrito em três meses com a ajuda do escritor local David Wilson (os escravos não podiam receber qualquer educação formal). Solomon deu dezenas de conferências sobre a sua experiência, como forma de apoio à causa da abolição da escravatura.