«Se olharmos para Enredos a
partir dos livros finais, não só reconhecemos a voz de Rui Nunes – um tom
despojado único na literatura portuguesa – como o início do tal processo de
implosão dos códigos narrativos. (…) A atmosfera saturada do
livro, em que Portugal impõe o seu peso de pátria putrefacta, conduz-nos por
fim à terceira parte, “Laços Patrióticos”, que é talvez o mais devastador
retrato alguma vez feito de Salazar. O “ditador” senil dá couves aos coelhos, “verte as águas onde lhe apraz”,
cai da cadeira, e encena diante de nós o espectáculo da sua decadência, que tem
tanto de burlesco (quando se põe de gatas na carpete, à procura de uma
imaginária rã) como de trágico.» [José Mário Silva, Expresso, Atual,
12-7-2014]
16.7.14
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