«Os
poetas Ted Hughes (1930-1998) e Sylvia Plath (1932-1963) formaram um dos mais
famosos casais literários da segunda metade do século XX. A infância na Nova
Inglaterra, a morte precoce do pai, os internamentos em clinicas psiquiátricas,
o casamento e a rutura, poucos meses antes do suicídio, aos 30 anos, são
elementos da intensa e fulgurante biografia de Sylvia Plath. O presente volume
reúne uma série de contos “mais ou menos acabados ou elaborados” e de textos
póstumos (apontamentos diarísticos),compilados por Ted Hughes, que permitem
estabelecer relações entre a prosa e a poesia da malograda autora. Na nota
introdutória, salienta: “Na sua faceta de artista gráfica, exímia pintora de
naturezas-mortas, Sylvia Plath era fiel aos objetos. (…) Este modo como se
atinha às circunstâncias reais, que espartilhava tanto da sua prosa, tornou-se
um elemento fulcral da solidez e da verdade dos seus últimos poemas.» [no sítio da Agenda Cultural de
Lisboa]
30.4.13
Don DeLillo recebe primeiro Prémio da Biblioteca do Congresso para Ficção Americana
O novo prémio
para ficção americana «procura homenagear vozes fortes, únicas e estáveis que —
em longas, consistentes e bem-sucedidas carreiras — falam da experiência
americana».
No anúncio oficial, James Billington disse que, «como Dostoievski, Don DeLillo
explora profundamente a vida moral e sociopolítica do seu país. Durante uma
longa e importante carreira, inspirou os seus leitores com a diversidade dos
seus temas e a sua prosa virtuosa».
Don Delillo
ainda se surpreende com o invulgar percurso da sua obra: «Trabalhei dois anos
no meu primeiro romance, Americana, antes de perceber que podia ser um
escritor. Não tinha nenhuma esperança de que este livro fosse publicado porque
sabia que havia elementos que então não podia melhorar. Então escrevi durante
mais dois anos e terminei o romance. Para minha surpresa, não foi difícil
arranjar uma editora. Não tinha quem me representasse. Não
sabia nada de edição. Mas
um editor da Houghton Mifflin leu o original e decidiu que valia a pena.»
Na Relógio
D’Água, Don DeLillo tem editados Os Nomes, O Corpo enquanto Arte,
Valparaíso, Cosmópolis, Mao II, Cão em Fuga, Americana
e Great Jones Street.
29.4.13
Obras da Relógio D'Água escolhidas por Maria João Cantinho
Na secção
«Escolhas», do suplemento Atual do Expresso de 27 de Abril de
2013, Maria João Cantinho, poeta, crítica e ensaísta, destaca duas obras
editadas pela Relógio D’Água: A Poesia do Pensamento – do Helenismo a Paul
Celan, de George Steiner, e A Terceira Miséria, de Hélia Correia.
Lançamento de Ou—Ou. Um Fragmento de Vida, de Soren Kierkegaard
O lançamento de Ou—Ou. Um Fragmento
de Vida, Primeira Parte, de Soren Kierkegaard, traduzido por Elisabete de
Sousa, vai realizar-se amanhã, 30 de Abril, pelas 18 horas, na Biblioteca
Nacional.
A apresentação da obra será feita por
Bartholomew Ryan.
A obra, editada pela Relógio D’Água,
segue-se à publicação de Temor e Tremor (trad. Elisabete de Sousa), A
Repetição e Migalhas Filosóficas (ambas com trad. de José
Miranda Justo).
