31.7.20

Sobre De Quanta Terra Precisa o Homem e Outros Contos, de Lev Tolstói




«De Quanta Terra Precisa o Homem, de Tolstoi (que Joyce considerava como “a melhor literatura do mundo”), só podia ter sido escrita, no século dezanove, por um russo ou por um americano. É uma parábola da imensidade da terra; não teria feito sentido nem na paisagem de Kent de Dickens, nem na Normandia de Flaubert.» [George Steiner, Tolstoi ou Dostoievski]

Esta e outras obras de Lev Tolstói estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/lev-tolstoi/

Isabel Lucas conversou com Ocean Vuong a propósito de Na Terra Somos brevemente Magníficos




Isabel Lucas conversou com Ocean Vuong a propósito de Na Terra Somos brevemente Magníficos, o seu primeiro romance, agora publicado pela Relógio D’Água.

«Fala de traumas íntimos e de traumas colectivos, sobretudo no caso da América: raça, identidade, género, classe, Vietname. Isso é feito através da linguagem com a consciência de que a violência política e os grandes traumas já estavam em poemas como a epopeia de Gilgamesh ou a Odisseia, de Homero. “Tudo o que eles disseram sobre proletariado, homoerotismo, queerness, trauma, guerra, já lá está. Não vejo isso como um tema delicado. É complicado, mas é aí que a literatura pertence, a essa tradição e eu atrevi-me a fazer isso”, diz [Ocean Vuong].» [Isabel Lucas, ípsilon, Público, 31/7/2020]

Na Terra Somos brevemente Magníficos é a carta de um filho à mãe que não sabe ler. Escrita quando o narrador não tem ainda trinta anos, a carta evoca o passado de uma família e narra uma história que tem como epicentro o Vietname, desvendando aspetos da sua vida que a mãe nunca conheceu e levando a uma inquietante revelação final. Testemunho de um amor duro mas inegável entre uma mãe solteira e o filho, a carta é também uma investigação sobre raça, classe e masculinidade, levantando questões centrais sobre uma atualidade repleta de violência e trauma, que se vão sobrepondo a compaixão e a sensibilidade.
Este livro é tanto sobre a energia de contar uma história como sobre o silencio destrutivo de não ser ouvido. Ocean Vuong escreve sobre pessoas aprisionadas entre mundos contraditórios e pergunta como recuperamos e podemos ajudar os outros sem deixarmos de ser quem somos. Procura assim responder a duas questões centrais: como sobreviver e como transformar essa sobrevivência em quase alegria.

Na Terra Somos brevemente Magníficos (trad. Inês Dias) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/na-terra-somos-brevemente-magnificos/

Sobre Louvor da Terra, de Byung-Chul Han




“Um dia senti uma profunda nostalgia e, além da nostalgia, uma necessidade premente de proximidade da terra. Por isso tomei a decisão de praticar diariamente jardinagem.”

Louvor da Terra não é um ensaio filosófico semelhante aos antes escritos por Byung-Chul Han.
Situando-se entre a filosofia e a poesia, a obra regista as reflexões de Byung-Chul Han sobre o tempo que dedica ao seu jardim.
Louvor da Terra leva-nos a tomar consciência da ameaçada beleza do nosso planeta, num tempo em que se vai adquirindo a perceção de que, a médio prazo, algumas das suas regiões poderão tornar-se inabitáveis.
A Terra cria vida e renova-a. Este poder pode ser entendido na jardinagem. Mais do que uma técnica, o cultivo das plantas é uma arte em que se pratica a meditação.
O livro é ilustrado com as plantas que Byung-Chul Han cultiva no seu jardim.

Esta e outras obras de Byung-Chul Han estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/byung-chul-han/

Sobre A Terra de Naumãn, de H. G. Cancela




«Este ano não houve Troca de Ovos. Todos os solstícios da estação seca, durante setenta gerações, as comunidades reuniram­‑se no Planalto de Naumãn. No alto das escarpas de granito, onde arde o fogo, erguem­‑se as muralhas com sete Portas. Éramos seis comunidades. Cada comunidade acedia ao espaço ritual pela sua Porta. A sétima, aprendíamo­-lo desde a primeira vez que pisávamos o Planalto, era para aqueles que viriam. Uma promessa de posteridade. A garantia de que, depois de cada dia, haveria outro dia, depois de cada ano, haveria outro ano, depois de cada comunidade, haveria outras comunidades. Nós, Naumans de dedos hábeis, respeitamos o passado, mas veneramos o Futuro.
No solstício em que perfazia catorze anos, eu, Alva, da comunidade de Uila, fui com os outros Naumans do mesmo ano conduzida ao Planalto. Enquanto subíamos as rampas que conduziam às Portas, todos levávamos os olhos vendados por uma faixa de sete voltas, tantas quantos os meses em que se divide o ano.»

