No número de 3 de Dezembro do suplemento E do Expresso,
vários críticos recomendam livros para o Natal, entre os quais quatro obras
editadas pela Relógio D’Água.
Pedro Mexia sugere Ficar na Cama de G. K. Chesterton,
em que Alberto Manguel escolheu «uma centena de textos sobre literatura, ideias,
costumes. Ensaios argumentados, brilhantes, paradoxais, divertidos. E
invulgarmente felizes».
Luís M. Faria propõe Eugénio Onéguin, de Aleksandr Púchkin,
e considerou: «Está para a Rússia como Os Lusíadas para Portugal, com a
vantagem de ter dado origem a obras musicais bastante superiores e de ser mais
moderna.»
José Mário Silva escolheu Todos os Caminhos Estão Abertos,
de Annemarie Schwarzenbach: «Viajante compulsiva, Annemarie partiu de Genebra
em junho de 1939 num Ford Roadster Deluxe, com a fotógrafa Ella Maillart ao
lado. Destino: o Afeganistão. Dos milhares de quilómetros percorridos, com ecos
da guerra que entretanto começara, a escritora fez um retrato de olhos muito
abertos no meio da poeria e dos fulgores do Oriente, transmutando a prosa em
poesia.»
José Mário Silva destaca como «prenda especial» a Poesia Completa
de Manoel de Barros:
«São esses os desenhos feitos de palavras que nos atingem, ao
ler Manoel de Barros, como um prodigioso aluvião de maravilhas. Sigamos o olhar
oblíquo do poeta, a sua voz mineral, capaz de tornar simples a complexidade do
mundo. Mas deixemos de lado a lógica, a fúria das explicações, porque o poema não
tem de servir para nada, “é antes de tudo um inutensílio”.»
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