Konstandinos Kavafis (29-04-1863 — 29-04-1933)
«Konstandinos Kavafis é, com Eliot,
“o maior poeta da primeira metade do século XX”. Assim escreve Joaquim Manuel
Magalhães na introdução ao volume Os Poemas (Relógio D’Água). Esta
integral Kavafis (154 poemas), em edição bilingue minuciosamente anotada, é a
terceira tradução portuguesa do colosso grego, depois de uma versão de Jorge de
Sena (1970) e de uma antologia extensa de Magalhães e Nikos Pratsinis (Poemas
e Prosas, Relógio D’Água, 1994), que aqui completam um projecto antigo. (…)
Nesta edição imprescindível,
Magalhães e Pratsinis abordam todas as minudências linguísticas, onomásticas,
textuais, métricas, rítmicas. Kavafis apresenta algumas complexidades ocultas,
visto que utilizava diferentes níveis de linguagem e constantes cruzamentos
entre uma erudição passadista e o quotidiano mais prosaico. Magalhães lembra
uma outra dialéctica decisiva um magistral equilíbrio entre a impessoalidade e
a dramatização (pessoalíssima).» [Pedro Mexia, Diário de Notícias,
Setembro de 2005]
26.4.13
Penelope Fitzgerald (17-12-1916 – 28-04-2000)
«Em A Flor
Azul, Penelope Fitzgerald (que escreveu o primeiro dos seus nove romances
aos 60 anos) narra-nos, em jeito de biografia romanceada, os anos do começo da
idade adulta do barão Friedrich von Hardenberg (1772-1801), que ficou para a
história da literatura com o pseudónimo Novalis, um dos mais importantes poetas
do Romantismo Alemão do século XVIII. (…) Mas A Flor Azul é sobretudo a
história de um amor estranho e trágico, o de Novalis por Sophie von Kühn (a
quem ele chama a “humana perfeição e graça moral” e por causa de quem escreveu
a sua obra mais famosa, Hinos à Noite), que à época em que ambos se
conheceram tinha apenas 12 anos de idade (e, ao que parece, uma inteligência
igualmente reduzida), tendo por isso que esperar que ela festejasse os 14 para
que as promessas de casamento fossem oficializadas com o cumprimento dos
tradicionais rituais pelas respectivas famílias (à época, Novalis tinha 23
anos). Fitzgerald conta a história numa prosa extraordinariamente delicada e
elegante, em capítulos curtos, por vezes cada um deles dedicado apenas a uma
personagem (ou melhor, à maneira como ela pensa a história do seu “ponto de
vista”) ou a um acontecimento.» [José Riço Direitinho, ípsilon, texto completo aqui.]
Sobre Fala, Memória, de Vladimir Nabokov
«Fala,
Memória possui a mesma magnificência de estilo, a precisão e plasticidade vocabular
e de frase, a que a sua obra ficcional deram tão ampla expressão. Algo que demonstra,
sem sombra de dúvidas, que este não é um vulgar livro de memórias, mas o
resultado grandioso do trabalho de um escritor de génio que só por acaso não cruza
nestas páginas o território romanesco. O investimento, esse, é o mesmo.» [Hugo
Pinto Santos, Time Out, 24-05-2013]
24.4.13
Willa Cather (07-12-1873/24-05-1947)
Fotografia de Nickolas Muray
«Willa Cather
foi uma das maiores romancistas americanas da primeira metade do século XX,
equiparável a Theodore Dreiser, Ernest Hemingway e F. Scott Fitzgerald. (…) O
seu génio, a meu ver, emerge mais claramente em dois pequenos romances líricos,
My Ántonia (1918) e Uma Mulher
Perdida (1923).»
[Harold Bloom, Genius:
a mosaic of 100 exemplary creative minds]
Em Uma
Mulher Perdida, publicado em 1923, Willa Cather criou como que uma resposta
a Madame Bovary, um retrato subtilmente inconstante de uma mulher que
reflecte as convenções do seu tempo mesmo quando as desafia.
Fernando Pessoa na Feira do Livro de Bogotá
Portugal é o país
convidado da Feira do Livro de Bogotá, na Colômbia. Nesse âmbito, foi inaugurada
dia 22 de Abril a exposição «Fernando Pessoa», dedicada ao escritor português.
A Feira prolonga-se até 1 de Maio.
De Fernando
Pessoa, a Relógio D’Água publicou Quadras e Outros Cantares, O
Banqueiro Anarquista, Livro do Desassossego e Fausto — Tragédia
Subjectiva.
