«O Sol dos
Mortos (tradução, introdução e
notas de Nina Guerra e Filipe Guerra) é a revelação de Ivan Chmeliov em língua
portuguesa. Foi o primeiro livro escrito pelo autor depois de, em 1922, ter
abandonado a Crimeia, onde vivia desde 1918. Está assim datado, no final:
“Março – Setembro de 1923, Grasse”. Chmeliov tê-lo-á escrito, portanto, na casa
que Búnin possuía naquela localidade dos Alpes Marítimos, e na qual passou uma
temporada, ao chegar a França. Simultaneamente lírico (na linguagem), épico (no
assunto) e dramático (pois a tragédia que testemunha e denuncia não pode deixar
de suscitar em nós a piedade e o horror), O Sol dos Mortos é uma
revelação magnífica que, para mais conveniente apreciação, convida o leitor a
suspender excessivas preocupações quanto ao seu estatuto gnosiológico, digamos
assim. Igualmente dispensável, por improfícua, será a tentativa de enquadrar
num “género” literário este livro – que é, sobretudo, memorial e crónica da
fome férrea e fera que mordeu a Crimeia entre 1921 e 1923.» [Mário
Santos, Público, ípsilon, 27/11/15]
27.11.15
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