28.2.13

Sobre É assim Que A Perdes, de Junot Díaz






Na Sábado de 28 de Fevereiro, Eduardo Pitta escreve sobre É assim Que A Perdes, de Junot Díaz. No blogue Da Literatura, adianta:
«O livro recupera a memória dos expatriados do trujillismo (o autor saiu de Santo Domingo quando era criança). Nove contos vintage que dão a medida do seu virtuosismo. (…) Díaz, professor de escrita criativa no MIT, é hoje um dos grandes nomes da literatura de língua inglesa.»

Proust e Do Lado de Swann em exposição em Nova Iorque




 

Dia 15 de Fevereiro foi inaugurada no Morgan Library & Museum uma exposição que comemora a publicação, em 1913, do primeiro dos sete volumes de Em Busca doTempo Perdido, de Marcel Proust, que a Relógio d’Água publicou numa tradução de Pedro Tamen.
Estão expostos cadernos de notas, rascunhos, provas e outros documentos da colecção da Bibliothèque Nationale de France, além de postais de Illiers, que inspiraram as descrições de Combray, e de Paris, e cartas que Proust escreveu à mãe, que pertencem à colecção do Morgan.
Numa carta de 1909 a Alfred Vallette, editor do Le Mecure de France, Proust descrevia o seu trabalho em desenvolvimento: «é um romance genuíno, e por vezes indecente».
A exposição pode ser vista até 28 de Abril.

27.2.13

Sobre 50 Poemas, de Tomas Tranströmer






«Tomas Tranströmer, mestre da metáfora e um dos mais influentes poetas escandinavos das últimas décadas, cultiva uma linguagem aparentemente simples e o verso livre. A sua lírica e imaginário invulgares, nalguns pormenores aproximados com o surrealismo, têm como temas predominantes a natureza e o ritmo de sucessão das estações do ano, a tentativa nostálgica de reconstituição da memória e a morte. A representação do quotidiano e da natureza amplia-se numa visão transcendente da vida: “O que quero dizer / tremeluz fora do meu alcance / como prata / em montra de casa de penhores”. Na presente coletânea, com seleção e tradução de Alexandre Pastor, reúnem-se 50 poemas do autor, incluindo os intitulados Funchal e Lisboa.» [No sítio da Agenda Cultural de Lisboa]

Hélia Correia no Correntes d'Escritas





«O sorriso de Hélia Correia» e outras imagens do Correntes d’Escritas no P3 do Público.

26.2.13

Sobre A Aventura no Rio, de Enid Blyton





«Os jovens João, Filipe, Dina e Maria da Luz protagonizaram uma série de oito aventuras escritas por Enid Blyton, entre 1944 e 1955.Quatro pequenos heróis sempre acompanhados pela catatua Didi, famosa ave palradora, personagem por direito próprio e engenhoso contraponto cómico destas aventuras. A popular autora exalta, através deles, os valores da lealdade, da coragem, e do sentido de entreajuda, e o amor pela vida selvagem: João é um atento observador de aves, e Filipe tem um talento especial para lidar com animais. No último volume da série, os intrépidos jovens embarcam rio abaixo num cruzeiro emocionante por paragens longínquas reminiscentes dos tempos bíblicos.» [No sítio da Agenda Cultural de Lisboa]

Sobre Os Criadores da Economia Moderna, de Sylvia Nasar




«De forma brilhante, Nasar apresenta retratos íntimos das suas personagens, delineando o percurso que moldou o seu pensamento … escreve com à-vontade e autoridade sobre complicadas matérias económicas, mas mostra ainda maior fluência ao evocar as vidas interiores das pessoas sobre as quais escreve e os mundos sociais por que passaram.» [Michiko Kakutani, New York Times]

25.2.13

Sobre Laços de Família, de Clarice Lispector







Obra-prima do conto em português, Laços de Família saiu em 1960, depois de Clarice Lispector, brasileira nascida na Ucrânia, se ter divorciado de um diplomata e regressado ao Rio de Janeiro. É uma colectânea de observações minuciosas e incidentes mínimos da vida burguesa, contados com uma linguagem de estranheza poética e quase hermética e com uma sintaxe “estrangeirada”. Sofisticada e indomável, Clarice, disse um dos seus amigos, era uma “pessoa rara que se parecia com Marlene Dietrich e escrevia como Virginia Woolf”.»

