31.7.22

Sobre Carta a Um Refém, de Antoine de Saint-Exupéry

 



«Quando, em dezembro de 1940, atravessei Portugal de passagem para os Estados Unidos, Lisboa surgiu-me como uma espécie de paraíso luminoso e triste. Falava-se então muito de uma invasão iminente, e Portugal apegava-se à ilusão da sua felicidade. Lisboa, que organizara a mais encantadora exposição que já se vira no mundo, sorria com um sorriso um tanto pálido, semelhante ao daquelas mães que, não tendo notícias de um filho que está na guerra, se esforçam por o salvar através da sua confiança: “O meu filho está vivo, porque eu estou a sorrir…”, “Vejam como estou feliz, tranquila e bem iluminada…”, assim dizia Lisboa. O continente inteiro pesava sobre Portugal como uma montanha selvagem cheia de tribos predatórias; Lisboa em festa desafiava a Europa: “Como poderão tomar-me por alvo quando tenho tanto cuidado em não me esconder! Quando eu sou tão vulnerável!…”»


Carta a Um Refém (trad. José Cláudio e Júlia Ferreira) e outras obras de Antoine de Saint-Exupéry estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/antoine-de-saint-exupery/

30.7.22

Sobre O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë

 



«Poucas obras tiveram tempo de concepção tão prolongado como Wuthering Heights que, na verdade, deve ter nascido no dia em que nasceu Emily Brontë. Nunca entre um livro e o seu autor aconteceu maior intimidade, no sentido de um crescimento em pura simbiose.» [Hélia Correia]


«É como se Emily Brontë desfizesse tudo aquilo que conhecemos dos seres humanos e preenchesse essas transparências irreconhecíveis com um sopro de vida que faz com que elas transcendam a realidade.» [Virginia Woolf]


«Um livro diabólico — um monstro incrível… A ação tem lugar no inferno — mas parece que os lugares e as pessoas têm nomes ingleses.» [Dante Gabriel Rossetti]


O Monte dos Vendavais (trad. Paulo Faria) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/o-monte-dos-vendavais-2/

29.7.22

Sobre Eles, de Kay Dick

 



Obra-prima perdida da distopia, Eles é um romance passado numa Inglaterra onde os livros são confiscados e a National Gallery esvaziada. É por isso uma meditação sobre arte, memória e inconformidade.

Com um prefácio de Carmen Maria Machado, é agora recuperada esta distopia clássica e radical que ficou esquecida no tempo, mas que se revela hoje mais atual do que nunca.


“Um livro assustadoramente presciente.” [Margaret Atwood]


“Uma obra-prima.” [Emily St. John Mandel]


“Cristalina. A obra de uma encantadora.” [Edna O’Brien]


“Fiquei obcecada com esta obra-prima de 1977.” [Lauren Groff]


“Exuberante, hipnótico e compulsivo…” [Eimear McBride]


“Uma escrita belíssima.” [The Times]


Eles (tradução de Miguel Serras Pereira) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/eles-pre-venda/

Sobre Paris França, de Gertrude Stein

 



Em Paris França, Gertrude Stein dá-nos a sua visão da cidade em que escolheu viver durante mais de quarenta anos, numa época em que o seu exemplo foi seguido por escritores e artistas das mais diversas nacionalidades, de Hemingway a Joyce e Salvador Dalí.

Em sugestiva desordem, sucedem-se as recordações de infância, opiniões sobre a França e os Franceses, a arte, a gastronomia, a moda e a guerra. Muitos episódios narrados estão carregados de humor.

A obra de Stein foi também uma reflexão sobre a linguagem e muitas das suas narrativas têm um estilo inconfundível, presente neste livro de estranha pontuação. 

Paris França foi publicado pela primeira vez em 1940, no dia em que a França foi ocupada pelos Alemães.


Paris França (tradução de Miguel Serras Pereira) e A Autobiografia de Alice B. Toklas (tradução de Margarida Periquito) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/gertrude-stein/

Sobre Meridiano de Sangue, de Cormac McCarthy

 




Meridiano de Sangue baseia-se em acontecimentos históricos ocorridos na fronteira entre os EUA e o México, em meados do século XIX. O autor subverte as convenções do romance e a mitologia do «Oeste selvagem» para narrar a violência da expansão americana, através da personagem do juiz Holden, que nunca dorme, gosta de dançar, viola crianças dos dois sexos e afirma que não há-de morrer.


