26.8.24

Certas Raízes Semifinalista do Oceanos

O livro «Certas Raízes» de Hélia Correia está entre as 60 obras semifinalistas da edição de 2024 de Oceanos, prémio de Literatura em Língua Portuguesa.

«Certas Raízes» e outras obras de Hélia Correia estão disponíveis em: https://www.relogiodagua.pt/autor/helia-correia/

 

 


 

20.8.24

Sobre A Noite do Morava, de Peter Handke

 Uma misteriosa convocatória reúne, numa casa-barco no rio Morava, alguns amigos e colaboradores de um velho escritor. Juntos ouvem, até ao amanhecer, a história que ele tem para lhes contar sobre a odisseia pela Europa de um outrora famoso escritor.

A história revela etapas do passado do narrador e do continente, que a guerra, a morte e outras subtis erosões do tempo tornaram irrecuperáveis. As suas divagações levam-no dos Balcãs a Espanha, Alemanha e Áustria, de um congresso de especialistas sobre as consequências do ruído a um ajuntamento clandestino internacional de virtuosos da harpa de judeu.

Mas a história e a sua narração são assombradas por uma bela desconhecida. Uma mulher que detém um controlo absoluto sobre o escritor.


«Peter Handke possui um dos mais notáveis estilos de prosa em língua alemã do pós-guerra. Um rio veloz, de profundidade retórica, que corre na direção contrária à corrente.» [The New York Times Book Review]


A Noite do Morava (trad. Ana Falcão Bastos) e outras obras de Peter Handke estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/peter-handke/

Sobre Margaret Wise Brown

 Sobre Margaret Wise Brown, autora de Boa Noite, Lua (com ilustrações de Clement Hurd): https://www.newyorker.com/magazine/2022/02/07/the-radical-woman-behind-goodnight-moon


Boa Noite, Lua, de Margaret Wise Brown, com ilustrações de Clement Hurd (tradução de Inês Dias), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/boa-noite-lua/

Sobre A Canção da Árvore, de Coralie Bickford-Smith

 «A história vai sendo também contada através de imagens coloridas, cheias de pormenores e variações de tonalidades que nos fazem sentir o passar do tempo e adivinhar a brisa que corre entre a folhagem no final do tempo quente. Lindas são também as imagens nocturnas, num fundo azul em que se vislumbra um céu estrelado e depois o brilho dos pirilampos. […]

A Minhoca e o Pássaro (2017), O Esquilo e o Tesouro Perdido (2023) são títulos igualmente editados em Portugal pela Relógio d’Água, todos com textos breves e poéticos e ilustrações vibrantes.» [Rita Pimenta, Público, 1778/2024: https://www.publico.pt/2024/08/17/impar/noticia/passaro-nao-queria-partir-abandonar-arvore-2100976


A Canção da Árvore e outras obras de Coralie Bickford-Smith (tradução de Inês Dias) estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/coralie-bickford-smith/

Sobre Políticas de Poder, de Margaret Atwood

 Inicialmente publicado em 1971, Políticas de Poder, de Margaret Atwood, envolve os leitores numa dança vital entre a mulher e o homem. Os seus poemas mantêm-se hoje tão iconoclastas como há cinco décadas. Ocupam um lugar de intimidade no político e no mítico.


Políticas de Poder (tradução de Ana Luísa Amaral) de Margaret Atwood está disponível em https://relogiodagua.pt/autor/margaret-atwood/

Sobre Harold e o Lápis Púrpura, de Crockett Johnson

Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Harold e o Lápis Púrpura, de Crockett Johnson (tradução de Maria Eduarda Cardoso)


Uma noite, o Harold decidiu ir dar um passeio ao luar. Mas não havia lua, e o Harold precisava de uma lua para dar um passeio ao luar. Felizmente levara o seu lápis púrpura, e desenhou uma lua. Também precisava de um sítio por onde caminhar, então desenhou um caminho. 

Assim começa uma das aventuras mais imaginativas e encantadoras de todos os livros infantis. O conceito criativo por trás desta história intriga crianças de todas as gerações, à medida que, página a página, se desenrolam as dramáticas e engenhosas aventuras do Harold e do seu lápis púrpura. 


Crockett Johnson nasceu em Nova Iorque e passou a sua infância em Long Island. Formou- se em arte na Universidade de Nova Iorque e na Cooper Union. 

Durante anos foi autor e ilustrador da popular tira de banda desenhada Barnaby. Também ilustrou livros infantis como The Carrot Seed, de Ruth Krauss. 

Apesar das diversas contribuições, foi através dos livros sobre o pequeno Harold e as suas aventuras com um lápis púrpura que se celebrizou.


Mais informação em https://www.relogiodagua.pt/produto/harold-e-o-lapis-purpura/

De Toda a Ferida É Uma Beleza, de Djaimilia Pereira de Almeida e Isabel Baraona

 «Se há coisa que nunca ninguém descobriu, e não se pode descobrir, é o que é uma menina. Como ninguém o sabe, ninguém sabe dizer com certeza quantas vezes uma menina pode nascer, quantas pode morrer, o que a mata ou o que a traz de novo à vida. Qual a diferença entre uma menina e um sonho? Ambos são esquecidos. Entre uma menina e um pesadelo? Ambos são lembrados. Entre uma menina e um machado? Ambos racham. Entre uma menina e um cão? Ambos ladram. Entre uma menina e um chapéu? Ambos servem a uns e não a outros. Entre uma menina e um cavalo? Ambos dançam. Se há mistério no mundo, é o de saber como as meninas se divertem. Descobri-lo obrigaria a saber dizer com certeza aquilo que um ser que ninguém conhece gosta de fazer para passar o tempo. Uma coisa é certa. Aquilo a que se chama “o mundo” é uma conspiração contra a alegria das meninas, contra as meninas se divertirem e se sujarem, contra o seu gozo e as delícias e silêncios desse gozo.»