Em «A Terra de Naumãn», H. G. Cancela conduz-nos através de uma narrativa juvenil e fantástica até uma fábula de contornos apocalípticos.
A Terra de Naumãn e outras obras de H. G. Cancela estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/h-g-cancela/

Sobre Terra dos Homens, de Antoine de Saint-Exupéry




«É inexplicável como ainda estamos vivos. Com a lanterna eléctrica na mão, sigo os traços do avião no solo. A duzentos e cinquenta metros do ponto onde ficou imobilizado, encontramos já ferros torcidos e chapas de metal que, durante o percurso, se foram espalhando pela areia. Quando nascer o dia, ficaremos a saber que embatemos quase tangencialmente numa encosta suave, no cimo de um planalto deserto.»

Terra dos Homens foi publicado em 1939 em França. Saiu nesse mesmo ano nos Estados Unidos, com o título Wind, Sand and Stars, tendo recebido o National Book Award, que era então o mais prestigiado prémio literário norte-americano.

Terra dos Homens e outras obras de Antoine de Saint-Exupéry estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/antoine-de-saint-exupery/


30.7.20

Sobre As Ilhas Gregas, de Lawrence Durrell




A escrita de Durrell está ligada à experiência do Mediterrâneo, em especial às Ilhas Gregas. Este texto, criado originalmente como um álbum fotográfico, foi agora recriado para o formato de livro. Nele encontramos descrições evocativas, histórias e mitos (entre eles alguns sobre flores e festividades). É por isso que nenhum viajante da Grécia ou admirador do génio de Durrell deve perder este livro.

«Durrell esteve em todo o lado e, como Ulisses, fez muito e sofreu muito, incluindo aventuras ocorridas durante a última guerra mundial. As suas descrições são prismáticas e palco para um elenco fascinante de atores… todos relembrados com afeto.» [Stewart Perowne, The Times]

«A sua mente é iluminada por tesouros enterrados no fundo do mar, mas nunca perdidos, sobre uma memória clara do Mediterrâneo… Durrell esteve em todo o lado, e é tão generoso com as suas sugestões como atrevido com as peripécias que descreve. Este texto está repleto de vitalidade.» [Frederic Raphael, Sunday Times]

As Ilhas Gregas (trad. Carlos Leite) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/as-ilhas-gregas/

Sobre As Ilhas dos Pinheiros, de Marion Poschmann




Gilbert Silvester, professor associado e investigador no campo da pogonologia, no âmbito de um projeto universitário financiado com fundos externos, está em choque. Na noite passada sonhou que a sua mulher o anda a enganar. Num absurdo ato irrefletido, decide deixá-la, apanha o primeiro voo intercontinental disponível e viaja até ao Japão, para conseguir ganhar distanciamento. Aí chegado, toma contacto com as descrições das viagens do poeta clássico Bashō e passa então a ter um objetivo: à semelhança dos antigos monges itinerantes, também ele quer agora ver a Lua sobre as ilhas dos pinheiros. Ao empreender o percurso tradicional seguido nessas peregrinações, pensa distrair-se com a observação da natureza e assim resolver a agitação que internamente o perturba. Antes sequer de começar, depara-se com um estudante, Yosa, cuja leitura de viagem é The Complete Manual of Suicide

Um romance de magistral desenvoltura: profundo, repleto de humor, cativante, comovente. No Japão, terra do chá, misturam-se a luz e a sombra, o superego freudiano e os sombrios deuses do xintoísmo. E, uma vez mais, coloca-se a velha questão: não passará a vida, no fim de contas, de um sonho?

«Uma obra-prima.»   [Alexander Cammann, Die Zeit]

«Um romance de crepitante inteligência.» [Paul Jandl, Neue Zürcher Zeitung]

«Uma prosa abissalmente jovial, impecavelmente bela.» [Katharina Granzin, die tageszeitung]

As Ilhas dos Pinheiros (trad. Paulo Rêgo) está disponível em https://relogiodagua.pt/autor/marion-poschmann/

Sobre Mau Tempo no Canal, de Vitorino Nemésio




«Creio que o isolamento de cada ilha açoriana dá lugar à constante presença de um fantástico individual, que percorre de um modo exemplar o romance de Nemésio, desde a personagem mais singela até à de maior complexidade. Fantástico individual que está em luta aberta contra um maravilhoso colectivo.
Assistimos a um descer dentro de cada um, como se dentro de si pisassem os degraus da escada em curva – perfeita sucessão de serpentes cegas – que levam, na geografia insular, ao lago subterrâneo da ilha Graciosa; a única das cinco ilhas centrais que as páginas de Mau Tempo no Canal não contemplam.» [Do Prefácio de João Miguel Fernandes Jorge]

Mau Tempo no Canal está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/mau-tempo-no-canal/

