27.11.15

Sobre O Sol dos Mortos, de Ivan Chmeliov





«O Sol dos Mortos (tradução, introdução e notas de Nina Guerra e Filipe Guerra) é a revelação de Ivan Chmeliov em língua portuguesa. Foi o primeiro livro escrito pelo autor depois de, em 1922, ter abandonado a Crimeia, onde vivia desde 1918. Está assim datado, no final: “Março – Setembro de 1923, Grasse”. Chmeliov tê-lo-á escrito, portanto, na casa que Búnin possuía naquela localidade dos Alpes Marítimos, e na qual passou uma temporada, ao chegar a França. Simultaneamente lírico (na linguagem), épico (no assunto) e dramático (pois a tragédia que testemunha e denuncia não pode deixar de suscitar em nós a piedade e o horror), O Sol dos Mortos é uma revelação magnífica que, para mais conveniente apreciação, convida o leitor a suspender excessivas preocupações quanto ao seu estatuto gnosiológico, digamos assim. Igualmente dispensável, por improfícua, será a tentativa de enquadrar num “género” literário este livro – que é, sobretudo, memorial e crónica da fome férrea e fera que mordeu a Crimeia entre 1921 e 1923.» [Mário Santos, Público, ípsilon, 27/11/15]

Sem comentários:

Enviar um comentário