Toda a Ferida É Uma Beleza, de Djaimilia Pereira de Almeida e Isabel Baraona, foi recentemente distinguido com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores | DGLAB e está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/toda-a-ferida-e-uma-beleza-pre-venda/


Outras obras de Djaimilia Pereira de Almeida estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/djaimilia-pereira-de-almeida/

19.8.24

Nick Cave em entrevista

 Nick Cave em entrevista ao Expresso


https://expresso.pt/semanario/revista-e/-e/2024-08-14-grande-entrevista-com-nick-cave.-as-pessoas-mais-miseraveis-podem-criar-as-coisas-mais-belas-42619ce4


Fé, Esperança e Carnificina, de Nick Cave e Seán O’Hagan (trad. Frederico Pedreira), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/fe-esperanca-e-carnificina-pre-publicacao/

De Veneza, Um Interior, de Javier Marías

 «Veneza produz simultaneamente duas sensações na aparência contraditórias: por um lado, é a cidade mais homogénea — ou, se se prefere, harmoniosa — de todas as que conheci. Por homogénea ou por harmoniosa entendo principalmente o seguinte: que qualquer ponto da cidade, qualquer espaço luminoso e aberto ou recanto escondido e brumoso que, com água ou sem ela, entre a cada instante no campo visual do espectador é inequívoco, isto é, não pode pertencer a nenhuma outra cidade, não pode confundir-se com outra paisagem urbana, não suscita reminiscências; é, portanto, tudo menos indiferente. (…)

Por outro lado (e aqui está o contraditório), poucas cidades parecem mais extensas e fragmentadas, com distâncias mais intransponíveis ou lugares que provoquem uma maior sensação de isolamento.»


Veneza, Um Interior (trad. José Bento e Manuel Alberto) e outras obras de Javier Marías estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/javier-marias/

Sobre O Espaço Interior, de José Gil

 Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: O Espaço Interior, de José Gil


«O que é o espaço interior? Aquele em que não somente o puro interior e o exterior “se fundem” e se “interpenetram”, mas em que também o sentido decorre naturalmente desse facto: a paisagem exterior, projectada no espaço interior, faz imediatamente sentido. Os movimentos internos — volições, sentimentos, intelecções — significam a partir do momento em que são (adequadamente) metaforizados pelo espaço exterior: “Há sol nos meus pensamentos” e, acrescenta Pessoa, “ninguém compreenderá como os meus pensamentos são tristes.”» [Do Prefácio]


A criação poética envolve vários riscos, entre eles, as viagens psíquicas que bordejam a loucura. A intensidade dessa experiência exige a construção de um espaço interior cuja elaboração o autor analisa na obra poética de Fernando Pessoa.


O Espaço Interior e outras obras de José Gil estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/jose-gil/

Sobre Pensamentos, de Marco Aurélio

 «Este livro, todo tecido de reflexões pessoais, tem radículas nos autores gregos bem assimilados — em Platão, em Homero, nos trágicos —, todos sobriamente citados, nunca para mostrar erudição, sempre para sublinhar a meditação pessoal de um homem dobrado ao íntimo. Era, sim, da estirpe de Epicteto e de Pascal este homem que de tão alto viu o “desconcerto do mundo” e abriu, sem mais candeia que a luz da consciência acesa em pavio estóico, um tão nobre caminho nas sombras da vida. Nunca como nele se equivaleram palácio e choupana aos olhos de um meditador. A misantropia crepuscular escorre do pensamento da morte, da brevidade da vida, da fugacidade de prazeres e honrarias. […] Mas que um imperador cumulado de riquezas e com mão desimpedida para a sacudir arbitrariamente por entre injustiças e vinganças se recolha à cela íntima e aí entorne, num canhenho de reflexões, a essência da própria alma — deve mover-nos a espanto e pena.» [Do Prefácio de João Maia]


Pensamentos, de Marco Aurélio (tradução e prefácio de João Maia), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/pensamentos-3/

Sobre Pensamentos, de Blaise Pascal

 «Pascal oferece muito sobre que o mundo moderno faria bem em pensar. E de facto, por causa da sua combinação e equilíbrio únicos de qualidades, não sei de nenhum escritor religioso mais pertinente para o nosso tempo. Os grandes místicos, como São João da Cruz, são em primeiro lugar para leitores com um objectivo especialmente determinado; os escritores devotos, como São Francisco de Sales, são em primeiro lugar para aqueles que já se sentem conscientemente desejosos do amor de Deus; os grandes teólogos são para os interessados em teologia. Todavia, não consigo pensar em nenhum autor cristão, nem mesmo Newman, que mais do que Pascal devesse ser recomendado àqueles que duvidam, mas que têm a capacidade intelectual para conceber e a sensibilidade para sentir a desordem, a futilidade, a ausência de sentido, o mistério da vida e do sofrimento, e que apenas conseguem encontrar paz através da satisfação de todo o ser.» [Da Introdução de T. S. Eliot]


