«O que Pessoa diz do agora Livro do
Desassossego, “fragmentos, fragmentos, fragmentos” aplica-se
à sua produção inteira. Mensagem mesmo é uma obra compósita, mais do que
composta. Na verdade, o que deve surpreender quando se contempla este estranho e
extraordinário campo de ruínas textuais não é o seu, no fundo, natural
inacabamento. O fascinante, o mais trágico no texto-Fausto é exactamente o inverso e que
só nesta nova dimensão factual nos salta aos olhos: a perseverança, o esforço
titânico, a vontade de criar realmente um objecto literário com princípio, meio
e fim da parte de quem mal concebia princípios e jamais um fim.» [Do Prefácio
de Eduardo Lourenço a Fausto, Tragédia Subjectiva]
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