23.4.13
Em louvor e simplificação do Dia do Livro
«O LIVRO DESCONHECIDO
Estou à procura de um livro para
ler. É um livro todo especial. Eu o imagino como a um rosto sem traços. Não
lhe sei o nome nem o autor. Quem sabe, às vezes penso que estou à procura de
um livro que eu mesma escreveria. Não sei. Mas faço tantas fantasias a
respeito desse livro desconhecido e já tão profundamente amado. Uma das
fantasias é assim: eu o estaria lendo e de súbito, a uma frase lida, com lágrimas
nos olhos diria em êxtase de dor e de enfim libertação: “Mas é que eu não
sabia que se pode tudo, meu Deus!”» [Clarice Lispector, A Descoberta do Mundo]
George Steiner (23-04-1929)
«A essência
da magia — não sei que outro nome lhe dar — de Steiner tem sido a sua singular
capacidade de expor e esclarecer, através de matizes, alusões e uma
ímpar precisão de linguagem. Ninguém que passe por um livro de Steiner
permanece indiferente.» [Nick Tosches, Bookforum]
De George
Steiner, a Relógio D’Água publicou No Castelo do Barba Azul, Antígonas,
Errata, Gramáticas da Criação, Depois de Babel, Paixão
Intacta, Nostalgia do Absoluto, Os Logocratas, A
Poesia do Pensamento, e Martin Heidegger.
De Martin Heidegger, de George Steiner
«Heidegger pertence à história da
linguagem e da literatura, ou mais ainda, pelo menos tanto como à da ontologia,
da epistemologia fenomenológica ou da estética. Trata-se, sob todos os aspectos, de um corpus
avassalador. Somará mais de sessenta volumes (dos quais, até ao momento,
dispomos apenas de uma parte, que não foi objecto de um trabalho de edição
adequado).
E contudo esta prodigalidade e esta
pujança textuais são, elas próprias, paradoxais. Tendem a obscurecer uma oralidade
que ocupa um lugar central no ensino e na concepção da actividade do pensamento
característicos de Heidegger.» [George Steiner, Martin Heidegger]
Lançamento de Ou—Ou. Um Fragmento de Vida, de Soren Kierkegaard
O lançamento
de Ou—Ou. Um Fragmento de Vida, Primeira Parte, de Soren Kierkegaard,
traduzido por Elisabete de Sousa, vai realizar-se a 30 de Abril, pelas 18
horas, na Biblioteca Nacional.
A
apresentação da obra será feita por Bartholomew Ryan.
A obra,
editada pela Relógio D’Água, segue-se à publicação de Temor e Tremor
(trad. Elisabete de Sousa), A Repetição e Migalhas Filosóficas
(ambas com trad. de José Miranda Justo).
22.4.13
Jaime Rocha no aniversário do jornal O Mirante
O Mirante organiza mais um debate sobre poesia,
no âmbito das comemorações do 25.º aniversário do jornal e integrado num ciclo
de palestras: «Lisboa aqui tão perto – conversas sobre cultura e Política no
Ribatejo».
No dia 2 de Maio será a vez de «Dois
poetas e dois mundos» com a poesia de Jaime Rocha e M. Parissy. A sessão realiza-se
no auditório do Museu do Neo-Realismo, com o apoio da Câmara Municipal de Vila
Franca de Xira e da Escola Secundária de Alves Redol.
Sobre É assim Que A Perdes, de Junot Díaz
«Nascido na
República Dominicana, Junot Díaz é um dos nomes essenciais de atual literatura made
in USA. Ao Expresso, falou sobre o seu último livro de contos,
protagonizado por Yunior, um personagem-fetiche, mais “esperto” do que o seu
criador. (…) São tantas as traições amorosas assumidas por Yunior em É assim
Que A Perdes que pode ser tentador resumir o livro a um tratado sobre a
infidelidade. Díaz não concorda: “É muito mais do que isso. É um livro sobre a natureza
do amor e sobre o medo que todos temos de falhar no amor.” Yunior acaba por ser
o arquétipo de muitos homens moldados por uma cultura machista: “Todos
conhecemos tipos como ele. O gajo que não tem problemas em foder todas as
mulheres que se atravessam no seu caminho mas é incapaz de se abrir para a
verdadeira intimidade. O que, em última análise, o desespera.” A grande tensão
que atravessa o livro é esta: por muito que minta às suas amantes, ele nunca
mente ao leitor. “A sua capacidade de enganar as mulheres junta-se a uma incrível
honestidade sobre si mesmo, no momento em que escreve.” A quem o lê cabe então
o lugar de confidente. “E esse é um lugar perturbador para se estar com um tipo
como Yunior. Porque quando ele nos conta uma história, só pensamos ‘Oh, não,
ele não pode ter feito isto, ele não pode ter dito aquilo’. Mas fez. Mas disse.”»
