«Comprou
junquilhos, diz no último mail, em que enviou algumas fotos do seu “mundo”»,
escreve Maria Leonor Nunes no início da entrevista a Ana Teresa Pereira
publicada no JL de 30 de Dezembro.
«Dificilmente
classificável e, no entanto, imediatamente reconhecível: As Longas
Tardes de Chuva em Nova Orleães é o novo livro de uma das mais originais
vozes da ficção portuguesa contemporânea. Um regresso ao teatro das suas obsessões,
ao jogo de espelhos, fantasmas e duplos, aos medos e demónios da escrita. E uma
“aventura” para jovens, com o também agora publicado A Porta Secreta.
A (re)entrada num gentil e perverso mundo literário, “assombrado” por
personagens e histórias que se desdobram e multiplicam infinitamente.»
«Um
Elétrico Chamado Desejo, de Elia Kazan, é um dos filmes da minha vida.
Resisti muito ao telefilme com Ann-Margret, mas depois apaixonei-me. Nunca
tinha sentido o desejo entre Vivien Leigh e Marlon Brando (o autor diz que
Blanche é mais forte do que Stanley, ela é o tigre… só o desejo a faz perder a
luta). Mas senti-o em Ann-Margret e Treat Williams. Está lá, nas palavras, nos
corpos, na forma como os corpos são filmados. O ator que faz de psiquiatra dá
um novo sentido a the kindness of strangers: há uma enorme bondade no seu
rosto, no seu sorriso. Talvez Williams tivesse razão ao acreditar que havia um
pouco de esperança para Blanche, porque se pode encontrar gentileza nos locais
mais inesperados.»
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