“Meridiano de Sangue… é claramente, a meu ver, o maior feito estético da literatura americana contemporânea.” [Harold Bloom, The New York Observer]


“Um romance clássico americano de regeneração pela violência. McCarthy pode apenas ser comparado com os nossos escritores maiores, com Melville ou Faulkner, e este livro é a sua obra-prima.” [Michael Herr]


“McCarthy é um escritor a ler, a admirar e, sinceramente, a invejar.” [Ralph Ellison]


“O estilo de McCarthy segue a melhor tradição sulista, um estilo que funde uma eloquência ousada com ritmos intricados e uma precisão extrema.” [The New York Times]


Meridiano de Sangue e outras obras de Cormac McCarthy (trad. Paulo Faria) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/cormac-mccarthy/

Sobre Sangue e Ferro, de Katja Hoyer

 



Antes de 1871, a Alemanha não era uma nação, mas um ideal para alguns dos seus dirigentes políticos. A criação do Império Alemão foi uma realização de Otto von Bismarck, que conseguiu convencer pela astúcia, força e persuasão trinta e nove Estados a ficarem sob a direção de um único Kaiser.

A obra de Katja Hoyer mostra como a nação alemã conseguiu enfrentar os seus rivais da época, os impérios britânico e francês, e descreve a evolução do país até à derrota na Primeira Guerra Mundial.


«A melhor biografia do Segundo Reich surgida nos últimos anos […]. Vai inegavelmente tornar-se uma contribuição essencial para a compreensão desta parte vitalmente importante da História da Europa.» [Andrew Roberts]


«Sangue e Ferro», de Katja Hoyer (trad. Carlos Leite), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/sangue-e-ferro-ascensao-e-queda-do-imperio-alemao-1871-1918/

28.7.22

Sobre Hamnet, de Maggie O'Farrell




Hamnet é um romance sobre o filho de Shakespeare. Mas esse é apenas o ponto de partida para Maggie O’Farrell construir uma obra actual, que interroga a origem da dor e envereda por caminhos menos conhecidos do amor e da maternidade.

Numa narrativa que mistura realidade e ficção, a autora irlandesa cria uma das mais importantes obras literárias deste início do século XXI, vencedora do Women’s Prize for Fiction 2020.


«Um romance histórico excepcional.» [The New Yorker]


«A história de Hamnet aguardou mais de quatrocentos anos nas sombras. O’Farrell trá-la finalmente à luz, de forma deslumbrante e devastadora.» [Kamila Shamsie]


«Um livro maravilhoso.» [David Mitchell] 


«O que poderia ser mais comum, através dos séculos e continentes, do que a morte de um rapaz? Ainda assim, O’Farrell, com frases perfeitas e coração irrequieto, torna-a um acontecimento.» [Emma Donoghue]


«Esplêndido. A escrita é requintada, imersiva e convincente.» [Marian Keyes]


Hamnet (Trad. Margarida Periquito) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/hamnet/

Sobre Contos Escolhidos, de Franz Kafka

 



Este livro reúne onze contos de Kafka.

Entre eles estão alguns dos mais notáveis, como «Textos do Tema “O Caçador Graco”», «Um Médico de Aldeia», «Preparativos para Um Casamento no Campo» e «Josefine, a Cantora ou O Povo dos Ratos».


«(…) O argumento e o ambiente são o essencial; não as evoluções da fábula nem a penetração psicológica. Daí a primazia dos seus contos sobre os seus romances; daí o direito a afirmar que esta antologia de contos nos dá integralmente a medida de tão singular escritor.» [Jorge Luis Borges]


Contos Escolhidos (trad. Carlos Leite) e outras obras de Franz Kafka estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/franz-kafka/

Sobre Contos, de Beatrix Potter

 



Beatrix Potter amava o campo e passou grande parte da sua infância a desenhar e a estudar animais.

Nasceu em Londres em 1866. Teve uma infância solitária e na juventude estudou Arte e História Natural. Passava as férias nos campos da Escócia e mais tarde na Região dos Lagos. 

