23.3.18

Sobre O Santinho, de Georges Simenon (trad. Catarina F. Almeida)




Mário Santos escreveu no ípsilon sobre duas obras de Georges Simenon recentemente editadas pela Relógio D’Água

«O Santinho é a biografia de um pintor imaginário, cuja existência decorre inteiramente em Paris desde o final do século XIX até ao início dos anos 60 do século seguinte. O livro está dividido em duas partes, intituladas O Rapazinho da Rue Mouffetard e O Rapazinho da Rue de l’Abbé-de-l’Épée. A primeira, na reconhecível moldura do “romance de formação”, conta a infância do protagonista no seio de uma feliz família disfuncional e pobre, capitaneada por uma mãe-coragem algo promíscua que vende legumes e frutas na rua Mouffetard, cujo entorno pertencia então às classes obreiras e populares de Paris e a alguns pequeno-burgueses (hoje pertence, como se sabe, ao turismo de massas). Na segunda parte, concluída a escola primária, o rapazinho vai trabalhar para o então grande mercado abastecedor de Paris (Les Halles) e tornar-se-á um (famoso) pintor autodidacta. A repetição, no título de ambas as partes (tratando a segunda, em boa medida, da vida adulta do artista, até à sua velhice), da palavra “rapazinho” é uma boa chave para a leitura do romance.»

[Mário Santos, Público, ípsilon, 23/3/18, texto completo aqui ]

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