Pensamentos (trad. Miguel Serras Pereira) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/pensamentos-2/

Sobre Lisboa — Livro de Bordo, de José Cardoso Pires

 “Lisboa é uma cidade de que é fácil gostar. Não recusa nenhum acrescento, absorve-o. ‘Mesmo os aleijões’, dizia Cardoso Pires em entrevista filmada no Jardim do Torel, de câmara assestada à linha do horizonte, de recorte pregueado de telhados subitamente rompido pelo espinho das Torres das Amoreiras. (…) 

Passados 20 anos, a Relógio D’Água reformula o aspecto e o uso do texto. Com razão: continua vigoroso o discorrer, em tons de amor-ódio, sobre a vivência do espaço ancestral; mas a cidade de Cardoso Pires vai-se tornando mais rara de encontrar. Coube à fotografia de José Carlos Nascimento — com vasta utilização da urbe em vários trabalhos — recuperar o que do texto persiste visualmente, para apoio a uma leitura mais referenciável dos novos apaixonados de Lisboa.” [Do Prefácio de Ana Cardoso Pires]


Esta e outras obras de José Cardoso Pires estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jose-cardoso-pires/

Sobre Mistérios de Lisboa, de Camilo Castelo Branco

 O romance Mistérios de Lisboa foi inicialmente publicado, em folhetim, no diário portuense O Nacional a partir de 4 de Março de 1853, tendo aparecido em livro no ano seguinte. A obra teve um razoável êxito junto dos leitores. A terceira edição, sempre em três volumes, surgiu em 1861. Dois anos depois, Ernesto Biester adaptou o romance para teatro com o título A Penitência, tendo a peça sido levada ao palco do D. Maria II.

Alexandre Cabral em Dicionário de Camilo Castelo Branco considera os Mistérios de Lisboa, segunda obra do autor, o «produto de uma imaginação truculenta e incontrolável».

«Os enredos – múltiplos e diversificados – entrelaçam-se no conjunto dos três vols., sendo os seus protagonistas personagens estranhas que têm em comum a faculdade exótica de mudarem de nome com a mesma facilidade como quem muda de camisa. Assim, Pedro da Silva, conhecido por João, chamar-se-á também Álvaro de Oliveira; o “Come-Facas” usava os seguintes pseudónimos: Barba-Roixa, Leopoldo Saavedra, Tobias Navarro e Alberto Magalhães, e Sebastião de Melo faz-se passar pelo padre Dinis Ramalho e Sousa e duque de Cliton. Por outro lado, a vastidão do mundo (Portugal, França, Bélgica, Inglaterra, África, Japão e Brasil) é o cenário onde se desenrolam os conflitos ficcionais, marcados por vectores que perdurarão na novelística camiliana: a vingança, o anátema, o amor de mãe, a passionalidade, que se confunde com a ganância, a perversidade e a santidade. De permeio indícios vários de reminiscências biográficas do autor.»

Mais de 150 anos após a sua publicação original, o livro «em que os pecadores podem ascender à virtude e a virtude se conquista através de sofrimentos e lágrimas» foi levado ao cinema pelo realizador Raúl Ruiz.


Mistérios de Lisboa está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/misterios-de-lisboa/

18.8.24

Sobre Sobre a Tirania, de Timothy Snyder

 Timothy Snyder é historiador e professor na Universidade de Yale. Venceu o Prémio Hannah Arendt em 2013 com o livro Bloodlands: Europe Between Hitler and Stalin e é co-autor de Thinking the Twentieth Century, o último livro do historiador Tony Judt. Neste livro, o autor explica-nos como podemos resistir e sobreviver aos movimentos de autoritarismo.


«Este escritor não nos deixa ficar com ilusões sobre nós próprios.» [Svetlana Alexievich, Vencedora do Prémio Nobel da Literatura 2015]


«Este livro tem de ser lido. É inteligente e intemporal.» [George Saunders]


«Sobre a Tirania é o livro mais interessante sobre literatura de resistência.» [Carlos Lozada, The Washington Post]


Sobre a Tirania (trad. Frederico Pedreira) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/sobre-a-tirania-vinte-licoes-do-seculo-xx/

Sobre O Pai Goriot, de Honoré de Balzac

 O pai Goriot é um fabricante de massas viúvo que, tendo enriquecido durante a Revolução, permitiu às filhas, Anastasie e Delphine, encontrar bons partidos.

Mas estas estão sempre a necessitar de dinheiro, pedem-no constantemente ao velho, que é forçado a viver na sórdida pensão parisiense de Madame Vauquer.

Aí estão também hospedados o ambicioso Eugène de Rastignac, estudante de Direito, o enigmático Vautrin, um forçado que se evadiu da colónia penal de Toulon, o brilhante e íntegro Horace Bianchon, estudante de Medicina, a viúva Madame Couture e a sua pupila Victorine Taillefer, Poiret, antigo empregado que vive agora dos seus rendimentos e está enamorado de Mademoiselle Michonneau…

Parte essencial de A Comédia Humana, essa obra monumental na qual as personagens passam de uns romances para os outros, O Pai Goriot é a história de um amor paternal absoluto que atinge a quase loucura.


O Pai Goriot (tradução de Júlia Ferreira e José Cláudio) e outras obras de Honoré de Balzac estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/honore-de-balzac/

Sobre O Xaile Andaluz, de Elsa Morante

 O Xaile Andaluz reúne doze contos sobre o mundo da infância e da adolescência.