Iniciou-se como escritora e ilustradora para crianças quando tinha 35 anos. O conto Pedrito Coelho foi publicado em 1902. 

Nos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), era já uma escritora popular, publicando novos contos quase todos os anos. Quando se tornou economicamente independente, comprou uma quinta na Região dos Lagos e, depois de, em 1913, se casar com o seu advogado William Heelis, estabeleceu-se ali de modo permanente. 

Na última fase da sua vida, dedicou-se a gerir as suas terras e à conservação da natureza. 


Contos e O Conto do Pedrito Coelho (trad. Inês Dias) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/beatrix-potter/

27.7.22

Sobre O Meu Inimigo Mortal, de Willa Cather

 



Pelos olhos da jovem Nellie, vemos a vida de Myra, uma lenda da cidade do Sul onde ambas nasceram. Myra trocou o luxo e ostentação em que nasceu pelo amor de Oswald Henshawe, um rapaz pobre com quem fugiu. 

Vinte e cinco anos mais tarde, Nellie encontra o casal a viver na elegante pobreza de um modesto apartamento, frequentado por cantores, atores e poetas — no coração da comunidade artística de Nova Iorque.

Mas esta precária distinção dá lugar a uma pobreza real. Myra hospeda-se num hotel barato na Costa Oeste e o seu objetivo de vida — o amor — acaba por se revelar o seu pior inimigo.


O Meu Inimigo Mortal (trad. de Ana Teresa Pereira) e outras obras de Willa Cather estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/willa-cather/

Sobre Andreas, de Hugo von Hofmannsthal

 



Passado no final do século XVIII, Andreas é a história de um jovem aristocrata que parte, sozinho e confiante, a caminho de Veneza.

A dada altura, contrata um criado que vai provocar acontecimentos que corrompem a primeira experiência amorosa de Andreas. Mas a perda da inocência de Andreas acaba por acontecer em Veneza, uma cidade de trevas e esplendor, por entre becos misteriosos e palácios sombrios, com mulheres — madonnas ou prostitutas — irreconhecíveis por detrás das máscaras.

Andreas foi escrito entre 1912 e 1913, tendo ficado inacabado à morte do autor, em 1929. Foi publicado no ano seguinte. A novela foi uma tentativa de Hofmannsthal para reconquistar a unidade perdida. A primeira referência ao projecto de a escrever surge no seu diário, com data de 1905, remetendo para a preocupação de «querer morrer reconciliado com a infância».

Hugo von Hofmannsthal nasceu em Viena, em 1874, num tempo que classificou como de «polissemia e indefinição». Começou a publicar poesia aos dezasseis anos. Escreveu libretos, manteve correspondência com Richard Strauss e conheceu Stefan Zweig e Arthur Schnitzler. Deixou uma vasta obra de poesia, teatro e ficção. Um dos seus ensaios, A Carta de Lord Chandos, constitui uma singular reflexão sobre a escrita.


Andreas (trad. Leopoldina Almeida) e A Carta de Lord Chandos (trad. Carlos Leite) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/hugo-von-hofmannsthal/

Sobre A Máscara de Ripley, de Patricia Highsmith

 



Passaram-se seis anos desde que Ripley assassinou Dickie Greenleaf e herdou o seu dinheiro. Agora, em A Máscara de Ripley, vive numa bela casa de campo francesa, rodeado de uma magnífica coleção de arte, e está casado com a herdeira de uma empresa farmacêutica. Tudo parece sereno no mundo de Ripley até um telefonema de Londres destruir a sua paz. Um esquema de falsificação de obras de arte que montara há alguns anos ameaça desfazer-se: um americano metediço anda a fazer perguntas, e Ripley tem de viajar até Londres para o impedir de descobrir algo mais. Patricia Highsmith oferece-nos, no segundo romance da série protagonizada por Ripley, uma narrativa hipnotizante e perturbadora na qual Ripley fará de tudo para que o seu novelo de mentiras não seja desfeito.


