«Rimbaud, tendo
abandonado a poesia, levou para a Abissínia uma máquina fotográfica. Bernardo
Pinto de Almeida acredita que esse episódio ilumina de algum modo a condição
poética da fotografia. É como se a fotografia fosse a nova poesia.
Podemos entender a Imagem da Fotografia (livro de 1995,
agora reeditado, com um prefácio de Antonio Tabucchi) como uma tentativa de
entender poeticamente a fotografia, numa época em que as imagens se tornaram
omnipresentes, banais e prosaicas, veículos de informação, de documentação, de
constatação. Pinto de Almeida, crítico de arte e também poeta, interessa-se
menos por esse tipo de fotografia, excepto como elemento da “doxa”, quer dizer,
da opinião recebida, do senso-comum; o que conta neste livro não é a
identificação individual ou colectiva, a do álbum de família ou da ilustração
de jornal, mas a fotografia enquanto enigma.»
[Pedro Mexia, no blogue
Malparado, 1-7-2014]
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