[José Mário
Silva entrevista Junot Díaz, no suplemento Atual do Expresso de
20 de Abril de 2013]
De Fala, Memória, de Vladimir Nabokov
Rozhestveno, a propriedade que Nabokov herdou do tio
«Depois de uma breve estada em
Rozhestveno, [o tio Ruka] voltava para França ou para Itália, para o seu château
(chamado Perpigna), perto de Pau, para a sua villa (chamada
Tamarindo), perto de Roma, ou para o seu querido Egipto, de onde me enviava
bilhetes-postais (palmeiras
mais os seus reflexos, pores-do-sol, faraós de mãos postas nos joelhos) escritos em diagonal
com cerrados gatafunhos. E depois, outra vez em Junho, quando a cheirosa cheryomuha
(cereja miúda racemosa do Velho Mundo, ou só «racemosa», como a baptizei no
meu trabalho sobre o Onegin) florescia em ondas de espuma, mandava içar a sua bandeira
privativa na bela casa de Rozhestveno.» [Vladimir Nabokov, em Fala, Memória]
19.4.13
Sobre A Descoberta do Mundo, de Clarice Lispector
«Mas você esmaga uma rosa se apertá-la com carinho demais. Sei que o tom
é uma unidade indivisível por palavras. Mas estilhaçar o silêncio em
palavras é um dos meus modos desajeitados de amar o silêncio.» [Clarice
Lispector, «Amor», in A Descoberta do Mundo]
Por acordo
com a editora Relógio D’Água, o Ípsilon
vai publicar nove crónicas de Clarice Lispector, ou seja, uma por semana
durante a Exposição que lhe é dedicada na Fundação Calouste Gulbenkian. Os
textos são extraídos de A Descoberta do
Mundo.
Hoje, 19 de
Abril, foi publicada a primeira, intitulada «Amor», de que acima se reproduz um
excerto.
Sobre A Descoberta do Mundo, de Clarice Lispector
«Clarice
Lispector é tão supreendente na imprensa como na ficção.»
[Carlos Vaz Marques no
programa Livro do Dia de 19 de Abril de 2013, na TSF. O programa pode ser
ouvido aqui.]
Sobre Laços de Família, de Clarice Lispector
«A força telúrica
dos textos vem da insubordinação estilística e da violência poética da escrita,
sempre a escavar por baixo das aparências, subvertendo a pacatez de uma paz doméstica
artificial e desenterrando o que as personagens não têm coragem ou capacidade
de discernir.» [José Mário Silva, Ler, Abril 2013]
A chegar às livrarias: Fausto, Tragédia Subjectiva, de Fernando Pessoa
«O que Pessoa diz do agora Livro do
Desassossego, “fragmentos, fragmentos, fragmentos” aplica-se
à sua produção inteira. Mensagem mesmo é uma obra compósita, mais do que
composta. Na verdade, o que deve surpreender quando se contempla este estranho e
extraordinário campo de ruínas textuais não é o seu, no fundo, natural
inacabamento. O fascinante, o mais trágico no texto-Fausto é exactamente o inverso e que
só nesta nova dimensão factual nos salta aos olhos: a perseverança, o esforço
titânico, a vontade de criar realmente um objecto literário com princípio, meio
e fim da parte de quem mal concebia princípios e jamais um fim.» [Do Prefácio
de Eduardo Lourenço a Fausto, Tragédia Subjectiva]
18.4.13
A chegar às livrarias: Martin Heidegger, de George Steiner
Conhecer a
obra de Martin Heidegger é fundamental para entender o pensamento e a cultura
contemporâneos. A sua obra tem tido uma forte influência na filosofia, na
teologia, na linguística, nos estudos helénicos, nas hermenêuticas de
interpretação textual, na teoria literária e na própria literatura.
