(fotografia de Pedro Cunha)
A ficção continua a ter em 2016 um
lugar destacado na Relógio D’Água, mas haverá uma particular atenção às colecções
de filosofia, ensaio e economia.
Na narrativa em língua portuguesa,
há romances de Hélia Correia (Um Bailarino na Batalha), de Rui
Nunes (A Crisálida), de Alexandre Andrade (O Leão de Belfort), de
Ana Teresa Pereira (Correntes Subterrâneas) e uma novela de Jaime Rocha
(Escola de Náufragos).
Do outro lado do Atlântico, chegam Todos os Contos de Clarice Lispector (reunidos e apresentados pelo seu biógrafo Benjamin Moser) e o romance O Que os Cegos Estão Sonhando? de Noemi Jaffe.
Na ficção traduzida inicia-se a
publicação de escritores chineses contemporâneos a partir da língua original,
começando por Yu Hua.
De Elena Ferrante sairão A
Praia da Noite e Fragmentos e de Knausgård novos volumes da sua
autobiografia e dois dos ensaios que fazem parte do ciclo Outono, Inverno,
Primavera, Verão. Trata-se de dois autores opostos no que se
refere à exposição da sua vida privada. Apesar disso, Ferrante é publicada na
Noruega pela editora que Knausgård fundou.
O romance de Marlon James, A Brief History of Seven Killings, que venceu o Booker de 2015, será lançado em finais de Maio. De Kate Atkinson sairá Um Deus em Ruínas, que recebeu o Costa Award em 2015. De Dave Eggers teremos Um Holograma para o Rei e O Círculo, que vão ter adaptações cinematográficas, de Tom Tykwer e de James Ponsoldt. Com versão cinematográfica igualmente prevista, neste caso de Ridley Scott, sairá O Cartel de Don Winslow.
Teremos ainda obras de Carson
McCullers (Coração, Solitário Caçador e A Balada do Café
Triste), de Nabokov (O Dom), de Iris Murdoch (O Sino), de
Sylvia Plath (A Campânula de Vidro), de Philip K. Dick (O Homem do
Castelo Alto e Do Androids Dream of Electric Sheep?), além dos
últimos livros da série Ripley de Patricia Highsmith e Orange Is the New
Black, de Piper Kerman.
De Rebecca West será publicado Estufa
com Ciclâmenes, uma histórica reportagem dos julgamentos de Nuremberga.
Os clássicos, ou seja, as obras
que sucessivas gerações de leitores vão fazendo suas, ocupam um lugar de
destaque, com o lançamento da colecção 35 Clássicos para Leitores de Hoje, comemorativa
da fundação da RA em 1982. Há ainda a tradução de Nina e Filipe Guerra de Evguéni
Onéguin de Aleksandr Púchkin, de Os Miseráveis de Victor Hugo (tradução
de Júlia Ferreira e José Cláudio), e de Norte e Sul de Elizabeth Gaskell
(traduzido por Frederico Pedreira).
A RA publicará ainda obras
fundamentais na área da filosofia de José Gil, Sloterdijk, Bertrand Russell e
Byung-Chul Han (O Aroma do Tempo).
Destacamos ainda novos ensaios de
António Barreto, George Steiner, Maria Filomena Molder, Steven Pinker, com o
monumental Os Anjos Bons da Nossa Natureza, Umberto Eco e antologias de
George Orwell e de Chesterton (esta última escolhida e prefaciada por Alberto
Manguel).
Na Ciência teremos Pensar os
Números de Daniel Tammet e Para Além das Palavras: O Que os Animais
Pensam e Sentem de Carl Safina.
A colecção Temas de Economia
prossegue com A Economia como Desporto de Combate de Ricardo Paes
Mamede, O Euro, a Europa e Outros Textos (título provisório) de Ricardo
Reis, A Casa da Dívida de Atif Amian e Amir Sufi e uma antologia de
Keynes.
Nas obras de actualidade, temos A
Nova Odisseia de Patrick Kingsley, sobre os refugiados na Europa, As
Várias Faces do Anonymous de Gabriella Coleman, e ainda Gratidão,
que reúne os últimos textos de Oliver Sacks.
Será também relançada a colecção
Viagens, com autores como Octavio Paz, Durrell, Virginia Woolf, Stevenson, e
continuará a bom ritmo a de Poesia, Universos Mágicos e Livros de Bolso.
Os leitores da RA poderão ainda
aceder em breve, através de um site renovado, aos mais de 1500 títulos da
editora.
Já desisti de ler outras editoras, só a Relógio d'Água me enche as medidas. Este vai ser um enorme ano editorial, muitos parabéns.
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