8.6.15

Entrevista a Lydia Davis




«Lydia Davis é uma das mais prestigiadas e inventivas autoras de língua inglesa, tradutora de Proust e Flaubert. Dois anos depois de ter vencido o Man International Booker Prize e após publicar mais um livro de histórias em português, fala da sua escrita agarrada ao real, tão breve que pode assumir a forma de um poema. (…)
São nove horas e num pequeno hotel do centro de Manhattan, Lydia Davis enche uma chávena de café e pergunta sobre escritores portugueses.
Quer uma pausa antes de começar uma conversa sobre a sua escrita. Vencedora do Internacional Man Booker Prize em 2013, um dos prémios mais prestigiados da literatura, é considerada umas das escritoras mais inovadoras em língua inglesa. Natural de Massachussets, onde nasceu em 1947, é uma autora concisa, irónica, uma observadora acutilante do real, escreve histórias tão breves quanto intensas, sempre numa relação muito próxima com o leitor. O seu livro mais recente, Não Posso nem Quero (Relógio d’Água), foi publicado no início do ano em Portugal.
“Nunca estive em Portugal. Há pouco tempo estava em Barcelona e disseram-me que devia ir a Lisboa, que não estava ainda tomada por turistas.” Tradutora para inglês de Simenon, Blanchot, Proust e Flaubert reflecte sobre o modo como a tradução influencia o que escreve e como não estar centrada no inglês a torna contestatária de uma visão americana do mundo. Diz que tem Fernando Pessoa na sua estante. “Um jovem amigo falou-me dele de forma tão entusiástica. Mas ainda tão tive tempo de me dedicar”. Não será capaz de o ler em português, diz saber apenas o suficiente para “ler coisas simples”, mas já traduziu para inglês a história de uma favela do Rio de Janeiro. Está a horas de regressar de comboio à terra onde vive com o marido, o pintor Alan Cole, perto de Albany, a pouco mais de duas horas de Nova Iorque. Antes, foi casada com Paul Auster, com quem viveu em França, onde aprofundou os conhecimentos em francês. No fim da conversa, tira da mala uma caixa de chocolates. “São para si.”»


[Entrevista de Isabel Lucas a Lydia Davis, Público, ípsilon, 8/6/2015]
Entrevista completa aqui.

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