«Estamos, aliás, perante um tríptico composto por uma narrativa sincopada e duas partes em que “poemas” e “anotações filosóficas” saudavelmente se tornam distintos, na esteira dos chamados “pré-socráticos”: “A vida é um fragmento”; “quando mais se escreve, mais falta”. Ao longo destas páginas duras e inclementes, trava-se uma luta com a perfeição: “A imperfeição revela a intimidade de um texto. A aspereza da sua luz.” E talvez nunca tenha sido tão necessário denunciar uma certa beleza assética e os mecanismos de uma dissecação inerentes: “Merda para a beleza. Merda para os poemas bem escritos. Merda para os que dissecam o cadáver de um livro. Merda para isto tudo.” Contudo, a elegia acaba por se sobrepor à raiva, até porque “cada palavra escrita é a eternidade à espera da morte”.» [Manuel de Freitas, Expresso, E, 10/11/2018]
27.11.18
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário