«Numa
altura em que muito se tem falado do papel dos media, das notícias falsas, da pós-verdade, do papel das redes
sociais na difusão de informação, As
Muitas Faces dos Anonymous é um livro fascinante. Não porque aborde estes
temas em particular, mas porque fala de um grupo tão complexo que os media raramente o conseguem explicar, o
que os torna alvos fáceis das tais notícias falsas e pós-verdade. Mas deixemos
estes palavrões de lado e falemos do livro de Gabriella Coleman.
Quem
são os Anonymous? Coleman, antropóloga cultural, precisou de um livro inteiro,
e anos de investigação e vivência no meio de alguns Anonymous, para o conseguir
explicar. E mesmo assim haverá sempre pontas soltas, porque uma das bases dos
Anonymous é precisamente a sua rejeição da organização. Não quer dizer que os
seus membros não se organizem em grupos para levar a cabo certas acções, que às
vezes atraem centenas de participantes, mas enquanto grupo, colectivo ou o que
lhe quiserem chamar, os Anonymous não têm líderes, não têm canais de
comunicação oficiais, não têm manifestos, não têm orientação.»
[Gonçalo
Mira, no suplemento Ípsilon, do Público, 23/12/2016]
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