Com a lucidez
que lhe é característica, George Steiner torna a difícil obra deste filósofo
acessível ao leitor comum. A extensão do saber e dos interesses de Steiner
permitem-lhe situar Heidegger num contexto literário-cultural europeu mais
amplo, abordando as relações entre a sua filosofia e o nazismo.
«O seu livro
sobre Heidegger é muito bom.» [James Wood, em A Herança Perdida]
«Dificilmente
se imagina uma introdução à obra do filósofo Martin Heidegger melhor do que
este livro de George Steiner.»
[George Kateb, The New Republic]
«O breve
livro de Steiner, com grande sensibilidade e inúmeras referências, lê-se com
contínuo prazer.»
[P. F. Strawson, New
York Review of Books]
«Quer os
leitores ou pensadores reajam a Heidegger, quer não, é indispensável uma aproximação
ao seu pensamento, e Steiner conduz-nos com perfeição.» [New Yorker]
Poemas de Pablo Neruda na Casa da América Latina
No ano em que
se completam 40 anos sobre a morte do poeta chileno Pablo Neruda, a Casa da
América Latina convida o narrador Pedro Sanchez, acompanhado à guitarra pelo
músico português Duarte Lamas, para um recital de poesia. La vida según
Neruda traça um percurso através das palavras do poeta. Uma antologia ao
vivo que mostra como Neruda usava as palavras, cantava o amor e celebrava a
vida.
A leitura tem
lugar dia 22 de Abril, pelas 19h00 e a entrada é livre.
De Pablo
Neruda, a Relógio D’Água publicou uma Antologia, Residência na Terra,
e, mais recentemente, Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada.
17.4.13
Florbela Espanca inspira concerto no CCB
No próximo
dia 20 de Abril, no Centro Cultural de Belém, o grupo Ensemble Darcos, dirigido
pelo compositor Nuno Côrte-Real, vai interpretar obras inéditas do seu director
inspiradas em poemas de Florbela Espanca, num concerto no âmbito dos Dias da Música.
Nuno
Côrte-Real revisitou sete poemas de Florbela Espanca e isso resultou num
conjunto de composições para violino, violoncelo e piano, assim como num ciclo
de canções que serão interpretados pelo Ensemble Darcos e pela soprano Sara
Braga Simões.
«Enquanto
compositor, são poemas muito musicais, que abordam temas [caros à música], como
a morte, uma espécie de amor impossível ou a angústia de viver.» [Nuno
Côrte-Real]
Em
2012, a Relógio D’Água publicou Sonetos, com posfácio de
Joaquim Manuel Magalhães.
Grande Prémio de Romance e Novela da APE
Realizou-se
dia 15 de Abril, nas instalações da Fundação Calouste Gulbenkian, a cerimónia
de entrega do Grande Prémio de Romance e Novela da APE a O Lago, de Ana
Teresa Pereira.
A autora não
pôde estar presente, mas o porta-voz do júri, José Manuel de Vasconcelos,
explicou as razões que levaram à escolha do júri, formado também por Silvina
Rodrigues Lopes, Luísa Mellid-Franco, Manuel Gusmão e Manuel Simões, e
presidido por José Correia Tavares.
Esta
cerimónia integrava-se na comemoração dos 30 anos do Grande Prémio de Romance e
Novela, de que foi projectado um vídeo evocativo dos escritores premiados, da
autoria de Lia Freitas.
Após a
intervenção de José Manuel Mendes, presidente da APE, e de Diogo Pires Aurélio,
representante do Presidente da República, realizou-se um concerto pelo músico
Luís Pipa.
16.4.13
Sobre Física no Dia-a-Dia, de Rómulo de Carvalho
No programa Livro do Dia de 16 de Abril
de 2013, na TSF, Carlos Vaz Marques falou sobre Física no Dia-a-Dia, de
Rómulo de Carvalho.
O programa pode ser ouvido aqui.
15.4.13
O Grande Gatsby abre Festival de Cannes em 2013
A última longa-metragem de Baz Luhrmann é a quarta e
mais recente adaptação cinematográfica de O Grande Gatsby, de F. Scott
Fitzgerald, e é a obra escolhida para abrir o Festival de Cinema de Cannes, no
dia 15 de Maio.
