24.3.24

De «A Poesia como Arte Insurgente», de Lawrence Ferlinghetti

 



«Poetas, saiam dos vossos armários,

Abram as vossas janelas, abram as vossas portas,

Estiveram demasiado tempo enfiados

nos vossos mundos fechados.

Desçam, desçam

dos vossos Russian Hills e Telegraph Hills,

dos vossos Beacon Hills e dos vossos Chapel Hills,

dos vossos Montes Análogos e Montparnasses,

desçam dos nossos contrafortes e montanhas,

das vossas tendas e cúpulas.

As árvores continuam a cair

e nós deixaremos de ir aos bosques.

Não há tempo para subirmos às árvores

Enquanto o homem faz arder a sua própria casa

para assar o seu porco.

Deixaremos de cantar Hare Krishna

enquanto Roma arde.

São Francisco está a arder,

a Moscovo de Maiakovski faz arder

os combustíveis‑fósseis da vida. […]»

[De «Manifesto Populista #1», in «A Poesia como Arte Insurgente», de Lawrence Ferlinghetti]


A Poesia como Arte Insurgente (tradução de Inês Dias) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-poesia-como-arte-insurgente/

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