«É a história de um amor, o maior e mais terrível sobre que me foi dado
escrever. Eu sei-o. Qualquer um pode ficar a sabê-lo por si.
Trata-se de um amor que não é nomeado nos romances e que também não é
nomeado por aqueles que o vivem. De um sentimento que de certo modo não tem
ainda o seu vocabulário, os seus hábitos e rituais. Trata-se de um amor
perdido. Perdido como perdição.
Leiam o livro, leiam-no mesmo que de início o detestem. Já nada temos a
perder, nem eu dos leitores, nem os leitores de mim. Leiam tudo. Leiam todas as
distâncias que vos são indicadas, as dos corredores que rodeiam a história e a
acalmam e nos concedem o tempo de os percorrer. Continuem a ler e de súbito
terão atravessado a história, os seus risos, a sua agonia, os seus desertos.
Sinceramente vossa.
Duras»
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