De regresso a casa depois de uma longa viagem, o protagonista desta narrativa vê-se impelido a partir de novo alguns dias depois. Ao contrário da peregrinação anterior pelo mundo, desta vez encontra-se perante a necessidade de uma acção irrefutável.
“Então é este o semblante de um vingador!”, diz ele para si mesmo, olhando-se ao espelho nessa manhã antes de voltar a partir. Vingança? Por quê? Pela mãe, denunciada num jornal por ter simpatizado com a anexação do seu país pela Alemanha. Vingança de quem? De um jornalista que estaria por detrás destas acusações infundadas, alguém que mora nas colinas dos arredores de Paris.
Só que em Peter Handke nenhum plano pode ser traçado de antemão e nada nele é maniqueísta, não existem heróis nem malditos em estado puro. Quem tem pureza histórica suficiente para ter o direito de atirar a primeira pedra?
“[…] n’A Segunda Espada, ele mantém o suspense até ao fim. Será que o narrador se vai vingar do jornalista? É um jogo literário — não apenas com o que acontece no livro, mas também com o conhecimento da sua própria reputação." [Sebastian Hammelehle, Der Spiegel]
“[…] é um texto literariamente perfeito e espantosamente irritante de auto-exploração.” [Ulrich Kühn, NDR Kultur]
A Segunda Espada (trad. António Sousa Ribeiro) e outras obras de Peter Handke estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/peter-handke/
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