O filme conta com Leonardo DiCaprio, Carey Mulligan e
Tobey Maguire nos principais papéis e estreia em Portugal a 16 de Maio.
«A arte de F.
Scott Fitzgerald era demasiado requintada e a sua ironia demasiado subtil para
o grande público. E no entanto, um editorial do New York Times, publicado
após a sua morte, dizia que “ele era melhor do que pensava, pois foi, quer no
plano dos factos quer no plano literário, o inventor de uma ‘geração’”.» [Anthony
Burgess]
12.4.13
Crónicas de Clarice Lispector apresentadas hoje na Bertrand Chiado
A Descoberta do Mundo, livro que reúne
as crónicas de Clarice Lispector, vai ser apresentado hoje, sexta-feira, dia 12
de Abril, às 18h30, na Livraria Bertrand do Chiado.
A apresentação será feita por Teolinda Gersão e Pedro
Mexia.
Como escreveu Benjamin Moser em Clarice Lispector,
Uma Vida, esta obra póstuma «pode considerar-se quase uma autobiografia».
A publicação de A Descoberta do Mundo é
acompanhada pela edição de duas obras infanto-juvenis da autora, Quase de
Verdade e O Mistério do Coelho Pensante.
11.4.13
Sobre Sonhos e Comboios, de Denis Johnson
«O título Sonhos
e Comboios consegue dar as pistas certas para os elementos básicos que se
vão interligando ao longo da narrativa, mas não consegue anunciar a magnífica
relação de Robert Grainier (personagem principal) com a Natureza: o que a Natureza
é e o que a Natureza tem; a Natureza e a natureza do Homem; o que a Natureza dá
e o que a Natureza tira; o belo e o horrendo. (…)
Há uma nova
oportunidade para conhecer a escrita de Denis Johnson com Sonhos e Comboios
aproveitando a tradução do poeta José Miguel Silva. Oportunidade de entrar num
troço de uma dada América (ou o fim de uma dada América) através da vida de
Grainier. Como pode ser enorme um livro com tão poucas páginas?»
[P. Fialho
Serra, no sítio Orgia Literária. Texto completo aqui]
Clarice Lispector no JL
Marly de Oliveira, Clarice Lispector e Nélida Piñon
O Jornal
de Letras, Artes e Ideias de 3 de Abril publica um extenso dossiê sobre
Clarice Lispector e a sua obra, a propósito da exposição A Hora da Estrela,
recentemente inaugurada na Fundação Calouste Gulbenkian.
Carlos Mendes
de Sousa, estudioso da obra de Clarice Lispector, autor de uma sua biografia e
de um livro que vai sair em breve no Brasil, Clarice Lispector. Pintura,
fala-nos do percurso da obra da autora de Perto do Coração Selvagem em
Portugal.
O dossiê tem
artigos de Maria Leonor Nunes («A Hora da Estrela. Palavras Expostas»), Affonso
Romano de Sant’Anna («Lembranças de um convívio») e de Alberto Dines («A
escritora nos jornais»).
Particularmente
interessante é o texto de Nélida Piñon, escritora brasileira que foi a amiga
que segurou a mão de Clarice quando morreu: «Clarice era assim. Ia direto ao
coração das palavras e dos sentimentos. Conhecia a linha reta para ser sincera.
Por isso, quando o arpão do destino, naquela sexta-feira de 1977, atingiu-lhe o
coração às 10h20 da manhã, no Hospital da Lagoa, paralisando sua mão dentro da
minha, compreendi que Clarice havia afinal esgotado o denso mistério que lhe
frequentara a vida e a obra. E que embora a morte com sua inapelável autoridade
nos tivesse liberado para a tarefa de decifrar seu enigma — marca singular do
seu luminoso génio —, tudo nela prometia resistir ao assédio da mais
persistente revelação.»