A história que deu título ao livro, «O Xaile Andaluz», fala de um rapaz dividido entre a adoração pelo universo adulto encarnado pela mãe e o medo da realidade. E em «O Jogo Secreto» três crianças identificam-se de noite com as personagens romanceadas que inventam.


O Xaile Andaluz (trad. Miguel Serras Pereira) está disponível em https://relogiodagua.pt/autor/elsa-morante/

17.8.24

Sobre O Papel de Parede Amarelo, de Charlotte Perkins Gilman

 “Publicado pela primeira vez em 1892, na The New England Magazine, [‘O Papel de Parede Amarelo’] descreve um verão que uma jovem mulher sem nome passa numa casa senhorial. Como ela própria declara na primeira página, está ‘doente’, tem uma ‘depressão nervosa passageira — uma ligeira tendência para a histeria’. O marido, que é médico, remete-a para o andar de cima da casa, para repousar […].

‘O Papel de Parede Amarelo’ é um grande texto literário, criado por um intelecto inquieto e ardente.” [Da Introdução de Maggie O’Farrell]


O Papel de Parede Amarelo, de Charlotte Perkins Gilman (tradução de Alda Rodrigues), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/o-papel-de-parede-amarelo/

Sobre O Baile, de Irène Nemirovsky

 Antoinette tem catorze anos e deseja participar, mesmo que apenas por instantes, no baile que os seus pais, os Kampf, organizaram para ostentar a sua recém-adquirida riqueza. Mas a mãe decide não permitir a presença da filha, cujo corpo e maneiras a envergonham.

Desesperada, Antoinette vai vingar-se de um modo tão radical como inesperado.

O Baile, um romance de iniciação sobre a adolescência e os seus tormentos, foi um dos primeiros livros escritos por Irène Némirovsky, prematuramente morta em Auschwitz em 1942.

Surgida em 1930, a novela, inspirada nas difíceis relações entre a autora e a sua mãe, confirmou uma grande escritora, capaz de descrever a crueldade adolescente, ao mesmo tempo natural e premeditada, marcada pelo humor e pela ternura.


O Baile (tradução de Fernanda Frazão) e outras obras de Irène Némirovsky estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/irene-nemirovsky/

Sobre Mary Ventura e o Nono Reino, de Sylvia Plath

 Mary Ventura e o Nono Reino, conto que permaneceu inédito até há pouco, narra a história de uma jovem que se debate com os dilemas da entrada na vida adulta, numa tentativa de assumir o controlo do próprio destino.

Escrito em 1952, quando Sylvia Plath tinha vinte anos e estudava na Smith College, o conto começa com uma viagem. Mary despede-se dos pais na estação. Tem de apanhar o comboio com destino ao misterioso Nono Reino. Apesar de não se sentir preparada, cede à insistência dos pais e entra no comboio, onde conversa com uma mulher idosa que parece já ter feito aquela viagem muitas vezes. Mas o que começa como uma história prosaica vai-se convertendo num pesadelo que se adivinha nas enigmáticas palavras da mulher que acompanha Mary nesse percurso de descoberta, terror e libertação.


Mary Ventura e o Nono Reino (trad. Helena Briga Nogueira) e outras obras de Sylvia Plath estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/sylvia-plath/

16.8.24

Sobre Viagens, de Virginia Woolf

 Em companhia dos irmãos, de amigos, e mais tarde com o marido Leonard, Virginia Woolf viajou da adolescência até quase ao fim da vida.

Conheceu Espanha, que veio a considerar um país magnífico, apesar do invariável céu azul. Passou por Lisboa e Porto. Visitou por diversas vezes a Grécia. Perdeu-se pelas ruelas de Constantinopla e sentiu-se fascinada pelas suas principais mesquitas. Em Itália, deu particular atenção a Veneza, Florença e Siena. Na Alemanha, o centro da sua atenção foi Bayreuth. Em meados dos anos 30, visitou a França e deslocou-se à Holanda.

Mas viajar nunca foi para ela uma descrição de lugares, referenciados com anotações brilhantes. Como escreveu Jorge Vaz de Carvalho, na Introdução: «Nunca abusa no gosto pelo detalhe pitoresco ou prelecção erudita. Percebemos como a escritora evita obsessivamente os estilos de guia turístico ou de reportagem, bem como o pretexto dos monumentos e das paisagens para a revelação confessional ou reflexões de natureza histórica ou política. Trata-se, nas suas próprias palavras, de mostrar “todos os traços da passagem de uma mente pelo mundo”.»


Viagens (tradução de Jorge Vaz de Carvalho) e outras obras de Virginia Woolf estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/virginia-woolf/

Sobre Azul de Agosto, de Deborah Levy

 «Pouco depois de ter pintado o cabelo de azul, Elsa M. Anderson, famosa pianista de 34 anos, abandona a meio o “Concerto para Piano Nº 2” de Rachmaninov, saindo do palco no Salão Dourado, em Viena, depois de dois minutos e 12 segundos em que se desligou da orquestra, tocando outra coisa, música sua que o maestro depressa silenciou. Naquela noite dá-se como que um rasgão na sua vida. Tudo o que fora até àquele momento começa a “desmanchar-se” e a sua existência, cada vez mais “porosa”, passa a ser uma procura de sinais, de “razões para viver” e de ajustes de contas há muito adiados com as suas origens.