«[Highsmith] obriga-nos a reconsiderar as linhas entre a razão e a loucura, normal e anormal, enquanto nos incita a partilhar o ponto de vista traiçoeiro do nosso herói.» [Michiko Kakutani, New York Times]


«Não existe ninguém como Patricia Highsmith para evocar a ameaça que se esconde em lugares familiares.» [Time]


A Máscara de Ripley (trad. Paulo Esteves Cardoso) e outras obras de Patricia Highsmith estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/patricia-highsmith/

Sobre Duas Mulheres, de Maria Filomena Mónica

 



Esta é a história de duas mulheres de diferentes gerações que fizeram parte da vida da autora. A primeira, a sua avó, foi adolescente nos «loucos anos 20»; a segunda, a sua mãe, viveu sob o salazarismo. Maria Filomena Mónica, que atravessou as mudanças de Abril de 1974, avalia essas duas mulheres através de recordações, cartas, diários, fotografias e outros documentos.


«Sabia que na minha família não havia nem sábios nem políticos célebres, mas de certo modo isso tornava o meu espólio mais valioso: aquelas cartas e aqueles diários haviam sido escritos por gente que não se tinha ilustrado, mas que, fosse por que fosse, decidira escrever. Sobre heróis, as biografias existem em catadupa; sobre os indivíduos com uma vida “normal”, poucas. Ora, estas são frequentemente mais capazes de nos revelar uma época do que aquelas. O facto de, há alguns meses, ter sido obrigada a abandonar o andar que alugara a fim de pôr os meus livros após a reforma da Universidade em 2002 obrigou-me a juntar documentos que andavam por esconsos.»


Duas Mulheres e outras obras de Maria Filomena Mónica estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/maria-filomena-monica/

26.7.22

Pequenas Coisas como Estas, de Claire Keegan, na shortlist do Booker Prize

 




Pequenas Coisas como Estas, de Claire Keegan, um dos semifinalistas do Booker Prize, será publicado em Portugal pela Relógio D’Água, em Setembro, com tradução de Inês Dias.

O livro é uma história de esperança e tranquilo heroísmo, que é tanto uma celebração da compaixão quanto uma firme reprovação dos pecados cometidos em nome da religião.

Os outros semifinalistas são Glory, de NoViolet Bulawayo; Trust, de Hernan Diaz; The Trees, de Percival Everett; Booth, de Karen Jay Fowler; Treacle Walker, de Alan Garner; The Seven Moons of Maali Almeida, de Shehan Karunatilaka; Case Study, de Graeme Macrae Burnet; The Colony, de Audrey Magee; Maps of Our Spectacular Bodies, de Maddie Mortimer; Nightcrawling, de Leila Mottley; After Sappho, de Selby Wynn Schwartz; e Oh William!, de Elizabeth Strout.

A shortlist será conhecida dia 6 de Setembro e o vencedor será anunciado dia 17 de Outubro.

A Relógio D’Água editou a obra vencedora do Booker Prize do ano passado, A Promessa, de Damon Galgut (tradução de José Mário Silva) disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-promessa-pre-venda/

Pequenas Coisas como Estas, de Claire Keegan, foi recentemente distinguido com o Orwell Prize for Political Fiction.


Sobre As Crónicas de Explosão, de Yan Lianke

 



A pequena aldeia de Explosão, situada entre as límpidas águas do rio Yi e os cumes da serra de Balou, é o cenário deste livro. Em apenas cinquenta anos, a povoação tornou-se uma cidade de vinte milhões de habitantes, rivalizando com Pequim ou Xangai. Esta expansão, alimentada pela ambição desmesurada e a corrupção, teve profundas consequências para todos.

A narrativa de Yan Lianke desvenda as feridas abertas na atual sociedade chinesa, oferecendo-nos uma imagem de uma transformação que parece saída de uma fábula fantástica.


“Uma sátira swiftiana, de um dos mais francos e versáteis autores da China contemporânea.” [Economist]


“A prosa poética de Yan Lianke recompensa os que leem até ao final este romance de grande e rara profundidade.” [Le Monde]


As Crónicas de Explosão (trad. Tiago Nabais), Sonho da Aldeia Ding (trad. Marta Mendonça) e Os Quatro Livros (trad. Helena Briga Nogueira) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/yan-lianke/

Sobre Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, de George Orwell

 



“Orwell e o seu Mil Novecentos e Oitenta e Quatro entraram na casa do cidadão e no mundo dos Estados, e não saíram de lá. Nada é não-político, e foi esta pontaria no diagnóstico que tornou mítico este livro. (…)