Sobre Açores — O Canto das Ilhas, de Carlos Pessoa




«Por mim, o gran finale desta viagem pelo arquipélago dos Açores poderia ocorrer com o observador confortavelmente sentado, e por fim serenado, na esplanada exterior do hotel Azoris Faial Garden, na Horta, tendo a piscina suspensa à sua frente e contemplando, no dia que lentamente se extingue, a montanha do Pico para lá do canal, deixando-se fundir com o ocaso solar e aspirando os matizes de luz e cor reflectidos na encosta, enquanto a constante dança das nuvens molda uma e outra e outra vez o maciço rochoso, num movimento incessante de ocultamento e desvelamento da própria montanha, até que a noite caia.
(…)
[A]percebe-se da suspensão do tempo, a imobilidade eterniza-se, a emoção irrompe, tudo ao mesmo tempo, num turbilhão perturbador e único. Enquanto isso, o Sol desce para o ocaso, lá longe na imensidão do mar das Flores, e as luzes vibrantes do dia prestes a terminar ajudam a instalar um estado de excepção, que é a expressão sublime da transcendência na vida, descobrindo, possivelmente pela primeira vez, que só assim ela vale a pena ser vivida.»

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29.7.20

De Mistérios de Lisboa, de Camilo Castelo Branco




«Tentar fazer um romance é um desejo inocente. Baptizá‐lo com um título pomposo é um pretexto ridículo. Apanhar uma nomenclatura, estafada e velha, insculpi‐la no frontispício de um livro e ficar orgulhoso de ter um padrinho original, isso, meus caros leitores, é uma patranha de que eu não sou capaz.
Se eu me visse assaltado pela tentação de escrever a vida oculta de Lisboa, não era capaz de alinhavar dois capítulos com jeito. O que eu conheço de Lisboa são os relevos, que se destacam nos quadros de todas as populações, com foro de cidades e de vilas. Isso não vale a honra do romance. Recursos de imaginação, se os eu tivera, não viria consumi‐los aqui numa tarefa inglória. E, sem esses recursos, pareceu‐me sempre impossível escrever os mistérios de uma terra que não tem nenhuns, e, inventados, ninguém os crê.
Este romance não é meu filho, nem meu afilhado.
Enganei‐me. É que eu não conhecia Lisboa, ou não era capaz de calcular a potência da imaginação de um homem. Cuidei que os horizontes do mundo fantástico se fechavam nos Pirenéus, e que não podia ser‐se peninsular e romancista, que não podia ser‐se romancista sem ter nascido Cooper ou Sue. Nunca me contristei desta persuasão. Antes eu gostava muito de ter nascido na terra dos homens verdadeiros, porque, peço que me acreditem, os romances são uma enfiada de mentiras, desde a famosa Astreia de Urfé, até ao choramingas Jocelyn de Lamartine.
Por consequência, diz o circunspecto leitor, vou‐me preparando para andar à roda num sarilho de mentiras.
Não, senhor. Este romance não é um romance: é um diário de sofrimentos, verídico, autêntico e justificado.» [Mistérios de Lisboa, p. 17]

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Sobre Porquê Este Mundo, de Benjamin Moser




«“Porquê este mundo” era a resposta à pergunta sobre o que uma biografia deve ser: mais do que um empilhar de dados cronológicos, uma escavação, um mergulho, um voo amplo que por vezes cai a pique, perseguindo um detalhe ou uma descrição.» [Luciana Leiderfarb, Expresso, 11/7/2020]

«Porquê Este Mundo — Uma Biografia de Clarice Lispector» de Benjamin Moser e obras de Clarice Lispector estão disponíveis em ww.relogiodagua.pt

Sobre Laços de Família, de Clarice Lispector




«Entre nós, poucos são aqueles que têm de Clarice outra referência que não seja o nome, e no entanto, trata-se de um dos mais singulares escritores da nossa língua. As razões deste clamoroso desconhecimento não podem deixar de se inscrever na contenciosa fraternidade que existe entre Brasil e Portugal e que leva a que, salvo raras excepções, as ligações em Cultura se produzam pelas cinturas mais frágeis ou já canónicas. No caso de Clarice, porém, a sua obra tarda de modo inusitado a chegar até nós e por duas razões — a primeira é que Clarice Lispector deixou há muito de ser um escritor de pequenos grupos aficionados para ser, no Brasil, uma referência obrigatória caída no domínio público universitário que a cada hora a faz e a refaz de análises e suposições teóricas.» [Do Prefácio de Lídia Jorge]

Laços de Família e outras obras de Clarice Lispector estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/clarice-lispector/

Sobre Léxico Familiar, de Natalia Ginzburg




Léxico Familiar é o principal livro de Natalia Ginzburg e um clássico da literatura italiana contemporânea.
A narrativa acompanha a vida dos Levi, que viveram em Turim entre 1930 e 1950, período em que se assiste à ascensão do fascismo, à Segunda Guerra Mundial e aos acontecimentos que se lhe seguiram.
Natalia, uma das filhas do professor Levi, foi testemunha dos momentos íntimos da família e dessa conversa entre pais e irmãos que se converteu num idioma secreto.
Nesta narrativa de pendor autobiográfico, os acontecimentos quotidianos misturam-se com reflexões que mantêm toda a atualidade. 
O livro venceu em 1963 o Prémio Strega.