Em “Coisas Que não Quero Saber”, primeiro livro de uma notável trilogia autobiográfica, Deborah Levy assumia que a “hesitação” é o elemento essencial da sua escrita. Este novo romance prova-o à saciedade. A protagonista foge de si mesma e, ao fazê-lo, deambula por várias paisagens naturais e urbanas (uma ilha grega, Londres, Paris, a Sardenha), hipoteca o seu talento a dar aulas a adolescentes pouco talentosos, reflete sobre o mundo marcado pela pandemia de covid-19 (já depois dos grandes confinamentos, mas numa altura em que “as pessoas continuavam com medo”), atravessa de uma ponta à outra o espectro da melancolia e transforma a sua deriva, geográfica e mental, numa linguagem de pura fluidez, ao mesmo tempo levíssima e grave, cheia de hiatos, alusões e elipses.» [José Mário Silva, E, Expresso, 9/8/2024: https://expresso.pt/revista/culturas/livros/2024-08-08-livros-a-arte-da-fuga-em-azul-de-agosto-de-deborah-levy-4a45a93b]


Azul de Agosto (tradução de Alda Rodrigues) e outras obras de Deborah Levy estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/deborah-levy/

Sobre Sete Rosas Mais Tarde, de Paul Celan

 “O amor está morto na obra de Celan. Perdeu a qualidade redentora. O que dele fica são apenas fragmentos, imagens que não se ordenam numa estrutura superior unificada. Porque esse é o limite que atingem, o limiar que ultrapassam: o da unificação harmoniosa num universo e numa relação de que o amor foi brutalmente cortado.” [Da Introdução de Y. K. Centeno]


“A poesia de Celan começa por tactear caminhos, dolorosamente, num tempo de feridas abertas, exorcizando memórias próximas e debatendo-se com ópios inócuos (‘Verde-bolor é a casa do esquecimento’).” [Da Introdução de João Barrento]


Sete Rosas Mais Tarde (seleção, tradução e introdução de João Barrento e Y. K. Centeno) e outras obras de Paul Celan estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/paul-celan/

Sobre Os Sete Pilares da Sabedoria, de T. E. Lawrence

 “Hogarth defendeu que Lawrence tinha o dever histórico de elaborar uma crónica à altura da Revolta Árabe. Lawrence cedeu relutantemente, mas, depois de aceitar esta incumbência, concretizou‑a com a mesma força motriz impressionante que tinha gerado na campanha.” [B. H. Liddell Hart]


“É um dos melhores livros alguma vez escritos em língua inglesa. Como narrativa de guerra e aventura, é inultrapassável.” [Winston Churchill]


“Descreve a Revolta Árabe contra os turcos, vista por um inglês que nela tomou parte. No que seria aparentemente uma simples crónica militar, Lawrence da Arábia teceu um painel inusitado de retratos, descrições, filosofias, emoções, aventuras e sonhos. Para levar a cabo a sua missão, serviu-se de uma extraordinária erudição, uma memória impecável, um estilo que ele próprio inventou… uma total desconfiança em si mesmo e uma fé ainda maior.” [E. M. Forster]


“T. E. Lawrence foi “libertador da Arábia, tradutor heroico da Odisseia, asceta, arqueólogo, soldado e grande escritor. […] Negava sono e comida ao seu corpo e as suavidades do afeto à sua alma varonil”, acabando por “recusar a glória e até por recusar o prazer do exercício literário”. [Jorge Luis Borges]


Os Sete Pilares da Sabedoria, de T. E. Lawrence, com prefácio de B. H. Liddell Hart (tradução de Alda Rodrigues e Marta Mendonça), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/os-sete-pilares-da-sabedoria/

Sobre E tudo o Vento Levou, de Margaret Mitchell

 E Tudo o Vento Levou tem como pano de fundo a Guerra Civil Americana, que opôs o Norte industrializado ao Sul das grandes propriedades de trabalho escravo negro.

A bela e caprichosa Scarlett O’Hara vive em Tara, no estado sulista da Geórgia, numa plantação de algodão. Estamos em 1861. Os seus amigos e, em geral, todos os jovens aguardam com entusiasmo a entrada na guerra, esperando uma vitória rápida. A exceção é o aventureiro Rhett Butler, que se sente atraído por Scarlett. Mas esta está apaixonada por Ashley Wilkes, que se prepara para casar com Melanie Hamilton. Depois da guerra, Scarlett procura reconstruir a propriedade familiar para onde regressa, recorrendo à obstinação, astúcia e mesmo a um casamento de conveniência.

E Tudo o Vento Levou foi escrito ao longo de dez anos por Margaret Mitchell, tendo conhecido edição em 1936 e acabando por ser a única obra da autora publicada em vida (a sua novela adolescente Lost Laysen teve edição póstuma). Venceu o National Book Award (1936), o Pulitzer no ano seguinte, foi traduzida em dezenas de línguas e vendeu milhões de exemplares.

O romance apresenta a visão do Sul derrotado, que tentou contrariar o sentido libertador da evolução, mas os seus dramas e paixões transcendem, como sempre sucede em literatura, as circunstâncias sociais da época.

Em 1939, Victor Fleming e Sam Wood realizaram um filme sobre o romance, sendo os papéis principais desempenhados por Vivien Leigh e Clark Gable.