[Pedro Mexia, Atual, Expresso, 23 de Fevereiro de 2013]

A chegar às livrarias



«O modo de locomoção do espírito a que nos convida parece feito à nossa medida, é experimental de fazer em casa ou de ver na rua, e nele entramos sem iniciação ou reverência, sem baixar a cabeça numa porta estreita ao cimo de uma escada.
O percurso escolhido vai dos sentidos às técnicas pela experiência, da óptica dos espelhos, das lentes, do caleidoscópio ou do arco-íris, aos ímanes, à electricidade, às alavancas e aos foguetões, à pressão e ao atrito, à flutuação dos barcos, à tensão superficial, ou ainda ao peso do ar, aos termómetros, aos fenómenos do som. Pelo caminho, ensina-nos a ferver água numa caixa de papel, a fazer um sempre-em-pé e a gostar de perceber o porquê das coisas.
Rómulo de Carvalho veio recordar-nos, mais uma vez, como a Física também é quotidiana. A sua obra de divulgação científica, agora em reedição, ocupa um lugar destacado na história da divulgação em Portugal.» [Do Prefácio de José Mariano Gago]
 
Rómulo de Carvalho (1906-1997) foi durante mais de quarenta anos professor do ensino secundário. Iniciou a sua carreira em Lisboa em 1934. Em 1950, foi transferido para Coimbra, onde leccionou durante sete anos, fixando-se de novo e definitivamente em Lisboa, onde veio a reformar-se em 1974, aos 68 anos.
Nas escolas onde exerceu a profissão, designadas à época por «liceus», ensinou Física e Química, disciplinas em que se formara na Universidade do Porto, entre 1928 e 1931. As suas actividades docentes e acção pedagógica deixaram marcas indeléveis nas escolas onde trabalhou. Desde logo, na formação e nas escolhas profissionais de numerosos jovens que lhe passaram pelas mãos ou que receberam a sua influência através dos manuais escolares que publicou e que o notabilizaram como professor, ou ainda através dos livros de divulgação científica dirigidos a jovens e a menos jovens.
Neste caso estão, entre muitos outros trabalhos, os livrinhos da colecção «Ciência para Gente Nova» (oito títulos publicados entre 1952 e 1962); a obra pioneira Física para o Povo (dois volumes, de 1968) e os dezoito Cadernos de Iniciação Científica publicados entre 1979 e 1985, já depois de se ter aposentado.
O professor notabilizou-se também como investigador da história das ideias e da actividade científica e técnica em Portugal, no século de setecentos, e dos seus protagonistas — pessoas e instituições —, devendo-se-lhe, neste campo, mais de três dezenas de publicações, entre 1954 e 1996, a que se somam outros tantos estudos diversos relacionados com o mesmo tema. Deve-se-lhe a primeira e ainda hoje única História do Ensino em Portugal, desde a fundação da nacionalidade até ao fim do regime de Salazar-Caetano.
Em 1996, por ocasião dos seus 90 anos, Rómulo de Carvalho viu publicamente reconhecido o mérito da obra de uma vida, ao ser instituído, por decisão do governo português, o dia do seu aniversário — 24 de Novembro — como Dia Nacional da Cultura Científica.
Rómulo de Carvalho revelou-se publicamente como poeta publicando aos 50 anos de idade um primeiro livro de poemas. Foi então que nasceu António Gedeão, de quem se pode dizer que a sua poesia, ao mesmo tempo simples e elaborada, profundamente enraizada na sua terra, exprime a alegria, as dores, as inquietações e as contradições, a compaixão pelo outro e o amor da natureza e das coisas que afligem todo o ser humano.
[Frederico Carvalho
Setembro de 2012]

 

Hélia Correia no Correntes d'Escritas





Para ver aqui, o discurso de agradecimento de Hélia Correia no encerramento do encontro literário Correntes d’Escritas, dia 23 de Fevereiro, via Bibliotecário de Babel.

 

22.2.13

Exposição sobre Ryszard Kapuściński: O Poeta da Reportagem



 

É inaugurada amanhã, 23 de Fevereiro, às 16h30, no Centro Português de Fotografia, no Porto, uma exposição dedicada à vida do escritor, viajante e jornalista polaco Ryszard Kapuściński, cujos trabalhos relataram acontecimentos fulcrais da história do mundo.