«A sua simplicidade é um feito, bem conseguida e admirável, e bem-vinda a um mundo literário em que o manto da omnisciência é tão prontamente envergado.» [The New York Times Book Review]

Léxico Familiar (trad. Miguel Serras Pereira) está disponível em https://relogiodagua.pt/autor/natalia-ginzburg/

Sobre Todos os Caminhos Estão Abertos, de Annemarie Schwarzenbach



Em 6 de junho de 1939, a escritora suíça Annemarie Schwarzenbach empreendeu uma nova viagem, desta vez na companhia da escritora Ella Maillart. 
Saíram de Genebra no Ford Roadster Deluxe que o pai de Annemarie acabara de lhe oferecer. O carro estava repleto de material fotográfico. Percorreram os Balcãs, a Turquia e o Irão, tendo como destino o Afeganistão. Entretanto, na Europa, iniciara-se a Segunda Guerra Mundial, que em breve alcançaria todo o planeta.
Todos os Caminhos Estão Abertos é uma seleção de textos que Annemarie Schwarzenbach escreveu sobre essa viagem. Neles reflete-se a magia das paisagens áridas, a sua curiosidade pelos arcaicos hábitos do Oriente e pela vida das mulheres sob o Islão e o desejo de liberdade. O estilo da narrativa mistura jornalismo e poesia. A vida interior deste «anjo devastado», como a designou Thomas Mann, expande-se pela imensidão da estepe ao mesmo tempo que escuta os distantes ecos da guerra.

Todos os Caminhos Estão Abertos e outras obras de Annemarie Schwarzenbach estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/annemarie-schwarzenbach/

28.7.20

Sobre Contos, de Beatrix Potter




Beatrix Potter amava o campo e passou grande parte da sua infância a desenhar e a estudar animais.
Nasceu em Londres em 1866. Teve uma infância solitária e na juventude estudou Arte e História Natural. Passava as férias nos campos da Escócia e mais tarde na Região dos Lagos. 
Iniciou-se como escritora e ilustradora para crianças quando tinha 35 anos. O conto Pedrito Coelho foi publicado em 1902. 
Nos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), era já uma escritora popular, publicando novos contos quase todos os anos. Quando se tornou economicamente independente, comprou uma quinta na Região dos Lagos e, depois de, em 1913, se casar com o seu advogado William Heelis, estabeleceu-se ali de modo permanente. 
Na última fase da sua vida, dedicou-se a gerir as suas terras e à conservação da natureza. 

Contos e O Conto do Pedrito Coelho estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/beatrix-potter/

Sobre Viver no fim dos Tempos, de Slavoj Žižek




Para o autor de Bem-Vindo ao Deserto do Real, o capitalismo global está a chegar à sua crise final. Slavoj Žižek aponta os quatro cavaleiros deste futuro apocalipse: a crise ecológica mundial; os desequilíbrios do sistema económico; a revolução biogenética; e as divisões sociais explosivas.
Como está a sociedade ocidental a gerir as nossas vidas durante este período? Numa análise da situação global, Žižek argumenta que as nossas respostas colectivas a este Armagedão económico correspondem às etapas do luto: negação ideológica, explosões de raiva e tentativas de regatear, seguidas de depressão e aceitação. Depois de ultrapassar este ponto-zero, podemos começar a entender a crise como uma oportunidade para um novo começo.
Žižek examina as formas culturais e políticas destas etapas da evasão ideológica e do protesto político, do obscurantismo da New Age ao violento fundamentalismo religioso. Conclui com um convite ao retorno à crítica marxista da economia política.

«Žižek escreve com paixão e uma energia aforística que é fascinante.» [Los Angeles Times]

«As críticas de Žižek ao capitalismo e à reposição do pensamento comunista são ao mesmo tempo perspicazes e bem fundamentadas.» [Publishers Weekly]

Esta e outras obras de Slavoj Žižek estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/slavoj-zizek/

Sobre O Ofício de Viver, de Cesare Pavese




«Ninguém se mata pelo amor de uma mulher. Matamo-nos porque um amor, não importa qual, nos revela a nós mesmos na nossa nudez, na nossa miséria, no nosso estado inerme, no nosso nada.» [Cesare Pavese]

«O diário de Pavese é ao mesmo tempo uma técnica poética e um modo de estar no mundo.» [Italo Calvino]