O que Orwell mostrou e previu foi este estado de permanente vigilância: o cidadão que vigia um outro — em perseguições individuais em redes sociais — e a vigilância feita por empresas ou Estados cumprem um programa que muitos pensadores previram e que Orwell conseguiu narrar.” [Do Prefácio]


“O romance definitivo do século XX (…). Os seus temas continuam a ecoar, como uma ameaça profética, no presente.” [The Guardian]


Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (trad. José Miguel Silva) e outras obras de George Orwell estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/george-orwell/

Sobre A Polícia da Memória, de Yoko Ogawa

 



Um romance orwelliano sobre os terrores da vigilância do Estado, de uma das mais importantes escritoras japonesas da atualidade.

Numa ilha sem nome, situada numa costa anónima, há objetos que começam a desaparecer. Primeiro chapéus, depois fitas, pássaros e rosas — até que a situação se agrava. A maioria dos habitantes permanece desatenta a estas mudanças, e os poucos com poder para recuperar os objetos perdidos vivem receosos da Polícia da Memória, entidade que assegura que o que desaparece permanece esquecido.

Quando uma jovem mulher, que luta por manter uma carreira de romancista, descobre que o seu editor está em perigo, elabora um plano para o ocultar debaixo da sua casa. À medida que medo e sentimento de perda se aproximam, rodeando-os, agarram-se à escrita como modo de preservar o passado.

“A Polícia da Memória” será brevemente adaptado a série de televisão, realizada por Reed Morano (The Handmaid’s Tale), com argumento de Charlie Kaufman (Being John Malkovich, Eternal Sunshine of the Spotless Mind).


“Uma das mais conceituadas escritoras do Japão explora temas como a verdade, a vigilância do Estado e a autonomia individual, num trabalho que ecoa o Mil Novecentos e Oitenta e Quatro de George Orwell, o Fahrenheit 451 de Ray Bradbury e o Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez, ao mesmo tempo que afirma uma voz própria.” [Time]


“Uma obra-prima que nos chega do futuro.” [The Guardian]


“Um romance magistral.” [The New Yorker]


A Polícia da Memória, de Yoko Ogawa (tradução de Inês Dias), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-policia-da-memoria/


Sobre Memórias, Sonhos, Reflexões, de C. G. Jung

 



“Apenas me consigo entender à luz de acontecimentos interiores, pois são estes que criam a singularidade da vida, e é deles que a minha autobiografia trata.” [C. G. Jung]”


Este livro é a biografia de um dos psiquiatras mais influentes dos tempos modernos, e foi realizada a partir dos seus discursos, conversas e escritos.

Na Primavera de 1957, quando tinha 81 anos, Carl Gustav Jung decidiu narrar a sua vida. Memórias, Sonhos, Reflexões é o resultado desse desejo, sendo composto por conversas com a sua colega e amiga Aniela Jaffé e por capítulos escritos pelo próprio Jung, entre outros materiais.

Jung escreveu as páginas finais do manuscrito dias antes de morrer, a 6 de Junho de 1961, o que torna este livro uma reflexão única sobre a vida e a obra do autor.


Memórias, Sonhos, Reflexões (trad. António Sousa Ribeiro) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/memorias-sonhos-reflexoes/

25.7.22

Sobre António e Cleópatra, de William Shakespeare

 



«A aparição de Cleópatra diante de António no Cidno evidencia a consciência de que o seu poder depende de imagens e da eficácia que consiga convocar para a representação de si. Daí resultarão várias formas de ambivalência na caracterização de Cleópatra. O espaço egípcio é uma extensão da própria Cleópatra, cujo estatuto real lhe permite ser apostrofada como “Egipto”; e um dado da construção desse espaço que integra a configuração trágica — ou seja, que contribui para tornar inevitável o desastre — é a insistência da rainha em moldar o real de uma forma que lhe resulte gratificante: se não puder fazê-lo pela intervenção activa no plano da factualidade, servindo de modo consequente os seus interesses, Cleópatra fá-lo-á ao nível do discurso, promovendo uma ficção que venha substituir circunstâncias menos conformes com a sua auto-re­pre­sen­tação. Dessa perspectiva, atente-se na sua vontade (…) de matar o portador de más novas (o mensageiro que a vem informar do casamento de António com Octávia), momento este que terá o seu contraponto útil quando o mesmo mensageiro for premiado por ter aprendido a ser lisonjeiro — descrevendo então Octávia tão negativamente quanto a vaidade de Cleópatra o exigir.» [Da Introdução]


