31.7.20

Isabel Lucas conversou com Ocean Vuong a propósito de Na Terra Somos brevemente Magníficos




Isabel Lucas conversou com Ocean Vuong a propósito de Na Terra Somos brevemente Magníficos, o seu primeiro romance, agora publicado pela Relógio D’Água.

«Fala de traumas íntimos e de traumas colectivos, sobretudo no caso da América: raça, identidade, género, classe, Vietname. Isso é feito através da linguagem com a consciência de que a violência política e os grandes traumas já estavam em poemas como a epopeia de Gilgamesh ou a Odisseia, de Homero. “Tudo o que eles disseram sobre proletariado, homoerotismo, queerness, trauma, guerra, já lá está. Não vejo isso como um tema delicado. É complicado, mas é aí que a literatura pertence, a essa tradição e eu atrevi-me a fazer isso”, diz [Ocean Vuong].» [Isabel Lucas, ípsilon, Público, 31/7/2020]

Na Terra Somos brevemente Magníficos é a carta de um filho à mãe que não sabe ler. Escrita quando o narrador não tem ainda trinta anos, a carta evoca o passado de uma família e narra uma história que tem como epicentro o Vietname, desvendando aspetos da sua vida que a mãe nunca conheceu e levando a uma inquietante revelação final. Testemunho de um amor duro mas inegável entre uma mãe solteira e o filho, a carta é também uma investigação sobre raça, classe e masculinidade, levantando questões centrais sobre uma atualidade repleta de violência e trauma, que se vão sobrepondo a compaixão e a sensibilidade.
Este livro é tanto sobre a energia de contar uma história como sobre o silencio destrutivo de não ser ouvido. Ocean Vuong escreve sobre pessoas aprisionadas entre mundos contraditórios e pergunta como recuperamos e podemos ajudar os outros sem deixarmos de ser quem somos. Procura assim responder a duas questões centrais: como sobreviver e como transformar essa sobrevivência em quase alegria.

Na Terra Somos brevemente Magníficos (trad. Inês Dias) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/na-terra-somos-brevemente-magnificos/

Sem comentários:

Enviar um comentário