«O diário teve uma primeira publicação, póstuma, em 1952, mutilado de algumas partes, constituídas essencialmente por nomes de pessoas e por palavras, frases ou inteiros parágrafos de conteúdo demasiado íntimo e eventualmente chocante, em que o autor exprime em termos muito fortes, grosseiros ou mesmo obscenos, o seu profundo desespero e impotência perante os reveses da sua vida sentimental, perante a sua dificuldade de relacionamento com o sexo oposto. Todas as partes então censuradas estão incluídas na presente edição, constituída pelo texto integral, tal como Pavese o registou no seu diário.
Dado como encerrado pelo autor cerca de uma semana antes da morte, e por ele próprio assinalado pelos limites cronológicos 1935–1950, constitui, assim, a evidência da trágica decisão consciente e antecipadamente tomada (…)» [Da Introdução]

O diário de Pavese foi encontrado depois da morte do autor numa pasta verde, na qual estava escrito a lápis vermelho e azul: «Il Mestiere | di Vivere | di | Cesare Pavese».

O Ofício de Viver, de Cesare Pavese (trad. Alfredo Margarido e Margarida Periquito, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/o-oficio-de-viver/

Sobre Este Ofício de Poeta, de Jorge Luis Borges




«Este Ofício de Poeta é uma introdução à literatura, ao gosto e ao próprio Borges. No contexto das suas obras completas, só tem comparação com Borges, oral (1979), que contém as cinco palestras — de âmbito um tanto mais estreito do que estas — que ele proferiu em maio-junho de 1978 na Universidade de Belgrano, em Buenos Aires. Estas Palestras Norton, anteriores em uma década a Borges, oral, são um tesouro de riquezas literárias que nos chegam sob formas ensaísticas, despretensiosas, muitas vezes irónicas, sempre estimulantes.» [Do Posfácio de Călin‑Andrei Mihăilescu]

Este Ofício de Poeta, de Jorge Luis Borges (trad. Telma Costa), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/este-oficio-de-poeta/

Sobre Contos Escolhidos, de Isaac Babel




Este livro reúne narrativas extraídas sobretudo de Exército de Cavalaria e de Contos de Odessa. J. L. Borges e Harold Bloom contam-se entre os críticos que chamaram a atenção para a singular importância da obra de Isaac Babel.

«Como contista, Babel rivaliza com Turguénev, Tchékhov, Maupassant, Gogol, Joyce, Hemingway, Lawrence e Borges: tal como eles, é um génio da forma. Mas está próximo de Kafka na peculiar dicotomia do seu génio.» [Harold Bloom]

«Esse livro ímpar intitula-se Exército de Cavalaria.
A música do seu estilo contrasta com a quase inefável brutalidade de certas cenas.
Um dos contos — “O sal” — conhece uma glória que parece reservada aos versos e que a prosa raramente alcança: sabem-na de cor muitas pessoas.» [J. L. Borges]

Contos Escolhidos e Contos e Diários estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/isaac-babel/

27.7.20

Sobre Humilhados e Ofendidos, de Fiodor Dostoievski




Publicado em 1861, Humilhados e Ofendidos é uma das principais obras de Dostoievski, antecipando em personagens como o príncipe Valkovski romances como O Idiota.
Dostoievski retoma de Gente Pobre os humilhados pelas circunstâncias da vida, ofendidos nos seus direitos e excluídos para as margens das grandes cidades. São personagens com o orgulho ferido, que resistem à hipocrisia e falta de humanidade dos seus opressores, se movem num meio em que os paixões esbarram com a frieza dos costumes.
O protagonista principal é Ivan Petrovitch, que procura um alojamento menos húmido do que aquele onde se albergou e cuja vida se altera ao conhecer um velho e o seu cão, tão miseráveis um como o outro. Em breve, é envolvido num dos temas recorrentes na obra de Dostoievski, a dispersão do amor entre várias personagens. 
O maior elogio a Humilhados e Ofendidos foi feito por Tolstói, que, ao tomar conhecimento da morte de Dostoievski, escreveu a um amigo: “Nunca vi o homem, nem tive nenhuma espécie de relação directa com ele, mas quando morreu compreendi de imediato que tinha sido para mim o mais precioso, o mais querido e o mais necessário dos seres. […] Sempre o considerei um amigo e esperava confiadamente vê-lo algum dia. E, de repente, leio a notícia da sua morte. Primeiro senti-me inteiramente confuso e, quando depois compreendi como o tinha apreciado, comecei a chorar… Ainda agora estou a chorar. Só poucos dias antes da sua morte tinha lido com emoção e prazer o seu Humilhados e Ofendidos.”

