As Ondas é considerado o mais radical romance de
Virginia Woolf — um desses raros escritores que nasceu no «instante em que uma
estrela se pôs a pensar».
Marguerite Yourcenar, sua tradutora francesa, descreveu-o
assim:
«As Ondas é um livro com seis personagens, ou melhor,
seis instrumentos musicais, pois consiste unicamente em monólogos interiores,
cujas curvas se sucedem e entrecruzam com uma segurança que lembra a Arte da
Fuga de Bach. Nesta narrativa musical, os breves pensamentos de infância,
as rápidas reflexões sobre os momentos de juventude e de confiante camaradagem
desempenham o mesmo papel dos allegri nas sinfonias de Mozart, abrindo
espaço para os lentos andantes dos imensos solilóquios sobre a experiência,
a solidão e a maturidade.
Tanto como uma meditação sobre a vida, As Ondas é um
ensaio sobre a solidão. Trata-se de seis crianças, três raparigas, Rhoda, Jinny
e Susan; e de três rapazes, Louis, Neville e Bernard, que vemos crescer,
diferenciarem-se e envelhecer. Uma sétima criança, que nunca toma a palavra e
que só conhecemos através das outras, é o centro do livro, ou melhor, o seu
coração.»
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