“Ninguém que sente prazer com a arte da ficção pode ignorar E Tudo o Vento Levou. Um livro de qualidade invulgar, uma narrativa soberba.” [The New York Times]


“O melhor romance que alguma vez nos chegou do Sul.” [The Washington Post]


“Fascinante e inesquecível.” [Chicago Tribune]


Os dois volumes de E Tudo o Vento Levou (trad. Frederico Pedreira) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/margaret-mitchell/

Sobre Alves & C.ª, de Eça de Queirós

 «De todos, é este o mais amoral dos livros de Eça. A heroína peca, mas acaba feliz. O galã comete adultério, mas continua na firma. O marido traído acomoda-se a tudo e tudo esquece. Os burgueses não tinham grandeza, nem fibra, nem estatura. Portugal surge como um país banhado por uma maré suja, onde todos tentam sobreviver a qualquer preço. Teríamos de esperar alguns anos para que viesse a público a sua obra-prima, Os Maias, esta, sim, uma tragédia.» [Do Prefácio de Maria Filomena Mónica]


Alves & C.ª, de Eça de Queirós, com prefácio de Maria Filomena Mónica, e outras obras de Eça de Queirós estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/eca-de-queiros/

15.8.24

Sobre A Queda da Casa de Usher e Outros Contos, de Edgar Allan Poe

 Um jovem cavalheiro é convidado para a velha casa de um amigo de infância, Roderick Usher.

À mansão parece concebida como cenário de um conto gótico, com a paisagem lúgubre que a rodeia, dois irmãos gémeos, o próprio Roderick e Lady Madeline, e doenças misteriosas que fazem parte da história familiar e que se manifestam em sensações sobrenaturais.

Todos os elementos do género parecem estar reunidos, e, no entanto, o suspense, o terror desta história deve-se à incerteza, pois não sabemos exactamente em que parte do mundo se situa e em que tempo decorre.

Há também um lago perto do solar dos Usher, mas suspeitamos que está lá apenas para compor um final fatídico.

O conto foi publicado pela primeira vez na Burton’s Gentleman’s Magazine. Tornou-se uma das obras de Poe preferidas da crítica e a que o próprio autor considerava a mais conseguida das que escreveu.

Esta edição reúne outros contos de Edgar Allan Poe: «Manuscrito Encontrado numa Garrafa», «Ligeia», «Uma Descida no Maelström» e «O Gato Preto».


A Queda da Casa de Usher e Outros Contos (trad. Miguel Serras Pereira e Anabela Prates Carvalho), com prefácio de Charles Baudelaire (trad. Manuel Alberto), e outras obras de Edgar Allan Poe estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/edgar-allan-poe/

Sobre Não Tenho Casa se Esta não For a Minha Casa, de Lorrie Moore

 O mais recente romance de Lorrie Moore venceu o National Book Award de Ficção 2024, que David Varno, presidente do júri, considerou «uma história de fantasmas hilariante e de partir o coração» e «um inesquecível feito de um autor americano que é uma referência».


A história de Não Tenho Casa se Esta não For a Minha Casa decorre nos séculos XIX e XX. Um professor que visita o seu irmão moribundo no Bronx. Um diário misterioso do século XIX roubado de uma pensão. Um palhaço terapêutico e um assassino, ambos supostamente mortos.

Com os seus singulares jogos de palavras, humor e sabedoria, Moore tece considerações sobre luto, devoção filial e romântica, o desaparecimento e a persistência de todas as coisas — visíveis e invisíveis — e o que significa ser assombrado pelo passado, tanto pela história como pelo coração humano.


Não Tenho Casa se Esta não For a Minha Casa (tradução de Inês Dias) e outras obras de Lorrie Moore estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/produto/nao-tenho-casa-se-esta-nao-for-a-minha-casa-pre-venda/

Sobre Recordações da Casa dos Mortos, de Fiódor Dostoievski

 Em Recordações da Casa dos Mortos, Dostoievski narra a sua experiência de cinco anos de prisão siberiana. Ele fora preso em Abril de 1849 e condenado à morte por actividades contra o governo como membro do Círculo Petrashevski. A 22 de Dezembro, colocado diante de um pelotão de fuzilamento, viu a ordem de execução comutada no último momento por trabalhos forçados na Sibéria.

Os acontecimentos são contados do ponto de vista de Aleksandr Petróvitch Goriántchikov, que assassinou a mulher no primeiro ano de casamento e vai descrevendo as conversas, experiências e sentimentos dos outros presos. Dostoievski fala da perda de liberdade, da solidão, do frio, dos trabalhos forçados e do carácter daqueles com quem conviveu, que, apesar de criminosos, descreve com humanidade, demonstrando admiração pela sua energia, engenhosidade e talento. Isto apesar dos seus ódios, astúcias, falta de escrúpulos e delações.

A vida na prisão é particularmente dura para Aleksandr Petróvitch, mais educado e sensível do que a maioria dos outros detidos. Dostoievski conclui que a existência de prisões como aquela, com as suas práticas administrativas e os cruéis castigos corporais, é um facto trágico tanto para os prisioneiros como para a Rússia. É como se previsse também o gulag dos tempos de Estaline, que viria a ser narrado, entre outros escritores, por Varlam Chalamov nos Contos de Kolimá.


Recordações da Casa dos Mortos (trad. António Pescada) e outras obras de Fiódor Dostoievski estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/fiodor-dostoievski/

Sobre A Casa no Largo Puff, de A. A. Milne

 Num lugar encantado, no cimo da Floresta, um rapazinho e o seu Urso estarão sempre a brincar.