Humilhados e Ofendidos (trad. Carlos Leite) e outras obras de Fiodor Dostoievski estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/fiodor-dostoievski/

Sobre Sensibilidade e Bom Senso, de Jane Austen




Sensibilidade e Bom Senso é o primeiro romance escrito por Jane Austen (se excluirmos o epistolar e juvenil Lady Susan).
Para a sensível Elinor Dashwood e a sua impetuosa e romântica irmã, Marianne, a perspectiva de casarem com os homens que amam parece remota. 
Num mundo organizado por interesses e pelo dinheiro, as irmãs Dashwoods parecem condenadas pela ausência de relações pessoais e de fortuna.
Marianne apaixona-se pelo encantador e inconstante Mr. Willoughby. Em contraste, Elinor enfrenta com estoicismo as notícias de que o seu amado Edward Ferrars está prometido a outra mulher. Através das suas diferentes experiências amorosas, as duas irmãs são levadas a concluir que a melhor solução está na conjunção entre razão e sentimento. 

«Jane Austen foi uma inovadora feroz, e as suas inovações estavam praticamente realizadas quando ela tinha vinte e quatro anos. Isto diz-nos algo sobre a combinação vaga de esforço e instinto presente na sua vida literária. (…)
As heroínas de Austen não mudam no sentido moderno do termo porque, na verdade, não descobrem coisas sobre si mesmas. Elas descobrem novidades cognitivas, procuram o que é correcto. À medida que o romance avança, levantam-se alguns véus e removem-se alguns obstáculos, para que a heroína possa ver o mundo mais nitidamente.»
[James Wood, A Herança Perdida]

Sensibilidade e Bom Senso (trad. Paulo Faria) e outras obras de Jane Austen estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jane-austen/

Sobre Elogio da Sombra, de Junichiro Tanizaki




Elogio da Sombra é uma das principais obras de Tanizaki (1886-1965) e um dos mais fascinantes ensaios sobre as diferenças entre o Ocidente e o Oriente.
Para os Ocidentais, o mais importante aliado da beleza foi sempre a luz, a ausência de sombras. Para a estética tradicional japonesa, do rosto das mulheres às salas dos templos, o essencial está na sombra e nos seus efeitos.
Neste ensaio de 1933, Tanizaki fala-nos da cor das lacas, dos atores de , das paredes dos corredores, dos beirais das casas, da luz que há na sombra, para nos prevenir contra tudo o que brilha.
Revela-nos o que sentia ao olhar o papel dos shōji, a visão de um universo ambíguo onde luz e sombra se confundem numa impressão de eternidade.

Elogio da Sombra e outras obras de Junichiro Tanizaki estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/junichiro-tanizaki/

26.7.20

Sobre O Sol dos Mortos, de Ivan Chmeliov




«Se Fiódor Dostoiévski alertou profeticamente, no seu romance Demónios, sobre o perigo da calamidade global preparada pelos ideólogos do “paraíso na terra”, se Evguéni Zamiátin e George Orwell criaram as suas antiutopias satíricas, modelos do mundo desumanizado de acordo com as receitas teóricas e as sinistras experiências práticas que conheciam, escritores russos como Ivan Chmeliov, Ivan Búnin, Isaac Bábel, Vassíli Grossman criaram obras que são crónicas vivas, testemunhos factuais da pavorosa concretização da “grande experiência” de transformação política e social na Rússia, levada a cabo pelo partido bolchevique.» [Da Introdução]

O Sol dos Mortos (trad. Nina Guerra e Filipe Guerra) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/o-sol-dos-mortos/

Sobre Em busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust




Em Busca do Tempo Perdido é um livro que tem, nas palavras do seu autor, «a forma do tempo».
E, na verdade, o que distingue este romance é o reforço da sua concepção da memória como recriadora do passado. É isso que permite o misterioso encanto da narrativa e o tom de dolorosa nostalgia em que o passado envolve o presente.
Mas o recurso à memória involuntária faz com que Proust nunca transmita uma realidade de que a sua imaginação esteja ausente.
Ainda muito jovem, conhecia de cor todos os pormenores da vida das damas que tinham frequentado os salões de Paris desde o século xvii, como Madame La Sablière ou Madame de Staël.
E foi precisamente à sensação da decepção em relação ao imaginado que ele sentiu nos salões parisienses que foi buscar muitas das personagens que povoam o seu universo ficcional, onde o amor e o ciúme ocupam o lugar central.

Os sete volumes de Em busca do Tempo Perdido (trad. Pedro Tamen) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/marcel-proust/

25.7.20

Sobre Vidas de Raparigas e Mulheres, de Alice Munro



O único romance escrito pela vencedora do Nobel da Literatura 2013 — Vidas de Raparigas e Mulheres — é uma obra perspicaz, honesta, «formal, mas não factualmente autobiográfica», que nos conta a vida de uma jovem numa zona rural de Ontário durante os anos 40.
Del Jordan vive no fim da Flats Road, na quinta de criação de raposas do seu pai, onde os seus companheiros são um excêntrico solteiro amigo da família e o seu rude irmão mais novo. Quando Del começa a passar mais tempo na cidade, vê-se rodeada por mulheres: a sua mãe agnóstica, uma mulher teimosa que vende enciclopédias aos agricultores; a inquilina da sua mãe, Fern Dogherty; e a sua melhor amiga, Naomi, com quem partilha as frustrações e as desenfreadas alegrias características da adolescência. 
É através destas influências improváveis, e das suas experiências com o sexo, o nascimento, e a morte, que Del explora as contradições do que é ser uma mulher. O resultado é uma demonstração poderosa, comovente e repleta de humor da consciência incomparável de uma escritora sobre a vida de raparigas e mulheres.

