Neste novo ensaio Byung-Chul Han analisa o modo
como a revolução digital, a Internet e as redes sociais estão a transformar a
sociedade atual.
Segundo o
autor germano-coreano, assiste-se à formação de uma nova «massa», um «enxame
digital».
Em contraste
com outras «massas clássicas» estudadas por Marx ou Canetti, o enxame digital é
formado por indivíduos isolados, carece de alma e de um sentimento de «nós»
capaz de uma ação comum ou de seguir uma direção. A hipercomunicação digital
destrói o silêncio de que a alma necessita para refletir e para ser ela
própria. Só se ouve o ruído sem sentido e sem coerência. Tudo isso
impossibilita a formação de um contrapoder que possa pôr em causa a ordem
estabelecida, que tende assim a adquirir aspetos totalitários.
Grandes
empresas como o Facebook e a Google trabalham como serviços secretos que
procuram conhecer os interesses dos seus utilizadores para lucrarem com os seus
comportamentos na Internet e nas redes sociais.
Para Byung-Chul Han, a
época biopolítica analisada por Foucault está a ser ultrapassada. Caminhamos
para uma época de psicopolítica digital, onde o poder intervém nos processos
psicológicos inconscientes. O psicopoder é mais eficiente do que o biopoder na
medida em que vigia, controla e faz mover os seres humanos não a partir de
fora, mas de dentro.
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