A memória de Knausgård não segue uma ordem cronológica. Avança, recua,
detém-se e depois adquire um novo impulso. Isso torna-se evidente nesse
exercício de realismo autobiográfico que é A Minha Luta.
No terceiro volume, A Ilha da Infância, situamo-nos no Verão de
1969 na ilha de Tromøya, na costa sul da Noruega, aonde Karl Ove chega ainda
bebé num carrinho empurrado pela mãe.
É nesse universo familiar, entre as florestas carregadas de mistérios,
que se desenvolvem as intensas experiências da infância.
Knausgård fala-nos das suas sensações sobre a natureza do tempo, da
memória e da existência, a felicidade de ir à escola, os prazeres e problemas
da amizade, a excitação da vida ao ar livre, a descoberta sempre inesperada do
amor, os medos, as alegrias, a leitura,as roupas, a música e o desporto.
E tudo isso entretecido na serena atenção da mãe e no autoritarismo do
pai, sempre disposto a castigar.
«Knausgård combina autoficção e reflexão como ninguém o fez antes. Ao
lê-lo, sentimos que estamos absorver o retrato completo de uma vida.» [Jeffrey
Eugenides]
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