«Livro
estruturalmente compósito, a Peregrinação entremeia, com maior ou menor
coerência — e disso Mendes Pinto é bem consciente —, a narrativa dos seus
trabalhos, a obscura busca da explicação quer para os seus múltiplos tormentos quer
para os inumeráveis resgates de tantos perigos, com a crónica minuciosa, quase
como de agente secreto por conta de si e da nossa empresa descrita como maldita
e sublime ao mesmo tempo. (…) Escrevendo Peregrinação, Mendes Pinto não
salvou apenas a sua vida aventurosa, mas a aventura escrita em português, a que
para sempre nos compensará de não vir a ter no futuro os Kipling e os Conrad no
nosso império de rapina, de esplendor e engano.» [Eduardo Lourenço, 30 de Junho
de 1989]
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