António e Cleópatra (tradução, introdução e notas de Rui Carvalho Homem) e outras obras de William Shakespeare estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/william-shakespeare/

Sobre A Vida Mentirosa dos Adultos, de Elena Ferrante




«Dois anos antes de sair de casa, o meu pai disse à minha mãe que eu era muito feia» é a frase inicial deste romance.

A revelação é feita por Giovanna, que ao olhar paterno se transformara de criança encantadora em adolescente imprevisível, que parecia tornar-se cada dia mais parecida com a desprezada tia Vittoria.

A frase ouvida sem que os pais o soubessem vai levar Giovanna a procurar conhecer a tia, cujas fotografias foram apagadas dos álbuns de família e é evitada em todas as conversas.

Para saber se estará realmente a tornar-se semelhante à tia, vai visitar a zona empobrecida de Nápoles, conhecer uma versão diferente dos seus pais, provocando sem o saber a desagregação da sua família intelectual, compreensiva e perfeita na aparência.

Confirmando a sua mestria narrativa e o profundo conhecimento do que se passa na cabeça das adolescentes, Ferrante constrói um enredo surpreendente, ligando uma história de iniciação aos episódios de uma pulseira que passa de mão em mão. 

Giovanna move-se entre duas famílias e duas zonas da cidade em busca dela própria, na passagem da adolescência para a idade adulta.


«Ferrante mostra outra vez ser imbatível em colocar-se na cabeça de uma adolescente, mostrando-nos como tudo aquilo que parece irracional a um olhar alheio — estados de espírito, silêncios, ciúmes, medos, lágrimas e ressentimentos — é absolutamente lógico e razoável.» [The Times]


«As suas personagens femininas são verdadeiras obras de arte.» [El País]


«Chorei ao ler os seus livros.» [Jonathan Franzen]


«Na minha mesa de cabeceira, estão os diários de Virginia Woolf, os contos de Tchékhov e os romances de Elena Ferrante.» [Leïla Slimani]


A Vida Mentirosa dos Adultos (trad. Margarida Periquito) e as outras obras de Elena Ferrante estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/elena-ferrante/ 

Sobre Projeções, de Karl Deisseroth

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Projeções, de Karl Deisseroth (tradução de Frederico Pedreira)


Karl Deisseroth tem dedicado a sua vida à compreensão da mente e é um dos raros neurologistas que são também psiquiatras e mantêm um trabalho ativo de consulta de pacientes. Daí resultou uma abordagem original na investigação da origem biológica das doenças mentais.

É a partir da experiência com os seus próprios pacientes que Karl Deisseroth escreve sobre a história das emoções humanas. Numa abordagem que evoca os trabalhos de Oliver Sacks, fala-nos de casos como o de uma jovem com uma perturbação alimentar cuja mente se revolta contra impulsos tão primários como a fome e a sede, mostra como os seres humanos evoluíram para sentir alegria mas também a sua ausência ou relata o caso de uma solitária mulher uigur que, afastada da terra natal, sofre com a ausência de ligações sociais.



“Uma análise brilhante e comovedora do cérebro humano e das emoções. Uma grande leitura.” [Nature]


“Consegue ao mesmo tempo comover e esclarecer o leitor. Um livro muito agradável de ler e repleto de ciência de vanguarda.” [The Observer]


“Um psiquiatra perspicaz e um escritor fascinante que conecta maravilhosamente os sentimentos internos dos seres humanos com o conhecimento da psiquiatria e da neurociência modernas.” [Robert Lefkowitz, Prémio Nobel da Química]


“Deisseroth escreve sobre casos clínicos dilacerantes e desesperados com o conhecimento de um médico e a habilidade narrativa de um romancista. Fascinou-me; não pude parar de o ler.” [May-Britt Moser, Prémio Nobel da Medicina]


“Escreve com um verdadeiro amor pelas palavras mas também com uma lúcida linha de investigação científica.” [The Guardian]



Karl Deisseroth nasceu em 1971 nos EUA.