10.4.13
Sobre Enviado Especial, de Evelyn Waugh
«Em
Enviado Especial encontramos, numa solução concentrada, de um humor
refinadíssimo, tudo aquilo que de melhor se revela na obra de Waugh. Estamos
diante de uma obra-prima, onde não temos qualquer receita fácil, mas sim um
relato muito bem urdido, que seguimos com naturalidade e prazer, percebendo que
a sátira nunca é artificial e que, a cada passo, poderemos encontrar-nos com as
mais curiosas e bem caçadas personagens.» [Guilherme d’Oliveira Martins, no
Blogue do Centro Nacional de Cultura, 22-08-2011]
Sobre Clarice Lispector
No Jornal
de Negócios, Pedro Santos Guerreiro escreve sobre exposição A Hora da
Estrela, dedicada a Clarice Lispector, na Fundação Calouste Gulbenkian.
«Não é a
exposição em si mesma que é maravilhosa, maravilhosa obviamente é Clarice, a
exposição tem a elegância de o conceder. Clarice é maior que a exposição da
mesma maneira que o livro Uma Aprendizagem… “está muito acima de mim”,
escreveu Clarice. “Eu sou mais forte do que eu.” A exposição é então o quê? Uma
evocação? Uma apresentação? Uma casa, a casa de Clarice? Sim, é isso, é uma
visita a uma casa com Clarice lá dentro. É uma construção de pecinhas de texto,
frases, livros, folhas, farrapos; um cubo mágico que está sempre solucionado
porque a sua combinação está sempre certa, todas as peças são Clarice; é uma
geometria quieta para a impossivelmente geométrica Clarice, que é só núcleo,
viajante no espaço até ao seu próprio Big Bang, o universo numa casca de noz.»
O texto
completo pode ser lido aqui.
Sobre Encontro em Samarra, de John O'Hara
«Encontro
em Samarra é uma genuína história de amor, plena de eros mas despida
de sentimentalidade, e a relação entre os English é mais convincente e sólida
do que, digamos, a de Gatsby e Daisy em O Grande Gatsby, ou de Frederic
Henry e Catherine Barkley em Adeus às Armas. (…) Se quer saber como era
viver na América dos anos 30, Encontro em Samarra não é um mau lugar
para começar (…) a sua mordaz consciência de classe (…) é tão actual como os
romances de Tom Wolfe.»
[Charles McGrath, The New
York Review of Books, 8-4-2013 ]
9.4.13
Crónicas de Clarice Lispector apresentadas na Bertrand Chiado
A Descoberta do Mundo, livro que reúne
as crónicas de Clarice Lispector, vai ser apresentado sexta-feira, dia 12 de
Abril, às 18h30, na Livraria Bertrand do Chiado.
A apresentação será feita por Teolinda Gersão e Pedro
Mexia.
Como escreveu Benjamin Moser em Clarice Lispector,
Uma Vida, esta obra póstuma «pode considerar-se quase uma autobiografia».
A publicação de A Descoberta do Mundo é
acompanhada pela edição de duas obras infanto-juvenis da autora, Quase de
Verdade e O Mistério do Coelho Pensante.
A chegar às livrarias: A Trombeta do Anjo Vingador, de Dalton Trevisan
«Talvez o
modo justo de começar uma resenha sobre um livro de Dalton Trevisan — qualquer
um — seja reconhecer, afinal, que estamos diante de um grande mestre da literatura
brasileira; mais que isso, diante do último sobrevivente de uma estirpe rara, a
dos criadores de linguagem. E para dar o toque bíblico que os mestres merecem,
acompanharemos o elogio do mesmo lamento que têm chorado os desgraçados
personagens daltonianos ao longo do mais consistente painel literário que o
país produziu nas últimas décadas. (…)
Dalton pinta
painéis, conjuntos bem amarrados de textos curtos que tanto mais força terão
quanto mais sejam percebidos em conjunto.
E não há como
escapar, gostemos ou não: a obra de Dalton Trevisan representa o trabalho
absolutamente solitário de um mestre, na estatura de uma vida inteira. Nenhum
outro escritor brasileiro, hoje, terá o impacto, o poder de síntese, a
violência, a absoluta, seca, irredimível brutalidade da frase de Dalton
Trevisan. Mas atenção: não se trata apenas do domínio técnico, do bom artesão
burilando sentenças, o parnasiano da desgraça - não são elas, as frases
enxutas, que nos tocam, mas o universo sufocante detonado por elas na cabeça do
leitor, palavra e visão de mundo inextricáveis no seu texto.» [Cristovão Tezza,
O Globo, Prosa&Verso, 26-04-1997]
8.4.13
A Relógio D'Água na Ler de Abril de 2013
Na Ler
de Abril de 2013, Rogério Casanova escreve sobre Orgulho e Preconceito,
de Jane Austen, por ocasião do bicentenário da edição da obra.