Este romance e vários volumes de contos de Alice Munro estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/alice-munro/

Sobre Filho de Deus, de Cormac McCarthy




Filho de Deus é a história de Lester Ballard, um solitário homem rural que foi afastado das suas terras. Psicologicamente desequilibrado, mas dotado de uma imaginação fértil, cruel e pervertida, deambula pelos montanhosos domínios do Tennessee.

«McCarthy descreve o terrível declínio de Lester Ballard com paixão, ternura, eloquência e humor que (…) se harmonizam perfeitamente com a devastada aridez do Sul.» [Times Literary Supplement]

«A sua prosa infalivelmente bela e exata transporta-nos para um mundo imaginado, que é uma espantosa e violenta revelação.» [Tobias Wolff]

«Filho de Deus» (trad. Paulo Faria) e outras obras de Cormac McCarthy estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/cormac-mccarthy/

24.7.20

Sobre Nós e Outras Novelas, de Evguéni Zamiátin




Deste livro fazem parte a distopia Nós, duas «novelas inglesas» e o romance O Flagelo de Deus, que Zamiátin deixou inacabado.
Nós, a mais conhecida das suas obras, foi escrita em 1920 e publicada em inglês em Nova Iorque em 1925, depois em checo em 1927 e em francês em 1929, tendo influenciado 1984 de Orwell e Anthem de Ayn Rand. Inspira-se na tendência da sociedade inglesa, a economia industrial mais evoluída da época, para a regulamentação e um controlo da vida humana em que não há lugar para a individualidade. Revelou-se profético no que respeita à evolução do regime russo, que apostou na indústria pesada e nos planos quinquenais. Foi escrito na forma do diário de um construtor de uma espécie de nave espacial destinada a levar a «felicidade» aos habitantes de outros planetas. O narrador vê-se, por força das circunstâncias, perante o dilema: continuar a ser uma peça da máquina que é o Estado Único ou arriscar-se a ter sentimentos como amor e compaixão. O regime comunista proibiu a publicação da obra.
O Pescador de Homens é a designação dada pelo autor à personagem desta narrativa, escrita em 1918. A personagem central, marido exemplar e «um dos apóstolos voluntários da Sociedade da Luta contra o Vício», é um caso acabado de hipocrisia.
O Flagelo de Deus, a obra que Zamiátin não chegou a terminar, é uma narrativa histórica de evidente actualidade, decorrendo numa época de migrações e de sensação de catástrofe iminente.

Nós e Outras Novelas (trad. Nina Guerra e Filipe Guerra) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/nos-e-outras-novelas/

De Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto




«1

do que passei em minha
mocidade neste reino
até que me embarquei para a índia

Quando às vezes ponho diante dos olhos os muitos e grandes trabalhos e infortúnios que por mim passaram, começados no princípio da minha primeira idade e continuados pela maior parte e melhor tempo da minha vida, acho que com muita razão me posso queixar da ventura que parece que tomou por particular tenção e empresa sua perseguir-me e maltratar-me, como se isso lhe houvera de ser matéria de grande nome e de grande glória; porque vejo que, não contente de me pôr na minha Pátria logo no começo da minha mocidade, em tal estado que nela vivi sempre em misérias e em pobreza, e não sem alguns sobressaltos e perigos da vida, me quis também levar às partes da Índia, onde em lugar do remédio que eu ia buscar a elas, me foram crescendo com a idade os trabalhos e os perigos. Mas por outro lado, quando vejo que do meio de todos estes perigos e trabalhos me quis Deus tirar sempre a salvo e pôr-me em segurança, acho que não tenho tanta razão de me queixar de todos os males passados, quanta tenho de lhe dar graças por este só bem presente, pois me quis conservar a vida para que eu pudesse fazer esta rude e tosca escritura que por herança deixo a meus filhos (porque só para eles é minha intenção escrevê-la) para que eles vejam nela estes meus trabalhos e perigos da vida que passei no decurso de vinte e um anos, em que fui treze vezes cativo e dezassete vendido, nas partes da Índia, Etiópia, Arábia Feliz, China, Tartária, Macáçar, Samatra e outras muitas províncias daquele oriental arquipélago dos confins da Ásia, a que os escritores chins, siameses, guéus, léquios, chamam em suas geografias a pestana do mundo, como ao adiante espero tratar muito particular e muito amplamente. Daqui por um lado tomem os homens motivo de não desanimarem com os trabalhos da vida para deixarem de fazer o que devem, porque não há nenhuns, por grandes que sejam, com que não possa a natureza humana, ajudada do favor divino, e por outro me ajudem a dar graças ao Senhor omnipotente por usar comigo da sua infinita misericórdia, apesar de todos meus pecados, porque eu entendo e confesso que deles me nasceram todos os males que por mim passaram, e dela as forças e o ânimo para os poder passar e escapar deles com vida.» [pp. 23-24]

Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/peregrinacao-2-vols/

Sobre Frankenstein, de Mary Shelley




O monstro de Victor Frankenstein foi criado em 1818 por uma jovem de 23 anos, Mary Wollstonecraft Godwin, filha de um livre-pensador e de uma das fundadoras do feminismo.
Mary Shelley concebeu a sua obra inicialmente apenas como um conto, quando passava alguns dias na Villa Diodati, alugada por Byron, junto do lago de Genebra na aldeia de Cologny, num grupo de que fazia também parte o médico John Polidori. 
Aproveitando a conversa junto à lareira, em vários dias em que não puderam passear devido à chuva intensa, os quatro amigos combinaram escrever contos fantásticos. 
Só Mary Shelley concluiu o seu, que depois de transformaria no romance Frankenstein, um dos clássicos indiscutíveis da literatura inglesa.

Frankenstein (tradução de Fernanda Pinto Rodrigues) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/frankenstein/

23.7.20

Sobre E Tudo o Vento Levou, de Margaret Mitchell





Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: E Tudo o Vento Levou (vols. I e II), de Margaret Mitchell (tradução de Frederico Pedreira)

E Tudo o Vento Levou tem como pano de fundo a Guerra Civil Americana, que opôs o Norte industrializado ao Sul das grandes propriedades de trabalho escravo negro.
A bela e caprichosa Scarlett O’Hara vive em Tara, no estado sulista da Geórgia, numa plantação de algodão. Estamos em 1861. Os seus amigos e, em geral, todos os jovens aguardam com entusiasmo a entrada na guerra, esperando uma vitória rápida. A exceção é o aventureiro Rhett Butler, que se sente atraído por Scarlett. Mas esta está apaixonada por Ashley Wilkes, que se prepara para casar com Melanie Hamilton. Depois da guerra, Scarlett procura reconstruir a propriedade familiar para onde regressa, recorrendo à obstinação, astúcia e mesmo a um casamento de conveniência.
E Tudo o Vento Levou foi escrito ao longo de dez anos por Margaret Mitchell, tendo conhecido edição em 1936 e acabando por ser a única obra da autora publicada em vida (a sua novela adolescente Lost Laysen teve edição póstuma). Venceu o National Book Award (1936), o Pulitzer no ano seguinte, foi traduzida em dezenas de línguas e vendeu milhões de exemplares.
O romance apresenta a visão do Sul derrotado, que tentou contrariar o sentido libertador da evolução, mas os seus dramas e paixões transcendem, como sempre sucede em literatura, as circunstâncias sociais da época.
Em 1939, Victor Fleming e Sam Wood realizaram um filme sobre o romance, sendo os papéis principais desempenhados por Vivien Leigh e Clark Gable.

“Ninguém que sente prazer com a arte da ficção pode ignorar E Tudo o Vento Levou. Um livro de qualidade invulgar, uma narrativa soberba.” [The New York Times]

“O melhor romance que alguma vez nos chegou do Sul.” [The Washington Post]

“Fascinante e inesquecível.” [Chicago Tribune]

Os dois volumes estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/margaret-mitchell/

Sobre Fausto, de Johann W. Goethe




«A partir de Marlowe dá-se realmente a transformação das histórias de cordel do Doutor Fausto na história trágica do homem, ainda explicitamente historizado, do Renascimento, frente às limitações que quer e vai superar. O preço da “vontade de poder” desse primeiro Fausto literário é ainda o Inferno; mas a importância de Marlowe vem-lhe do facto de ele ter realizado uma obra de rotura. Com Goethe, dois séculos mais tarde, é a grande obra de síntese que surge: a história tradicional sofre uma inflexão e uma elaboração que a faz ascender ao lugar de “tragédia” do género humano (e com isso lhe retira desde logo a possibilidade de ser uma tragédia de carácter, como mandam as leis do género na sua forma moderna). Em Goethe, Fausto assume um recorte universal, alargam-se imenso as suas potencialidades significativas e ele passa a ter, na consciência colectiva ocidental (metonímica, e talvez abusivamente, tomada por universal), a dimensão simbólica própria dos mitos.» [Da Introdução de João Barrento]

Fausto, de Johann W. Goethe, com introdução, tradução e glossário de João Barrento, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/fausto-de-goethe/