7.3.11

Obras escolhidas de F. Scott Fitzgerald na Relógio D'Água



As principais obras de F. Scott Fitzgerald vão ser editadas ou reeditadas durante o mês de Março.
Entre as novas edições, destacamos Crack-Up e Outros Escritos, que, juntamente com O Grande Gatsby e Terna É a Noite, é uma das mais importantes obras do autor. Terna É a Noite sairá em nova tradução (José Miguel Silva).
Entre as reedições contam-se O Grande Gatsby, O Último Magnate, Sonhos de Inverno e Outros Contos, Belos e Malditos e Este Lado do Paraíso.


Crack-Up e Outros Escritos é um auto-retrato da ascensão e queda de um grande escritor. Misturando romance e realismo, o livro conta a história do percurso que foi de um êxito brilhante ao desesperante vazio, que atingiu Scott Fitzgerald aos 39 anos. Esta colecção dos principais ensaios de Fitzgerald fala-nos de um homem com charme e talento para esbanjar, que o tornaram um símbolo vivo da era do jazz, mas cuja imprudência o levou ao declínio.




Scott Fitzgerald tinha 25 anos quando escreveu Belos e Malditos. Alguns anos antes, ao querer participar na I Guerra Mundial, passara alguns meses num desolado acampamento de Alabama onde conheceu a bela e desconcertante Zelda Sayre.
O mundo de Belos e Malditos fala-nos dessa força que atrai os belos desprevenidos para a maldição, a procura da vertigem emocional, a entrega à alegria dos sentidos, a sensação do efémero e a solidão.
«O que se expressa na obra de arte é o destino sombrio e trágico de descobrir que somos o instrumento de algo que não compreendemos, de algo de impenetrável e desconhecido», escreveu Fitzgerald a Zelda quando esta bordejava já a loucura.


«É lamentável que Scott Fitzgerald não tenha terminado O Último Magnate. Mesmo assim, penso que se irá tornar num daqueles fragmentos literários que de tempos em tempos surgem na corrente cultural e influenciam profundamente os acontecimentos futuros. A sua grande conquista, neste começo de um grande romance, foi que pela primeira vez conseguiu estabelecer uma inabalável atitude moral em relação ao mundo em que vivemos e às suas normas efémeras, que é o fundamento de qualquer poderoso trabalho de imaginação. Um firme padrão ético é algo que a escrita americana tentava alcançar há meio século.»
John Dos Passos




«Entretanto, deixe-me dizer-lhe o quanto gosto de Gatsby, ou melhor, do Seu Livro, e o grande salto que deu desta vez — em relação ao seu trabalho anterior.»
Edith Wharton

«Penso ser, de facto, o primeiro grande passo na literatura americana desde Henry James...»
T. S. Eliot



«Está a desenvolver o mundo contemporâneo tanto quanto Thackeray o fez com Pendennis e Vanity Fair e isso é um elogio. Cria um mundo moderno e uma orgia moderna, que estranhamente nunca foi feita até o fazer em Este Lado do Paraíso. A minha opinião de Este Lado do Paraíso é boa. Este é um bom livro, diferente e antigo e isso é o que se pretende. Ser ao mesmo tempo bom, diferente e antigo é sempre um prazer.»
Gertrude Stein

«Este Lado do Paraíso impregnou a década como uma canção, popular mas perfeita. Pairou sobre um movimento juvenil inteiro como um estandarte, agora um tanto descolorido e gasto pelo vento; o vento desgastou-o. Mas um livro lido por universitários é coisa rara, não pode ser futilmente ignorado num momento de austera sofisticação. Surgiram dezenas de histórias, algumas gentis, outras um pouco à toa; uma muito estranha intitulava-se “Head and Shoulders”. Eu gosto de O Grande Gatsby. É muito intemporal, pois vislumbrou em 1925 aquilo que se tornaria fora de moda uns anos mais tarde; mas eu reli-o esta semana e achei-o bom; prazer e compaixão em cada página. Há muito para dizer a favor e contra o seu último romance, Terna É a Noite. Em geral sou calorosamente a favor. Ser-se lúcido ou louco é um assunto nobre, e muito poucos romances apresentam um assunto inteligente em si. Este fá-lo e, além disso, dá-nos um justo retrato dos divertidos hábitos de vida dos expatriados.»
Glenway Wescott

Dexter era inconscientemente orientado pelos seus sonhos de Inverno. Com a idade, a natureza e a fragrância desses sonos foi-se alterando, mas a essência permaneceu.
Foram eles que o levaram a abandonar o seu emprego num campo de golfe quando Judy Jones, de onze anos, lhe pediu para ser seu caddy.
Mais tarde, Judy vai ser a bela e cruel adolescente que o submete aos seus desejos. Neste conto, como em quase todos os seus livros, Scott Fitzgerald parece descrever um baile onde escolheu a rapariga mais bela, mas ficando de fora, com o rosto colado à vidraça, atento ao menor aceno e vendo finalmente a dançarina ser arrastada para a tranquila solidez de um lar americano.
E quando sabe dela mais tarde, o espanto de a ver confundida com outras mulheres que também já foram belas ecoa como um adeus irremediável à sua juventude.
Os outros quatro contos aqui reunidos reflectem o impacto da Grande Depressão de 1929 na vida de Scott Fitzgerald, que se transmite aos seus personagens.

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