De Ryszard Kapuściński, a Relógio D’Água publicou Os Cínicos não Servem para Este Ofício, obra que aborda os problemas surgidos na sua actividade, numa época de grandes mudanças políticas e sociais e de rápidas alterações tecnológicas na área da informação. Como falar de pobreza, de fome e das guerras? Qual a relação entre a realidade e a narrativa que dela se faz? Pode ser-se um bom jornalista sem motivações éticas? Que alterações foram provocadas no jornalismo pela televisão e a Internet?
Além de uma conversa com Maria Nadotti, o livro inclui uma entrevista feita por Andrea Semplici sobre os acontecimentos que levaram à emancipação africana do domínio colonial e um diálogo com o crítico de arte John Berger.

Sobre O Próximo Outono, de João Miguel Fernandes Jorge e Pedro Calapez





No suplemento ípsilon do Público de 22 de Fevereiro, Maria da Conceição Caleiro escreve sobre O Próximo Outono, de João Miguel Fernandes Jorge e Pedro Calapez: «O Próximo Outono é um livro literal e etimologicamente fabuloso, fantástico. Tal como a pintura, ele é assumidamente produto de fantasmas — convocados voluntária e involuntariamente, mas quase sempre presentes in absentia tanto no autor como no leitor (talvez outrora visitante) e no próprio artista plástico, cujo contexto material e sensível de produção se apagou e o curador persegue. Tudo o que precede a obra existe latente, mas a sua actualização não esgota o enigma, apenas desloca a transcendência. Esta não cessa de latejar, esfarelando sempre a coincidência, relançando o desejo de produzir arte.»

Sobre Anjos, de Denis Johnson





«Assombroso, Anjos, do poeta Denis Johnson, é a história de pessoas que inevitavelmente resvalam para os seus piores pesadelos. (…) é uma mistura de poesia e obscenidade. Nem todos os leitores serão arrebatados pelo seu melodrama e quase avassalador sentido de desespero. Mas, estejam as personagens a conversar com um anjo negro ou a pedir uma dose de batatas fritas, são pessoas que não podem ser ignoradas. Mr. Johnson escreveu um primeiro romance deslumbrante e selvagem.» [Alice Hoffman, New York Times]

21.2.13

Sobre Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada, de Pablo Neruda





Na Time Out Lisboa de 20 de Fevereiro, Hugo Pinto Santos escreve sobre Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada, de Pablo Neruda: «Obra de juventude, escrita aos 19 anos, Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada não tem a rudeza, nem a incipiência, do principiante – que Pablo Neruda já então não era. Comprovam-no a segurança das suas manobras de mão firme sobre a metáfora – “búzio terrestre, em ti a terra canta” (p. 31) – e uma impressionante capacidade de gerir o concreto e o imaterial – “o teu corpo paralelo submete-se aos meus braços/ como um peixe infinitamente preso à minha alma” (p. 69).»

Sobre É assim Que A Perdes, de Junot Díaz





Na Time Out Lisboa de 20 de Fevereiro, Rui Lagartinho escreve sobre É assim Que A Perdes, de Junot Díaz: «Junot Díaz tornou-se conhecido quando, em 2008, o seu segundo livro — A Breve e Assombrosa Vida de Oscar Wao — venceu uma série de prémios, entre os quais o Pulitzer para melhor ficção. Nascia uma esctrela americana com origem hispânica: Junot Díaz nasceu em 1968 em Santo Domingo, na República Dominicana, e cresceu em New Jersey.
A colecção de nove contos É assim Que A Perdes é o seu terceiro livro e dá de novo destaque a Yunior, personagem principal do seu primeiro livro de contos e secundário no romance premiado.»

Hélia Correia vence Prémio Correntes d’Escritas 2013


foto de Graça Sarsfield

O livro A Terceira Miséria, de Hélia Correia, foi o escolhido pelo júri do Prémio Correntes d’Escritas, que este ano distingue uma obra de poesia.
O Prémio foi hoje anunciado no encontro literário, que se realiza na Póvoa de Varzim, e será entregue dia 23 de Fevereiro, na Sessão de Encerramento.
O júri foi constituído por Almeida Faria, Carlos Vaz Marques, Helena Vasconcelos, José Mário Silva e Patrícia Reis. Entre os outros finalistas, contava-se também Fernando Guimarães, com As Raízes Diferentes, e Bernardo Pinto de Almeida, com Negócios em Ítaca, e José Agostinho Baptista, Manuel António Pina, Armando Silva Carvalho, Ferreira Gullar e Luís Filipe Castro Mendes. 