Junta-te ao Puff, ao Porquito e a todos os seus amigos do Bosque dos Cinquenta Hectares nestas histórias sobre o Urso mais famoso do mundo. Entre outras aventuras, o Trigue descobre o que os Trigues gostam de comer, o Porquito faz um Feito Grandioso, e o Puff inventa um jogo novo. 


A Casa no Largo Puff  (trad. de Manuel Grangeio Crespo) e Joanica-Puff (trad. Helena Briga Nogueira) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/a-a-milne/

14.8.24

Sobre Segunda Casa, de Rachel Cusk

 Uma mulher convida um prestigiado pintor para passar uma temporada com ela e a sua família, na casa que acabam de construir numa remota zona costeira.

Profundamente impressionada com a sua pintura, espera que o particular olhar do artista ilumine com uma nova luz a sua própria existência e os mistérios da paisagem.

Ao longo desse verão, a presença do pintor vai revelar a distância que separa a realidade das ficções que vamos construindo e as subtis dinâmicas de poder que existem nas relações entre homens e mulheres.


“A prosa de Cusk é profundamente necessária. Segunda Casa, de escrita cruelmente precisa, lembra-nos as razões para que assim seja.” [Sam Byers, The Guardian]


“Os seus narradores […] analisam cada emoção como se esta acabasse de ser inventada.” [Dwight Garner, The New York Times]


“Cusk regressa com um romance impressionante. […] Uma obra de arte impecável.” [Meredith Boe, The Chicago Review of Books]


«Segunda Casa» (trad. Sara Serras Pereira) e «Kudos» (trad. Ana Falcão Bastos) de Rachel Cusk estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/rachel-cusk/

Em breve a Relógio D’Água editará Desfile, o mais recente romance de Rachel Cusk, com tradução de Alda Rodrigues.

Sobre A Segunda Espada, de Peter Handke

 De regresso a casa depois de uma longa viagem, o protagonista desta narrativa vê-se impelido a partir de novo alguns dias depois. Ao contrário da peregrinação anterior pelo mundo, desta vez encontra-se perante a necessidade de uma acção irrefutável.

“Então é este o semblante de um vingador!”, diz ele para si mesmo, olhando-se ao espelho nessa manhã antes de voltar a partir. Vingança? Por quê? Pela mãe, denunciada num jornal por ter simpatizado com a anexação do seu país pela Alemanha. Vingança de quem? De um jornalista que estaria por detrás destas acusações infundadas, alguém que mora nas colinas dos arredores de Paris.

Só que em Peter Handke nenhum plano pode ser traçado de antemão e nada nele é maniqueísta, não existem heróis nem malditos em estado puro. Quem tem pureza histórica suficiente para ter o direito de atirar a primeira pedra?


“[…] n’A Segunda Espada, ele mantém o suspense até ao fim. Será que o narrador se vai vingar do jornalista? É um jogo literário — não apenas com o que acontece no livro, mas também com o conhecimento da sua própria reputação." [Sebastian Hammelehle, Der Spiegel]


“[…] é um texto literariamente perfeito e espantosamente irritante de auto-exploração.” [Ulrich Kühn, NDR Kultur]


A Segunda Espada (trad. António Sousa Ribeiro) e outras obras de Peter Handke estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/peter-handke/

Nick Cave no The Late Show




Nick Cave esteve no The Late Show, com Stephen Colbert, e falou sobre o novo álbum e algumas das suas experiências artísticas mais marcantes, como a gravação de uma canção com Johnny Cash.

Fé, Esperança e Carnificina, de Nick Cave e Seán O’Hagan (trad. Frederico Pedreira), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/fe-esperanca-e-carnificina-pre-publicacao/

Sobre Deuses de Barro, de Agustina Bessa-Luís

 «“Nós devemos escrever sobre aquilo que conhecemos”, foi sempre o conselho dado por Agustina aos que se iniciavam na escrita. E foi por onde também começou — pelo mundo rural que tão bem conhecia, a Casa do Paço, em Travanca, aquele mundo fechado que frequentara em criança e adolescente, onde o convívio com as tias Maria e Amélia, sobretudo Amélia (a Sibila), fora o exemplo para a sua vida, um legado de sabedoria transmitido como uma profecia. As duas últimas páginas d’A Sibila testemunham, numa linguagem oracular, como num transe arrepiante e comovente, pela revelação do profundo, a transmissão de um destino, que ela, Agustina, terá de continuar a cumprir, depois da morte da Sibila. Deuses de Barro, se por um lado é um esboço para a descoberta dos mundos fechados que integram estes três romances iniciais, por outro, representa já um grito de liberdade, ousadia, revolta e desafio contra os deuses de barro que nos vigiam, nos tolhem, com quem somos obrigados a conviver e a venerar.» [Do Prefácio de Mónica Baldaque]


Deuses de Barro é o romance inédito que Agustina Bessa-Luís escreveu aos dezanove anos.

Esta e outras obras de Agustina Bessa-Luís estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/agustina-bessa-luis/

Sobre Depois de Deus, de Peter Sloterdijk

 «A modernidade deve atribuir-se a quem rejeita a ideia de um esvaziamento total do futuro no passado e opta pela inesgotabilidade do futuro, ainda que essa escolha exclua a possibilidade de um Deus omnisciente, de um Deus que, “no final dos tempos”, se inclina para trás, numa retrospetiva abrangente da criação.»


Em Depois de Deus, Peter Sloterdijk enumera as consequências da afirmação de que «Deus morreu», abarcando nessa análise a teologia e a filosofia atuais, assim como a política e os progressos registados na cultura, na ciência e na tecnologia.


