4.3.19

Sobre O Amante, de Marguerite Duras




O Amante é, em larga medida, um romance autobiográfico.
A narradora vive desde a infância com a mãe e os irmãos na Indochina Francesa. Tem quinze anos quando, ao atravessar um afluente do Mékong, conhece um chinês rico e experimentado nas lides do amor, por quem se apaixona. Tudo parece separá-los, a idade, a riqueza e os preconceitos, que se opõem a uma relação amorosa entre um asiático e uma europeia.
A narrativa fala das incertezas de uma adolescente que tem a sua primeira experiência do amor físico, se lança na travessia dos sentidos, e procura a libertação do domínio da mãe e da asfixiante relação que esta tem com o filho mais velho.
Esta paixão adolescente decorre num cenário exótico, perverso, num fundo de lentidão e meandros asiáticos. 
Quase tudo parece esbatido pela memória, a adolescente de rosto infantil e precoce com um chapéu de homem e sapatos de baile, ou a mãe, que luta contra a ruína familiar, ou mesmo a escandalizada comunidade branca. Nítido, só o homem jovem numa barcaça, junto da limusina e do motorista. Ele será a personagem nítida, com uma posição clara, a do amante que dá título ao livro.
Publicado em 1984, O Amante recebeu o Prémio Goncourt e o Prémio Ritz Paris Hemingway, para o melhor romance publicado em inglês, em 1986.

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