27.1.20

Sobre Corpos Celestes, de Jokha Alharthi




«O nome Jokha Alharthi estará a associado a um tempo, este. Natural de Omã, tornou-se aos 41 anos na primeira mulher do seu país a ser publicada em inglês e, depois disso, a primeira entre os escritores árabes a vencer o International Man Booker com o romance Corpos Celestes. Aconteceu em Maio de 2019, dez anos depois de ter começado a escrever o livro enquanto fazia um doutoramento em poesia clássica árabe na universidade de Edimburgo, e nove anos depois de ter saído originalmente.
A espécie de milagre deu-se quando Alharthi, depois de interromper o doutoramento, ter regressado a Edimburgo, onde encontrou Marilyn Booth, que seria a sua nova orientadora. Ofereceu-lhe um exemplar, Booth encantou-se e quis traduzi-lo, mesmo sem haver editora interessada. Só mais tarde apareceu a escocesa Sandstone e o rumo de Corpos Celestes alterou-se. […]
Em ambiente doméstico, Corpos Celestes, que chega  a Portugal pela Relógio D’Água, é um livro político que encontra eco no actual contexto mundial, a partir de um lugar cultural e socialmente distante dos olhares do Ocidente. Influenciada por escritores como Gabriel García Márquez, Yasunari Kawabata, Yukio Mishima, Tchékhov ou o poeta árabe Mahmoud Darwish, a voz de Alharthi reflecte a contradição em que nasceu e foi criada e torna-se simbólica por ser capaz de passar essa complexidade de uma forma literariamente bela, sem concessões a fórmulas fáceis que promovam o olhar exótico.» [Isabel Lucas, Ípsilon, Público, 24/1/2020]

Corpos Celestes está disponível nas livrarias e em https://relogiodagua.pt/produto/corpos-celestes/

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