Hélia Correia nasceu em Lisboa, em 1949. Licenciada em Filologia Românica, foi professora do ensino secundário, tendo também feito um curso de pós-graduação em Teatro Clássico. Poetisa e dramaturga, foi enquanto ficcionista que Hélia Correia se revelou como um dos nomes mais importantes e originais surgidos durante a década de 80, ao publicar, em 1981, O Separar das Águas.
Na Relógio D’Água Hélia Correia publicou as obras: Soma, Montedemo; A Luz de Newton; Insânia, O Número dos Vivos, A Casa Eterna, O Rancor; Lillias Fraser; Fascinação, seguido de A Dama Pé-de-Cabra; Mopsos, O Pequeno Grego (O Ouro de Delfos e A Coroa de Olímpia); Bastardia; Desmesura; Perdição, A Ilha Encantada; Contos; Adoecer; A Chegada de Twainy e A Terceira Miséria.


«1.

Para quê, perguntou ele, para que servem
Os poetas em tempo de indigência?
Dois séculos corridos sobre a hora
Em que foi escrita esta meia linha,
Não a hora do anjo, não: a hora
Em que o luar, no monte emudecido,
Fulgurou tão desesperadamente
Que uma antiga substância, essa beleza
Que podia tocar-se num recesso
Da poeirenta estrada, no terror
Das cadelas nocturnas, na contínua
Perturbação, morada da alegria;»

20.2.13

Sobre Ou—Ou. Um Fragmento de Vida, de Soren Kierkegaard





No programa Livro do Dia de 19 de Fevereiro, na TSF, Carlos Vaz Marques fala sobre Ou—Ou. Um Fragmento de Vida, de Soren Kierkegaard. O programa pode ser ouvido aqui.

Hélia Correia recebe Prémio Vergílio Ferreira





A escritora Hélia Correia foi galardoada com o Prémio Vergílio Ferreira 2013, instituído pela Universidade de Évora, revelou hoje a academia alentejana.
De natureza universitária, o Prémio Vergílio Ferreira, que pretende distinguir o conjunto da obra de escritores portugueses relevantes, no âmbito da narrativa e do ensaio, vai ser entregue numa cerimónia pública, na sala de actos da instituição, a 1 de Março, data da morte de Vergílio Ferreira. [Noticiado pela Lusa]
No ano passado, o Prémio Vergílio Ferreira foi atribuído a José Gil.


 
 
Hélia Correia nasceu em Lisboa, em 1949. Licenciada em Filologia Românica, foi professora do ensino secundário, tendo também feito um curso de pós-graduação em Teatro Clássico. Poetisa e dramaturga, foi enquanto ficcionista que Hélia Correia se revelou como um dos nomes mais importantes e originais surgidos durante a década de 80, ao publicar, em 1981, O Separar das Águas.
Na Relógio D’Água Hélia Correia publicou as obras: Soma, Montedemo; A Luz de Newton; Insânia, O Número dos Vivos, A Casa Eterna, O Rancor; Lillias Fraser; Fascinação, seguido de A Dama Pé-de-Cabra; Mopsos, O Pequeno Grego (O Ouro de Delfos e A Coroa de Olímpia); Bastardia; Desmesura; Perdição, A Ilha Encantada; Contos; Adoecer; A Chegada de Twainy e A Terceira Miséria.
 
 

19.2.13

A chegar às livrarias: Os Criadores da Economia Moderna, de Sylvia Nasar





Neste seu novo ensaio, a autora de Uma Mente Brilhante conduz-nos pela história moderna, pelos homens e mulheres que mudaram a vida de cada um de nós. É uma história épica sobre a criação da economia moderna, e de como esta nos salvou da miséria e da privação, colocando o futuro nas nossas próprias mãos, em vez de o entregarmos a um destino inexorável.
 
Sylvia Nasar começa com a descrição feita por Charles Dickens e Henry Mayhew das precárias condições em que vivia a maioria da população em Londres — então o lugar mais rico do mundo — em meados do século XIX.
Descreve depois o esforço de Marx, Engels, Alfred Marshall, Beatrice e Sidney Webb, e Irving Fisher, para colocar as suas ideias em prática — com consequências revolucionárias para o mundo.
A abordagem de Sylvia Nasar vai, em seguida, desde John Maynard Keynes até Joseph Schumpeter, Friedrich von Hayek e Joan Robinson, passando pelos influentes economistas Paul Samuelson e Milton Friedman. O último investigador a ser analisado é Amartya Sem, galardoado com o Prémio Nobel de Economia. Sylvia Nasar mostra-nos como as ideias destes pensadores transformaram o mundo — de Londres até às nações desenvolvidas na Europa e na América e, agora, no resto do planeta.
Na descrição de Nasar encontramos homens e mulheres que tentam reagir a dramáticas crises, guerras mundiais, revoluções e sublevações económicas. Pensadores que tentaram transformar o destino da até então sombria ciência num instrumento para a humanidade.
Esta evolução, inimaginável há menos de duzentos anos, é uma história de tentativa e erro, exposta aqui sob a forma de uma envolvente narrativa que liga a vida dos pensadores da economia aos acontecimentos sociais e às teorias que elaboraram.

