«Em A Flor
Azul, Penelope Fitzgerald (que escreveu o primeiro dos seus nove romances
aos 60 anos) narra-nos, em jeito de biografia romanceada, os anos do começo da
idade adulta do barão Friedrich von Hardenberg (1772-1801), que ficou para a
história da literatura com o pseudónimo Novalis, um dos mais importantes poetas
do Romantismo Alemão do século XVIII. (…) Mas A Flor Azul é sobretudo a
história de um amor estranho e trágico, o de Novalis por Sophie von Kühn (a
quem ele chama a “humana perfeição e graça moral” e por causa de quem escreveu
a sua obra mais famosa, Hinos à Noite), que à época em que ambos se
conheceram tinha apenas 12 anos de idade (e, ao que parece, uma inteligência
igualmente reduzida), tendo por isso que esperar que ela festejasse os 14 para
que as promessas de casamento fossem oficializadas com o cumprimento dos
tradicionais rituais pelas respectivas famílias (à época, Novalis tinha 23
anos). Fitzgerald conta a história numa prosa extraordinariamente delicada e
elegante, em capítulos curtos, por vezes cada um deles dedicado apenas a uma
personagem (ou melhor, à maneira como ela pensa a história do seu “ponto de
vista”) ou a um acontecimento.» [José Riço Direitinho, ípsilon, texto completo aqui.]
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