«Na breve e despojada história que é O Anjo Ancorado ele observa essa realidade com olhos estranhos, de longe, imune a qualquer pathos ou rancor. Daí resulta uma parábola, um exemplum, uma espécie de fábula da qual se pode extrair um ensinamento. E é exactamente graças a este procedimento que o panorama se alarga, que a história ultrapassa os limites geográficos do Portugal daqueles anos e se torna universal, falando-nos do mal-estar, da dificuldade de viver, do desassossego que nos acompanha, a nós que vivemos hoje.» [Antonio Tabucchi]
«Mas neste primeiro livro, aparentemente igual a muitos outros, há
novidades que o demarcam deles e são indício de aspectos que caracterizarão
quase toda a ficção de José Cardoso Pires.» [Mário Dionísio]
«Este indeciso e desencantado casal, os míseros populares dos anos
cinquenta seguem, perenes, ao nosso passo, mercê de uma prosa superior, do
espírito de observação e do talento compositivo de um dos grandes narradores da
Língua Portuguesa.» [Do Prefácio de Mário de Carvalho]
«Um anjo ancorado à espera de fuga. É esse anjo ancorado que está
livre, no universo dos livros onde fica como um dos maiores do mundo. Do mundo
que me foi dado ler.» [Lídia Jorge]
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