Sobre Dublinenses, de James Joyce





No Sol de 15 de Junho de 2012, Filipa Melo escreveu sobre Dublinenses, de James Joyce, um texto que agora disponibiliza no seu blogue, Coração Duplo, e em que aconselha a ler a obra «como um painel mimético da diversidade com que a vida, a corrupção, a paralisia e a morte se exprimem no dia-a-dia da cidade». Texto completo aqui.

Sobre Breves Notas, de Gonçalo M. Tavares





No sítio PnetLiteratura dá-se conta da chegada às livrarias de «Breves Notas», de Gonçalo M. Tavares:


«Os três volumes pertencentes à “Enciclopédia”, até agora publicados por Gonçalo M. Tavares, foram reeditados num único volume, pela Relógio D’Água. Breves Notas sobre Ciência; Breves Notas sobre o Medo e Breves Notas sobre as Ligações encontram-se assim reunidos numa edição de capa dura.»

18.2.13

Sobre Mau Tempo no Canal, de Vitorino Nemésio






Amanhã, 19 de Fevereiro, às 18h30, no ciclo de conferências Livros Difíceis, Francisco José Viegas falará sobre Mau Tempo no Canal, de Vitorino Nemésio, na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa.

Sobre Num Lugar Solitário, de Ana Teresa Pereira






No sítio PnetLiteratura dá-se conta da chegada às livrarias de Num Lugar Solitário, de Ana Teresa Pereira:

«A Relódio D’Água reeditou recentemente Num Lugar Solitário, da madeirense Ana Teresa Pereira. O livro foi publicado pela primeira vez em 1996 e reescrito pela autora para a edição presente. É um dos seus primeiros trabalhos publicados. A autora recebeu este ano o Grande Prémio de Romance e Novela da APE pela narrativa O Lago (Relógio D’Água).»

15.2.13

Sobre A Poesia do Pensamento — Do Helenismo a Celan, de George Steiner





No suplemento ípsilon do Público de 15 de Fevereiro, Nuno Crespo escreve sobre A Poesia do Pensamento — Do Helenismo a Celan, de George Steiner: «Pensar, diz Steiner, é, sempre, um acto linguístico. Esta é a premissa inicial do seu ensaio A Poesia do Pensamento — Do Helenismo a Celan, agora publicado em Portugal pela Relógio D’Água. Nele cruzam-se múltiplas referências do universo literário, filosófico e artístico deste pensador, através das quais se desenham os contornos da relação problemática entre poesia e filosofia. Não se trata de delimitar um campo de combate onde se tenta decidir quem chega ou fala mais alto, conflito cujo desenlace obrigaria a optar entre o poeta ou o filósofo. Em vez disso, este ensaio, como tantas vezes Steiner o designa, é uma viagem através dos sucessivos encontros da filosofia com a poesia e sobre o modo como o trabalho dos filósofos e dos poetas foi desvendando não só novas regiões de sentido para a linguagem, mas sobretudo novas regiões da experiência humana.»

Sobre Zé Susto e a Bíblia dos Sonhos, de Sylvia Plath





No programa Livro do Dia de 15 de Fevereiro, na TSF, Carlos Vaz Marques fala sobre Zé Susto e a Bíblia dos Sonhos, de Sylvia Plath. O programa pode ser ouvido aqui.