Depois de Deus (trad. Ana Falcão Bastos) e outras obras de Peter Sloterdijk estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/peter-sloterdijk/

Sobre A Experiência de Deus, de Simone Weil

 Este texto faz parte dos Cadernos de Marselha, escritos por Simone Weil no inverno de 1941-42.

Simone Weil deixara Paris na companhia dos pais em junho de 1940, dirigindo-se a Marselha, etapa quase obrigatória para os que desejavam abandonar a Europa em guerra.

Relacionou-se aí com um grupo de resistentes enquanto aguardava a partida para Nova Iorque, que só iria ocorrer em maio de 1942.

Marselha transformou-se numa espécie de cidade de acolhimento e uma das etapas mais fecundas na evolução do seu pensamento.

Simone Weil foi uma helenista a quem não era indiferente o destino das heroínas de Sófocles, como era o caso de Antígona.

E, à medida que foi compreendendo o que considerava as riquezas espirituais do catolicismo, a proximidade das intuições pré-cristãs com os ensinamentos de Cristo surgiu-lhe com nitidez.


A Experiência de Deus (Tradução de Ana Cardoso Pires) e outras obras de Simone Weil estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/simone-weil/

Sobre Poemas, de Bertolt Brecht

 «Do que não restam dúvidas é de que, entre a galeria de poetas de quem Paulo Quintela se sentiu tão próximo que a transposição para português se lhe “impôs” como necessidade, Brecht ocupa um lugar ainda mais importante do que durante muito tempo pôde suspeitar‑se, um lugar em absoluto comparável ao ocupado por Goethe, Hölderlin ou Rilke.» [Do Posfácio de António Sousa Ribeiro]


Poemas, de Bertolt Brecht, versão portuguesa de Paulo Quintela, organização da edição e posfácio de António Sousa Ribeiro, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/poemas-pre-venda/

13.8.24

Sobre O Caminho da Cidade, de Natalia Ginzburg

 O Caminho da Cidade foi o primeiro romance escrito por Natalia Ginzburg e tem já o tom inconfundível que vai caracterizar a sua obra posterior.

Foi publicado em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, sob o pseudónimo de Alessandra Tornimparte.


«A voz da romancista e ensaísta italiana Natalia Ginzburg chega-nos com uma claridade absoluta atravessando os véus do tempo e da linguagem.» [Rachel Cusk]


«Estou completamente encantada com o estilo de Ginzburg.» [Maggie Nelson]


«O seu estilo de prosa é enganadoramente simples e muito complexo. Tem no leitor um efeito ao mesmo tempo tranquilizador e emocionante, o que não é fácil de fazer.» [Deborah Levy]


O Caminho da Cidad (tradução de Anna Alba Caruso) e outras obras de Natalia Ginzburg estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/natalia-ginzburg/

Sobre A Luz e a Escrita, de Humberto Brito

 Acompanhado de cartas escolhidas e da tradução portuguesa de Pedro Tamen de «A Lenda de São Julião Hospitaleiro», Humberto Brito propõe em «A Luz e a Escrita» que a Lenda é a grande lição tardia de Gustave Flaubert. Uma provocação, um manifesto, um balanço de vida, uma teoria da literatura, uma alegoria do métier, uma obra-prima do apagamento poético.


«A Luz e a Escrita» e «A Interrupção dos Sonhos», de Humberto Brito, estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/humberto-brito/

De Da Luz Para Dentro, de José Gardeazabal

 «somos o rio de Epicuro

o que cura


duas vezes» [Da Luz Para Dentro, p. 70]


Da Luz Para Dentro e outros livros de José Gardeazabal editados pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jose-gardeazabal/

Sobre A Luz da Guerra, de Michael Ondaatje

 Londres, 1945. A capital inglesa convalesce da guerra. Nathaniel, um adolescente de catorze anos, e Rachel, a sua irmã mais velha, são abandonados pelos pais, que saem do país em trabalho, deixando-os à guarda do misterioso Traça e de outros, «que podiam muito bem ser criminosos».

Nathaniel irá ajudar o Flecheiro nas suas atividades ilegais, participando, em recantos furtivos do Tamisa, no transbordo de galgos vindos de França para alimentar o negócio das corridas de cães clandestinas. Com Agnes, despertará para o amor, nos encontros iniciáticos de ambos em casas desocupadas.

Para Rachel, a nova vida será muito mais traumática.

Mas o excêntrico grupo que lhes frequenta a casa será aquilo que pretende fazer crer que é? E, mais importante do que isso, o que foi feito dos seus pais e, sobretudo, da mãe? Serão autênticas as razões que deu para partir? Que segredos esconde o seu passado?

Anos mais tarde, um Nathaniel já adulto começa a encaixar as peças de um puzzle, que fará alguma luz sobre a atroz realidade.


«O nosso livro do ano — e talvez de toda a carreira de Ondaatje.» [Daily Telegraph]


«Uma ficção tão rica, bela e melancólica como a própria vida, escrita com a linguagem visionária da memória.» [Observer]


«Um romance com um fulgor sombrio.» [The Times]


«A Luz da Guerra é uma obra-prima... Um thriller com a sedução de um conto de fadas sombrio.» [The Washington Post]


A Luz da Guerra (trad. Margarida Periquito) e outros livros de Michael Ondaatje estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/michael-ondaatje/