Os 433 versos de The Waste Land, Ash-Wednesday (1930), Four
Quartets (1935 a 1942) e algumas dezenas de breves composições
épico-líricas formam o essencial da obra poética de Eliot, o que, em concisão,
só tem, na Europa, paralelo em Gottfried Benn.
De resto, a originalidade de Eliot parece estar
aí, em apenas ter escrito depois de uma profunda acumulação interior. Mas, ao
contrário daqueles que, como Rilke, reduziram, em grande parte, a criação ao
momento da contemplação, à elegia, Eliot recorre também à ironia e ao sarcasmo.
Como disse Eugenio Montale:
«Eliot chega muitas vezes ao canto a partir do recitativo, ao tom
elevado a partir do mais coloquial. É sobretudo um poeta-músico; e não é nunca
ou quase nunca (como o era Valéry e o
foi muitas vezes Rilke) um neoclássico. Esta é a sua maior modernidade.»
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