 

14.2.13

Anne Enright sobre James Joyce




«Há alguns livros que são tão importantes que já nem nos apercebemos deles, simplesmente fazem parte da nossa maneira de pensar. Surpreendo-me sempre ao ver quanto o meu trabalho é influenciado por James Joyce. (…). Mas receio que não seja algo que possa evitar. Dublinenses parece-me ser sobre membros da minha própria família alargada, apesar de ter sido escrito há tanto tempo. Retrato do Artista quando Jovem é o mito fundador para todos os escritores irlandeses. Stephen Dedalus decide que a única coisa a fazer à Irlanda é deixá-la, e depois escrever sobre ela. Com efeito, isto é o que os escritores irlandeses ainda fazem — pelo menos nas nossas cabeças, quando não num verdadeiro avião. E é também, ainda, um óptimo livro sobre crescer e sair de casa.» [Anne Enright]


 



Sobre Novelas nada Exemplares, de Dalton Trevisan





«Novelas Nada Exemplares está para o conto como o haiku para a poesia. E contudo, a concisão endiabrada de Dalton Trevisan não é um efeito (ou defeito) de estilo, mas a consequência proveitosa de uma visão do mundo e do coração negro do ser humano. Dizer tanto em tão pouco não é um feito técnico: é a própria linguagem como respiradouro da vida. Nem o longínquo aceno clássico a Cervantes torna estas ficções mais previsíveis. Como a serpente na erva, estão prestes a atacar.» [Hugo Pinto Santos, Time Out Lisboa, 13-02-2013]

13.2.13

Uma Mente Brilhante, Biografia de John Nash, de Sylvia Nasar





«Uma Mente Brilhante conta uma história tocante e oferece um notável olhar sobre o misterioso mundo da matemática e a tragédia da loucura.» [The New York Times Book Review]


A Relógio D’Água publicará muito em breve a última obra de Sylvia Nasar, Os Criadores da Economia Moderna.

Sobre A Rapariga sem Carne, de Jaime Rocha





No programa À Volta dos Livros, da Antena 1, Jaime Rocha conversou com Ana Daniela Soares sobre o seu último livro de ficção, A Rapariga sem Carne. O programa, emitido dia 29 de Janeiro, pode ser ouvido aqui.

A Ilha Encantada, de Hélia Correia, versão para jovens de A Tempestade, de William Shakespeare





«Compare-se esta peça com um sol. O poder dos seus raios tem gerado um sem-número de novas criações. Porém o centro permanece opaco e arde a temperatura inacessível. É o mais enigmático dos textos do mais enigmático dos autores. (…) Sobre esta A Tempestade há que dizer que permanece estranha aos nossos olhos e aos nossos ouvidos. E, no entanto, as suas personagens vão, com outras, no jorro da popularidade, passando pelo tempo e pelas culturas, tratadas como gente da família, com ternura e com falta de respeito. Muitos dos que conhecem Próspero e Caliban ignoram, na verdade, Próspero e Caliban. Há que voltar ao texto que, apesar de fortemente acompanhado pela História, resplandece na sua auto-suficiência, senhor de uma difícil beleza em estado bruto.» [Da Introdução de Hélia Correia]

12.2.13

Charles Darwin (12-02-1809/19-04-1882)





«Depois da morte de Darwin, o seu filho Francis publicou em 1887 uma edição de Life and Letters (Vida e Cartas) de Darwin. Em parte por decisão sua, em parte a pedido da mãe Emma e da irmã Henrietta, Francis omitiu algumas passagens da Autobiografia que eram demasiado pessoais, que se referiam a pessoas ainda vivas ou que mencionavam religião. Em particular, todo o capítulo sobre as «Crenças Religiosas» de Darwin foi omitido (...). A versão completa da Autobiografia só foi publicada em 1958 por Nora Barlow, neta de Darwin (filha de Horace). É esta a versão utilizada nesta tradução.» [Da Introdução]

A chegar às livrarias






O aclamado primeiro romance de Denis Johnson, Anjos, coloca Jamie Mays – uma esposa fugitiva que leva consigo as duas filhas – e Bill Houston – um ex-oficial da Marinha, ex-marido e ex-preso – juntos num autocarro da Greyhound em viagem pelos Estados Unidos. Guiados por um espírito inquieto, álcool e necessidades desesperadas, Jamie e Bill andam em estações de autocarros e hotéis baratos, onde vão deparando com as estranhas, fascinantes e perigosas margens da vida norte-americana. O seu bilhete pode muito bem dizer Phoenix, mas o seu destino é uma última paragem de surpreendente violência.
Denis Johnson, conhecido pelos seus retratos de norte-americanos marginais, ilumina esta odisseia com a sua visão única e uma sabedoria pessoal totalmente original.


