Mário Santos escreveu no ípsilon sobre duas obras de Georges Simenon recentemente editadas pela Relógio D’Água
«A editora Relógio D’Água tem vindo a publicar algumas obras de Simenon. As mais recentes — e que estavam até agora inéditas em português, creio — são Os Três Crimes dos Meus Amigos (1938) e O Santinho (1965). Nenhuma delas é integrável no qualificativo ‘policial’, sendo que a primeira é, no mínimo, de discutível filiação genológica. Embora originalmente tenha sido publicado como se de uma obra de ficção romanesca se tratasse, o livro Os Três Crimes dos Meus Amigos é, substancialmente, uma memória descritiva dos anos de formação do autor em Liège, até à sua ida para Paris em 1922, e da década subsequente na capital francesa, até à condenação dos amigos criminosos. Trata-se de uma crónica declaradamente autobiográfica, narrada por Simenon-ele-mesmo. É claro que sempre poderemos questionar a exacta veracidade deste episódio ou daquela circunstância, pois as fantasias da memória costumam atraiçoar as mais bem intencionadas autobiografias, mas, no geral, personagens e acontecimentos serão historicamente comprováveis.» [Mário Santos, Público, ípsilon, 23/3/18, texto completo aqui]
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