É professor de Bioengenharia e Psiquiatria na Universidade de Stanford. É conhecido pela criação e aplicação de novas tecnologias para o estudo do cérebro, incluindo a optogenética, o que lhe valeu o Kyoto Prize (2018) e o Heineken Prize (2020).

Dirige a licenciatura em Bioengenharia em Stanford e trata pacientes com perturbações psíquicas e autismo. É membro da National Academy of Medicine, da National Academy of Sciences e da National Academy of Engineering


Mais informação em https://relogiodagua.pt/produto/projecoes-uma-historia-das-emocoes-humanas-pre-publicacao/

24.7.22

Sobre Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas

 



Os Três Mosqueteiros é o mais famoso romance dos muitos escritos por Alexandre Dumas.

D’Artagnan, a sua personagem principal, é um jovem gascão, audacioso e até imprudente. Armado apenas com uma carta de recomendação para o capitão dos mosqueteiros do rei, parte para Paris em busca do futuro.

Vai conhecer Athos, Porthos e Aramis, que vão dar aos leitores provas de insolência e amizade. Foi também com eles que muitos leitores descobriram as fatalidades do amor, sonhando com a bela Milady, capaz de fazer perderem-se os que por ela se apaixonam.


Os Três Mosqueteiros (trad. José Cláudio e Júlia Ferreira) e O Conde de Monte Cristo (em dois volumes) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/alexandre-dumas/

Sobre O Problema dos Três Corpos, de Liu Cixin

 



Tendo como pano de fundo inicial a Revolução Cultural chinesa, uma cientista de uma base militar secreta envia sinais para o espaço, tentando estabelecer contacto com extraterrestres. Quando uma civilização alienígena, quase extinta, capta o sinal, começam os preparativos para invadir a Terra, onde, enquanto isso, diferentes grupos se começaram a formar. Porém, enquanto alguns pretendem dar as boas-vindas a uma civilização superior, ajudando-os a controlar um mundo que se tornou excessivamente corrupto, outros pretendem travar a invasão.

O resultado é O Problema dos Três Corpos, uma obra-prima da ficção científica, escrita por um dos mais considerados autores da China contemporânea.


«Um livro altamente inovador… uma mistura única de especulação científica e filosófica.» [George R. R. Martin]


«A Guerra dos Mundos do século XXI.» [Wall Street Journal]


«Extraordinário.» [The New Yorker]


«O Problema dos Três Corpos», de Liu Cixin (trad. Telma Carvalho), está disponível em: https://relogiodagua.pt/produto/o-problema-dos-tres-corpos/

Sobre Per, o Afortunado, de Henrik Pontoppidan

 



Per, o Afortunado é o grande clássico da literatura dinamarquesa, tendo o seu autor recebido o Prémio Nobel da Literatura em 1917.

É um romance de formação, que acompanha a vida de Per Sidenius, filho de um pastor de uma pequena povoação dinamarquesa, na mudança do século XIX para o século XX.

Per revolta-se contra a rigidez familiar, procurando uma nova vida em Copenhaga, onde se torna engenheiro e persegue a sua realização pessoal.

A obra mergulha na crise cultural e social que agitou o continente europeu com a erupção da modernidade e as revoluções industrial e científica.

Na sua capacidade de compreender a crise de identidade dos europeus no início do século XX, a narrativa de Pontoppidan é comparável a Os Buddenbrook e A Montanha Mágica de Thomas Mann.


«Pontoppidan é um contador de histórias puro, e o escrutínio que realiza das nossas vidas e da sociedade põe-no no topo dos escritores europeus… Ele julga os tempos e, como um verdadeiro poeta, direciona-nos para um modo mais puro e honroso de sermos humanos.» [Thomas Mann]


«Henrik Pontoppidan governa a província das letras dinamarquesas com a mesma autoridade com que Lev Tolstói ou Henry James governaram as dos seus países. Per, o Afortunado é um dos maiores romances sobre a modernidade.» [The New York Review of Books]


Per, o Afortunado (trad. João Reis) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/per-o-afortunado/

23.7.22

Sobre O Arranca Corações, de Boris Vian

 



Jacquemort, psiquiatra, chega a casa de Angel e Clémentine, que está em final de gravidez. Jacquemort vai então ajudá-la a dar à luz três rapazes gémeos, Noël, Joël e Citroën, que, ao contrário dos irmãos, nunca grita.

Angel está fechado em casa há dois meses pela mulher, que aceitou mal a gravidez. Só depois do parto é libertado. Jacquemort revela-lhe as razões que o levaram a este recanto aparentemente tranquilo. Ele possui uma capacidade de vazio e procura preenchê-la psicanalisando as pessoas e assimilando os seus sentimentos através de uma psicanálise «integral».

Neste romance, Boris Vian revela um universo terrível, o dos desejos mais implacáveis, em que todo o amor esconde o ódio.

Como escreveu Gilbert Pestureau, no prefácio à edição francesa, neste romance em que o número três desempenha um papel central, «os adultos são selvagens, ferozes ou infelizes, condenados à solidão, enquanto as crianças, cúmplices na magia, procuram secretamente a sua paixão de viver». Tudo isto numa «aldeia entorpecida na vergonha e na religião», onde «os trigémeos exploram o seu universo feérico enquanto uma mãe, que os ama demasiado, lhes reduz inexoravelmente o espaço».


O Arranca Corações (trad. Luiza Neto Jorge) e outros livros de Boris Vian disponíveis aqui: https://relogiodagua.pt/autor/boris-vian/

Sobre O Coração É Um Caçador Solitário, de Carson McCullers

 



O Coração É Um Caçador Solitário foi o primeiro livro escrito por Carson McCullers, quando tinha 23 anos.

Depressa se tornou uma referência na literatura do século xx.

No sul dos Estados Unidos, numa vila da Georgia nos anos 30, num cenário desolado de intolerância racial e isolamento, John Singer, um surdo-mudo, torna-se de súbito confidente de um grupo de personagens marginais quando o seu único amigo, também surdo-mudo, é institucionalizado. 

Mick Kelly é uma adolescente, apaixonada pela música, sonha compor sinfonias e é filha dos proprietários da pensão onde Singer vive; Jake Blount é um agitador socialista que passa os dias alcoolizado; Biff Brannon é o desiludido proprietário de um pequeno café com desejos sexuais ambíguos; e Benedict Copeland é um médico negro que luta, em vão, pela igualdade racial. Todos sentem que não encaixam nos papéis que a sociedade lhes reservou, todos procuram à sua maneira preencher o vazio deixado pelos sonhos perdidos — e todos, por algum motivo, acham que Singer os compreende. 

Mas o impassível Singer procura apenas em cada visita arrancar o seu amigo à indiferença…


«Um livro notável… A escrita de McCullers é apaixonante.» [The New York Times]


«… a obra de Carson McCullers não se eclipsará com o tempo, antes irradiará cada vez com maior fulgor.» [Tennessee Williams]


O Coração É Um Caçador Solitário (trad. Marta Mendonça) e outras obras de Carson McCullers disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/carson-mccullers/

Sobre O Coração dos Ponders, de Eudora Welty

 



O tio Daniel Ponder é o perfeito excêntrico. Vestido sempre de fato branco, amado por todos que o conhecem, é uma celebridade na sua cidade natal Clay, no Mississippi. O tio Ponder gosta de partilhar a sua fortuna. Quando o seu primeiro casamento acaba e ele é visto com Bonnie Dee Peacock, uma rapariga de dezassete anos de uma família pobre, a sua sobrinha Edna fica horrorizada. Esta novela, narrada pela sobrinha, é uma obra prima de absurdos cómicos: uma história sobre a vida de uma pequena cidade, retratada de forma brilhante por esta escritora do Sul da América.


«Uma história absorvente, sincera, absurda, verdadeira, por vezes patética e intensa… e marcada desde o início por uma intimidade que a torna viva.» [Edward Weeks, The Atlantic]


«Pela pura imaginação e comédia, pelo poder narrativo e pela milagrosa reprodução do ritmo do discurso sulista – quase poético –, a história representa Miss Welty no seu melhor.» [Joseph Henry Jackson, San Francisco Chronicle]


O Coração dos Ponders (trad. José Miguel Silva) e outras obras de Eudora Welty estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/eudora-welty/