«Um dos mais notáveis escritores americanos da actualidade.» [Los Angeles Times Book Review]

«Uma pequena obra-prima… prosa de extraordinário poder e estilo.» [Philip Roth]

Sobre Sylvia Plath




No Quociente de Inteligência, suplemento do Diário de Notícias de 9 de Fevereiro, Joana Emídio Marques escreve sobre Sylvia Plath, recordada por Helder Macedo: «Para além dos contos e da poesia Plath escrevia diversas formas de textos diarísticos, que podiam ser exercícios intimidade e de auto-flagelação, tentativas de auto-mobilização para resolver problemas, descrições de pessoas ou acontecimentos. “Alguns destes textos”, escreveu Hughes [na introdução a Zé Susto e a Bíblia dos Sonhos], “revelam mais claramente ainda que os seus melhores contos, a que ponto a pura presença objetiva das coisas e dos acontecimentos lhe paralisava a fantasia e a invenção.” (…) Depois da morte, Sylvia Plath haveria de ganhar uma projecção como poeta que nunca teve em vida. Os movimentos feministas dos anos 60 e 70 fizeram dela uma bandeira o que, para Helder Macedo “poderia ter sido fatal para a obra, pois acantonou-a num getho ideológico que lhe menorizava o alcance.”» [Citado da página de Facebook da jornalista]

11.2.13

Em Zé Susto e a Bíblia dos Sonhos, de Sylvia Plath





«Certos poemas e versos são para mim tão densos e milagrosos como o devem ser os altares de igreja e as cerimónias de coroação das rainhas para os devotos de outras imagens bem diferentes. Não me aflige que os poemas só alcancem um número bastante pequeno de pessoas. Mesmo assim, já vão surpreendentemente longe — viajam por entre estranhos, chegam por vezes a dar a volta ao mundo. Vão mais longe que as palavras de um professor na sala de aula ou as receitas de um médico; mais longe até, com um pouco de sorte, que o tempo de uma vida.»

[Sylvia Plath, «Contexto», in Zé Susto e a Bíblia dos Sonhos]

Sobre Sylvia Plath





No dia em que passam cinquenta anos sobre a morte de Sylvia Plath, Vanda Marques escreve no i sobre a autora de Zé Susto e a Bíblia dos Sonhos, Ariel e O Fato do Tanto-Faz-como-Fazia, três obras editadas em Portugal pela Relógio D’Água.

O texto pode ser lido aqui.

A Relógio D’Água na blogosfera



 

No blogue Casmurros dá-se notícia da lista dos finalistas do Man Booker International Prize, em que se inclui Lydia Davis, e acrescenta-se sobre a edição de Contos Completos: «São 198 pequenas histórias (quase mínimas) que tratam do amor, da solidão, do humor e da estranheza da vida.» [Texto completo aqui.]

8.2.13

Elizabeth Bishop (08-02-1911/06-10-1979)





«Uma arte

A arte de perder não é difícil de se dominar;
tantas coisas parecem cheias da intenção
de se perderem que a sua perda não é uma calamidade.

Perder qualquer coisa todos os dias. Aceitar a agitação
de chaves perdidas, a hora mal passada.
A arte de perder não é difícil de se dominar.

Então procura perder mais, perder mais depressa:
lugares e nomes e para onde se tencionava
viajar. Nenhuma destas coisas trará uma calamidade. […]»


(in Geografia III, de Elizabeth Bishop, tradução de Maria de Lourdes Guimarães)
 

Alexandra Lucas Coelho encontra «vampiro» de Curitiba

 
 
No ípsilon de 8 de Fevereiro, Alexandra Lucas Coelho conta-nos o seu encontro na cidade de Curitiba com Dalton Trevisan, Prémio Camões 2012 e o mais «invisível» escritor brasileiro.
 
«Estou assim, cara na grade, quando uma figura entra no meu campo de visão. É um homem de boné, um pouco curvado, mãos atrás das costas, passo firme. Caminha ao longo das árvores como se matutasse, quase falasse com ele mesmo. Vai até ao fim e volta, na mesma cadência. Cai o vermelho, cai o verde, Curitiba roda à volta do seu vampiro. Não me ocorre tirar fotografias nem esconder-me. Ocorre-me que talvez Dalton saiba que eu ia ver a casa. Chain [livreiro de Curitiba], fiel, não lhe diria? Se disse, terá Dalton saído ao jardim para me deixar com estas perguntas? E nisto o boné desaparece em direcção à casa. (…) “Era ele mesmo”, confirma Chain, quando volta à livraria. Tem a certeza? Dalton vive sozinho? E usa aquele boné? Sim, sim e sim. (…)
Não sei se Dalton alguma vez escreveu “Raskolnikov sou eu”, mas sei que escreveu “Capitu sou eu”, e os amigos contam que ele não tem dúvidas sobre o maior enigma da literatura brasileira: Capitu (heroína de Dom Casmurro) traiu Bentinho? Machado de Assis é o herói de Dalton Trevisan (juntem-lhe Flaubert, Tchékhov e cinefilia).
Na manhã seguinte paro na livraria a caminho do aeroporto. Lá estão os livros que comprei, todos assinados. E mais dois com dedicatória: oferta do vampiro.»
 
