O último Ípsilon do Público publica a entrevista que José Riço Direitinho fez ao
escritor norueguês Karl Ove Knausgård em Lillehammer, na Noruega.
«É um dos
acontecimentos literários do ano: a publicação pela Relógio D’Água do primeiro
dos seis volumes (A Morte do Pai) que
compõem o romance A Minha Luta, do
escritor norueguês Karl Ove Knausgård (n. 1968).
Em cerca de 3500
páginas, num jogo de espelhos auto-referencial, ele entrega-se a uma exploração
proustiana do seu passado, recuperando memórias em que a realidade e a ficção
se confundem. Forçando a comparação com a monumental obra de Proust, o sabor da
madalena do escritor francês pode ser substituído pelo hábito involuntário de “ver”
rostos na aleatoriedade das ondas do mar ou nas nervuras da madeira do soalho.
É um episódio deste tipo, ocorrido num momento preciso da sua infância, que
desencadeia a narração. Ao longo da meia dúzia de volumes, Knausgård não hesita
em expor-se sem pudor, bem como à sua família (alguns familiares intentaram
acções judiciais para proibirem a publicação dos livros, outros pediram que os
seus nomes fossem trocados, no final todos cortaram relações com ele), o que
foi a causa, em vários países, de intensas discussões sobre os limites éticos
da literatura. Knausgård sempre respondeu: “Eu só queria contar a história do
meu pai, e disso ninguém me pode impedir. Nem ele, que já está morto. A família
fez parte dessa história.”»
Além da entrevista,
José Riço Direitinho faz também a crítica ao livro A Morte do Pai.
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