Dóris Graça
Dias aborda Laços de Família, de Clarice Lispector: «Os seus contos
transportam-nos a um mundo de vertigem, perturbação, violência, impasse. Uma
cartografia raríssima, pessoal, infeliz.»
José Guardado
Moreira escreve sobre Anjos, de Denis Johnson, referindo que se trata do
«romance de estreia de Denis Johnson, autor de um magnífico Sonhos e Comboios,
entre outros livros. A vastidão rodoviária do continente americano serve de
palco às desventuras de Jamie Mays, uma mulher em fuga que leva na bagagem as
duas filhas. Num autocarro conhece Bill Houston, antigo marinheiro e
ex-presidiário. O que se segue é o roteiro de uma alucinação que termina
bastante mal para ambos: um “silêncio que não é vazio e a cegueira que não é
escura”.
Fernando
Sobral analisa Os Criadores da Economia Moderna, de Sylvia Nasar: «A sua
análise de Viena (tanto no período da sua moderníssima Belle Époque como na
decrépita cidade do pós-Primeira Guerra Mundial) mostra como é possível falar
de economia de forma sedutora, e relembra algo que volta a ser tão actual como
nos anos 20 e 30: o que é bom para uma nação pode ser péssimo para outras.
Nasar fala, entre outras coisas, da desvalorização cambial. Pelo caminho
conhecemos grandes referências pouco conhecidas da economia: de Alfred Marshall
a Irving Fisher, passando por Beatrice Webb.»
Ainda na Ler
de Abril, na secção Visitas ao Sofá, a actriz Maria João Falcão diz o que anda
a ler: «Tenho agora sempre à mão A Paixão segundo G. H., da Clarice
Lispector, que é uma autora que só comecei a ler agora. Acho-a dura, é quase
uma luta às vezes lê-la. Mas levo-a sempre.»
Sobre Física no Dia-a-Dia, de Rómulo de Carvalho
«“Isto é para o
meu amigo. Quando tiver vagar pegue no livro e entretenha-se a ler”, é o
convite deixado em 1968 por Rómulo de Carvalho no prefácio da primeira edição
desta publicação, então intitulada Física para o Povo. A explicação
simples e clara de fenómenos complexos, recorrendo a um tom coloquial, é uma
das características dos trabalhos de divulgação científica do autor. Professor
de Física e Química no ensino secundário ao longo de mais de quatro décadas,
deixou uma vasta obra – inclusive de poesia que escreveu sob o pseudónimo de
António Gedeão – onde se incluem manuais escolares e estudos sobre História das
Ideias e da Ciência em Portugal, como a primeira e ainda hoje única, História
do Ensino em Portugal, desde a fundação da nacionalidade até ao fim do regime
de Salazar-Caetano. Esta reedição tem prefácio de José Mariano Gago e promete
Respostas Simples a Perguntas Que nunca Nos Fizemos.» [Agenda Cultural de Lisboa]
Hélia Correia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Realiza-se
nos próximos dias 11 e 12 de Abril o Colóquio ACT 29: Literaturas e culturas em
Portugal e na América Hispânica, que pretende promover o conhecimento e
suscitar a discussão em torno de problemáticas comuns nas literaturas e
produções culturais dos séculos XX e XXI, nos universos português e
hispano-americanos.
O Colóquio é
organizado pelo Projecto DIIA (Diálogos Ibéricos e Ibero-Americanos)/Centro de
Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa, em colaboração com o Programa
Gulbenkian Próximo Futuro, e é de entrada livre.
No dia 11, na
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Hélia Correia participa pelas 18
horas numa mesa-redonda com os escritores Mempo Giardinelli, Santiago
Roncagliolo e Karla Suárez.
No dia 12 as
actividades têm lugar na Fundação Calouste Gulbenkian. Mais informações aqui.
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