 

Sobre Anna Karénina no grande ecrã






No Público, num artigo de Marta Portocarrero intitulado «Quando os livros se tornam filmes», pode ler-se que , por «muito bem-sucedida que uma adaptação possa ser, existe sempre um risco inerente a este tipo de trabalho, sobretudo em relação a obras clássicas em que as expectativas dos leitores são, geralmente, elevadas e em que falhar costuma ser – na opinião de João de Mancelos – significado de “um esplêndido falhanço”.»

Em relação à adaptação de Anna Karénina, João de Mancelos, professor de guionismo, lamenta apenas o excesso de encenação que Joe Wright levou para o ecrã, e que, na sua opinião, «podia ter criado algo menos espectacular e mais centrado na história». A história de Lev Tolstoi foi publicada pela Relógio D’Água em 2007 (edição cartonada) e em 2012 (edição brochada). [Texto completo aqui.]

7.2.13

Sobre A Polaquinha, de Dalton Trevisan





«Aconselha-se que leia Trevisan com largas horas disponíveis pela frente. Porque é impossível parar. Inicie-se com A Polaquinha, um tratado sobre como escrever bem sobre sexo (até o mais explícito), com o melhor do estilo do autor: a frase sintética, objectiva e enumerativa; a suprema arte do diálogo; a metáfora ou os lugares-comuns tornados originais; a economia extrema do conjunto, com precisão iluminada; a psicologia entranhada no quotidiano. (…) Trevisan é uma supresa só, ao mesmo tempo, delícia e melancolia. Um susto de talento. Não deixe de o ler.» [Filipa Melo, Sol, 02-02-2013]

Hélia Correia e Jaime Rocha no Correntes d’Escritas




 

Foi divulgado o programa do Encontro Correntes d’Escritas, que tem início no próximo dia 20 de Fevereiro e em que será anunciado o vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa, e do qual são finalistas três autores com obras de poesia editadas pela Relógio D’Água: Hélia Correia, Bernardo Pinto de Almeida e Fernando Guimarães.
No dia 21, Hélia Correia participa, com Almeida Faria, António Mega Ferreira, Antonio Sarabia, Inês Pedrosa e Mário Zambujal, numa mesa cujo tema de discussão, moderado por José Carlos de Vasconcelos, será «Mentem-nos tanto os mitos».
No dia 23, Jaime Rocha participa, com Andréa del Fuego, Cristina Carvalho, João Tordo, Joel Neto e Possidónio Cachapa, numa discussão intitulada «Os meus textos não têm serventia», moderada por Onésimo Teotónio Almeida.


6.2.13

Exposição sobre Clarice Lispector na Gulbenkian inaugurada a 5 de Abril



 

«No ano em que passam 35 anos sobre a morte de Clarice Lispector, a Fundação Gulbenkian apresenta a exposição A Hora da Estrela, integrada nas comemorações do Ano do Brasil em Portugal. Divulgar a obra de uma das mais destacadas vozes da literatura brasileira é um dos objectivos desta exposição que ocupará a Sala de Exposições Temporárias do Museu Calouste Gulbenkian, entre 5 de Abril e 23 de Junho.
Com a curadoria de Julia Peregrino e Ferreira Gullar, a mostra já foi apresentada no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, mas também no Rio de Janeiro, em Brasília e em Bogotá. Mais de 700 mil pessoas viram esta exposição que mostra textos, fac-símiles, fotografias, documentos pessoais, mas também recria ambientes e cenários que inspiravam a escritora.» [No sítio da FCG]


Na Relógio D’Água, Clarice Lispector tem editados Onde Estivestes de Noite, Laços de Família, Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres, A Paixão segundo G. H., Perto do Coração Selvagem, A Maçã no Escuro, Contos Reunidos, A Cidade Sitiada, Água Viva, O Lustre, Um Sopro de Vida (Pulsações), e A Vida Íntima de Laura e A Mulher Que Matou os Peixes.
Em Fevereiro e Março, sairão ainda outras obras da autora, como A Descoberta do Mundo, O Mistério do Coelho Pensante e A Hora da Estrela.